Espetáculos
2015
14 Set – 15 Set
Encenador: Dimitris Karantzas
Grande Auditório
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“A vida é implacável. É muito mais cruel do que pensamos”. Assim fala Dimitris Dimitriadis, o internacionalmente elogiado autor e pensador de Thessaloniki que escreveu o texto de referência Dying like a country. E é a qualidade implacável da vida, e a crueza do amor, que a peça aborda neste magistral trabalho cujas reviravoltas, inversões e repetições são postas em cena. Esta equação erótica de paixão e desespero foi encenada pelo talentoso e jovem encenador Dimitris Karantzas, e um elenco seleto, numa produção do Onassis Cultural Centre – Athens, Grécia. Foi apresentado na 68ª edição do Festival de Avignon. O inovador Dimitris Karantzas, de 26 anos, aborda a peça como uma eterna canção de expectativa e desilusão, mantendo a relação entre narrativa, movimento e som. A Circularidade que o dramaturgo dedica “aqueles que vivem” é uma equação erótica de paixão e desespero que apresenta onze pessoas de diferentes géneros, gerações e preferências sexuais que partilham uma necessidade irresistível: ser amadas. Mas como um dos personagens, Mauve, afirma: “Queremos sempre algo que não existe. Nunca nos satisfazemos com o que é. É esse o nosso erro, mas não há como evitá-lo. Está na nossa natureza. Deitamos as nossas vidas fora assim, mas não há outra maneira de as tornar nossas.” É desta forma que Dimitriadis expressa a inevitabilidade da nossa existência quando empurra os seus heróis para o limite, colocando-os a incendiar-se e matar-se mutuamente apenas para ressuscitá-los um pouco depois com uma única e partilhada esperança: que talvez desta vez encontrem o amor.
10 Set
Concerto de Hang (handpan) com Kabeção Rodrigues
Casa-Arquivo (Jardim Gulbenkian)
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O hang é um instrumento artesanal da classe idiofónica, criado em 2000 na Suíça. O Hang é composto por dois hemisférios (meias chapas de aço nitradas) coladas juntas pelas bordas, deixando o interior oco e criando um formato “ovni” com dois lados – o lado “Ding e o lado “Gu”. O lado “Ding” possui 8/9 membranas, cada uma com um tom diferente, que, em conjunto, forma uma escala musical, podendo esta ser maior, menor, pentatónica, arábica, celta, entre outras. Este lado “Ding” é inspirado no instrumento das Caraíbas, o Steel Pan ou Steel Drum, e noutro instrumento da Indonésia, o Gamelan. O lado “Gu” possui um “bass port”, inspirado no instrumento de percussão indiano, denominado “Gatam”.
Em colaboração com Programa Educativo dos Jardins Gulbenkian
9 Set – 13 Set
Companhia Silencio Blanco
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A mina colapsa. Um jovem mineiro é expelido da mina de carvão em que trabalha. A sua única hipótese de continuar empregado na empresa de exploração mineira é rumar para a área de Chiflón del Diablo, um dos locais mais perigosos desta atividade. Situações quotidianas permitem-nos conhecer a intimidade e as fragilidades das personagens, o seu heroísmo diário, a espera incondicional e a incerteza vivenciadas pelas suas mulheres, sem saber se os mineiros regressarão. São realidades esquecidas pela história ou talvez enterradas profundamente nas minas de carvão, soterradas sob um sombrio silêncio. Silencio Blanco faz uma releitura da história "El Chiflón del Diablo" de Baldomero Lillo, eminente autor chileno, que expressa o lado humano das personagens através de marionetas de papel branco, que não falam e contam a história através do seu movimento, gestos e universo sonoro sem recurso a qualquer diálogo. O público deve submeter-se também ao silêncio, dando significado à narrativa pela sua própria experiência.
