Agora que assistimos a um boom de edições de livros que, de um modo ou de outro se podem classificar dentro do género de ‘Literatura de Viagens’, foi publicado pela Tinta da China um conjunto de cartas de Ernesto de Sousa publicadas originariamente no Jornal de Notícias (JN) entre Novembro de 1962 e Abril de 1963. A este conjunto de cartas a edição acrescenta um prefácio de Isabel do Carmo (à época mulher do escritor), correspondência com o JN a propósito da censura feita a algumas cartas e, finalmente, duas outras cartas a Isabel do Carmo. O mais interessante destas cartas é o testemunho que fica de uma época feito por alguém com uma forte cultura visual e uma abordagem política onde a esperança na mudança do mundo na sequência da independência da Argélia e processo de libertação das ex-colónias europeias é importante nestes relatos. Há uma tal empatia com a ‘Libertação’, um tal entusiasmo com "os ventos de mudança" que as cartas de viagem são uma apologia de todo o processo. Elas relatam fundamentalmente os aspectos urbanos do país, são descrições impressionistas de um olhar maravilhado pela descoberta, pela surpresa daquela realidade – da qual, de facto, pouco se sabia em Portugal – e para o jornalista e cineasta todas as pessoas que encontra na viagem são o pretexto para a elegia de um povo libertado. Há algo de ingénuo nestas descrições e muito de ausência de história sobre a realidade visitada mas é de facto um muito bom testemunho de um europeu no norte de África na década de sessenta. As fotografias que acompanham as cartas revelam o olhar singular do cineasta de D. Roberto.
Maathai is best known for creating the Green Belt Movement, which has planted tens of millions of trees around Kenya, but she also personified a positive strain of environmentalism that stands out in a world where “woe is me” messages dominate. Click on the video clip above for a sample.
Her work centered on improving the lives of women, building a sustainable relationship between people and the land and education. Maathai won the Nobel Peace Prize in 2004 for her efforts. I encourage you to read the defense of her prize, which was criticized by some, from Anna Lappé and Frances Moore Lappé of the Small Planet Institute. Here’s a snippet:
Maathai’s genius is in recognizing the interrelation of local and global problems, and the fact that they can only be addressed when citizens find the voice and courage to act. Maathai saw in the Green Belt Movement both a good in itself, and a way in which women could discover they were not powerless in the face of autocratic husbands, village chiefs and a ruthless president. Through creating their own tree nurseries – at least 6,000 throughout Kenya – and planting trees, women began to control the supply of their own firewood, an enormous power shift that also freed up time for other pursuits.
Para continuar a ler a notícia no New York Times, basta clicar aqui.
Uma animação esta feira de arte de Joanesburgo na sua quarta edição. Uma feira local dir-se-ia, não fora o facto de haver várias galerias sul-africanas associadas a galerias norte-americanas ou galerias com representação em África, EUA e Europa. Situada numa das cidades satélites de Joanesburgo, a cidade de Sandton, a feira é o mais importante evento no que diz respeito ao mercado da arte subsariano mas conta com a presença de artistas e curadores do Magreb. Muito bem organizada como é característico dos profissionais sul-africanos, tem a dimensão ideal das pequenas feiras com critérios de selecção de galerias muito “apertados”, como é o caso também da recente feira inaugural do Rio de Janeiro e até da Frieze em Londres.
(Na foto: obras de William Kentdrige)
O manifesto interesse da Joburg Art Fair vem do facto de só aqui (ou no Armony Show de Nova Iorque, onde algumas destas galerias se apresentam) ser possível ver e acompanhar a mais recente produção nas artes visuais da África do Sul, Nigéria, Egipto, Marrocos ou Gana, por exemplo. Ao mesmo tempo a feira tenta incentivar um mercado local – a par dos coleccionadores internacionais que adquirem obras substantivas destes artistas – através de políticas de preços interessantes, acções de formação de vários tipos de público, onde têm um papel importante as famosas Talks promovidas pela Alfa Romeo e conhecidas pelo público português via youtube. Algumas estrelas deste universo sul-africano estão presentes em pessoa e através das obras, como William Kentridge, Ayana V. Jackson, Mary Sibande, Gordon Clark, Moshekwa Langa, Kendell Geers, David Goldblatt, etc .
