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Evocações da arte performática (2010 - 2013)

Publicado30 Jan 2013

Etiquetas Artes Instituto Inhumas publicação artes performativas

Evocações da arte performática (2010 - 2013) é uma publicação impressa trienal produzida pelo Instituto das Artes de Inhumas. Este projeto fornece uma documentação sobre a arte da performance nos países de língua portuguesa (Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe, Timor Leste), tendendo a difundir os trabalhos de artistas individuais / grupos. O prazo de inscrição para integrar o livro Evocações da arte performática (2010 - 2013) decorrerá até o dia 31 de Dezembro de 2013. O livro será lançado em 2014.

"Inhumas, cidade serena do interior do estado de GO, é um lugar estratégico escolhido para investir um sério laboratório de pesquisa aprofundada em artes, sob a finalidade de desvencilhar o foco mais óbvio ditado pelos mesmos amplos núcleos artísticos que estão situados no sudeste brasileiro. A estratégia, a partir da construção deste instituto, foi justamente buscar o isolamento com relação a estes polos, sob a finalidade de procurar novos horizontes em ambientes pueris para consolidar um possante grupo de pesquisa em arte, com foco num treino rigoroso, sob a ânsia de obter o aprofundamento da qualidade técnica através de intensos processos de criação."
Mais sobre o Instituto e a publicação aqui

"LE CORPS DÉCOUVERT"

L’IMA présente, du 27 mars au 15 juillet 2012, une grande exposition d’art moderne et contemporain sur le thème de la représentation du corps et du nu dans les arts visuels arabes. La représentation du corps dans les arts visuels arabes constitue une matière jusqu’ici ignorée, une sorte de terra incognita pour le moins inexplorée. On aurait ainsi pu s’attendre à ce que ces représentations n’existent pratiquement pas dans la peinture arabe ; or, à travers le corps, c’est tout un pan méconnu d’une riche iconographie qui vient à se découvrir.

C’est à cette quête et à cette découverte tout à la fois, que sera convié le public d’une exposition pleine de surprises, Le Corps Découvert. Cette exposition a pour ambition de rassembler, sur deux étages, une large sélection d’oeuvres et de médiums permettant d’aborder cette question de manière synchronique et diachronique à la fois.

De la même manière qu’il s’est pris naguère d’un intérêt soudain pour les artistes chinois ou les artistes indiens, le monde de l’art s’est récemment tourné vers les créateurs arabes. L’Institut du monde arabe, organisateur depuis vingt-cinq ans qu’il existe, de plus d’une centaine d’expositions d’artistes arabes ne peut, bien sûr, que se féliciter d’un engouement auquel il ne se sent certes pas étranger.

Avec Le Corps Découvert, l’IMA entend présenter à son public, une exposition qui, à travers ce thème ample, complexe et fondamental à la fois, embrasse tout un siècle de peinture arabe ou, plus exactement, de pratique des arts plastiques. Car lorsque l’on parle ici de peinture, on entend le mot dans l'acception européenne ou occidentale du mot, bien évidemment, c'est-à-dire, selon celle qui est désormais reçue sur la scène internationale, à présent mondialisée.

LE CORPS DÉCOUVERT, Institut du Monde Arabe

L’IMA prend la nudité à bras «le Corps»

On n’est pas absolument sûr que se foutre à poil soit le signe de la modernité universelle, ni que l’art doive prioritairement être «engagé contre le fondamentalisme» avec des paroles plutôt qu’en changeant la musique, mais on trouve quelques œuvres stimulantes à l’expo «le Corps découvert» à l’Institut du monde arabe, à Paris. Dont ce Ping-Pong de 2009 (photo), installation vidéo d’Adel Abidin, Irakien vivant en Finlande (pays qu’il représentait à la Biennale de Venise 2007). On y voit deux pongistes smashant au-dessus d’une femme nue, dont la peau cinglée par les balles se tavèle de façon hallucinante. A noter aussi, Ghada Amer et The Large Black Painting (2001), couture répétitive de femmes dont on distingue à peine la nudité, cuisses écartées.

Continuar a ler no Libération.

"As vossas relações sociais (também) acontecem na base de desigualdades!"