Em colaboração com o Programa Gulbenkian Educação para a Cultura e a Ciência
6 Set – 8 Set
Encenador: Manuel Wiborg
Anfiteatro ao Ar Livre
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Vou lá visitar pastores foi designado como exploração epistolar de um percurso angolano em território Kuvale (1992-1997) feito pelo escritor, antropólogo, poeta e cineasta angolano Ruy Duarte de Carvalho. A obra foi publicada pela Cotovia em maio de 1999 e é um vasto fresco sobre os Kuvale, sociedade pastoril do Sudoeste de Angola. Em abril de 2003 a Culturgest convidou o encenador e actor Manuel Wiborg para construir um espectáculo de teatro a partir deste texto que José Eduardo Agualusa considerava irrepresentável antes de o ver “em cena”. Passados 40 anos sobre a independência de Angola e 12 anos sobre a estreia mundial desta peça é o momento oportuno de voltarmos a um texto (a que se juntam agora outros textos do mesmo autor) sobre uma região e uma população no mais profundo da terra angolana e africana. Nas palavras do autor, “A ambição deste texto é a de transmitir através de uma escrita que preserva características da comunicação oral (cassetes), um saber que em parte repousa na informação/ tradição oral; mas literariamente elaborada e ‘ruminada’ em exaustivas bibliografias, remetendo para as preocupações teóricas das ciências sociais e apoiado num conhecimento minucioso de terras e gentes.” Para o encenador e ator é o regresso a um teatro documental onde o texto, a fala e os documentos visuais se combinam num espetáculo de uma enorme beleza. As imagens projectadas no espectáculo, com excepção dos mapas e esquemas, foram seleccionadas a partir de um conjunto de desenhos, fotografias e gravações vídeo captadas por Ruy Duarte de Carvalho em território Kuvale e por ele generosamente disponibilizadas.
O livro Vou lá visitar pastores, percurso angolano em território Kuvale, editado em 1999 pela Cotovia, foi adaptado para teatro por Rui Guilherme Lopes e encenado e interpretado por Manuel Wiborg. Já levada a cena numa co-produção Actores Produtores Associados / Culturgest, a obra será reposta em três espetáculos no Anfiteatro ao Ar Livre da Fundação Gulbenkian.
5 Set – 7 Set
Encenador: Nelson Valente
TEATRO ABERTO
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A partir do cruzamento entre um naturalismo austero e depurado e a construção de personagens arquetípicos, a dramaturgia desta obra aborda vários eixos temáticos que se entrelaçam: a loucura, a convivência familiar, a revelação da verdade e a violência doméstica. A encenação dispõe os espectadores dentro do espaço da representação, procurando aprofundar a proximidade entre público, atores e acção. “El loco y la camisa” cumpriu cinco temporadas ininterruptas em Buenos Aires, tournés internacionais e apresentações em festivais, tendo obtido prémios e excelentes criticas da imprensa especializada. Esta peça constitui, na atualidade, uma referência indiscutível do teatro independente argentino. Afirma o encenador, Nelson Valente: “Uma família esconde o seu louco de todas as formas possíveis. Esconde-o de fora e de dentro. Suprimi-lo seria o ideal. O louco torna-se amorfo e monstruoso, como um corpo dentro de um espartilho. A sua habilidade: condenado a dizer o que vê sem filtros."
4 Set – 5 Set
Orquestra de Câmara Portuguesa
Palco do Grande Auditório
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Okho, de Iannis Xenakis
Workers Union (symphonic movement for any loud sounding group of instruments), de Louis Andriessen
A Música tem sido para mim uma extraordinária viagem e um exemplo de democracia e ética: no momento da sua prática todos os músicos em palco são iguais, o seu valor individual é apreciado em função das suas qualidades morais: o compromisso, a preparação, a presença de espírito, a integridade, ética e inteligência com que se exprimem. Os artistas esclarecidos que compõem uma orquestra unem-se com o objectivo de procurar o aperfeiçoamento individual e colectivo, desta forma enriquecendo a humanidade. Foi este um dos motes com que criamos a Orquestra de Câmara Portuguesa (OCP), em 2007. Sempre apreciei criadores subversivos, provocadores: para estas apresentações especiais (será um “concerto”...?) iremos ouvir (de perto, de muito perto) criações de Xenakis e Andriessen. Okho, escrita em 1989 para três djembés (tambores de porte robusto da África ocidental), em França por este imigrante Grego nascido na Roménia – uma encomenda do Estado, para celebrar o 200º aniversário da Revolução Francesa: uma provocação ao espírito colonialista francês? Workers Union foi escrito em 1975. A obra é uma combinação de liberdade indivídual e disciplina severa; o ritmo é imensamente detalhado; as notas, por outro lado, são indicadas forma aproximada, uma linha ténue, uma escolha cuidadosa de cada elemento da orquestra. Citando Andriessen: “É difícil tocar num agrupamento com estas directivas: o mesmo se passa com a organização de uma acção política”. Dessa forma, o público irá igualmente participar, através da leitura, ao vivo, de textos seleccionados de Amilcar Cabral e Frantz Fanon. (Pedro Carneiro)
21 Jun
Mito Algarvio Ensemble / Direção musical: João Frade
Anfiteatro ao Ar Livre
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Cyneticum, um concerto de acordeões
Entre o Atlântico e o Mediterrâneo o Algarve é uma região prolífica em acordeonistas, estando o som deste instrumento musical de palheta livre profundamente associado a toda a tradição musical desta região. O reportório criado para esta apresentação no Próximo Futuro foi feito a partir de uma metodologia de desconstrução, construção, destruindo e reconstruindo várias melodias, harmonias e ritmos de forma a encontrar uma síntese musical perfeita que resulta do trabalho em colectivo e do universo musical de cada um dos músicos.
