Lições
2015
20 Jun – 21 Jun
Casa-Arquivo (Jardim Gulbenkian)
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Em 2015, a Festa da Literatura e do Pensamento do Próximo Futuro apresenta cinco debates em que serão discutidas as questões de natureza política e artísticas colocadas nas regiões do Mediterrâneo e na América Central, e outras “zonas de contacto”. Os debates realizam-se na Casa-Arquivo, uma construção temporária no Jardim feita de materiais de edições anteriores do Próximo Futuro. Será também uma forma de recordar as centenas de pessoas que já colaboraram com este programa, em sete anos de debates, produções, criações, projeções de filmes, festas, e outros eventos.
30 Mai
Auditório 3
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As mutações da colonialidade e a atual (des)ordem mundial
Proponho-me traçar brevemente a história da colonialidade do poder desde o século XVI, a sua configuração histórica, transformação e administração. Defendo que, desde cerca do ano 2000 (e poder-se-ia recuar algumas décadas), algo começou a mudar de forma drástica. Chamemos-lhe ’a grande mutação‘ para distinguir do conceito cunhado por Karl Polanuy, ’a grande transformação‘. A grande mutação começou a acontecer quando a Civilização Ocidental, construída sobre dois pilares, modernidade/colonialidade, deixa de controlar o monstro que criara no processo de se constituir a si mesma como Civilização Ocidental: a matriz colonial do poder (ou colonialidade do poder, para abreviar). Vários acontecimentos da atualidade, desde a crise financeira da União Europeia, a perda da hegemonia alcançada na pós-Primeira Guerra Mundial por parte dos Estados Unidos, a crise no Médio Oriente e a guerra civil na Ucrânia, a força crescente dos cartéis na América do Sul, etc., podem ser entendidos do ponto de vista da história da colonialidade do poder. O próximo passo é refletir sobre as consequências desta grande mutação e especular sobre que futuros cenários estão a ser fechados, por um lado, e abertos, por outro.
2014
20 Jun – 22 Jun
Totem - Jardim da Fundação - Entrada Gratuita
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No Totem – espaço de debate – durante três dias vamos dedicar-nos a conversar sobre várias questões em torno da América Latina contemporânea, a começar pela ideia de uma identidade latino-americana. Existirá algo que se assemelhe a este conceito? É possível nomeá-lo no contexto da globalização? Haverá uma infinita diversidade de temas, regimes políticos, demografias diferenciadas, propostas artísticas regionais… ou apenas identidades de autores? Com alguns dos melhores especialistas oriundos da América Latina ou estudiosos deste problema vamos abordar este e outros temas.
2013
21 Set
Milton Hatoum e Adonis
Auditório 3 (Fundação Calouste Gulbenkian)
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Regresso das "Grandes Lições" do Programa Gulbenkian Próximo Futuro, desta vez com a presença do escritor brasileiro Milton Hatoum e do poeta sírio Adonis, que nos virão falar dos seus livros.
Depois de ambas intervenções far-se-á uma breve apresentação do vol. 2 das Grandes Lições (2010-2011), uma publicação do Programa Gulbenkian Próximo Futuro em parceria com a Editora Tinta-da-China.
21 Jun – 23 Jun
Cabana
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Depois de, em 2012, termos organizado um debate público em torno das questões culturais, políticas e artísticas específicas do Norte de África e do Médio Oriente, este ano o mesmo tipo de debate mais alargado vai centrar-se na região do sul de África, ou seja, a região alargada da África Austral. O ano de 1994, que marca o fim do apartheid em África, a cedência do poder de Frederik Willem de Klerk e a eleição de Nelson Mandela como presidente, não foi só o fim de um regime inumano para a África do Sul. Teve repercussões por toda a África e, muito em particular, na região da África Austral. Dezanove anos depois qual é o panorama destes países do sul da África? Que melhorias houve? Que dinâmicas existem? Que frustrações se acumulam? Que perspetivas há para o próximo futuro? É em torno destas questões que um conjunto vastíssimo de protagonistas desta área e especialistas que acompanham as dinâmica destes países que se propõe que todos participem nesta Festa da Literatura e do Pensamento do sul da África.
