Logótipo Próximo Futuro

Em preparação

A ser preparada há vários meses, Present Tense é a exposição de fotografia que ocupará a galeria do piso 01 em Lisboa a partir de 21 de Junho, e que depois seguirá para Paris.

António Pinto Ribeiro, curador da mostra, propõe uma reflexão sobre a contemporaneidade do sul da África e sobre a prática fotográfica naquela região. Délio Jasse, Dillon Marsh, Filipe Branquinho, Guy Tillim, Jo Ractliffe, Kiluanji Kia Henda, Mack Magagane, Malala Andrialavidrazana, Mauro Pinto, Paul Samuels, Pieter Hugo, Sabelo Mlangeni, Sammy Baloji e Tsvangirayi Mukwazhi são os fotógrafos convidados, alguns deles trazendo series produzidas especificamente para o Póximo Futuro.

"Independentemente dos géneros – retrato, paisagem documento, fotojornalismo – são as fotografias sobre o “Present Tense” que queremos mostrar e, este conceito de “Present Tense”, engloba também a tensão entre as linguagens, a opção pela cor ou pelo preto e branco e o detalhe divergindo do panorâmico."

Há mais informações aqui

PROCHAIN FUTUR: "Nollywood" à Paris

© Pieter Hugo, “Chris Nkulo and Patience Umeh. Enugu, Nigéria”, 2008

(da série "Nollywood"). Cortesia STEVENSON, Cidade do Cabo e Yossi Milo, Nova Iorque 

Hoje é dia das "Grandes LIÇÕES" em Paris (no Théâtre de la Ville), no final das quais, às 19h00, inaugurará a exposição "Nollywood", do reconhecido fotógrafo Pieter Hugo, recentemente galardoado com o mais importante prémio dos Encontros Fotográficos de Bamako ("Prix Seydou Keïta").

A exposição é organizada pelo Programa Gulbenkian Próximo Futuro/Prochain Futur em parceria com o Programa Gulbenkian de Ajuda ao Desenvolvimento e co-produção com o Théâtre de La Ville de Paris. Tem a curadoria de António Pinto Ribeiro e de Federica Angelucci, estando em exibição no Théâtre de la Ville de Paris até 30 de Dezembro de 2011.

Nollywood 

 Na série de fotografias intitulada “Nollywood”, Pieter Hugo confronta o papel do fotógrafo no domínio onde interagem a ficção e a realidade. “Nollywood” é considerada a terceira maior indústria cinematográfica do mundo, lançando perto de 1000 filmes por ano para o mercado de home vídeo. Tal abundância é possível devido ao facto de os filmes serem realizados em condições que assustariam a maioria dos realizadores independentes ocidentais. Os filmes são produzidos e comercializados em apenas uma semana: equipamentos de baixo custo, guiões muito básicos, actores escolhidos no próprio dia da filmagem, locais de filmagem da ’vida real’.

Em África, os filmes de “Nollywood” são um raro exemplo de auto-representação nos meios de comunicação social. A rica tradição de narração de histórias do continente, comunicada de forma abundante através da ficção oral e escrita, é transmitida, pela primeira vez, através dos meios de comunicação social. As histórias na tela reflectem e apelam às vivências do público: os protagonistas são actores locais; os enredos confrontam o espectador com situações familiares de romance, comédia, bruxaria, corrupção, prostituição. A narrativa é exageradamente dramática, sem finais felizes, trágica. A estética é ruidosa, violenta, excessiva; nada se diz, tudo se grita.

Nas suas viagens pela África Ocidental, Hugo tem-se intrigado por este estilo distinto de construção de um mundo ficcional onde se entrelaçam elementos do quotidiano e do irreal. Ao pedir a uma equipa de actores e assistentes para recriar mitos e símbolos de “Nollywood” tal como se estivessem em sets de filmagem, Hugo iniciou a criação de uma realidade verosímil. A sua visão da interpretação do mundo pela indústria cinematográfica resulta numa galeria de imagens alucinatórias e inquietantes.

A série de fotografias retrata situações claramente surreais mas que podiam ser reais num set de filmagens; para além disso, estas estão enraizadas no imaginário simbólico local. Os limites entre documentário e ficção tornam-se bastante fluidos e somos deixados a pensar se as nossas percepções do mundo real são de facto verdadeiras.

