Logótipo Próximo Futuro

"Moderate Islamist Party Winning Morocco Election"

Publicado30 Nov 2011

Etiquetas eleições marrocos primavera árabe

© Abdelhak Senna/Agence France-Presse - Getty Images

RABAT, Morocco — A moderate Islamist party appeared Saturday to have won parliamentary elections in Morocco, the second time in weeks that voters in the region have chosen Islamists in elections brought on by the Arab Spring.

The Justice and Development Party won a plurality of the vote, the first under the country’s new Constitution, according to partial election returns announced by the government on Saturday. If those results hold up, the king will be required to choose a prime minister from the party and the party will have the right to lead a coalition government.

The Constitution, drafted by King Mohammed VI in response to pro-democracy protests last spring, still reserves important powers for the king, including over military and religious matters, and remains a far cry from the constitutional monarchy demanded by the protesters. But the government will be Morocco’s first popularly elected one, with the power to appoint ministers and dissolve Parliament.

Para continuar a ler o artigo de Souad Mekhennet (Rabat) e Maïa de la Baume (Paris) no New York Times, basta clicar aqui.

"Sorry for the Delay", com 340ml (Maputo-Joanesburgo)

Publicado29 Nov 2011

Etiquetas 340ml joanesburgo maputo sorry for the delay

340ml e o álbum "Sorry for the Delay": música de Moçambicanos que trabalham e estudaram em Jo'burg, agora também na CNN...!

NETWORKED: para que serve uma rede?

Publicado28 Nov 2011

Etiquetas london networked blog triangle network

Depois de dois dias de conferências abertas ao público sobre a importância de estar em rede, a Triangle Network repensa o seu próprio modelo reunindo hoje em Londres, no ICA, cerca de 40 parceiros oriundos dos vários continentes.

Mais sobre esta reflexão em torno da rede no blogue da Triangle Network: Networked Blog.

"Mozambique, Africa's rising star"

Publicado25 Nov 2011

Etiquetas arte guerra moçambique turismo

How Mozambique turned from war zone to tourist hotspot

(CNN) -- Once marred by conflict, Mozambique is slowly emerging as a popular tourist destination as people are drawn in by the tropical weather, beautiful beaches and rich culture.

Mozambique's capital, Maputo is a vibrant and cosmopolitan city bursting with lively sidewalk cafes and jazz venues.

One of Maputo's landmark buildings is the train station designed by an associate of the famous French engineer Alexandre Gustave Eiffel.

Today the train station he inspired rarely sees trains, instead its jazz cafe is among the city's best night spots.

The music likely to be performed there is marrabenta, a mix of traditional and urban dance music that was born in the capital.

"It's really become a national genre," said Joao Carlos Schwalba, a musician with the band Ghorwane.

"It was created in the south but slowly it has such a strong rhythm, it really became a national rhythm you can hear it in the south, the center and the north," he continued.

The official language is Portuguese, after settlers first arrived in Mozambique in the 15th century.

Colonial era architecture and relics can be found across the country but the nation has also preserved much of its African cultural heritage, making for an interesting and diverse mix of old and new.

The city has undergone major redevelopment since the end of the civil war and any reminders of the country's brutal past are being carefully transformed in to points of interest. And it is proving a draw with tourists; government figures show that four times as many tourists visited the country in 2010 compared to 2004.

Investment in tourism began in 1992, following a peace agreement, which brought an end to 16 years of civil war in the country.

The old fort in the capital, built by the Portuguese nearly 200 years ago, is a symbol of the country's, sometimes violent, colonial past.

But a group of Mozambique artists are working in the building to transform reminders of Mozambique's more recent civil war into pieces of art.

Para continuar a ler, basta ir aqui.

"Paraná Ra'Anga", do Paraguai

Paraná Ra’Anga, que en guaraní significa “alma, espíritu o figura del Paraná” se trata de una expedición fluvial de carácter multidisciplinario entre las ciudades de Buenos Aires y Asunción a través de un solo recorrido: el cauce que hilvana los ríos de la Plata, Paraná y Paraguay. En el proyecto, liderado por el Centro Cultural Parque de España de Rosario, también participan los centros culturales de España de Buenos Aires, Córdoba y Asunción, todos ellos parte de la red de centros culturales de la Agencia Española de Cooperación Internacional para el Desarrollo (AECID).

(...)

Para ler mais sobre a exposição basta ir aqui e é possível descarregar o catálogo aqui.

"Intenções editoriais: quem lê e quem escreve, para quê"

Publicado23 Nov 2011

Etiquetas brasil festival panoramas do sul seminário videobrasil

 

A acontecer já desde o dia 24 de Setembro de 2011, o 17o Festival Internacional de Arte Contemporânea SESC - Videobrasil "apresenta a série de Seminários Panoramas do Sul, concebido como um convite de abordagem a aspectos relevantes em torno da produção e difusão da arte contemporânea produzida no contexto do território-zona. (...) Os seminários pretendem propor aos participantes sensibilizações conceituais e críticas que possibilitem a visualização de formas de diálogo e trânsito não apenas entre os agentes do 'Sul', mas também nas suas múltiplas formas de relação com o que talvez possamos chamar aqui e agora de 'Norte'. Idealizadas em torno de quatro eixos temáticos (formação, redes, curadoria, publicações), as mesas têm como ponto de partida os seguintes motes de observação e discussão em torno das práticas formativas, institucionais, curatoriais e editoriais públicas (com os quais conforma-se tal campo propício a inúmeras ligações, confrontos, desgastes e paradoxos de forma dinâmica):