Publicado22 Mar 2012

Etiquetas artes performativas brasil moçambique teatro

No dia em que quatro mulheres negras brasileiras – lindas, talentosas, inteligentes e corajosas – decidiram lutar pela sua identidade cultural (a de ser negro), uma nova esperança em relação ao respeito pelos valores da igualdade, fraternidade e solidariedade entre os Homens foi relançada na sociedade. No entanto, enquanto as desigualdades que caracterizam as nossas sociedades não reduzirem, é urgente lançar no solo a semente da igualdade sem ansiar os frutos. O Homem perverteu o mundo...

Ao desencadear um enorme movimento cultural votado à consciencialização social do negro em relação às suas origens, a sua cultura e tradição, no Brasil, Adriana Paixão, Priscila Preta, Débora Marçal e Flávia Rosa ? as quatro mulheres que há cerca de cinco anos fundaram a Capulanas ? Companhia de Arte Negra – não devem passar despercebidas em nenhum lugar.

As causas que norteiam as suas acções e discursos políticos, no contexto sociocultural, são nobres. Elas sublimam o ser negro. E não o fazem por mero acaso, senão leiamos:“A nossa sociedade foi construída sob os alicerces da escravidão. Tomando como base esse princípio, toda a nossa construção social foi sendo erguida em cima de um pensamento racista”, conta Priscila Preta quando interrogada sobre as razões que fazem com que a comunidade negra, no Brasil, sempre aparece como sendo aquela que luta constantemente pelos seus direitos.

Conitnuar a ler em A Verdade Online.

Capulanas - Companhia de Arte Negra

Bolsa de mobilidade artística 2012

Bolsa de mobilidade artística "Guimarães 2012 - Capital Europeia da Cultura", em parceria com Roberto Cimetta Fund

Tendo em vista a preparação de Guimarães 2012 Capital Europeia da Cultura, a Fundação Cidade de Guimarães e o Roberto Cimetta Fund (RCF)  abriram uma bolsa de mobilidade artística para apoiar o intercâmbio cultural entre a cidade de Guimarães (Portugal) e a região Euro-Árabe.

Se é artista ou agente cultural e deseja deslocar-se a Guimarães, ou se está em Guimarães a preparar um projecto de intercâmbio artístico e pretende participar numa residência, num workshop, num encontro de profissionais, num seminário ou conferência, então pode concorrer a esta bolsa para cobrir as despesas de deslocação e de autorização de permanência no local de destino, desde que as deslocações ocorram após o início das candidaturas (1 de Setembro).

No processo de selecção, será dada prioridade a candidaturas no âmbito das seguintes áreas artísticas: música, artes performativas, cinema, arte contemporânea, design e arquitectura, preferencialmente no contexto de projectos de residência.

A bolsa “RCF/Guimarães 2012 Mobility Fund” é promovida pelo RCF. Na atribuição desta bolsa são aplicáveis os seguintes critérios:

O objectivo da viagem deve potenciar um impacto de longo prazo no sector artístico na bacia do Mediterrâneo. Ou seja, a viagem deve contribuir para o reforço dos recursos existentes, que, por sua vez, podem ser partilhados em rede e promover o contacto entre artistas e operadores artísticos no próprio país ou região, de modo a manter, renovar e desenvolver as artes contemporâneas.

A viagem deve ter lugar após a data de início das candidaturas. Isto implica que o candidato terá de pagar as suas despesas antes mesmo de saber se a bolsa lhe será atribuída ou não.

Perfil dos candidatos:

Podem candidatar-se indivíduos que vivam ou trabalhem na região Euro-Árabe, independentemente da idade ou nacionalidade; São elegíveis candidatos que exerçam actividade como artistas, criadores, professores, agentes culturais, administradores ou gestores de projecto.

São elegíveis candidatos que não disponham de recursos próprios para financiar o seu projecto.

As candidaturas devem ser apresentadas individualmente, via e-mail, para o endereço: [email protected]. No máximo, apenas três membros de um mesmo grupo poderão beneficiar de uma subvenção relativa ao mesmo projecto. Um bolseiro só poderá recandidatar-se duas vezes. Os candidatos devem optar pela via de transporte mais económica, e apenas podem candidatar-se a um bilhete internacional de ida-e-volta, e, despesas de autorização de residência (transporte local não reembolsável).