Federica Angelucci

Pieter Hugo nasceu em 1976 e cresceu na Cidade do Cabo, onde continua a residir. As suas participações em exposições colectivas actuais e futuras incluem “Urban Lives”,na Shoshana Wayne Gallery (Califórnia), “All Cannibals”, na Collectors Room (Berlim), “ARS 11”, no Kiasma Museum of Contemporary Art (Helsínquia), Mannheim Photo Festival (Alemanha) e “The Global Contemporary: Art worlds after 1989”, no ZKM Center for Art and Media (Karlsruhe). As suas mais recentes exposições individuais decorreram no Institute of Modern Art (Brisbane, 2010), na Yossi Milo Gallery (Nova Iorque, 2010), no Le Chateau d'Eau em Toulouse (França, 2010), no Australian Centre for Photography (Sydney, 2009) e no Foam Fotografiemuseum (Amesterdão, 2008). As suas participações em exposições colectivas incluem “The Endless Renaissance”, no Bass Museum of Art, em Miami Beach (Florida, 2009), “Street & Studio: An urban history of photography”, no Tate Modern (Londres, 2008), “An Atlas of Events”, na Fundação Calouste Gulbenkian (Lisboa, 2007) e a 27ª Bienal de São Paulo (Brasil, 2006). Foi galardoado com o primeiro prémio na categoria de Retratos no concurso da World Press Photo (2006) e ganhou o Prémio Standard Bank para o Melhor Jovem Artista Plástico (2007). Em 2008, foi galardoado com o Prémio KLM Paul Huf e com o Prémio Descoberta 2011, no Festival de Fotografia Rencontres d’Arles, em França. Em 2011 recebeu o grande "Prix Seydou Keïta" dos 'Encontros de Bamako', a mais importante bienal de fotografia africana.

Mais informações no site do Próximo Futuro e/ou através do email [email protected]

PROCHAIN FUTUR: Grandes Leçons et Pieter Hugo à Paris

© Pieter Hugo, “Emeka Onu. Enugu, Nigéria”, 2008 (da série "Nollywood").

Cortesia STEVENSON, Cidade do Cabo e Yossi Milo, Nova Iorque 

Amanhã, dia 18 de Novembro (6f), das 14h às 18h, repetem-se no Théâtre de la Ville de Paris as GRANDES LIÇÕES apresentadas ontem na sede da Fundação Calouste Gulbenkian pelo Programa Gulbenkian Próximo Futuro, fruto de uma co-produção que também envolve o Programa Gulbenkian de Ajuda ao Desenvolvimento, a Casa da América Latina (Lisboa), a CML, a Embaixada do Peru e a ACEP.

Às 19h, também no Théâtre de la Ville de Paris, inaugura a mais recente exposição do fotógrafo sul-africano Pieter Hugo (recém-galardoado com o grande prémio "Seydou Keïta" dos Encontros de Bamako), intitulada "Nollywood", com curadoria de António Pinto Ribeiro e Federica Angelucci.

Aproveitamos para disponibilizar todas as sinopses e biografias em francês:

GRANDES LEÇONS

GUSTAVO FRANCO

Indices du bonheur, actuel et futur, au Brésil: aspects conceptuels et déterminants économiques

Les problèmes d’ordre conceptuels inhérents aux indicateurs subjectifs du bonheur, qui ont récemment suscité une vaste production bibliographique dans le milieu académique, remontent aux origines-mêmes de la discipline. Ceci étant les progrès intervenus ces dernières années à la croisée entre économie et psychologie ainsi que le développement de ladite ‘économie expérimentale’ ont ouvert de nouvelles avenues visant l’élaboration et l’usage de ces indicateurs-là, qu’il s’agisse d’exploiter ou d’établir de nouveaux caps pour les politiques publiques. Dans le cadre de ce nouveau domaine de recherche se posent certaines questions primordiales, à savoir le rapport entre le niveau des revenus, ou plus généralement l’essor économique, et les indices du bonheur actuel et futur de divers pays. Plusieurs paradoxes existent à l’égard de ce rapport, l’un d’eux revient systématiquement dans bon nombre de recherches et concerne le résultat empirique selon lequel le progrès matériel a une influence aussi petite que restreinte lorsqu’il s’agit de définir le degré du bonheur. C’est sur cet axe qu’apparaissent les questions à propos du PIB et son taux de croissance comme étant l’objectif majeur des politiques publiques, probablement au détriment d’autres dimensions de la vie en société. Toutefois, les chiffres relatifs au Brésil suggèrent que nous fassions une lecture prudente de ces paradoxes; il serait peut-être prématuré d’abandonner les indicateurs strictement économiques de l'affluence. Bien qu’il s’agisse d’un pays émergent à revenu moyen, l’indice du bonheur actuel, mesuré de façon systématique par Gallup Poll, se situe dans le premier quart de la distribution globale et l’indice du bonheur futur du Brésil occupe le premier rang à l’échelle mondiale depuis cinq ans. Les résultats brésiliens, tout comme leurs déterminants, fournissent un excellent point de vue pour un débat plus ample sur le sens, la portée et les répercussions des indices du bonheur dans une optique de politiques publiques et des calculs qui en découlent.