20 Jun
Soeur Marie Keyrouz e Ensemble de la Paix
Anfiteatro ao Ar Livre
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Quanto mais aprendemos sobre como afectar a nossa realidade através do belo e do sagrado, mais oferecemos à nossa existência humana o privilégio de viver a espiritualidade infinita, que vive no nosso interior e é a origem de todas as coisas. Uma prece de Jesus Cristo, uma reflexão de um filósofo ou poesia mística, estas meditações são escolhidas e entoadas para acender a vela do caminho de cada ser humano, na peregrinação rumo ao seu interior. Estas meditações encontram a sua inspiração musical no aramaico, bizantino, siríaco e nas liturgias tradicionais maronitas, bem como nos pequenos intervalos da música clássica oriental e nos tons que usa para sustentar o texto sagrado. Os músicos, solistas, são participantes ativos nas rezas, tanto quando acompanham a canção, como quando improvisam, fazendo eco da voz que se entrega de forma humana, espiritual e técnica à performance. Podemos nós, pela elegância destas meditações, provocar um encontro do ser humano com o divino e permitirmo-nos diluir-nos no mistério do silêncio e da paz eterna de Deus?
19 Jun – 20 Jun
Garagem da Gulbenkian
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Este ano o Baile na Garagem é animado pela dupla Selvagem, formada pelos DJs brasileiros Millos Kaiser e Trepanado. Selvagem é também o nome das festas que a dupla anima em São Paulo e no Rio de Janeiro. Regem-se pela ideia da livre associação no que toca à música, sintonizando-a com uma abordagem anárquica, blending disco, house, rock, techno, funk e soul, de todas as épocas e lugares.
2014
16 Set – 17 Set
Encenação e dramaturgia: Jaime Lorca, Teresita Iacobelli, Christian Ortega
Teatro Nacional D. Maria II
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Uma versão para atores e marionetas da grande tragédia de Shakespeare.
13 Set
Direção Artística: Paulo Aragão
Grande Auditório
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Direção Artística: Paulo Aragão
Bia Paes Leme, cantora e apresentadora
Nailor Proveta, clarinete
Pedro Aragão, bandolim
Rui Alvim, sax alto
Pedro Paes, sax tenor
Paulo Aragão, violão
Mauricio Carrilho, violão de 7 cordas
Jayme Vignoli, cavaquinho
Marcus Thadeu, percussão
13 Set – 14 Set
Encenação e dramaturgia: Trinidad González
Teatro do Bairro
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Os Reis Católicos decretam a prisão de Cristóvão Colombo, por considerarem que abusou do poder nas Índias. Este, em resposta, pede uma audiência com a Rainha Isabel, a Católica, para explicar os seus atos e tentar uma absolvição.
9 Set – 11 Set
Encenação: Miguel Seabra
Teatro Meridional
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Juan Preciado, após a morte da mãe, vai à cidade de Comala para conhecer Pedro Páramo, seu pai. Ao longo do caminho e acercando-se do seu destino, encontra vários habitantes, todos de algum modo ligados a Pedro Páramo.
6 Set – 8 Set
Encenação e dramaturgia: Guillermo Calderón
Teatro do Bairro
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“Qualquer ação de resistência da parte de grupos extremistas obriga as Forças Armadas a adotarem as mais drásticas sanções, não só contra os agressores, como também contra os detidos ou submetidos a prisão domiciliária e a constante vigilância. As Forças Armadas e as Forças Policiais Chilenas serão implacáveis na manutenção da ordem pública, para o bem de todos os cidadãos chilenos. Por cada vida inocente, serão imediatamente executados 10 elementos desse indesejável grupo de Marxistas, de acordo com as disposições legais que Código de Justiça Militar estabelece em tempo de guerra.”