-          A arte como terreno de formação do cidadão

-          A instituição à margem das redes de arte

-          Intenções curatoriais: 'curando o Sul sem bússola'

-          Práticas editoriais: quem lê e quem escreve, para o que

Cada sessão de trabalho conta com um mediador, que apresentará o recorte temático à audiência. A seguir, um convidado virtual apresenta em vídeo um comentário crítico acerca do tema a ser discutido. A apresentação de dois estudos de caso oferece elementos e subsídios partir dos quais se explicitarão diferentes dimensões dos assuntos abordados. Ao final, um debatedor sintetizará o conjunto de questões apresentadas, na tentativa de lançar e promover a reflexão, junto ao público, de um pensamento que seja capaz de dar vistas ao agora aqui da arte."

A próxima (e última) sessão está programada para dia 10 de Dezembro, das 14h às 18h, e é dedicada ao tema "Intenções editoriais: quem lê e quem escreve, para quê", com "artistas conceituais, críticos e curadores usam publicações para promover uma nova expressão artística".
 
Mediação: Fernando Oliva | Convidado virtual: Miguel López | Estudo de caso 1: Revista Tatuí, Clarissa Diniz | Estudo de caso 2: Asterisco 9, Luisa Ungar e Nadia Moreno | Debatedora: Lisette Lagnado. Vagas: 120 | SESC Belenzinho | Sala de Espetáculos 2
Mais informações, aqui.
 

Chimamanda Adichie: "The danger of a single story"

Publicado22 Nov 2011

Etiquetas chimamanda adichie história literatura talk

Our lives, our cultures, are composed of many overlapping stories. Novelist Chimamanda Adichie tells the story of how she found her authentic cultural voice -- and warns that if we hear only a single story about another person or country, we risk a critical misunderstanding.

TALK: "The danger of a single story". (18'44'')

"Subtil Violência", de ROBERTO HUARCAYA, em Lisboa

Publicado21 Nov 2011

Etiquetas fotografia roberto huarcaya

© Roberto Huarcaya, "Playa Pública / Playa Privada", 2010. Cortesia do artista

Já inaugurou a primeira exposição individual em Portugal do fotógrafo peruano Roberto Huarcaya, que em 2010 ganhou o Prémio de Fotografia "Petrobrás - Buenos Aires" com uma das 28 imagens que agora integram a sua mostra na galeria do Palácio Galveias ("Playa Pública / Playa Privada", 2010).

A mostra enquadra-se na programação do PRÓXIMO FUTURO, em parceria com o Programa Gulbenkian de Ajuda ao Desenvolvimento. É co-produzida pela Casa da América Latina (em Lisboa), com o apoio da Câmara Municipal de Lisboa e da Embaixada do Peru. Intitula-se "Subtil Violência" e é também composta por 3 vídeos que partem de questões fotográficas.

Aqui, encontram uma das várias notícias que têm saído sobre a exposição. Para ver até 15 de Janeiro de 2012, com entrada livre (terça a sexta, das 10h00 às 19h00; sábado e domingo, das 14h às 19h).

Mais informações no site do Próximo Futuro e/ou através do email [email protected]

Visita Guiada por Roberto Huarcaya: este sábado às 17h00

Publicado18 Nov 2011

Etiquetas exposição fotografia roberto huarcaya visitas guiadas

PROCHAIN FUTUR: "Nollywood" à Paris

© Pieter Hugo, “Chris Nkulo and Patience Umeh. Enugu, Nigéria”, 2008

(da série "Nollywood"). Cortesia STEVENSON, Cidade do Cabo e Yossi Milo, Nova Iorque 

Hoje é dia das "Grandes LIÇÕES" em Paris (no Théâtre de la Ville), no final das quais, às 19h00, inaugurará a exposição "Nollywood", do reconhecido fotógrafo Pieter Hugo, recentemente galardoado com o mais importante prémio dos Encontros Fotográficos de Bamako ("Prix Seydou Keïta").

A exposição é organizada pelo Programa Gulbenkian Próximo Futuro/Prochain Futur em parceria com o Programa Gulbenkian de Ajuda ao Desenvolvimento e co-produção com o Théâtre de La Ville de Paris. Tem a curadoria de António Pinto Ribeiro e de Federica Angelucci, estando em exibição no Théâtre de la Ville de Paris até 30 de Dezembro de 2011.

Nollywood 

 Na série de fotografias intitulada “Nollywood”, Pieter Hugo confronta o papel do fotógrafo no domínio onde interagem a ficção e a realidade. “Nollywood” é considerada a terceira maior indústria cinematográfica do mundo, lançando perto de 1000 filmes por ano para o mercado de home vídeo. Tal abundância é possível devido ao facto de os filmes serem realizados em condições que assustariam a maioria dos realizadores independentes ocidentais. Os filmes são produzidos e comercializados em apenas uma semana: equipamentos de baixo custo, guiões muito básicos, actores escolhidos no próprio dia da filmagem, locais de filmagem da ’vida real’.