Gustavo H. B. Franco est à la fois membre du Conseil d’administration de la Banque Daycoval (conseiller indépendant) et de celui de Globex Utilidades S/A. De nationalité brésilienne, il a terminé ses études universitaires, filière Economie, à la PUC – Pontifícia Universidade Católica de Rio de Janeiro en 1982, puis a enchaîné sur des 3ème cycles à l’université d’Harvard : M.A. (1985) et Ph.D (1986). Entre 1986 et 1993, il a non seulement enseigné mais encore fait de la recherche et du conseil spécialisé en questions économiques – inflation, stabilisation et économie internationale. Dans le service public, il a ensuite occupé plusieurs postes de 1993 à 1999 : au ministère des Finances en tant que secrétaire-adjoint chargé de Politique économique ; directeur aux Affaires internationales et président de la Banque centrale du Brésil. Parmi ses maintes activités, il a joué un rôle primordial dans le cadre du plan Real ; en formuler les termes, le rendre opérationnel et assurer son administration. A l’issue d’une année sabbatique (1999), il a fondé Rio Bravo Investimentos (2000), une société d’investissements qui correspond aujourd’hui à son activité principale. Il appartient aussi à plusieurs conseils d’administration et consultatifs et est régulièrement sollicité dans le but d’intervenir dans l’évènementiel d’entreprises.

BENJAMIN ARDITI

Le devenir-autre du politique: Notre futur proche s’inscrit dans le post-libéralisme et la politique virale

Je proposerais deux critères permettant de sous-tendre le devenir-autre du politique. L’un vient du fait que nous opérions d’ores et déjà dans un cadre post-libéral compte tenu du dépassement de deux piliers du libéralisme; d’abord parce que le politique va au-delà de la représentation électorale et déborde les frontières territoriales de l’Etat souverain, ensuite quoique les personnes ne se connaissent pas les unes les autres elles peuvent agir de concert sans avoir à solliciter en permanence les structures de commandement propres aux partis politiques et aux mouvements sociaux. A propos des systèmes ouverts ayant multiples points d’accès, l’image du rhizome de Deleuze montre comment penser ce genre de coordination. J’y ferai appel pour parler de la connectivité virale et de la politique virale qui se nourrissent des nouveaux média. J’examinerai ces deux indicateurs du devenir-autre du politique en évoquant brièvement une série d’insurrections, de l’argentin “Qu’ils s’en aillent tous, qu’il n’en reste aucun” à plusieurs autres mouvements qui ont vu le jour cette année-ci: les étudiants chiliens; les révoltes en cours, au Maghreb, et le M-15, en Espagne. Quel qu’en soit le dénouement, j’ai le sentiment que ces insurrections renvoient aux «médiateurs disparaissants» dont parle Fred Jameson; en quelque sorte des médiateurs qui font office de symptôme de l’émergence de notre devenir-autre. Pour terminer, je ferai une ébauche de la politique virale et chercherai à en évaluer les pour et les contre.