O comité de selecção delibera a 1 de Dezembro de 2011 (data limite para recepção de candidaturas: 30/09/2011)

Os interessados devem visitar o sítio www.cimettafund.org e preencher o formulário de contacto. Ser-lhe-á devolvido o formulário de candidatura RCF/Guimarães2012.

Para mais informações sobre Guimarães 2012 Capital Europeia da Cultura consulte o sítio www.guimaraes2012.pt.

Imagens de uma 'Cultura Africana', com Vernon Reid

"Vernon Reid apresenta o conceito e a origem do seu novo projecto performático multimédia: 'Artificial Afrika'. Os vídeos e música são criados por Reid e fazem parte da peça". 'Artificial Afrika' baseia-se nos vários modos de mitificação do Oeste e na invenção de uma imagem da Cultura Africana, através da apropriação da mitologia, tradições religiosas, formas visuais e musicais. Mais sobre o eclético Vernon Reid também por aqui.

na rota europeia de LAKKA (Brasil): dias 22 e 23 de Junho!

 

Em Abril estavam na Alemanha e participaram no "Festival Tanztage" (Oldenburg) e em Maio foi a vez da França os receber, nos "Rencontres Choregraphiques" de Seine-Saint-Denis. Finalmente, em Junho (dias 22 e 23), chegam a Portugal, para apresentar apenas nesses dois dias o seu projecto "O Corpo é o Mídia da Dança + Outras Partes". Estamos na rota europeia de LAKKA e dos intérpretes que o acompanham!

Nascido na Uberlândia (Brasil), Vanilton LAKKA é bailarino e coreógrafo desde 1991, realizando sobretudo projectos de pesquisa e criação em torno da chamada street dance. Interessam-lhe, de um modo especial, o "uso de técnicas corporais, a formatação de trabalhos de dança em diferentes suportes e a exploração da relação arte-cidade no ambiente urbano", conforme refere no website Lakka.

As duas performances que terão lugar na Gulbenkian de Lisboa constituem duas etapas complementares de um mesmo projecto: 

"O corpo é a mídia da dança?" (desenvolvido entre 2005 e 2006 no FID-Fórum Internacional de Dança)

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"Outras partes" (dando continuidade, em 2006/2007, no programa Rumos Dança, ao processo iniciado no FID)

Em um mundo cada vez mais informatizado, quais são as possibilidades de construção do que podemos entender como Dança? Qual é o suporte possível para a Dança? O Corpo do intérprete pode ser entendido como um suporte assim como o computador, um material gráfico ou um telefone? Qual Dança épossível? Em que corpo/suporte, em que Mídia?

Perguntas com respostas nos próximos dias 22 de Junho (quarta-feira, às 21h30) e 23 de Junho (quinta-feira, às 19h)... Guarde já o seu lugar na bilheteira on-line!

reescrever a história: chegou a vez de... LYGIA PAPE!

Publicado24 Mai 2011

Etiquetas artes performativas artes visuais brasil lygia pape

 

Hoje, às 20h de Madrid, foi inaugurada no Museo Reina Sofia a tão aguardada retrospectiva de uma das mais importantes artistas da contemporaneidade: a genial, brasileira, LYGIA PAPE (Nova Friburgo, 1927 - Rio de Janeiro, 2004). 

A mostra abriu simbólicamente com a realização da performance que a artista apresentou pela primeira vez no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, ainda em 1968, intitulada "Divisor" (na foto), com a qual pretendia levar a cabo um trabalho colectivo que não dependesse exclusivamente da sua presença. Pape convidou cada observador a colocar a sua cabeça nos orifícios existentes num enorme tecido branco, que assim ligava todos os participantes como se fizessem parte de um corpo único, apenas se distinguindo/dividindo pelas cabeças que assomavam em cada abertura. Mas esta estratégia de apropriação criativa do espaço público (e da vida urbana) é apenas um dos muitos fios condutores de uma exposição que promete reavaliar internacionalmente um percurso ainda pouco conhecido fora do Brasil.