30.ª Divisão da Intendência da Província de Cautín, Temuco, Chile, 17 de setembro de 1973.
5 Set – 6 Set
Coreografia: Tamara Cubas
Grande Auditório
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Esta peça questiona, a partir do imaginário coletivo, o passado e o processo colonial no Uruguai, onde a população indígena e a sua língua foram extintos.
5 Set – 6 Set
Conceção, coreografia e interpretação: Marcela Levi
Grande Auditório
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Marcela Levi vem, desde 2002, elaborando uma linguagem que desenvolve tensões entre a hierarquia corpo e objeto, incidindo sobre diversas dicotomias (dentro-fora, corpo-mente, ativo-passivo, afirmação-negação) que muitas vezes balizam a nossa perceção.
2 Set – 4 Set
Encenação: Rogério de Carvalho
Teatro do Bairro
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No livro “As Confissões Verdadeiras de um Terrorista Albino”, Breyten Breytenbach escreve sobre as suas memórias do cárcere: a excruciante narrativa da sua viagem através da máquina infernal do sistema prisional sul-africano, com todo o seu cortejo de horrores, histórias inacreditáveis, figuras humanas.
21 Jun
Anfiteatro ao Ar Livre
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Quem conhece Carmen Miranda? Toda a gente. Nem que sejam duas ou três músicas, das cerca de 300 gravadas pela cantora mais internacional alguma vez nascida em Portugal.
20 Jun
Garagem da Fundação
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Lyndon Barry convida La Flama Blanca para uma noite regada a sons sul-americanos.
2013
7 Jul
São Luiz Teatro Municipal (Sala Principal)
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Encenador: João Samões (Portugal)
África transforma-se num lugar de representações imaginárias, um imenso território onde se idealizam todas as fantasias e fantasmas. Nesta peça de teatro são criadas e manipuladas realidades e turbulências do domínio do exótico e do erótico, interpenetram-se memórias e reflexões sobre o colonialismo e o racismo. O nome da peça remete para o diário africano de Michel Leiris, um exercício de escrita simbiótica de etnografia, psicanálise e surrealismo. O tempo revelará as marcas e os laços indissociáveis entre a expansão colonial e a construção da modernidade e da vanguarda artística na Europa. Podemos começar a nossa viagem com uma famosa tela de Picasso, de 1907, onde o pintor projeta o impacto e a influência do poder das máscaras africanas, que viu no esquecido Museu do Trocadéro, de Paris, nos corpos das mulheres de um bordel da Rua Avinyó, em Barcelona, rompendo com os cânones do realismo académico e revolucionando as possibilidades de representação do corpo na arte ocidental.
Apoios: Institut Français du Portugal, Dupla Cena, Teatro São Luiz
Coprodução: Próximo Futuro / Fundação Calouste Gulbenkian
7 Jul
Anfiteatro ao Ar Livre
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Enraizados no Gana da década de 1970, os KonKoma acrescentam um toque progressivo à sua rica mistura de afro-funk, jazz, soul e ritmos tradicionais africanos. O álbum de estreia, distribuído no início do ano pela Soundway Records, mereceu o aplauso do público pela sofisticada mistura de irresistíveis grooves e melodias recheadas de soul.
5 Jul
São Luiz Teatro Municipal (Jardim de Inverno)
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Autor e intérprete: Ricardo Chacal (Brasil)
“Uma História à Margem” é um monólogo teatral que atravessa a história de Chacal e oferece um registo saboroso e intimista da efervescência cultural dos últimos 40 anos no Rio de Janeiro. Usando a memória como fio condutor, o espetáculo desdobra-se numa experiência cénica que transita entre o pessoal e o coletivo, a ficção e a realidade, o teatro e o documentário. O seu relato não é formalista ou académico, não se trata de uma visão de um jornalista, de um historiador ou de um ensaísta, mas de um poeta: sua originalidade está em colocar como protagonista, com a sua palavra poética e presença irreverente, um artista que viveu sempre ’dentro do olho do furacão’.
