Logótipo Próximo Futuro

"Changes your perception of Africa and contemporary art"

Climbing down (2005/2011), de Barthélémy Toguo (Camarões, 1967)

Ao fundo as fotografias African spirits (2008) de Samuel Fosso (Camarões, 1962)

Ars 11- Changes your perception of Africa and contemporary art é o título da exposição que até final de Novembro pode ser visitada no Kiasma – Museu de Arte Contemporânea, em Helsínquia. São cerca de 300 peças – instalações, vídeos, fotografia -, algumas das quais criadas especialmente para esta exposição pelos 30 artistas convidados, onde se encontram alguns que nasceram, vivem e trabalham em África, outros que fazem parte da Diáspora e ainda outros que não tendo raízes africanas, desenvolveram com o continente algum tipo de relação. Embora todos os trabalhos apresentem uma ligação directa com África, os temas que abordam extravasam as suas fronteiras e são universais: migrações, sustentabilidade ambiental, vida nas cidades. Por outro lado, a memória e o modo como a história do seu passado colonial influenciam e condicionam o presente do continente e dos seus habitantes são igualmente abordados por alguns artistas. Paralelamente à exposição no Kiasma, decorrem em Helsínquia outras manifestações artísticas e Ars 11 estende-se ainda a outros espaços expositivos na Finlândia, fazendo parte da programação de Turku como Capital Europeia da Cultura de 2011, e na Suécia.

Três dos artistas de Ars 11 expuseram já em Lisboa nos últimos anos: algumas das fotografias da série “Hyena man” do sul-africano Pieter Hugo fizeram parte da exposição Um Atlas de Acontecimentos, realizada no âmbito do Programa Estado do Mundo (2006-2007); o camaronês Barthélémy Toguo criou especialmente para o Próximo Futuro (2009-2011) a instalação “Liberty leading the people”, que esteve em frente ao Museu Gulbenkian durante o verão de 2010; este ano, uma das artistas convidadas pelo Próximo Futuro para criar uma peça para o jardim foi Nandipha Mntambo (Suazilândia, 1982) que criou “Casulo”, uma obra que “conjuga a relação da natureza com a do acolhimento ao visitante que se passear pelo jardim” até 30 de Setembro.

Yesterday I had a dream (2011), video-instalação de Samba Fall (Senegal, 1977)

Artistas : Georges Adéagbo (Benin, 1942); Ardmore Ceramic Art (África do Sul); Sammy Baloji (República Democrática do Congo,1978); Ursula Biemann (Suiça, 1955); Baaba Jakeh Chande (Zambia, 1971); Kudzanai Chiurai (Zimbabué, 1981); Steven Cohen (África do Sul, 1962); El Anatsui (Gana, 1944); Samba Fall (Senegal, 1977); Rotimi Fani-Kayode (Nigéria, 1955 – Reino Unido, 1989); Samuel Fosso (Camarões, 1962);  Patrizia Guerresi Maïmouna (Itália, 1951); Ditte Haarløv Johnsen (Dinamarca,1977); Romuald Hazoumè (Benin, 1962); Laura Horelli (Finlândia, 1976); Pieter Hugo (África do Sul, 1976); Alfredo Jaar (Chile, 1956); Michael MacGarry (África do Sul, 1978) ; Vincent Meessen (Estados Unidos, 1971); Nandipha Mntambo (Suazilândia, 1982); Baudouin Mouanda (República do Congo, 1981); Otobong Nkanga (Nigéria, 1974); Odili Donald Odita (Nigéria,1966); Emeka Ogboh (Nigéria, 1977); Abraham Onoriode Oghobase (Nigéria, 1979); J.D. 'Okhai Ojeikere (Nigéria, 1930); Andrew Putter (África do Sul, 1965); Elina Saloranta (Finlândia, 1968); Mary Sibande (África do Sul, 1982); Barthélémy Toguo (Camarões,1967)

Para mais informações ver aqui.

Texto e fotos de Ana Barata

Abidjan, Je t'aime

Publicado1 Fev 2010

Etiquetas abidjan África barthélémy toguo costa do marfim


Par Barthélémy Toguo
Plus grande ville d'Afrique francophone, Abidjan est peu à peu saturée par des vagues de populations pauvres des pays frontaliers attirées par son essor économique et sa prospérité. Ces migrateurs s'installent au nord de l’agglomération dans les baraquements précaires d’Abobo, Attécoubé ou Yopougon, germes d'insalubrité et d’insécurité. Au sud, les quartiers de Koumassi, Port Bouët ou Treichville, s'industrialisent au galop et deviennent des zones-résidentielles. La journée à Abidjan est comparable à celle de toutes les mégapoles africaines, on y vit au rythme endiablé du bruit, de la ruche du secteur informel qui survit ici : petits marchands d'eau, de cigarettes, de beignets, cireurs de chaussures, taxis "woro-woro" ou "gbaka"... Le centre ville du "Plateau", ses grands hôtels et son architecture moderniste surplombent la Lagune Ebrié ; ils abritent le cœur financier et constituent le pivot des affaires. À la tombée de la nuit, deux pôles d'attractions s'animent de toutes les musiques et des lumières clignotantes de néons multicolores. Au sud d’abord, Marcory, le quartier aux 1000 Maquis où l'on se restaure pour quelques sous, où on vit à 100 à l'heure, où on danse au rythme du "coupé décalé", du Zouglou et du Gnakpa. Au nord, Yopougon ou "Yop City", notoire pour sa rue Princesse, bordée de boîtes de nuit, de bars, de dancings en effervescence... Chaque soir elle vibre jusqu'à l’aube, c’est l’une des rues les plus brûlantes d'Afrique.
Abidjan ? C’est la cité aux mille visages qui nous emporte dans tous les mondes, affairés, cossus, noceurs ou interlopes ; elle sombre aussi dans la violence des crimes et d’une foule de délits, de tous les trafics, de drogues ravageuses qui prolifèrent aux carrefours de Koumassi, dans les ruelles d’Abobo et sur les trottoirs d’Adjamé. "Abidjan, je t’aime "