"LYGIA PAPE, Espacio Imantado" reúne cerca de 250 obras, entre pinturas, relevos, xilografias e performances, apresentadas através de objetos, vídeos e fotografias, assim como uma abundante produção cinematográfica, cartazes de filmes, poemas, colagens e documentos, que estarão expostos até 3 de Outubro de 2011. (continuar a ler sobre a exposição no Museo Reina Sofia, aqui)

E para saber mais sobre a Lygia Pape:

Projecto Lygia Pape (Associação Cultural organizada ainda em vida pela própria artista)

Enciclopédia Artes Visuais (Itaú Cultural) 

Lygia Pape (primeira exposição individual em Portugal, na Galeria Canvas, Porto, 1999; na qual a própria Lygia montou uma "Tteia" de canto)

Lygia Pape em "Um Oceano Inteiro para Nadar" (Culturgest, Lisboa, 2000; tendo sido adquirida a obra "Banquete Tupinambá", do mesmo ano, para a Colecção da CGD)

Lygia Pape (mostra antológica no Museu de Arte Contemporânea de Serralves, Porto, 2000)

"Lygia Pape. But I Fly" (exposição individual póstuma, na Galeria Graça Brandão, Lisboa, 2008)

Lygia Pape, 'Tteia I, C' (Bienal de Veneza, 2009)

Excerto do artigo publicado no jornal Expresso em Novembro de 2000, a propósito da exposição da artista em Serralves (na sequência da primeira individual na Canvas, em 1999, na qual foi possível testemunhar a montagem de uma 'Ttéia' de canto pela própria Lygia Pape):

LYGIA PAPE desde cedo integraria o Grupo Frente através de Ivan Serpa, com quem estudara, situando-se na dissidência carioca do Movimento Concreto brasileiro ao lado de outros artistas como Lygia Clark e Hélio Oiticica.

A sua obra inicial, das «Pinturas» aos «Relevos» realizados entre 1954/56, ensaiou primeiro o questionamento do suporte bidimensional, dissecando as relações sintáticas entre linha, forma e cor na obra pictórica, para partir à conquista do espaço aberto, animado pelos ritmos que sugerem a progressão da construção geométrica e pela flutuação dos motivos num campo alargado, sugerido para além das margens do plano pictórico.

Essa pesquisa centrada nos limites da pintura, e paralela às propostas de Oiticica e Clark, levaria Pape em direcção ao espaço real, não restrito ao carácter físico da obra em si, mas intervencionado de modo a constituir a parte de um ambiente específico, capaz de promover uma experiência sensorial plena e interactiva junto do espectador.

Deixa-se a tela, o muro, para ganhar o carácter multifacetado da vida. Recusa-se o exclusivo visual em favor da fruição multisensorial, promovendo o observador a agente activo, potenciador dos sentidos e significados últimos da obra de arte. Dos «Poemas Luz» e «Poemas Objectos», de finais dos anos 50, aos seus «Livros» - da Criação, da Arquitectura, do Tempo, já na viragem dos anos 60, é toda uma componente escultórica que se reforça, possibilitando o manuseamento do objecto, aliada à invenção de um léxico sem palavras. São formas e cores a conjugar pelo espectador-participante.

Outros trabalhos, como «Divisor» e «Ovo», ambos de 68, figuram como adereços expectantes, dependentes da acção humana para a sua efectivação. Outrora funcionaram como albergues de bailarinos ou músicos de samba, habitados em contextos performáticos de que agora apenas temos o registo documental como memória. Feitos de tecidos ou malhas tornadas membranas, cascas elásticas e frágeis vocacionadas para o envolvimento corporal total, não deixam de lembrar o vestuário para sambar de Oiticica («Parangolés»), as suas construções abertas a todas as sensorialidades («Penetráveis») ou mesmo os abrigos sinestésicos de Clark («Ninhos» e «Cosmococas»). A membrana que assim se resolve em divisões relativas e translúcidas remete ainda para as várias «Tteias» que Pape realizou já na década de 90, atestando uma inventividade inesgotável e a extrema coerência de uma obra desenvolvida ao longo de 50 anos de actividade.

A exposição permite ainda conhecer as suas incursões no domínio da dança e do cinema, apresentando os sólidos geométricos que pontuaram o espaço cénico dos seus «Ballets Neoconcretos» (1958/59) e integrando no ciclo de cinema brasileiro algumas das filmagens realizadas pela artista nas décadas de 60 e 70, dando expressão à riqueza transdisciplinar das suas propostas. Lúcia Marques