12 Abr
Auditório 3 e Sala 1 (Fundação Calouste Gulbenkian)
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O Colóquio ACT 29 – Literaturas e Culturas em Portugal e na América Hispânica: Novas Perspetivas em Diálogo pretende promover o conhecimento e suscitar a discussão em torno de problemáticas comuns nas literaturas e produções culturais dos séculos XX e XXI, nos universos português e hispano-americanos. Sem esquecer a pluralidade de temas e contextos, face aos quais se foram posicionando as criações artísticas nestes universos, serão privilegiadas certas linhas temáticas que se afiguram especialmente pertinentes nesta perspetivação cruzada das literaturas e culturas em Portugal e na América Hispânica.
2012
15 Nov
Auditório 2 da Fundação Calouste Gulbenkian
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Não nascemos racistas, tornamo-nos racistas. Esta verdade constitui a pedra angular da Fondation Lilian Thuram – Éducation contre le racisme. Dado que o racismo é uma construção intelectual e, sobretudo, política, temos de ter consciência que a História nos condicionou, de geração em geração, a considerarmo-nos sempre como negros, brancos, magrebinos ou asiáticos… É importante que percebamos como é que os preconceitos foram criados para que os possamos destruir. As nossas sociedades devem compreender, porém, a simples ideia de que a cor da pele ou o sexo de uma pessoa não definem a sua inteligência, a sua língua, a religião praticada, as capacidades físicas, nem o que gosta ou detesta. Todos nós conseguimos aprender o que quer que seja, tanto o pior como o melhor. Em Lisboa, no quadro do Programa Gulbenkian Próximo Futuro, Lilian Thuram irá apresentar a Fundação, bem como a sua Comissão Científica e as suas principais atividades desde 2008 (ano da sua criação), participando depois no debate com o público sobre as várias formas de racismo.
8 Set
Aud. 3 da Fundação Calouste Gulbenkian
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Ticio Escobar, um dos mais respeitados intelectuais da América do Sul, e Abdelwahab Meddeb, um dos primeiros autores a escrever sobre a Primavera Árabe, são os convidados do Próximo Futuro para este ciclo das “Grandes Lições”, numa linha de programação que privilegia pensadores da América do Sul, África e Europa. Curador, professor e crítico de arte, Ticio Escobar (Assunção, 1947) foi até há poucos meses ministro da cultura do Paraguai e irá falar-nos sobre o futuro da arte popular indígena num contexto de globalização e a capacidade de sobrevivência das culturas tradicionais na contemporaneidade. O ensaísta, poeta e comentador político franco-tunisino Abdelwahab Meddeb (Tunes, 1946), crítico feroz do fundamentalismo islâmico, foi um dos primeiros autores a escrever sobre a revolução árabe: “Primavera de Tunes – a metamorfose da história” (2011) é também a sua obra mais recente. Na sua conferência irá falar-nos sobre a liberdade que se perspetiva para o futuro, tendo em conta o conflito entre secularismo e islamismo.