5 Jul – 6 Jul
Teatro do Bairro
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Encenador: Cristián Plana (Chile)
Para quem conhece mal a história do Chile ou para quem acha que os tempos de hoje devem ser tão ligeiros e vividos – tão velozmente quanto a informação que circula este trabalho de análise das narrativas sobre o período da ditadura de Pinochet, feito há anos por muitas companhias de teatro – até parece uma obsessão ’local‘, um problema ’deles‘, que vivem do outro lado da Cordilheira. E, contudo, estes trabalhos ajudam a alguma reconciliação, são instrumentos de análise do passado histórico que, tantas vezes, impediram o branqueamento de crimes e de factos atrozes e são ferramentas de análise do presente. Para que haja alguma paz, é fundamental este trabalho de encenação das questões da História. “Velorio Chileno”, a partir de um texto de Sergio Vodanovic (1926–2001), dirigida por Cristián Plana, é uma peça sobre um episódio banal, de uma noite entre amigos que comemoram o Golpe de Estado de Pinochet, na noite de 11 de setembro de 1973. Assim se pode ver como o ressentimento motivado pela perda de ’posição de classe‘, pelo medo dos outros vizinhos desconhecidos, pela frustração conjugal, pela atração pelo poder e pelo autoritarismo, cria os cúmplices diretos desse mesmo autoritarismo. A sexualidade ou a frustração de não ser capaz de a realizar toma, nesta peça, uma dimensão que muitos historiadores, por pudor ou incapacidade, poucas vezes associaram às manifestações deste tipo de ditaduras. E ela aqui está, de uma forma lucidamente analisada e contextualizada. A violência tem muitas formas e, neste campo, pode ser fascista também. Os atores são maravilhosos.
29 Jun
São Luiz Teatro Municipal (Jardim de Inverno)
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Direção: Eucanaã Ferraz
Narrador: João Miguel
Cantora: Jussara Silveira
O espetáculo “Outra hora da estrela” adapta o livro de Clarice Lispector para o palco, reunindo literatura e canção. Alternam-se a voz do narrador – em trechos escolhidos do livro – e canções brasileiras que ajudam a recontar a história e criar a atmosfera clariceana em um dos textos mais envolventes da autora. “A hora da estrela” (1977) é um dos mais conhecidos livros de Clarice Lispector. Conta a história de Macabéa, migrante nordestina em luta pela sobrevivência na cidade grande e, a um só tempo, o drama de seu narrador – máscara ficcional de Clarice –, que luta com a escrita para conseguir retratar um personagem distante de sua realidade socioeconómica. Assim como o livro “Outra hora da estrela” oscila entre a compaixão por Macabéa, frágil, gauche, e a angústia do escritor às voltas com sua incompetência para transpor em palavras a vida dos miseráveis. Mas se há dor, há também humor e reviravoltas, como na relação entre Macabéa e seu namorado, o operário olímpico, nordestino como ela, rude e vaidoso, que a abandona para ficar com Glória, carioca, sensual e confiante.
Agradecimentos: Paulo Gurgel Valente, Editora Rocco
29 Jun – 30 Jun
São Luiz Teatro Municipal (Sala Principal)
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Conceito e coreografia: Horácio Macuácua (Moçambique)
Orobroy, Stop!
Orobroy significa ’pensamento‘ na língua dos nómadas ciganos, povo que no sul de Espanha criou a origem do Flamenco. Nesta expressão artística exprimem-se, através do corpo, da voz, da percussão dos sapatos e da guitarra, as emoções das profundezas do ser humano. “Orobroy, Stop!” é o resultado de uma recriação do Flamenco, da reconstrução de um horizonte artístico inédito. Os quatro intérpretes criadores, procedentes de contextos cénicos distintos, do tradicional ao moderno, do batuque à guitarra espanhola, do descalço ao calçado, da Europa à África, atravessam inquietudes intemporais, gerando um conceito contemporâneo singular. O coreógrafo Horácio Macuácua, motivado pelo encontro de duas bailarinas de diferentes origens e disciplinas, encontra a inspiração para a realização desta obra. Após várias experiências, o coreógrafo quis explorar o universo feminino de um ponto de vista intercultural. Quatro bailarinas caracterizadas por dois homens, uma mulher e uma estrutura de ferro e tecido expressam a origem evolutiva do ser humano, os seus conflitos, as suas dúvidas e os seus medos, através de movimentos preenchidos de força e gritos de instinto animal.