Em África, os filmes de “Nollywood” são um raro exemplo de auto-representação nos meios de comunicação social. A rica tradição de narração de histórias do continente, comunicada de forma abundante através da ficção oral e escrita, é transmitida, pela primeira vez, através dos meios de comunicação social. As histórias na tela reflectem e apelam às vivências do público: os protagonistas são actores locais; os enredos confrontam o espectador com situações familiares de romance, comédia, bruxaria, corrupção, prostituição. A narrativa é exageradamente dramática, sem finais felizes, trágica. A estética é ruidosa, violenta, excessiva; nada se diz, tudo se grita.

Nas suas viagens pela África Ocidental, Hugo tem-se intrigado por este estilo distinto de construção de um mundo ficcional onde se entrelaçam elementos do quotidiano e do irreal. Ao pedir a uma equipa de actores e assistentes para recriar mitos e símbolos de “Nollywood” tal como se estivessem em sets de filmagem, Hugo iniciou a criação de uma realidade verosímil. A sua visão da interpretação do mundo pela indústria cinematográfica resulta numa galeria de imagens alucinatórias e inquietantes.

A série de fotografias retrata situações claramente surreais mas que podiam ser reais num set de filmagens; para além disso, estas estão enraizadas no imaginário simbólico local. Os limites entre documentário e ficção tornam-se bastante fluidos e somos deixados a pensar se as nossas percepções do mundo real são de facto verdadeiras.

Federica Angelucci

Pieter Hugo nasceu em 1976 e cresceu na Cidade do Cabo, onde continua a residir. As suas participações em exposições colectivas actuais e futuras incluem “Urban Lives”,na Shoshana Wayne Gallery (Califórnia), “All Cannibals”, na Collectors Room (Berlim), “ARS 11”, no Kiasma Museum of Contemporary Art (Helsínquia), Mannheim Photo Festival (Alemanha) e “The Global Contemporary: Art worlds after 1989”, no ZKM Center for Art and Media (Karlsruhe). As suas mais recentes exposições individuais decorreram no Institute of Modern Art (Brisbane, 2010), na Yossi Milo Gallery (Nova Iorque, 2010), no Le Chateau d'Eau em Toulouse (França, 2010), no Australian Centre for Photography (Sydney, 2009) e no Foam Fotografiemuseum (Amesterdão, 2008). As suas participações em exposições colectivas incluem “The Endless Renaissance”, no Bass Museum of Art, em Miami Beach (Florida, 2009), “Street & Studio: An urban history of photography”, no Tate Modern (Londres, 2008), “An Atlas of Events”, na Fundação Calouste Gulbenkian (Lisboa, 2007) e a 27ª Bienal de São Paulo (Brasil, 2006). Foi galardoado com o primeiro prémio na categoria de Retratos no concurso da World Press Photo (2006) e ganhou o Prémio Standard Bank para o Melhor Jovem Artista Plástico (2007). Em 2008, foi galardoado com o Prémio KLM Paul Huf e com o Prémio Descoberta 2011, no Festival de Fotografia Rencontres d’Arles, em França. Em 2011 recebeu o grande "Prix Seydou Keïta" dos 'Encontros de Bamako', a mais importante bienal de fotografia africana.

Mais informações no site do Próximo Futuro e/ou através do email [email protected]

PROCHAIN FUTUR: Grandes Leçons et Pieter Hugo à Paris

© Pieter Hugo, “Emeka Onu. Enugu, Nigéria”, 2008 (da série "Nollywood").

Cortesia STEVENSON, Cidade do Cabo e Yossi Milo, Nova Iorque 

Amanhã, dia 18 de Novembro (6f), das 14h às 18h, repetem-se no Théâtre de la Ville de Paris as GRANDES LIÇÕES apresentadas ontem na sede da Fundação Calouste Gulbenkian pelo Programa Gulbenkian Próximo Futuro, fruto de uma co-produção que também envolve o Programa Gulbenkian de Ajuda ao Desenvolvimento, a Casa da América Latina (Lisboa), a CML, a Embaixada do Peru e a ACEP.

Às 19h, também no Théâtre de la Ville de Paris, inaugura a mais recente exposição do fotógrafo sul-africano Pieter Hugo (recém-galardoado com o grande prémio "Seydou Keïta" dos Encontros de Bamako), intitulada "Nollywood", com curadoria de António Pinto Ribeiro e Federica Angelucci.

Aproveitamos para disponibilizar todas as sinopses e biografias em francês:

GRANDES LEÇONS

GUSTAVO FRANCO

Indices du bonheur, actuel et futur, au Brésil: aspects conceptuels et déterminants économiques