22 Jun – 24 Jun
Tenda
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Quando o Programa Gulbenkian Próximo Futuro se iniciou em 2009, programa este muito focado na dimensão cultural e artística dos atuais protagonistas africanos e latino-americanos e das Caraíbas, em relação com as cidades e os criadores europeus, não se imaginava que, apenas três anos depois, movimentos revolucionários nos países do Norte de África e do Médio Oriente acontecessem. E, contudo, este sobressalto de rebeldia, de aspiração pela liberdade e pela democracia, não só abalou esses países com consequências imediatas em termos de alterações de regime, como abalou todo o mundo e chamou a atenção para os povos, os criadores, os agentes políticos desta região sobre a qual havia tanta ignorância a somar a tantos clichés maioritariamente negativos. Apenas um ano se passou, muitas convulsões aconteceram e muitas outras irão acontecer independentemente de um maior pessimismo, até ceticismo, ou de um otimismo e até de uma crença excessiva em alguns casos. Nós, que vivemos este tempo, somos testemunhas privilegiadas e devemos estar atentos ao que se passa ouvindo, lendo, estudando, conversando com os interlocutores fundamentais deste processo que são os egípcios, os tunisinos, os sírios, os marroquinos, os argelinos, etc. No caso concreto do Programa Próximo Futuro são interlocutores fundamentais os criadores desta região, vivendo nela ou fazendo parte da diáspora. Assim, dentro da programação da Festa da Literatura e do Pensamento do Norte de África, vamos conversar e ouvir criadores, curadores, artistas sobre o estado das artes nestes países, para melhor os conhecermos e para melhor nos entendermos.
António Pinto Ribeiro
Programador Geral do Programa Gulbenkian Próximo Futuro
2011
16 Nov
Auditório 2
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Ciclo de conferências dedicadas à "Percepção e representação contemporâneas de África e da América Latina", com a participação de Gustavo H. B. Franco, Benjamin Arditi, Serge Michailof e Elikia M'Bokolo.
17 Jun
Auditório 2
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Com Achille Mbembe, "Democracia e a Ética do Mutualismo. Apontamentos sobre a Experiência Sul-africana", Eucanâa Ferraz, "Da poesia - o futuro em questão", Margarida Chagas Lopes, "Produção, utilização e partilha do conhecimento na economia global" e Ralph Austen, "As grandes incertezas da historiografia africanista: Existe um tempo ’africano’ e pode o seu passado anunciar o seu futuro?".
13 Mai
Auditório 2
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Com Patrick Chabal, que apresenta a comunicação "Racionalismo ocidental depois do pós-colonialismo", Kole Omotoso, com "A ambiguidade perigosa da tribo Wabenzi: Áfricas dos Próximos Futuros", e de Yudhishthir Raj Isar, com a "Política Cultural: enfrentando uma hidra".
2010
2 Jul
Alan Pauls
Auditório 2
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Todo o escritor fabrica uma personagem conceptual para escrever sem escrever, para continuar a fazer literatura, onde não há outro suporte para além do ‘aqui e agora’ da experiência o que, à falta de uma palavra melhor, chamamos ’vida‘. Essas personagens conceptuais não são circunstanciais. São o próprio resultado daquilo que escrevem: a verdadeira obra das suas obras e, frequentemente, a obra-prima. Na invenção dessas máscaras estratégicas, espreitam formas inovadoras de colocarem a literatura e a vida em pé de igualdade.
1 Jul
Helena Buescu
Auditório 2
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As intersecções entre os actuais debates em torno da literatura-mundo (conceito proposto para a tradução para português de world literature) e a dimensão transversal da lusofonia. A radicação comparatista da literatura-mundo e a integração do ponto de observação em português, num paradigma que, a ele, não se limita. Algumas implicações simbólicas e políticas.
30 Jun
Victor Borges
Auditório 2
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Será que as forças exógenas e globais de transformação do mundo, as agendas de desenvolvimento dos Governos e as tendências internas e profundas das sociedades são espontaneamente compatíveis e/ou harmonizáveis? Será que a globalização e, particularmente, a revolução das TIC’s deixam espaços e credibilidade para ’projectos de sociedade‘? Deixar acontecer ou fazer acontecer o ’próximo futuro‘? Eis a questão!
29 Jun
Mamadou Diawara
Auditório 2
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O conhecimento é criado de acordo com normas, que são adaptadas, reajustadas e alteradas em função do meio e dos actores envolvidos. Aqui, a cidade e os seus moradores ou, por outras palavras, o contexto moderno, assumem um papel muito significativo. A música e a performance foram, e são, principalmente, um fenómeno social, político e económico, altamente complexo.