No próximo dia 29 de Setembro (5.ª f), às 18h30, haverá um "apontamento musical" com Celina Pereira, seguido de mesa-redonda sobre "Cultura Contemporânea Africana", contando com as seguintes participações: Celina Pereira (cantora caboverdiana); Filinto Elísio (escritor, poeta caboverdiano); Lúcia Marques (assistente do Programa Gulbenkian Próximo Futuro); Marta Lança (co-fundadora e editora do Buala); Joana Peres (directora artística e coreográfica da Allantantou Dance Company, Portugal); José António Fernandes Dias (responsável pelo AFRICA.CONT).
"Esta mesa redonda/tertúlia tem como objectivo promover a reflexão e o diálogo em torno da produção cultural africana na contemporaneidade, em particular nos países de língua oficial portuguesa, bem como debater as múltiplas formas de relacionamento entre cultura africana e cultura ocidental.
(...)
O Museu de São Roque da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa celebra a cultura africana, dedicando-lhe um evento de quatro dias ao longo dos quais a música, a dança, a poesia e o teatro animarão o claustro e as salas do museu. Este evento inclui, ainda, um ciclo de cinema documental, uma mesa redonda dedicada à temática da cultura contemporânea africana e degustação de comida africana. Os mais pequenos não foram esquecidos. Para eles, decorrerão oficinas de danças africanas e de construção de brinquedos com desperdícios. (...)"
Tarde de fim de verão, calor bom ao sol e algum vento nos jardins da Gulbenkian... estava a tentar fotografar o Casulo quando se me atravessam à frente, ligeirinhas, avó, mãe e neta (esta pequenina, dois anos se tanto) e diz a avó: olha, minha querida, anda ver, é a casa dos patinhos, eles dormem aqui...ai não, não é (as três já lá dentro) … afinal é uma casa de banho, é uma casa de banho... (baixinho para a filha: isto é arte, isto é arte)... o que debatiam não sei, o certo é que ficaram lá tempo demais para mim e na minha impaciência voltei-me para o lago e pus-me a fotografar os mergulhos dos alegadamente efémeros inquilinos da casa, enquanto me afloravam ao pensamento dúvidas sobre abordagem pedagógica de permeio com a ilustração prática dos múltiplos significados e funcionalidades da arte pública.
Últimos dias para ver as instalações artísticas do PRÓXIMO FUTURO, distribuídas pelo Jardim da Fundação Calouste Gulbenkian até ao próximo dia 30 de Setembro: do "Casulo" da sul-africana Nandipha Mntambo ao "However Incongruous" do colectivo indiano Raqs Media, passando pelos Chapéus-de-Sol da arquitecta Inês Lobo, que neste ano têm desenhos de Bárbara Assis Pacheco (Portugal), Rachel Korman (Brasil), Délio Jasse (Angola) e Isaías Correa (Chile).
Fruto de uma parceria entre o CARPE DIEM - Arte e Pesquisa e o Programa Gulbenkian PRÓXIMO FUTURO, a instalação do artista brasileiro Kboco foi remontada no jardim do Palácio Pombal, onde pode ser vista até o dia 24 de Setembro, de Quarta a Sábado, das 14h às 20h.
Carlito Azevedo na entrega do Prêmio Portugal Telecom de
Literatura, na Casa Fasano (foto: Mastrangelo Reino/Folhapress)
"Editar bem poesia é aceitar editar antimercadoria", diz escritor
Carlito Azevedo poderia talvez se acomodar na condição de um dos mais celebrados poetas contemporâneos brasileiros. Seu "Monodrama" (2009), publicado pela carioca 7Letras, grande celeiro de novos poetas no país, é um dos principais livros de poesia brasileira dos últimos anos.
Além disso, ele se firma como um grande agitador poético (é curador, com Augusto Massi, da coleção Ás de Colete, editada pela 7Letras e pela Cosac Naify, e mantém uma página mensal de poesia no jornal "O Globo"), articulando livros e autores em discussões que fogem aos chavões sobretudo por não abrir mão de um ingrediente muito escasso nas conversas sobre o gênero: o bom humor.
Tendo a possibilidade de se ver editado nas maiores casas do país, Carlito preferiu manter-se na pequena (embora longeva, com 15 anos) editora de Jorge Viveiros de Castro.
Para continuar a ler o artigo de Paulo Werneck na Folha Ilustrada, basta ir aqui.