Les problèmes d’ordre conceptuels inhérents aux indicateurs subjectifs du bonheur, qui ont récemment suscité une vaste production bibliographique dans le milieu académique, remontent aux origines-mêmes de la discipline. Ceci étant les progrès intervenus ces dernières années à la croisée entre économie et psychologie ainsi que le développement de ladite ‘économie expérimentale’ ont ouvert de nouvelles avenues visant l’élaboration et l’usage de ces indicateurs-là, qu’il s’agisse d’exploiter ou d’établir de nouveaux caps pour les politiques publiques. Dans le cadre de ce nouveau domaine de recherche se posent certaines questions primordiales, à savoir le rapport entre le niveau des revenus, ou plus généralement l’essor économique, et les indices du bonheur actuel et futur de divers pays. Plusieurs paradoxes existent à l’égard de ce rapport, l’un d’eux revient systématiquement dans bon nombre de recherches et concerne le résultat empirique selon lequel le progrès matériel a une influence aussi petite que restreinte lorsqu’il s’agit de définir le degré du bonheur. C’est sur cet axe qu’apparaissent les questions à propos du PIB et son taux de croissance comme étant l’objectif majeur des politiques publiques, probablement au détriment d’autres dimensions de la vie en société. Toutefois, les chiffres relatifs au Brésil suggèrent que nous fassions une lecture prudente de ces paradoxes; il serait peut-être prématuré d’abandonner les indicateurs strictement économiques de l'affluence. Bien qu’il s’agisse d’un pays émergent à revenu moyen, l’indice du bonheur actuel, mesuré de façon systématique par Gallup Poll, se situe dans le premier quart de la distribution globale et l’indice du bonheur futur du Brésil occupe le premier rang à l’échelle mondiale depuis cinq ans. Les résultats brésiliens, tout comme leurs déterminants, fournissent un excellent point de vue pour un débat plus ample sur le sens, la portée et les répercussions des indices du bonheur dans une optique de politiques publiques et des calculs qui en découlent.

Gustavo H. B. Franco est à la fois membre du Conseil d’administration de la Banque Daycoval (conseiller indépendant) et de celui de Globex Utilidades S/A. De nationalité brésilienne, il a terminé ses études universitaires, filière Economie, à la PUC – Pontifícia Universidade Católica de Rio de Janeiro en 1982, puis a enchaîné sur des 3ème cycles à l’université d’Harvard : M.A. (1985) et Ph.D (1986). Entre 1986 et 1993, il a non seulement enseigné mais encore fait de la recherche et du conseil spécialisé en questions économiques – inflation, stabilisation et économie internationale. Dans le service public, il a ensuite occupé plusieurs postes de 1993 à 1999 : au ministère des Finances en tant que secrétaire-adjoint chargé de Politique économique ; directeur aux Affaires internationales et président de la Banque centrale du Brésil. Parmi ses maintes activités, il a joué un rôle primordial dans le cadre du plan Real ; en formuler les termes, le rendre opérationnel et assurer son administration. A l’issue d’une année sabbatique (1999), il a fondé Rio Bravo Investimentos (2000), une société d’investissements qui correspond aujourd’hui à son activité principale. Il appartient aussi à plusieurs conseils d’administration et consultatifs et est régulièrement sollicité dans le but d’intervenir dans l’évènementiel d’entreprises.

BENJAMIN ARDITI

Le devenir-autre du politique: Notre futur proche s’inscrit dans le post-libéralisme et la politique virale

Je proposerais deux critères permettant de sous-tendre le devenir-autre du politique. L’un vient du fait que nous opérions d’ores et déjà dans un cadre post-libéral compte tenu du dépassement de deux piliers du libéralisme; d’abord parce que le politique va au-delà de la représentation électorale et déborde les frontières territoriales de l’Etat souverain, ensuite quoique les personnes ne se connaissent pas les unes les autres elles peuvent agir de concert sans avoir à solliciter en permanence les structures de commandement propres aux partis politiques et aux mouvements sociaux. A propos des systèmes ouverts ayant multiples points d’accès, l’image du rhizome de Deleuze montre comment penser ce genre de coordination. J’y ferai appel pour parler de la connectivité virale et de la politique virale qui se nourrissent des nouveaux média. J’examinerai ces deux indicateurs du devenir-autre du politique en évoquant brièvement une série d’insurrections, de l’argentin “Qu’ils s’en aillent tous, qu’il n’en reste aucun” à plusieurs autres mouvements qui ont vu le jour cette année-ci: les étudiants chiliens; les révoltes en cours, au Maghreb, et le M-15, en Espagne. Quel qu’en soit le dénouement, j’ai le sentiment que ces insurrections renvoient aux «médiateurs disparaissants» dont parle Fred Jameson; en quelque sorte des médiateurs qui font office de symptôme de l’émergence de notre devenir-autre. Pour terminer, je ferai une ébauche de la politique virale et chercherai à en évaluer les pour et les contre.

Benjamin Arditi est professeur d’Etudes politiques à l’université nationale autonome du Mexique (UNAM). Il a fait son doctorat de 3ème cycle à l’université d’Essex, au Royaume-Uni. Professeur près les universités Santa Catarina (Brésil), Maryland (Etats-Unis) et d’Essex (RU), il a également été invité à dispenser des cours auprès des universités d’Edimbourg et de Saint Andrews (Royaume-Uni). Au Paraguay, il est à la fois directeur de recherche au sein d’une ONG, journaliste et activiste. Après la chute de Stroessner, il y a lancé une campagne d’éducation civique à l

Grandes Lições e inauguração de "Subtil Violência"

16 de Novembro é dia de Grandes Lições, com os conferencistas internacionais Benjamin Arditi (México), Elikia M'Bokolo (República Democrática do Congo), Gustavo Franco (Brasil) e Serge Michailof (França), terminando às 19h00 com a inauguração da exposição "Subtil Violência" do fotógrafo peruano Roberto Huarcaya.