Benjamin Arditi est professeur d’Etudes politiques à l’université nationale autonome du Mexique (UNAM). Il a fait son doctorat de 3ème cycle à l’université d’Essex, au Royaume-Uni. Professeur près les universités Santa Catarina (Brésil), Maryland (Etats-Unis) et d’Essex (RU), il a également été invité à dispenser des cours auprès des universités d’Edimbourg et de Saint Andrews (Royaume-Uni). Au Paraguay, il est à la fois directeur de recherche au sein d’une ONG, journaliste et activiste. Après la chute de Stroessner, il y a lancé une campagne d’éducation civique à l

"Observatório de África e da América Latina": 15 de Nov. 09h30 - 17h30 (entrada livre)

©Jo Ractliffe, “Comfort Station, FAPLA base, Lobito”, 2008-2010.

Cortesia STEVENSON, Cidade do Cabo e Yossi Milo, Nova Iorque. 

Amanhã começa a nova temporada de actividades do Programa Gulbenkian Próximo Futuro, desta vez em parceria com o Programa Gulbenkian de Ajuda ao Desenvolvimento, para debater a questão da "Percepção e representação contemporâneas de África e da América Latina" através de conferências por parte de diversas personalidades, em Lisboa (Fundação Calouste Gulbenkian) e em Paris (Théâtre de la Ville), nos próximos dias 15, 16, 17 e 18 de Novembro de 2011.

A programação é consultável quer no site do Próximo Futuro e no site da Fundação Calouste Gulbenkian, incluindo ainda duas exposições individuais dos fotógrafos Roberto Huarcaya (inaugura na Galeria Palácio Galveias no próximo dia 16 de Novembro às 19h00) e Pieter Hugo (inaugura no Théâtre de la Ville de Paris a 18 de Novembro, também às 19h00).

Todos os eventos têm entrada livre, sendo que as conferências dos dias 15 e 16 de Novembro têm tradução simultânea assegurada, bem como transmissão on-line, em versão compatível com IPHONE | IPAD | Android: http://www.livestream.com/fcglive ou http://live.fccn.pt/fcg/ .

15 Terça / 09h30 - 17h30

“Observatório de África e da América Latina”

SEMINÁRIO

Edifício-sede da Fundação Calouste Gulbenkian (Lisboa), Aud. 3

Entrada livre

Primeira apresentação do “Observatório de África e da América Latina”, resultante dos workshops de investigação que o Programa Gulbenkian Próximo Futuro concretizou desde 2009, no qual serão proferidas comunicações de investigadores ligados a universidades, centros de pesquisa e organizações não-governamentais.

Fruto da parceria com o Théâtre de La Ville de Paris, este modelo de seminário será concretizado no dia 17 de Novembro, na capital francesa, com investigadores aí radicados.

Oradores/investigadores:

[09h30]

Luísa Veloso (CIES, IUL)

Magdalena López (CEC, FLUL)

Ana Sécio (FCH/UCP)

António Pinto Ribeiro (PGPF, UCP)

Moderadora: Fátima Proença (ACEP)

[14h30]

Fátima Proença (ACEP)

Frederico Duarte (FBAUL)

Alexandre Abreu (CEsA, ISEG/UTL)

Sofiane Hadjadj (Éditions Barzakh, Argélia)

Moderador: António Pinto Ribeiro (PGPF)

16 Quarta / 10h00 - 18h00

“Percepção e representação contemporâneas de África e da América Latina”

LIÇÕES PRÓXIMO FUTURO

Edifício-sede da Fundação Calouste Gulbenkian (Lisboa), Aud. 2

Entrada livre

Ciclo de conferências do Programa Gulbenkian Próximo Futuro, co-produzido com o Programa Gulbenkian de Ajuda ao Desenvolvimento e o Théâtre de La Ville de Paris, onde as Lições serão proferidas no dia 18 de Novembro.

10h00 - Abertura, Emílio Rui Vilar, Presidente, Fundação Calouste Gulbenkian

Gustavo Franco (Brasil)

Benjamin Arditi (México/Paraguai)

Moderador: António Pinto Ribeiro (PGPF)

[Pausa para almoço: 12h45 - 14h30]

Serge Michailof (França)

Elikia M’Bokolo (República Democrática do Congo/França)

Moderador: João Gomes Cravinho, Embaixador da UE em Nova Deli

Mais informações: [email protected]

Pieter Hugo é o grande vencedor do "Prémio Seydou Keïta"

© Pieter Hugo, “Emeka Onu. Enugu, Nigéria”, 2008 (da série "Nollywood").