874 poetry readings in 540 cities of 107 countries
874 poetry readings in 540 cities of 107 countries will be held this 24th of September, convoked by the organizations 100,000 Poets for Change (http://www.bigbridge.org/100thousandpoetsforchange/) and World Poetry Movement -WPM- (http://www.wpm2011.org/), on a day marked by a spirit which desires that a new time will open for humankind. The World Poetry Movement (WPM) was founded in Medellín (Colombia) on July 9, 2011, and in less than two months in existence it has achieved the incorporation and participation of 105 international poetry festivals, 76 international poetry organizations, and 673 poets from 124 nations.
(...)
This is not just about assessing the great number of poetry readings, performances and poetry interventions, both urban and rural, that are being prepared throughout the world’s continents for this date, but, above all, about celebrating the deep symbolism embodied in this new world poetry action, where essential forces come together and which has an impact on the heart of the human history – a history that seems still to go against the grain of life itself.
(...)
In Africa, 55 poetry readings will be held in capitals and other cities in 18 countries. 100 poetry events will be held in 19 Asian countries. 210 poetry interventions are scheduled to take place in 38 European countries. Oceania will have just 12 poetry readings – in Australia and New Zealand. The American continent will hold the highest number of poetry readings on the 24th of September next, with 453 events confirmed in 27 countries. Many of these events will additionally host poetry workshops and concerts.
Nascido no Cairo em 1913 e falecido num hotel de Paris a 22 de Junho de 2008, Albert Cossery terá sido o último da geração dos chamados escritores dandies, título atribuído pelo tipo de vida urbana e flânneur que levavam. A sua obra, constituída por cerca de uma dezena de livros, tem como cenário de acontecimentos o seu Egipto do século XX.
No caso do romance "Les Couleurs de L’Infamie", lido na versão da tradutora brasileira Flávia Nascimento, trata-se da pequena história de um ladrão profissional – Ossama – descrito como um ladrão bom porque só rouba os ricos que se vê enredado numa história de corrupção que envolve um político detentor de um grande poder no Egipto sob o regime de Hosni Mubarak. Há como sempre em Albert Cossery uma metáfora da corrupção e da violência social deste regime – que acaba de cair – descritas nas ruas dos bairros pobres do cairo, na presença de milhares de mendigos na cidade, no confronto com a permanente corrupção que alimenta o regime. Parte da narrativa decorre no cemitério do Cairo, uma autêntica cidade que tivemos recentemente a possibilidade de ver no excelente documentário de Sérgio Tréfaut “A Cidade dos Mortos”.
Em "As Cores da Infâmia" há todo um manual de regras de comportamento para o ladrão que é profissional; corre riscos e tem princípios: “Não há nada de mais imoral do que roubar sem riscos” ou “Não inculquei em você a minha arte para que se tornasse um ladrão de cinema, cuja única preocupação é não desagradar ao público” (págs. 66 e 67). E com doses certas de ironia o autor sai das fronteiras do Egipto e fala do mundo: “Repare nas pirâmides. Neste país, não passa pela cabeça de ninguém construir uma pirâmide. O lugar está ocupado há 4 mil anos. Mas no estrangeiro tem-se erguido algumas pirâmides. Aliás essa é a moda da arquitectura moderna” (págs. 129-130).
Con la presencia de los curadores de esta nueva edición: Eva Grinstein, Alberto Nanclares, Ramón Parramón y Javier Martín-Jiménez. Participan: Luz Novillo Corbalán y Pancho Marchiaro
La experiencia recogida en la primera edición de la muestra ¡AFUERA!, ha permitido al Centro Cultural España Córdoba proyectar su próxima edición mejorando en todo aquello que contribuya a una ampliación y expansión del evento. En esta ocasión, el carácter abierto de la muestra estará dado por las distintas y nuevas convocatorias que se abrirán en todas las áreas, posibilitando la inclución propuestas e ideas de artistas locales, nacionales e internacionales en diálogo con el contexto cordobés y sus problemáticas.
La temática alrededor de la cual se articulará el ¡Afuera! 2012 será el Humor. La propuesta se organizará tomando en consideración las múltiples perspectivas y abordajes de los usos del humor no sólo en sus diversas manifestaciones en el arte, sino también como componente simbólico cultural omnipresente en todas las culturas contemporáneas.