PROGRAMA

10h00 – Abertura, Emílio Rui Vilar, Presidente, Fundação Calouste Gulbenkian

10h30 – Gustavo Franco, Brasil

Índices de felicidade corrente e futura no Brasil: aspectos conceituais e determinantes económicos

Os problemas conceituais nos indicadores subjetivos de felicidade, em torno dos quais surgiu uma imensa literatura acadêmica recente, remontam aos primórdios da disciplina, mas os avanços recentes na interface entre a economia e a psicologia, bem como o desenvolvimento da chamada ’economia experimental‘, abriram novas frentes para a construção e para o uso desses indicadores, seja para a pesquisa, seja para a definição de novos rumos nas políticas públicas. De entre as questões mais importantes desta nova área de pesquisa está a relação entre o nível de renda, ou mais genericamente o progresso econômico, e os índices de felicidade corrente e futura de diferentes países. Existem muitos paradoxos nessa relação, um dos quais amplamente presente em muitas pesquisas que é o resultado empírico segundo o qual é pequena e limitada a influência do progresso material para a definição do nível de felicidade. É nessa linha que surgem questionamentos em torno da ideia de que o crescimento do PIB seja a principal meta das políticas públicas, possivelmente em detrimento de outras dimensões da vida em sociedade. Os números para o Brasil, todavia, sugerem uma leitura cautelosa desses paradoxos; talvez seja prematuro abandonar os indicadores estritamente econômicos de afluência. A despeito de ser um país emergente de renda média, o índice de felicidade corrente, medido sistematicamente pelo Gallup Poll, tem estado no primeiro quartil da distribuição global e, o índice de felicidade futura para o Brasil, tem estado no primeiro lugar do mundo nos últimos 5 anos. Os resultados brasileiros, bem como seus determinantes, permitem um excelente ponto de vista para uma discussão mais ampla sobre o significado, alcance e implicações para políticas públicas dos índices de felicidade, tal como habitualmente calculados.

Gustavo H. B. Franco é membro do Conselho de Administração do Banco Daycoval (Conselheiro Independente) e também do Conselho de Administração da Globex Utilidades S/A. Brasileiro, Bacharel (1979) e Mestre (1982) em Economia pela PUC/Rio de Janeiro e M. A. (1985) e Ph.D (1986) pela Universidade de Harvard. Foi professor, pesquisador e consultor em assuntos de economia, entre 1986 e 1993, especializando-se em inflação, estabilização e economia internacional. Em seguida, no serviço público, entre 1993 e 1999, foi Secretário de Política Económica (adjunto) do Ministério da Fazenda, Director de Assuntos Internacionais e Presidente do Banco Central do Brasil. Teve participação central na formulação, operacionalização e administração do Plano Real, entre outras atividades. Após ano sabático na universidade (1999), fundou a Rio Bravo Investimentos (2000), empresa de investimentos, onde actualmente tem a sua ocupação principal. Tem participado em diversos conselhos de administração, consultivos e de eventos corporativos, como palestrante.

(11h15/11h40 pausa para café)

11h40 – Benjamin Arditi, México

O ‘becoming-other’ da política: O Pós-liberalismo e a política viral são o nosso próximo futuro

Gostaria de propor dois critérios que tentam compreender a ’transformação‘ da política. Um deles é já trabalharmos num contexto pós-liberal, considerando que dois pilares do liberalismo já foram ultrapassados: a política vai além do quadro da representação eleitoral e transcende as fronteiras territoriais do estado soberano. O segundo marcador é o de que as pessoas que não se conhecem podem agir em concertação sem necessitarem sempre das estruturas de comando habituais dos partidos políticos e dos movimentos sociais. O rizoma, os sistemas abertos de Deleuze com múltiplos pontos de entrada, funciona como uma imagem de pensamento para esta forma de coordenação. Vou utilizá-lo para falar da conectividade viral e da política viral que têm tirado partido dos novos meios de comunicação. Vou discutir estes dois indicadores do becoming-other da política, através de uma breve análise de uma série de insurreições que vão desde “Todos têm de ir embora, não pode ficar um sequer”, na Argentina, ao movimento estudantil no Chile, este ano, às rebeliões actualmente em curso, na zona do Magrebe, e ao movimento M-15, em Espanha. O meu pressentimento é o de que estas insurreições, qualquer que seja o seu desfecho, são aquilo que Fred Jameson designa de «mediadores em desaparecimento», neste caso, mediadores que funcionam como sintomas do nosso becoming-other. Concluirei com uma breve resenha sobre política viral e tentarei avaliar os seus prós e contras.

Benjamin Arditi é professor de Política na Universidade Nacional do México (UNAM). Fez o seu doutoramento na Universidade de Essex, no Reino Unido, leccionou nas Universidades de Santa Catarina (Brasil), Maryland (EUA) e Essex (Reino Unido) e foi professor convidado nas Universidades de Edimburgo e St. Andrews. No Paraguai, trabalhou como director de investigação numa ONG, desenvolvendo ao mesmo tempo a actividade de jornalista e activista. Após a queda de Stroessner, fundou uma campanha nacional de educação cívica. A sua obra mais recente intitula-se “Politics on the Edges of Liberalism. Difference, Populism, Revolution, Agitation” (Edimburgo, 2007) e co-editou “Taking on the Political”, uma série de livros sobre o pensamento político no continente, publicado pela Edinburgh University Press. O seu trabalho mais recente incide no becoming-other[1]* da política, designadamente no pós-liberalismo, política viral e pós-hegemonia.