+
Smile, if you can!
Em “Smile if you can!”, com direção artística de Horácio Macuácua, mantém-se a presença de dois dos bailarinos da última criação, Pedro Machava e Janeth Mulapha, que têm vindo a colaborar com a Cª Horácio Macuácua, há alguns anos, e juntaram-se ao grupo dois novos bailarinos, Osvaldo Passirivo e Pak Ndjamena, ambos com percursos que se cruzam nas danças tradicionais. Com a introdução destes dois elementos novos, a ideia é abrir espaço para um trabalho com novas linguagens e vocabulários de modo a se contagiarem uns aos outros e, ao mesmo tempo, evidenciarem contrastes através da história que cada corpo traz e que cada bailarino carrega. Assim, a Companhia pretende sempre renovar-se, sem se manter presa a uma só linguagem ou estilo, buscando e atendendo novos desafios.
Patrocínio: Embaixada de Espanha em Moçambique
apoios: Centro Cultural Franco-Moçambicano e CNCD – Companhia Nacional de Canto e Dança
28 Jun
Anfiteatro ao Ar Livre
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Os Jagwa Music são os principais intérpretes do estilo mchiriku, que nasceu há vinte anos nos subúrbios pobres de Dar-es-Salaam, na altura em que os teclados baratos da Casio passaram a estar disponíveis e chamaram a atenção das bandas que tocavam música de dança chakacha. O que se passou a seguir é uma história semelhante, já familiar (como a de Konono No. 1): os Jagwa Music, tal como os seus pares, foram imediatamente atraídos pelo som baixa fidelidade dos Casio e adotaram-no, ligaram-no a amplificadores e megafones vintage e o som daí resultante – enérgico, irrascível e distorcido – recebeu o nome de mchiruku. Desde então, este novo estilo tem vindo a desenvolver-se na Tanzânia, embora tenha sido deliberadamente ignorado pelos media, dado que é associado a uhuni (comportamento violento) e à vida marginal da cidade.
22 Jun – 23 Jun
São Luiz Teatro Municipal (Sala Principal)
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Coreografia e interpretação: Panaíbra Gabriel Canda (Moçambique)
“Tempo e Espaço: Os Solos da Marrabenta” trata de explorar a crise de identidade, de desconstruir as representações culturais de um corpo ’puro‘ africano, em particular o corpo do moçambicano. Desde a independência, em 1975, Moçambique tem sido uma terra de transformações sociais e políticas, passou de um modelo inflexível comunista, abrindo-se gradualmente para uma frágil democracia. A performance explora essa noção de corpo africano de hoje: um corpo pós-colonial, um corpo plural que absorveu os ideais de nacionalismo, modernidade, socialismo e liberdade de expressão, o meu próprio corpo. O espetáculo conta com a participação de um guitarrista, que explora a música marrabenta, uma forma musical nascida na década de 1950, a partir de uma mistura de influências locais e europeias, em especial a guitarra portuguesa.
coprodução: Sylt Quelle Cultural awards 2009 – Goethe Institut Joanesburgo
com o apoio de: Kunstenfestivaldesarts, Bates Festival, Festival Panorama, VSArtsNM
21 Jun – 22 Jun
Garagem da Fundação Calouste Gulbenkian
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Logo a seguir às inaugurações simultâneas das exposições "Present Tense" e "9.ª Edição dos Encontros de Fotografia de Bamako" há Baile na Garagem da Gulbenkian, com warm up pelo DJ Rui Miguel Abreu, seguido dos Analog Africa Soundsystem (com Samy Ben Redjeb e Pedo Knopp).
2012
8 Jul
Kimi Djabaté
Anfiteatro ao Ar Livre
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Este músico guineense griot propõe um concerto que é representativo da combinação da música tradicional mandinga da Guiné-Bissau com a música actual.
7 Jul – 8 Jul
Lola Arias
Grande Auditório
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“El año en que nací” parte do mesmo conceito da obra “Mi vida después”. Jovens nascidos durante a ditadura reconstroem a juventude dos seus pais, a partir de fotos, cartas, gravações, roupas usadas, histórias e memórias apagadas.
7 Jul
Med Fusion
Anfiteatro ao Ar Livre
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Med Fusion é uma banda musical fortemente marcada pela revolução tunisina, a chamada revolução do Jasmim, iniciada em fevereiro de 2011.