Con este marco, la charla de presentación contará con la presencia de Eva Grinstein, quien conceptualizará sobre la muestra en un edificio recuperado de la Ciudad de Córdoba, Alberto Nanclares, quien nos comentará sus ideas sobre artistas y obras para la Sección del Espacio Público, y Ramón Parramón, quien llevará a cabo el programa de Residencias que se articulará con Ciudad de las Artes con la Escuela Figueroa Arlcorta. Por su parte Javier Martín-Jiménez hablará sobre el trabajo en torno a los proyectos en espacio público desde su gestación hasta su concreción pasando por el trabajo de gestión, financiación y puesta en marcha.
Para continuar a ler, basta ir até à Hipermedula...
Bolsa de mobilidade artística "Guimarães 2012 - Capital Europeia da Cultura", em parceria com Roberto Cimetta Fund
Tendo em vista a preparação de Guimarães 2012 Capital Europeia da Cultura, a Fundação Cidade de Guimarães e o Roberto Cimetta Fund (RCF) abriram uma bolsa de mobilidade artística para apoiar o intercâmbio cultural entre a cidade de Guimarães (Portugal) e a região Euro-Árabe.
Se é artista ou agente cultural e deseja deslocar-se a Guimarães, ou se está em Guimarães a preparar um projecto de intercâmbio artístico e pretende participar numa residência, num workshop, num encontro de profissionais, num seminário ou conferência, então pode concorrer a esta bolsa para cobrir as despesas de deslocação e de autorização de permanência no local de destino, desde que as deslocações ocorram após o início das candidaturas (1 de Setembro).
No processo de selecção, será dada prioridade a candidaturas no âmbito das seguintes áreas artísticas: música, artes performativas, cinema, arte contemporânea, design e arquitectura, preferencialmente no contexto de projectos de residência.
A bolsa “RCF/Guimarães 2012 Mobility Fund” é promovida pelo RCF. Na atribuição desta bolsa são aplicáveis os seguintes critérios:
O objectivo da viagem deve potenciar um impacto de longo prazo no sector artístico na bacia do Mediterrâneo. Ou seja, a viagem deve contribuir para o reforço dos recursos existentes, que, por sua vez, podem ser partilhados em rede e promover o contacto entre artistas e operadores artísticos no próprio país ou região, de modo a manter, renovar e desenvolver as artes contemporâneas.
A viagem deve ter lugar após a data de início das candidaturas. Isto implica que o candidato terá de pagar as suas despesas antes mesmo de saber se a bolsa lhe será atribuída ou não.
Perfil dos candidatos:
Podem candidatar-se indivíduos que vivam ou trabalhem na região Euro-Árabe, independentemente da idade ou nacionalidade; São elegíveis candidatos que exerçam actividade como artistas, criadores, professores, agentes culturais, administradores ou gestores de projecto.
São elegíveis candidatos que não disponham de recursos próprios para financiar o seu projecto.
As candidaturas devem ser apresentadas individualmente, via e-mail, para o endereço: [email protected]. No máximo, apenas três membros de um mesmo grupo poderão beneficiar de uma subvenção relativa ao mesmo projecto. Um bolseiro só poderá recandidatar-se duas vezes. Os candidatos devem optar pela via de transporte mais económica, e apenas podem candidatar-se a um bilhete internacional de ida-e-volta, e, despesas de autorização de residência (transporte local não reembolsável).
O comité de selecção delibera a 1 de Dezembro de 2011 (data limite para recepção de candidaturas: 30/09/2011)
Os interessados devem visitar o sítio www.cimettafund.org e preencher o formulário de contacto. Ser-lhe-á devolvido o formulário de candidatura RCF/Guimarães2012.
Para mais informações sobre Guimarães 2012 Capital Europeia da Cultura consulte o sítio www.guimaraes2012.pt.
O chileno Eugenio Dittborn(Santiago do Chile, 1943) trabalha desde 1983 na produção de obras que designou de “Pinturas aeropostais”. O conceito é simples: as obras que são maioritariamente sobre papel, material plastificado ou vídeos, são criadas a partir de temas recorrentes como o conflito, a tragédia, a interrupção da viagem, o acidente, a distopia. Essas obras depois são enviadas para o destino da exposição dobradas (ou embaladas, no caso dos vídeos) e colocadas dentro de envelopes de encomenda postal, tendo escrito na capa o endereço, o remetente do artista e a descrição. À medida que vão sendo apresentadas em vários lugares estas obras vão acumulando no sobrescrito a listagem desses lugares por onde passaram.