Cortesia STEVENSON, Cidade do Cabo e Yossi Milo, Nova Iorque 

O jovem fotógrafo sul-africano Pieter Hugo (n. 1976, Joanesburgo) foi o grande vencedor do mais importante prémio de fotografia africana - o "Prix Seydou Keïta" - atribuído pelos "Rencontres de Bamako", na edição actualmente em exibição (no Mali, até 1 de Janeiro 2012).

Pieter Hugo foi um dos talentos destacados pela exposição "Um Atlas de Acontecimentos", ainda em 2007 (no âmbito do Fórum Cultural "O Estado do Mundo") e assinou a primeira capa do Jornal "Próximo Futuro", em Abril de 2009.

No próximo dia 18 de Novembro, às 19h, inaugurará no Théâtre de la Ville a sua mais recente exposição individual, enquadrada nas actividades do Programa Gulbenkian Próximo Futuro em Paris. Fruto de uma parceria com o Théâtre de la Ville e em co-produção com o Programa Gulbenkian de Ajuda ao Desenvolvimento, esta mostra fotográfica é dedicada ao fenómeno "Nollywood" e tem a curadoria de Federica Angelucci e de António Pinto Ribeiro.

Mais informações no site do Próximo Futuro e/ou através do email [email protected]

exposições em LISBOA e PARIS: 16 e 18 de Novembro!

ROBERTO HUARCAYA, "Alessandro. Chorrillos

(da série 'Recreación Pictórica', 2009-2011)".

EXPOSIÇÕES *  LISBOA - PARIS

É também no âmbito das actividades PRÓXIMO FUTURO de Novembro (produzidas em colaboração com o Programa Gulbenkian de Ajuda ao Desenvolvimento) que, paralelamente à realização da 1.ª apresentação do Observatório de África e da América Latina e à 3.ª parte do ciclo das grandes Lições, inauguram duas exposições de fotografia relacionadas com a "percepção e representação contemporâneas de África e da América Latina" (tema geral das conferências que serão apresentadas em Novembro).

Ligando as cidades de Lisboa e Paris através de parcerias entre a Fundação Calouste Gulbenkian, a Casa da América Latina (Lisboa) e o Théâtre de la Ville (Paris), estas iniciativas contam ainda com o apoio da ACEP, Câmara Municipal de Lisboa e Embaixada do Peru.

No dia 16 de Novembro, em Lisboa, precisamente na sequência das grandes Lições PRÓXIMO FUTURO (Aud. 2 da FCG), inaugura às 19h00, no Palácio Galveias, a exposição do fotógrafo peruano Roberto Huarcaya, intitulada "Subtil Violência".

Com a curadoria de António Pinto Ribeiro, a proposta de Huarcaya resulta de um projecto de investigação em torno das representações visuais alusivas à construção da comunidade histórica peruana, partindo de referências locais no sentido de expandir a sua leitura e as suas influências ao nível nacional, regional, continental e, finalmente, global. “Propostas que nos vão dando pistas, informação sobre diversas coordenadas temporais, espaciais e formais, sobre este lentíssimo processo de misturas, desenvolvimento e tensão, de mudanças constantes, que levam o país a transitar, de um modo disperso, para esse propósito de se constituir como nação” (Roberto Huarcaya).

No dia 18 de Novembro, em Paris, desta vez na sequência da apresentação das grandes Lições no Théâtre de la Ville, inaugura no mesmo espaço, às 19h00, a exposição do fotógrafo sul-africano Pieter Hugo, dedicada ao fenómeno "Nollywood".

Nollywood 

 

Na série de fotografias intitulada “Nollywood”, Pieter Hugo confronta o papel do fotógrafo no domínio onde interagem a ficção e a realidade. “Nollywood” é considerada a terceira maior indústria cinematográfica do mundo, lançando perto de 1000 filmes por ano para o mercado de home vídeo. Tal abundância é possível devido ao facto de os filmes serem realizados em condições que assustariam a maioria dos realizadores independentes ocidentais. Os filmes são produzidos e comercializados em apenas uma semana: equipamentos de baixo custo, guiões muito básicos, actores escolhidos no próprio dia da filmagem, locais de filmagem da ’vida real’.