Moderador: António Pinto Ribeiro, Programa Gulbenkian Próximo Futuro

(12h45/14h00 Pausa para almoço)

14h30 – Serge Michailof, França

Um planeta descontrolado: De que vale a ajuda ao desenvolvimento?

A opinião pública das nossas sociedades da abundância ainda não entendeu que os países ricos deixaram de controlar as imensas alterações que têm ocorrido no mundo em desenvolvimento. O nosso planeta transformou-se numa aldeia global pelo que os choques demográficos e ambientais em curso, quer nos países mais pobres, quer nas econ omias emergentes do Sul, passaram a ter um impacto sobre o conforto, o modo de vida e as crenças do Norte.

Tensões vão-se agudizando em várias regiões onde a miséria e as frustrações fervilham. Se quisermos evitar que uma espiral descendente alastre do Corno de África para África Central, é fulcral perceber a razão pela qual a ajuda quase sempre redundou em fracasso nos Estados frágeis. A esse respeito, é comprovadamente essencial erguer instituições estatais, sendo certo que esse objectivo não se encontra na mira das intervenções militares externas nem nunca constituiu uma prioridade da assistência humanitária e para o desenvolvimento, mais focada na beneficência a curto prazo do que na sustentabilidade a longo prazo.

Num contexto em que o esgotamento dos recursos do planeta assume uma magnitude sem precedentes, as instituições da ajuda ao desenvolvimento podem tornar-se parceiros relevantes no intuito de ajudar, quer os países ricos, quer os países emergentes, na co-gestão dessas questões cruciais, assim como a implementar estratégias de partilha mais astutas. À medida que vamos sendo confrontados com um mundo mais instável, uma nova abordagem da ajuda ao desenvolvimento alicerçada nos interesses comuns do Norte e do Sul revela-se não somente possível como necessária e até imprescindível.

Serge Michailof tem-se debruçado sobre questões de desenvolvimento desde 1968. Actualmente, lecciona sobre desenvolvimento económico e programas de ajuda no Institut National des Sciences Politiques, em Paris. É um consultor regular do Banco Mundial e de outras instituições de solidariedade sobre países em desenvolvimento e reconstrução pós-conflito, focando-se especificamente na construção de instituições e de Governos. É assessor de vários Governos. Estudou em França (MBA na HEC-École des Hautes Études Commerciales, doutorado em Economia e mestre em Antropologia) e nos Estados Unidos (MIT). Publicou e/ou coordenou cinco obras ”Notre Maison Brûle au Sud, Que Peut Faire l’Aide au Développement?” (Fayard, 2010),  ”A Quoi Sert d’Aider le Sud? ” (Ed. Economica, 2007), ”La France et L’Afrique” (Karthala, 1993), ”Les Apprentis Sorciers du Développement” (Ed. Economica, 1987) e, em conjunto com Manuel Bridier, ”Guide Pratique d’Analyse de Projects d’Investissements” (Ed. Económica, 1995, 5ª edição), um livro didáctico bem conhecido. Publicou também numerosos artigos sobre questões de desenvolvimento. Faz parte do Conselho de Administração do CIAN (Conseil des Investisseurs Français en Afrique). Foi agraciado com a Legião de Honra e a Ordem de Mérito francesas, assim como com a Ordem Nacional do Leão, do Senegal.

(15h15/15h40 pausa para café)

15h40 – Elikia M'Bokolo, República Democrática do Congo

Como será África num futuro próximo?

África preocupa alguns, inquieta, com ou sem motivo, pela perspectiva das hordas migratórias arrastadas numa onda desenfreada rumo aos paraísos consumistas do ’Ocidente‘ ou do ’Norte‘, consoante os casos. África também regozija muitos outros, seja pela espectacularidade daqueles invejáveis corpos musculados em qualquer prova desportiva, seja pela audição daqueles ritmos e sons tão longínquos, tão estranhos e, simultaneamente, tão familiares, como se fossem expectáveis. Uma coisa é certa: África interroga, África interpela, África perturba. África, mas que África? A forma como olho para o próximo futuro de África decorre do olhar de um africano que conhece África, por lá viver, por estudá-la e por ali criar, que conhece também o mundo pelas mesmas razões  e para quem a imaginação, a vontade e, porque não dizê-lo, o sonho, assentes numa observação escrupulosa, formam a melhor chave para tornar real o possível e para abrir as portas de um futuro inesperado, melhor que o nosso presente. Regeneração, renascimento? Se a efervescência religiosa indica o vigor das expectativas e se a criatividade artística dá conta da multiplicidade dos possíveis, fá-lo-ão no entanto à custa de uma auto-invenção ou reinvenção intelectual e moral para que os africanos assumam, em moldes inovadores, os profundos desafios que os tempos presentes deixam adivinhar.

Elikia M’Bokolo formou-se pela École Normale Supérieure e com agregação universitária e é director de estudos na École des Hautes Études en Sciences Sociales, bem como docente na Universidade de Kinshasa. Para além disso é autor de diversas obras de referência e produtor de “Mémoire d’un Continent”, para a Radio France Internationale, um programa radiofónico semanal dedicado à história de África e às suas diásporas. De entre as suas obras escritas e audiovisuais mais recentes, destacam-se “Afrique noire. Histoire et civilisations” (2005), “Médiations africaines. Omar Bongo et les défis diplomatiques d’un continent” (2009), “Afrique. une histoire sonore”, 1960-2000(com Philippe Sainteny, 2001), “L’Afrique littéraire. Cinquante ans d’écriture” (com Philippe Sainteny, 2008), “Africa : 50 Years of music. 50 ans d’indépendances” (2010) e “Afrique(s). Une autre histoire du XXe siècle” (filme documentário, 4 x 90’, de Elikia M’Bokolo, Philippe Sainteny e Alain Ferrari, 2010).