4 Jul – 6 Jul
Cia. dos Atores
Teatro do Bairro
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Após ser torturado num ambiente árido e inóspito, Bait Man (Marcelo Olinto) inicia uma narrativa e assim dá forma aos seus pensamentos.
1 Jul
Coletivo Pedro Carneiro
Jardim Gulbenkian
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A música de John Luther Adams inspira-se na terra. Residente no Alaska, o compositor criou um importante catálogo artístico, que tem sido interpretado em locais inusitados: na vastidão do deserto de Anza-Borrego, nas florestas de New England ou na tundra do Alaska Range.
30 Jun – 1 Jul
Elisa Zulueta
Anfiteatro ao Ar Livre
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Gladys é a segunda peça encenada pela atriz, dramaturga e realizadora chilena Elisa Zulueta e foi estreada em julho de 2011, no Teatro del Puente, em Santiago do Chile.
29 Jun
Chelpa Ferro + Pedro Tudela
Teatro do Bairro
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Em 2010, a Fundação Calouste Gulbenkian apresentou a exposição experimental de cerâmica de Barrão. Desta vez, Barrão surge com o seu projeto musical Chelpa Ferro.
29 Jun – 8 Jul
Teatro Praga
Tenda
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Nesta proposta do Teatro Praga ”As mil e uma noites” árabes são Contos de Reis que valem ouro que é trocado ’por miúdos‘.
22 Jun
Emel Mathlouthi
Anfiteatro ao Ar Livre
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Este álbum conta a história da minha Tunísia, a história dos negros anos vistos através dos meus olhos: através da minha experiência como estudante, uma jovem rebelde e dissidente, através dos meus anos de luta artística e ideológica, e através das minhas lágrimas de imigrante, do meu sofrimento e do meu amor à liberdade. Dedico este álbum a todos aqueles que deram suas vidas para que, um dia, a Tunísia pudesse ser livre. O caminho é longo, mas todos os dias... um novo nascer do sol e novas esperanças surgem... e nós somos essas esperanças.
22 Jun – 1 Jul
Daniela Thomas
Grande Auditório
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“Breath” é da autoria do escritor irlandês Samuel Beckett. É provavelmente a mais curta peça de teatro jamais escrita.
2011
3 Jul
Shangaan Electro
Anfiteatro ao Ar Livre
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“Shangaan Electro: New Wave Dance Music from South Africa” (Honest Jon's) foi um dos discos mais importantes de 2010, compilando alguns dos maiores êxitos shangaan. O shangaan provém da cidade de Malamulele, na província de Limpopo (região mais setentrional da África do Sul, na fronteira com o Botswana, o Zimbabwe e Moçambique) e caracteriza-se pela velocidade dos beats, conduzindo a uma dança que tem tanto de eléctrica como de divertida.
1 Jul – 3 Jul
Villa + Discurso
Salão Polivalente do Centro de Arte Moderna
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Sim, sim, gostamos muito destas duas novas peças de Guillermo Calderón. Gostamos tanto que, depois de termos apresentado Neva, no ano passado, decidimos apresentar de novo as últimas obras deste extraordinário encenador e dramaturgo chileno, com umas actrizes também elas extraordinárias. As duas peças decorrem na Villa Grimaldi, conhecida na Ditadura por ‘Londres 38’, uma casa que está tenebrosamente associada ao regime de Pinochet.
26 Jun
Baloji
Anfiteatro ao Ar Livre
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Europa e África compõem a personalidade de Baloji, músico congolês a viver em Bruxelas. Esta bipolaridade geográfica transparece claramente no seu projecto artístico, cruzando o hip-hop fluido com uma soul inflamada ou o high life, sempre tocado pelo omnipresente voodoo subsariano.
22 Jun – 23 Jun
Grupo Lakka
Sala Polivalente do Centro de Arte Moderna
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Vanilton Lakka, o coreógrafo e intérprete brasileiro, que se integra no movimento da dança contemporânea que está a acontecer no Brasil e que participa da renovação da paisagem da dança sul-americana, possui formação em dança clássica, dança-jazz e danças de rua.