Há aqui uma nítida vontade de ‘transterritorialidade’ mas digamos que, para além deste método, há nas técnicas utilizadas, no suporte e nas linguagens, uma tal noção de espaço, de essencialidade, e de beleza que, o seu conjunto, nesta mostra no Centro Cultural do Santander de Porto Alegre, é de uma euforia contagiante, não perdendo a sua proximidade do abismo.
É a oitava edição da Bienal do Mercosul, uma das mais singulares bienais de arte do mundo. Abriu no passado dia 10 em Porto Alegre, uma cidade do Rio Grande do Sul, e ocupa vários armazéns desafectados do porto, alguns museus e ainda vários sítios da cidade. O tema geral da Bienal é “Ensaios de Geopoética” e continua uma certa tradição de relação da arte com a política que tem caracterizado esta Bienal nas últimas edições.
A curadoria geral é de José Roca, que anuncia que a Bienal se propôs apresentar obras que reflectem a noção de território a partir das perspectivas geográfica, política e cultural. Aparentemente nada de muito novo neste enunciado que é suficientemente vago para permitir a apresentação de trabalhos organizados, estes sim, em “entradas” mais específicas e pertinentes. São elas: a( geo)poética propriamente dita, mercado, raça, questão, indígena, cadernos de viagem, entre outras. A montagem – na secção apresentada nos armazéns do porto – conta com um dispositivo de recepção das obras que é claro e estimula o cruzamento de múltiplas obras e projectos. Maioritariamente constituída por instalações e vídeos, a mostra não se limita a apresentar artistas oriundos dos países do Mercosul mas inclui artistas chineses, dos Camarões, egípcios, franceses, alemães, etc.
As obras que destacamos são da autoria de Duke Riley (EUA), Javier & Erika (Cuba) – “Haciendo mercado” –, Leslie Shows (EUA) – “Display of properties” –, Marcelo Cidade (Brasil) – “Luto e Luta” –, Paola Parcerisa (Paraguai) – “Bandera Vacia” –, Paco Cao (Espanha) – “El veneno del baile “. Na secção Cadernos de Viagem, que resulta de viagens dos artistas pela região do Rio Grande do Sul e cujos resultados são maioritariamente muito felizes, realçam-se as obras de Beatriz Santiago Munõz – “Folc- industrial” – vídeo sobre os horários de trabalho dos operários das indústrias de Caxias de Sul – e “Nuevas Floras” de Maria Elvira Escallón, esculturas talhadas nas árvores vivas das Missões durante a evangelização, que actuam como um estilete na recepção do visitante.
António Pinto Ribeiro
(Fotos com obras de Leslie Shows e de Maria Elvira Escallón)
No próximo dia 17 de Setembro, a partir das 14h00, inaugura na galeria INFLUX Contemporary Art a exposição colectiva "O Sul é o novo Norte - arte contemporânea Africana".
A INFLUX CONTEMPORARY ART é uma galeria de arte contemporânea que expõe exclusivamente trabalhos de artistas de África e da Diáspora africana.
A galeria é um espaço amplo dividido em duas áreas expositivas contíguas localizada na zona do Lumiar em Lisboa.
Keynote: "Traders and Borders in the Sierra Leone-Guinea Region, 19th and 20th Centuries: Comparative and Theoretical Implications" Allen M. Howard | Professor Emeritus, Department of History, Van Dyck Hall, Rutgers University Panels:
Panel 1 - Methodologies for studying cross-border movements
Panel 2 - Rethinking hierarchies of borders and border crossings?
Panel 3 -The building of African territorial borders: the impact of pre-colonial and colonial migration on contemporary Africa
Panel 4 - Forced migration and the role of borders
Panel 5 - Border crossings and economic circulation: trade, smuggling, labour
Panel 6 - Border regimes and migrant practices: citizenship, belonging and the making of migrant subjectivities
Panel 7 - Partitioned Africans
Documentary film screenings: -"Kalahari Struggle: Southern Africa’s San under Pressure" (53 min.) by Manuela Zips-Mairitsch and Werner Zips - " 'We have come full circle': The forced migration of Angolan !Xun and Namibian Khwe to Platfontein, South Africa" by Manuela Zips-Mairitsch and Werner Zips - "Border Farm" (32 min), by Thenijwe Niki Nkosi - "Esta Fronteira Não Existe" (41min), Perfectview
Para quem se interessa por literatura africana, aqui fica uma sugestão: L'Áfrique Écrite au Feminin (um site onde, por exemplo, se pode 'navegar' pelo Norte de África e obter alguns títulos de escritoras com relação privilegiada com o Egipto, Tunísia, Argélia e Marrocos).