Moderador: João Gomes Cravinho, Embaixador da EU em Nova Deli

19h00 – Inauguração da Exposição de Fotografia de Roberto Huarcaya, em colaboração com a Casa da América Latina,  no Palácio Galveias, Lisboa

O trabalho do fotógrafo peruano Roberto Huarcaya, vencedor do Prémio Petrobrás Buenos Aires – Photo 2010, vai ser apresentado pela primeira vez em Portugal na exposição Subtil Violência, que abre ao público no dia 16 de Novembro, a partir das 19h, no Palácio Galveias. Com curadoria de António Pinto Ribeiro, a proposta de Huarcaya resulta de um projecto de investigação em torno das representações visuais alusivas à construção da comunidade histórica peruana, partindo de referências locais, no sentido de expandir a sua leitura e as suas influências ao nível nacional, regional, continental e, finalmente, global. As fotografias que agora se apresentam são, nas palavras do próprio artista, “propostas que nos vão dando pistas, informação sobre diversas coordenadas temporais, espaciais e formais, sobre este lentíssimo processo de misturas, desenvolvimento e tensão, de mudanças constantes, que levam o país a transitar, de um modo disperso, para esse propósito de se constituir como nação.”

Roberto Huarcaya nasceu em Lima, em 1959. Estudou Psicologia e Cinema, em Lima, e Fotografia em Madrid. Em 1989, começou a dedicar-se à fotografia. Participou na Bienal de Havana de 1997, nas Bienais de Lima de 1997, 1998 e 2000, na Primavera Fotográfica de Catalunha, em 1998, na PhotoEspaña, em 1999, e na Bienal de Veneza de 2001. A sua obra está representada nas colecções do Fine Arts Museum de Houston e do Center on Contemporary Art (COCA) de Seattle, do Museu de Arte de Lima, da Fundación América em Santiago do Chile, do Centro de Arte Contemporáneo Wilfredo Lam em Havana (Cuba), para além de diversas colecções privadas. Em 2010, venceu o Prémio Petrobrás Buenos Aires de Fotografia.

Todos os ev entos têm entrada livre, sendo que as conferências dos dias 15 e 16 de Novembro têm tradução simultânea assegurada, bem como transmissão on-line, em versão compatível com IPHONE | IPAD | Android: http://www.livestream.com/fcglive ou http://live.fccn.pt/fcg/ .

Mais informações: [email protected]


[1] *Becoming-other – Abertura da política à mundialização, fora do eixo convencional da autoridade a nível local.

"Percepção e representação contemporâneas de África e da América Latina": HOJE e AMANHÃ na Gulbenkian (Lisboa)

© Filipe Branquinho, "Vendedor ambulante de flores", 2011.

Cortesia do artista

É hoje, no Auditório 3 da Fundação Calouste Gulbenkian, das 09h30 às 17h30, que se realiza a primeira apresentação do "Observatório de África e da América Latina".

Resultante dos workshops de investigação que o Programa Gulbenkian Próximo Futuro concretizou desde 2009, este seminário será constituido por comunicações de investigadores ligados a universidades, centros de pesquisa e organizações não-governamentais.

Fruto da parceria com o Théâtre de La Ville de Paris, este modelo de seminário será concretizado no dia 17 de Novembro, na capital francesa, com investigadores aí radicados.

PROGRAMA

09H30

LUÍSA VELOSO

Das categorias de pensamento às categorias de conhecimento

Com esta apresentação, propõe-se discutir os processos sociais de reflexão e construção de categorias de pensamento sobre a realidade, construção entendida em sentido lato, abarcado desde as actividades de investigação, de intervenção social (política, intelectual, etc.) até às de expressão artística. Estas convertem-se em categorias de conhecimento, mais ou menos elaboradas, mais ou menos destinadas a um ’uso’ ordinário ou extraordinário, traduzindo-se na construção de quadros de conhecimento estruturados. A realidade é, neste sentido, objecto de um processo de estruturação em função dos quadros de pensamento tendencialmente dominantes. No entanto, são múltiplas as leituras existentes e, ainda que nem sempre dominantes, são dotadas de especificidades próprias. Perspectiva-se equacionar esta dupla existência dos quadros de conhecimento dominantes e dos ’outros’ e algumas das estruturas de relações entre ambos.

Luísa Veloso é socióloga e investigadora no Centro de Investigação e Estudos em Sociologia, do Instituto Universitário de Lisboa, desde Março de 2008. Foi docente na Faculdade de Letras da Universidade do Porto, entre 1990 e 2008. Licenciada e doutorada em Sociologia, tem desenvolvido actividades de investigação em áreas diversas, com particular ênfase na Sociologia do Trabalho, da Ciência e Inovação e da Educação. É co-programadora do Ciclo Documente-se, desde a sua criação (2008), e do Ciclo de Cinema Rupturas, que teve lugar na Cinemateca Portuguesa (2010). É autora de diversos livros e artigos.