26 Jun
Pablo Brugnoli
Auditório 2
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“Ciudad Sur” é o traçado dos movimentos das ideias e dos corpos que se deslocam pelo cone sul da América. O interesse comum consiste no repensar as nossas cidades, a partir do próprio local, com ferramentas que falem mais sobre os sistemas organizacionais tendentes a uma reconstrução comunitária do que sobre postais exóticos. “Ciudad Sur” é uma revisão de ideias, práticas e projectos de grupos de trabalho, colectivos, arquitectos e artistas, que estão a trabalhar nestes temas desde há 10 anos na Argentina, Brasil, Chile e Uruguai.
25 Jun
José Del Pozo
Auditório 2
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Desde os anos 1980, a América Latina entrou numa nova etapa da sua história. A recuperação da democracia constitui um facto fulcral, mas, simultaneamente, há elementos que começam a dar um novo rosto à região: o fluxo crescente da emigração para a Europa e a América do Norte, a emergência de distintas vias de integração económica, o surgimento de regimes que parecem constituir uma ’nova esquerda‘ e uma intensa actividade diplomática visando dar uma voz mais autónoma à região perante o mundo globalizado.
24 Jun
Ruth Simbao
Auditório 2
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A arte contemporânea de África e da diáspora africana é, muitas vezes, orientada pelos mundos da arte europeia e norte-americana, que destacam a sua inclinação unidireccional para ’Norte’. Esta apresentação reenquadra as políticas geo-espaciais do mundo da arte contemporânea, definindo o ’Sul‘ como nexo de cosmopolitanismos ’locais‘ e movimentos e diásporas intra-continentais.
22 Jun
José Tolentino de Mendonça
Auditório 2
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Depois de “Wittgenstein” e de “Padres do Deserto”, depois dos “4 minutos e trinta e três segundos”, de John Cage, e de “Séculos de Prática Conventual”, depois de Susan Sontag e de Dionísio Areopagita, que sabemos sobre o silêncio?
21 Jun
Alexandra Barahona de Brito
Auditório 2
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Quando analisamos a América Latina, podemos interpretar o que se passa por lá, através de várias ópticas: ou nos concentramos nos seus aspectos cíclicos ou reparamos nas continuidades subjacentes fundamentais ou, então, adoptamos uma perspectiva mais jornalística. O prognóstico que traçarmos, sobre as perspectivas do futuro da região, será realçado pela maneira de examinarmos a sua evolução. Neste sentido, referirei aqui grandes melhorias, identificarei alguns dos principais ciclos e, por fim, farei uma previsão, tentando interpretar o que se passa na actualidade e o que é possível esperar nos próximos anos. Reconhecer a diversidade interna da América Latina, independentemente das características partilhadas, é uma forma de evitar as armadilhas de uma simples história e, em vez disso, apresentar aquilo a que Chinua Achebe chama de ‘oscilação de histórias’.
19 Jun
Gayatri Chakravorty Spivak
Auditório 2
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Esta comunicação é baseada na ambiguidade da tradução: Próximo Futuro como “O Futuro enquanto ’O‘ Próximo” e não como “O Próximo Futuro” (é assim que prochain é propositadamente mal traduzido em Levinas). Se pensarmos em termos espaciais e não sequenciais, tal como a contemporaneidade global de hoje nos obriga, somos persistentemente forçados a traduzir a Europa como local de intervenção. Como é que, então, nós pensamos o futuro? Referir-me-ei especificamente a Aime Cesaire em “Une Saison au Congo”.
18 Jun
Néstor García Canclini
Auditório 2
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Alguns antropólogos, como Marc Abélès, afirmam que temos mudado o nosso relacionamento com a política: deixámos de nos preocupar com os modos de convivência, da sociabilidade, e passámos para uma fase em que a sobrevivência domina essa preocupação. Quando a sociedade se torna sombria e cada vez mais precária, deixamos de olhar para o futuro com o intuito de o planearmos: passamos da precaução à prevenção.