Ce site propose un survol des ouvrages publiés en français par les femmes écrivains du continent africain, au sud du Sahara. Il vous permet de découvrir leurs romans, leurs nouvelles, leurs pièces de théâtre, leur poésie, quelques textes inédits et des interviews.
“Temporary Occupations 20.11” installs itself again in the capital city bringing contemporary art to public spaces, from 11/09 to 02/10.
The Faculty of Medicine at the Eduardo Mondlane University, the Mozambican Photography Association, Cinema Scala, OUA and 25 de Setembro Avenues will be occupied by interventions by Camila de Sousa, Filipe Branquinho, Jorge Fernandes, Shot-B and Azagaia, in the second edition on the project TEMPORARY OCCUPATIONS, this year with the theme of PRECARIOUSNESS.
The opening of the five installations begins at 15:00 at the Faculty of Medicine and will follow this route:
Faculty of Medicine --> OUA Avenue -- > 25 de Setembro Avenue (Cinema Scala + EMOSE building) --> Julius Nyerere Avenue (Mozambican Photography Association).
The focal point of the Encuentro Internacional de Medellín (MDE11) centers on the different ways of shaping and creating knowledge within art, while also raising questions on the limits and challenges of pedagogical experimentation in institutional, artistic and community practice. MDE11 aims to bring to the fore the tension between regulated, institutional and academic knowledge and more experimental forms of knowledge based on collective, community and self-managed practices. These heterogeneous approaches connect players and resources in the art circuit with projects and experiments that go beyond that circuit and have resonance in other contexts.
Aware that the art experience always operates in the terrain of the unknown and is subject to experimentation, doubt and indeed ambiguity, MDE11 proposes an ongoing, open dialogue with art practices, research within and outside the confines of academia, and community strategies and pedagogies that are critical of visual arts that provide alternatives to artistic environments and traditional learning processes. Based on an initial proposal put forward by José Roca, the curatorial team made up of Nuria Enguita Mayo, Eva Grinstein, Bill Kelley Jr. and Conrado Uribe, has structured the concept of MDE11 around three focal points: Laboratory, Studio, and Exhibition, which in turn are subdivided into various "areas of activation". The emphasis is on process-based, collaborative work aimed at proposing issues and possible forms of producing knowledge through art practices by various authors, communities, collectives and students both from Medellín and elsewhere. This approach stems from working methodologies focused on processes designed to shed light on matters that have been passed over, hidden or not studied by traditional disciplines, i.e., on forms of organizing information that can lead to new ways of viewing and understanding our surroundings. Para saber mais basta ir aqui.
The Museum der Weltkulturen, Frankfurt is seeking to employ a research curator for Africa
The Museum der Weltkulturen in Frankfurt, founded in 1904, is a Research Museum with an exceptional collection of 67,000 artefacts from all regions of the world including the African continent, the Americas, South East Asia, Oceania, and Europe. In addition, the Museum has an image archive with more than 120,000 photographs, a growing collection of historical and contemporary ethnographic film, and a library with over 50,000 books and periodicals. Housed in three 19th century villas located on Frankfurt’s ‘Museumsufer’, the Museum produces public exhibitions, programmes events, commissions new inquiry from social scientists, writers, and visual artists, and develops innovative approaches to education. A new extension to the Villas will be built during the course of the next four years, which will provide additional space for permanent and temporary exhibitions, a public reading room, a public study collection, and other facilities.
The central feature of the Museum lies in the combination of anthropology, advanced art practice, and experimental methods of analysis, translation and mediation. Activities take place in the museum’s exhibition spaces as well as in the Labor with its apartments, artists’ studios, and seminar rooms. With the collection at the forefront, issues of globalisation, aesthetic practice, and the changing nature of citizenship and intercultural identity are explored through a pioneering fieldwork process that takes place in the Museum itself.
The Museum is seeking to employ a Research Curator for Africa. The person must be well-versed in material culture and art forms from Africa. In addition, the Museum places emphasis on knowledge of new developments in social and cultural anthropology, current debates in global contemporary art, and cultural studies.