Em África, os filmes de “Nollywood” são um raro exemplo de auto-representação nos meios de comunicação social. A rica tradição de narração de histórias do continente, comunicada de forma abundante através da ficção oral e escrita, é transmitida, pela primeira vez, através dos meios de comunicação social. As histórias na tela reflectem e apelam às vivências do público: os protagonistas são actores locais; os enredos confrontam o espectador com situações familiares de romance, comédia, bruxaria, corrupção, prostituição. A narrativa é exageradamente dramática, sem finais felizes, trágica. A estética é ruidosa, violenta, excessiva; nada se diz, tudo se grita.

Nas suas viagens pela África Ocidental, Hugo tem-se intrigado por este estilo distinto de construção de um mundo ficcional onde se entrelaçam elementos do quotidiano e do irreal. Ao pedir a uma equipa de actores e assistentes para recriar mitos e símbolos de “Nollywood” tal como se estivessem em sets de filmagem, Hugo iniciou a criação de uma realidade verosímil. A sua visão da interpretação do mundo pela indústria cinematográfica resulta numa galeria de imagens alucinatórias e inquietantes.

A série de fotografias retrata situações claramente surreais mas que podiam ser reais num set de filmagens; para além disso, estas estão enraizadas no imaginário simbólico local. Os limites entre documentário e ficção tornam-se bastante fluidos e somos deixados a pensar se as nossas percepções do mundo real são de facto verdadeiras.

 

Federica Angelucci

Mais informações no site do Próximo Futuro e/ou através do email [email protected]

save the date: 15 e 16 de Novembro (Lisboa)

O Jornal PRÓXIMO FUTURO N.º 8 já está no prelo! A capa é da artista americana de origem sul-africana Ayana V. Jackson (n. 1977), que participou nos Encontros Fotográficos de Bamako que estiveram expostos na Gulbenkian (em Lisboa) até Agosto passado, no âmbito do Programa PRÓXIMO FUTURO.

PROGRAMA GULBENKIAN PRÓXIMO FUTURO – NOVEMBRO 2011

Em parceria com o PROGRAMA GULBENKIAN DE AJUDA AO DESENVOLVIMENTO, co-produzido com o THÉÂTRE DE LA VILLE (Paris) e a Casa da América Latina (Lisboa), com o apoio da CML e da Embaixada do Peru.

CONFERÊNCIAS LISBOA - PARIS

15 Terça / 09h30 - 17h30

“Observatório de África e da América Latina”

SEMINÁRIO

Edifício-sede da Fundação Calouste Gulbenkian (Lisboa), Aud. 3

Entrada livre

Oradores/investigadores: Alexandre Abreu (CEAD, ISEG/UTL), Ana Sécio (FCH/UCP), António Pinto Ribeiro (PGPF, UCP), Fátima Proença (ACEP), Frederico Duarte (FBAUL), Luísa Veloso (CIES, IUL), Magdalena López (CEC, FLUL), Sofiane Hadjadj (Éditions Barzakh, Argélia)

Primeira apresentação do “Observatório de África e da América Latina”, resultante dos workshops de investigação que o Programa Gulbenkian Próximo Futuro concretizou desde 2009, no qual serão proferidas comunicações de investigadores ligados a universidades, centros de pesquisa e organizações não-governamentais.

Fruto da parceria com o Théâtre de La Ville de Paris, este modelo de seminário será concretizado no dia 17 de Novembro, na capital francesa com investigadores aí radicados.

16 Quarta / 10h00 - 18h00

“Percepção e representação contemporâneas de África e da América Latina”

LIÇÕES PRÓXIMO FUTURO

Edifício-sede da Fundação Calouste Gulbenkian (Lisboa), Aud. 2

Entrada livre

Conferencistas: Gustavo Franco (Brasil), Benjamin Arditi (México/Paraguai), Serge Michailof (França), Elikia M’Bokolo (República Democrática do Congo/França)

Ciclo de conferências do Programa Gulbenkian Próximo Futuro, co-produzido com o Programa Gulbenkian de Ajuda ao Desenvolvimento e o Théâtre de La Ville de Paris, onde as Lições serão proferidas no dia 18 de Novembro.