19 Jun
Victor Gama e Pedro Carneiro
Jardim Gulbenkian
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Victor Gama tem construído o seu trabalho em torno de rituais entre tecnologia e Natureza. Não é necessário conhecer bem a fundo a sua biografia para se perceber que as suas raízes estão no continente negro. Victor Gama utiliza a sua música e os seus magníficos instrumentos – criados por si e que sobrevivem gloriosamente como singularíssimas obras de arte – como veículos criativos e tradutores desse mundo, dando origem a uma música que, embora singular, não deixa de ser também universal.
18 Jun
Orquestra Gulbenkian e Drumming - Grupo de Percussão
Anfiteatro ao Ar Live
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A música clássica é propriedade das classes altas ocidentais e representa a mais alta expressão de todas as tradições musicais criadas pelo Homem. Será isto verdade? Nem por isso. Na música, como na vida, tudo está ligado. Considerar a nossa própria cultura, ou mais precisamente uma pequena parte dela, como a cereja no topo do bolo é não só uma manifestação de desconhecimento como é absurdo. As origens e as ligações da música clássica a outras músicas são profundas e abrangentes.
16 Jun – 18 Jun
Handspring Puppet Company
Sala Polivalente do Centro de Arte Moderna
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Muitos espectadores lisboetas se recordarão da passagem pela capital desta companhia de teatro sul-africana, uma das fundamentais do teatro actual, com espectáculos como “Faustus in Africa” ou “Il Ritorno d’Ulisse”.
2010
4 Jul
Lucas Santtana
Anfiteatro ao Ar Livre
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Nascido na Baía como Tom Zé, mas residente no Rio de Janeiro, a música de Lucas Santtana cruza a tradição com o experimentalismo, exercício em que a cena artística e musical carioca foi sempre pródiga.
3 Jul
Cribles
Grande Auditório
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Sobre esta dança, diz a coreógrafa que se tratou de, através de uma forma simples, fazer aparecer as festas, as sagrações, as danças nupciais, guerreiras, as procissões, os movimentos uníssonos como os dissonantes, até os movimentos de pernas que evocam a comédia musical.
3 Jul
Soundway Records
Esplanada do CAM
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A Soundway Records é uma das figuras de proa de um conjunto de editoras discográficas que se tem dedicado à arqueologia musicológica do património inesgotável da produção musical da América Latina e Caraíbas, África, Médio e Extremo Oriente, das últimas décadas.
2 Jul
Lula Pena
Anfiteatro ao Ar Livre
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Primeiro foi “Phados” (1998), esse disco inesperado e docemente perturbador; a seguir foi uma espera longa, interminável, de doze anos, que termina agora com a obra “Troubadour”. Por entre toda a cartografia de viagens que foi desenhando ao sabor de um vento que se quis benigno, por entre os dias e noites em que fomos podendo testemunhar, em raras actuações ao vivo ao longo deste tempo, por onde parava.
27 Jun
Anfiteatro ao Ar Livre
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Orquestra lendária e praticamente esquecida do Benin, nos anos 60 e 70, regressa agora aos concertos depois de ver o seu catálogo redescoberto por editoras como a Analog Africa e a Soundway Records.
25 Jun – 26 Jun
Companhia Teatro de La Memória
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Façamos o seguinte exercício especulativo: se Beckett fosse chileno como teria escrito? Como teria encenado? É um mero exercício sem resposta digna de qualquer crédito científico. E, contudo, ao vermos “Hechos Consumados” e a sua encenação e cenografia, é de Beckett que muito nos lembramos.
19 Jun – 20 Jun
Companhia Teatro en el Blanco
Grande Auditório
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O teatro chileno é, a par do teatro argentino, um dos mais criativos do espectro latino-americano, tendo inclusivamente criado uma técnica vocal que lhe é particular. É maioritariamente um teatro de palavra e de texto, assentando muito no trabalho do actor, com pouco investimento em maneirismos cenográficos, e vivendo ainda muito da revisitação à história política recente do Chile. Mas, as suas abordagens podem ser de uma sofisticação ímpar.
18 Jun
Fritz Lang / Martin Matalon
Anfiteatro ao Ar Livre
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É um privilégio raro ver ou rever “Metropolis”, de Fritz Lang, obra de 1927, e referente universal do cinema alemão, mas não só. Obra cujos custos e complexidade de produção são históricos, obra de referência para todos os ensaios sobre utopias, obra da Megalópole industrial, albergando no seu subsolo milhares de operários, cuja identificação era um número, obra de suporte sobre os então anunciados malefícios da técnica, enfim, a obra sobre as perversões do totalitarismo.