Climbing down (2005/2011), de Barthélémy Toguo (Camarões, 1967)
Ao fundo as fotografias African spirits (2008) de Samuel Fosso (Camarões, 1962)
Ars 11- Changes your perception of Africa and contemporary art é o título da exposição que até final de Novembro pode ser visitada no Kiasma – Museu de Arte Contemporânea, em Helsínquia. São cerca de 300 peças – instalações, vídeos, fotografia -, algumas das quais criadas especialmente para esta exposição pelos 30 artistas convidados, onde se encontram alguns que nasceram, vivem e trabalham em África, outros que fazem parte da Diáspora e ainda outros que não tendo raízes africanas, desenvolveram com o continente algum tipo de relação. Embora todos os trabalhos apresentem uma ligação directa com África, os temas que abordam extravasam as suas fronteiras e são universais: migrações, sustentabilidade ambiental, vida nas cidades. Por outro lado, a memória e o modo como a história do seu passado colonial influenciam e condicionam o presente do continente e dos seus habitantes são igualmente abordados por alguns artistas. Paralelamente à exposição no Kiasma, decorrem em Helsínquia outras manifestações artísticas e Ars 11 estende-se ainda a outros espaços expositivos na Finlândia, fazendo parte da programação de Turku como Capital Europeia da Cultura de 2011, e na Suécia.
Três dos artistas de Ars 11 expuseram já em Lisboa nos últimos anos: algumas das fotografias da série “Hyena man” do sul-africano Pieter Hugo fizeram parte da exposição Um Atlas de Acontecimentos, realizada no âmbito do Programa Estado do Mundo (2006-2007); o camaronês Barthélémy Toguo criou especialmente para o Próximo Futuro (2009-2011) a instalação “Liberty leading the people”, que esteve em frente ao Museu Gulbenkian durante o verão de 2010; este ano, uma das artistas convidadas pelo Próximo Futuro para criar uma peça para o jardim foi Nandipha Mntambo (Suazilândia, 1982) que criou “Casulo”, uma obra que “conjuga a relação da natureza com a do acolhimento ao visitante que se passear pelo jardim” até 30 de Setembro.
Yesterday I had a dream (2011), video-instalação de Samba Fall (Senegal, 1977)
Artistas : Georges Adéagbo (Benin, 1942); Ardmore Ceramic Art (África do Sul); Sammy Baloji (República Democrática do Congo,1978); Ursula Biemann (Suiça, 1955); Baaba Jakeh Chande (Zambia, 1971); Kudzanai Chiurai (Zimbabué, 1981); Steven Cohen (África do Sul, 1962); El Anatsui (Gana, 1944); Samba Fall (Senegal, 1977); Rotimi Fani-Kayode (Nigéria, 1955 – Reino Unido, 1989); Samuel Fosso (Camarões, 1962); Patrizia Guerresi Maïmouna (Itália, 1951); Ditte Haarløv Johnsen (Dinamarca,1977); Romuald Hazoumè (Benin, 1962); Laura Horelli (Finlândia, 1976); Pieter Hugo (África do Sul, 1976); Alfredo Jaar (Chile, 1956); Michael MacGarry (África do Sul, 1978) ; Vincent Meessen (Estados Unidos, 1971); Nandipha Mntambo (Suazilândia, 1982); Baudouin Mouanda (República do Congo, 1981); Otobong Nkanga (Nigéria, 1974); Odili Donald Odita (Nigéria,1966); Emeka Ogboh (Nigéria, 1977); Abraham Onoriode Oghobase (Nigéria, 1979); J.D. 'Okhai Ojeikere (Nigéria, 1930); Andrew Putter (África do Sul, 1965); Elina Saloranta (Finlândia, 1968); Mary Sibande (África do Sul, 1982); Barthélémy Toguo (Camarões,1967)
Em Outubro há mais fotografia para ver na Guatemala: 9.ª edição do Festival "Foto 30", dedicada ao conceito de "Nação".
La agenda de Foto30 contempla la realización de más de 35 actividades entre ellas, al menos 25 exposiciones y lo más significativo, la participación de más de 70 creadores exponiendo su obra en 27 salas, entre galerías, museos, instituciones binacionales, centros culturales, espacios independientes y alternativos en la ciudad de Guatemala, Antigua Guatemala, San Marcos y Quetzaltenango. Creadores y gestores culturales ponen a disposición un grupo de espacios expositivos, ofreciendo así una vista panorámica y diversa sobre lo que puede significar e implicar el concepto de “Nación”, tema elegido para la presente edición.
It is with great sadness that ENCATC acknowledges that Dragan Klaic, former director of Theater Instituut Nederland and past president of Culture Action Europe (then EFAH), passed away in Amsterdam on Thursday 25 August.