EXPOSIÇÕES LISBOA - PARIS

  

16 Quarta / 19h00 (inauguração)

“Subtil Violência”, de Roberto Huarcaya

Curadoria: António Pinto Ribeiro

Palácio Galveias

Horário: Ter a Sex 10h-19h; Sáb, Dom 14h-19h

Entrada livre

18 Sexta / 19h00 (inauguração)

“Nollywood”, de Pieter Hugo

Co-curadoria: Federica Angelucci e António Pinto Ribeiro

Théâtre de La Ville, PARIS

 

Mais informações no site do Próximo Futuro e/ou através do email [email protected]

"Changes your perception of Africa and contemporary art"

Climbing down (2005/2011), de Barthélémy Toguo (Camarões, 1967)

Ao fundo as fotografias African spirits (2008) de Samuel Fosso (Camarões, 1962)

Ars 11- Changes your perception of Africa and contemporary art é o título da exposição que até final de Novembro pode ser visitada no Kiasma – Museu de Arte Contemporânea, em Helsínquia. São cerca de 300 peças – instalações, vídeos, fotografia -, algumas das quais criadas especialmente para esta exposição pelos 30 artistas convidados, onde se encontram alguns que nasceram, vivem e trabalham em África, outros que fazem parte da Diáspora e ainda outros que não tendo raízes africanas, desenvolveram com o continente algum tipo de relação. Embora todos os trabalhos apresentem uma ligação directa com África, os temas que abordam extravasam as suas fronteiras e são universais: migrações, sustentabilidade ambiental, vida nas cidades. Por outro lado, a memória e o modo como a história do seu passado colonial influenciam e condicionam o presente do continente e dos seus habitantes são igualmente abordados por alguns artistas. Paralelamente à exposição no Kiasma, decorrem em Helsínquia outras manifestações artísticas e Ars 11 estende-se ainda a outros espaços expositivos na Finlândia, fazendo parte da programação de Turku como Capital Europeia da Cultura de 2011, e na Suécia.

Três dos artistas de Ars 11 expuseram já em Lisboa nos últimos anos: algumas das fotografias da série “Hyena man” do sul-africano Pieter Hugo fizeram parte da exposição Um Atlas de Acontecimentos, realizada no âmbito do Programa Estado do Mundo (2006-2007); o camaronês Barthélémy Toguo criou especialmente para o Próximo Futuro (2009-2011) a instalação “Liberty leading the people”, que esteve em frente ao Museu Gulbenkian durante o verão de 2010; este ano, uma das artistas convidadas pelo Próximo Futuro para criar uma peça para o jardim foi Nandipha Mntambo (Suazilândia, 1982) que criou “Casulo”, uma obra que “conjuga a relação da natureza com a do acolhimento ao visitante que se passear pelo jardim” até 30 de Setembro.

Yesterday I had a dream (2011), video-instalação de Samba Fall (Senegal, 1977)

Artistas : Georges Adéagbo (Benin, 1942); Ardmore Ceramic Art (África do Sul); Sammy Baloji (República Democrática do Congo,1978); Ursula Biemann (Suiça, 1955); Baaba Jakeh Chande (Zambia, 1971); Kudzanai Chiurai (Zimbabué, 1981); Steven Cohen (África do Sul, 1962); El Anatsui (Gana, 1944); Samba Fall (Senegal, 1977); Rotimi Fani-Kayode (Nigéria, 1955 – Reino Unido, 1989); Samuel Fosso (Camarões, 1962);  Patrizia Guerresi Maïmouna (Itália, 1951); Ditte Haarløv Johnsen (Dinamarca,1977); Romuald Hazoumè (Benin, 1962); Laura Horelli (Finlândia, 1976); Pieter Hugo (África do Sul, 1976); Alfredo Jaar (Chile, 1956); Michael MacGarry (África do Sul, 1978) ; Vincent Meessen (Estados Unidos, 1971); Nandipha Mntambo (Suazilândia, 1982); Baudouin Mouanda (República do Congo, 1981); Otobong Nkanga (Nigéria, 1974); Odili Donald Odita (Nigéria,1966); Emeka Ogboh (Nigéria, 1977); Abraham Onoriode Oghobase (Nigéria, 1979); J.D. 'Okhai Ojeikere (Nigéria, 1930); Andrew Putter (África do Sul, 1965); Elina Saloranta (Finlândia, 1968); Mary Sibande (África do Sul, 1982); Barthélémy Toguo (Camarões,1967)

Para mais informações ver aqui.

Texto e fotos de Ana Barata