Dragan Klaic was a talented theater scholar and an internationally recognised cultural analyst. He was a source of inspiration to so many of us in the cultural sector who relied on his dynamism, his expertise and his innovative spirit in advancing the debate on cultural policy and cultural management.
Born in Serbia in 1950, Dragan was a real cosmopolitan. Educated in dramaturgy in Belgrade, he held a doctorate in theater history and dramatic criticism from Yale University, and obtained professorships in several institutions across Europe and in the US. In addition to his involvement in countless cultural initiatives, the vast number of books he published remain an invaluable legacy of his important contribution to the cultural policy sector and a crucial source of knowledge for many future cultural managers. His challenging opinions, contagious motivation and uncompromising dedication will be sorely missed by ENCATC members who valued Dragan as a key player in the cultural field.
An open memorial gathering will take place in Felix Meritis, Amsterdam, on Sunday 4 September at noon.
Em qualquer lugar do mundo, numa tentadora monocultura global, assistimos a uma acelerada uniformização dos hábitos, gostos e culturas, em que as experiências do quotidiano se tornam cada vez mais indiferenciadas. Entre a memória e o quotidiano, vinte realizadores foram convidados a escolher um aspecto singular da sua vivência e a realizar um filme de 5 minutos, através do qual procuram reflectir sobre a miscigenação da nossa ‘cultura global’.
O presente que veio de longe, Tiago Hespanha, Portugal
Tsutsumu, Masaki Karatsu, Japão
Eu não sei dizer o nome dela, Felipe Bragança, Brasil
Monumento, Donigan Cumming, Canadá
Namban Japan, André Godinho, Portugal
La Cucaracha, Afra Mejía, México
Gravata "à là Croate", Dan Oki, Croácia
Ping Pong, Yang Heng, China
A Burqa Vermelha, Roxana Pope, Inglaterra/Irão
As Almas de Metal dos Nossos Ancestrais, Svetlana & Zoran Popovic, Sérvia
Mohamed, Postal N.º 106, Bruno Ulmer, França
Ancestral e Moderno, Rui Xavier, Portugal
A Tendência deste Outono, Kim Jong-Kwan, Coreia
Hihokan, Kenji Murakami, Japão
Jogo Limpo, Ricardo Iscar, Espanha
Fixado em Vidro, Samba Félix Ndiaye, Senegal
Rede de Dormir, Marco Dutra, Brasil
Bandoneon, Sebastien Schindel, Argentina
O código da vida de A. Montrond, Margarida Cardoso, Portugal
Traje das Mulheres Herero, Vincent Moloi, África do Sul
Inaugura hoje em Santo Domingo (República Dominicana), às 19h locais, a exposição "Global Caribbean: Caribbean Trilogy", com trabalhos dos artistas Edouard Duval-Carrié, José Bedia e José García Cordero.
La selección proclama la renovación y ascendencia del arte caribeño através de tres reconocidos artistas que en la actualidad forman parte de importantes colecciones públicas y privadas en todo el mundo.
Curada por Edouard Duval-Carrié y Lyle O Reitzel, las obras seleccionadas son el reflejo de tres expresiones distintas y complementarias que proclaman la renovación y ascendencia del arte caribeño a través de tres reconocidos artistas que en la actualidad forman parte de importantes colecciones públicas y privadas en todo el mundo. Tres propuestas estéticas vinculadas entre sí ideológicamente por la radicalidad un discurso comprometidamente identitario.
Para continuar a ler, através da plataforma cultural ibero-americana Hipermedula.
The Centre for Contemporary Art, Lagos presents Moments of Beauty, a groundbreaking exhibition of work by the Nigerian artist J.D. 'Okhai Ojeikere. Occasionally elegiac, but invariably elegant, the photographs in this exhibition reflect what the artist deems as "moments of beauty," referring to the ebullience of Nigerian life engendered by independence and decolonisation.
The exhibition highlights the breadth and depth of Ojeikere's practice, chronicling his experiences as a visual artist and commercial photographer by presenting works that cover a range of subjects including architecture, education, fashion, social life and cultural festivals. This first comprehensive survey of Ojeikere's work to date, with over 150 works, marks the beginning of rigorous scholarship and engagement with the artist's practice, which spans more than half of a century. As such Moments of Beauty provides in-depth perspectives to the practice of an artist whose formidable archive has become an important anthropological, ethnographic, and artistic treasure.