MAGDALENA LÓPEZ

A melancolia geradora do fracasso utópico em Cuba

A literatura cubana das últimas duas décadas oferece variados testemunhos sobre o fracasso do sonho socialista. No entanto, o fim da fé na utopia não tem implicado a perda de sentido. O estudo de “La novela de mi vida”, de Leonardo Padura (2002), “Muerte de Nadie”, de Arturo Arango (2004), e “Otras plegarias atendidas”, de Mylene Fernández Pintado (2003), mostrará os imaginários emergentes que se depreendem da ligação entre utopia, fracasso e melancolia, para sugerir subjectividades alternativas ao discurso oficial.

Magdalena López é investigadora de pós-douramento no Centro de Estudos Comparatistas da Universidade de Lisboa. Tem um doutoramento em literatura latino-americana da Universidade de Pittsburgh. Especializa-se em temas sobre cultura e literatura do Caribe hispano-americano. Tem publicado vários artigos, entrevistas e resenhas na imprensa (Latin American Research Review,  Revista Iberoamericana, Dissidences, La Habana Elegante y Revista Encuentro de la Cultura Cubana).  O seu último livro intitula-se "Nuestra América: Imaginarios sobre Estados Unidos en Cuba y República Dominicana". Actualmente, desenvolve um projecto de investigação comparativo entre as literaturas recentes das ilhas de Porto Rico, Cuba e a República Dominicana.

[10h50 – 11h10 Pausa para café/chá]

ANA SÉCIO

África no Imaginário Português: Corpo e Identidade na Arte Contemporânea Portuguesa

África integra o imaginário português desde há séculos. Cenário que tem início com as Navegações e que adquire mais expressão a partir dos finais do século XIX, com o maior impacto da colonização portuguesa. Há, ainda, que assinalar a ideologia oficial do Estado Novo e o pós-25 de Abril, que conta com as memórias dos ex-colonos e dos seus descendentes, elementos que, em muito, contribuem para a configuração deste imaginário. O Portugal pós-colonial assume-se como um importante ponto de chegada de indivíduos de diferentes nacionalidades, onde o convívio e o debate entre as representações de África se fazem notar. Nesta comunicação, partindo da noção de mito postulada por Roland Barthes, em “Mitologias”, pretendemos reflectir sobre a dimensão mítica de algumas dessas representações na arte contemporânea portuguesa, sobretudo no que concerne ao corpo e à configuração de identidades plurais, porque forçosamente multiculturais.

Ana Sécio é aluna do mestrado de Estudos de Cultura, na Universidade Católica Portuguesa, onde fez a licenciatura em comunicação social e cultural, na variante cultural. Estagiou na RDP África, colaborando em programas como “Escrever na Água”, “Nakurandza Moçambique” e “Djumbai”. Tem trabalhado na área de produção de conteúdos para programas televisivos.

ANTÓNIO PINTO RIBEIRO

Itinerário exaltante

A questão da representação é central na História Cultural do Ocidente - não é por acaso que Aristóteles lhe dedica uma parte substantiva da sua obra - e tornou-se um tema fulcral em toda a produção teórica tanto nos Estudos de Cultura como nos mais subtis estudos do pós-colonialismo. A representação não só reforça a ideia e a marca da ausência, e a sua substituição por outro significante, como é um acto de criação e nesse sentido resulta de uma subjectividade onde a ideologia e o biográfico tomam papéis preponderantes. No caso concreto de obras documentais (ou que se afirmam como tal) de escritores europeus, em que resulta esta criação? Tomaremos como estudo de caso um exemplo emblemático de uma obra inovadora sobre os territórios ex-colonizados que é “Baía dos Tigres”, de Pedro Rosa Mendes, para tentar entender a construção social resultante desta representação particular.

António Pinto Ribeiro nasceu em Lisboa. A sua formação académica foi feita nas áreas da Filosofia, Ciências da Comunicação e Estudos Culturais. É nestas áreas que tem desenvolvido o trabalho de investigação e de produção teórica publicado em revistas da especialidade. É professor-conferencista de várias universidades internacionais e professor-associado da Universidade Católica. A par da sua actividade de investigador e de professor tem tido uma prática de programaçã o artística e de gestão cultural com a organização de vários programas, festivais e exposições nacionais e internacionais. É o Programador-Geral do Programa Gulbenkian Próximo Futuro.

Moderadora: Fátima Proença (ACEP)

[12h30-14h30 Pausa para almoço]

FÁTIMA PROENÇA

Entre o entretenimento e a assistência: ’comunicação’ e ’ajuda’ como contributos para a fragilização e a dependência

Diversas formas actuais da ’sociedade do espectáculo’, tal como caracterizada por Debord há mais de três décadas, oferecem-nos construções também actualizadas do ’fardo do homem branco’, voltando a aprisionar África numa teia de conceitos, onde ’humanitário, ’fragilidades’, ‘necessidades’ arriscam ser a nova linguagem de velhas relações de poder. Num quadro de procura de construção de múltiplas cidadanias, há legitimidade para papéis como os de espectadores ou de aprendizes de feiticeiro?

Fátima Proença intervém na cooperação não governamental para o desenvolvimento desde a década de 80, em processos de investigação/acção, de inovação na documentação e comunicação sobre África e de advocacia na sociedade portuguesa, em colaboração estreita com organizações da sociedade civil africana. Dirige, desde 1997, a ACEP – Associação para a Cooperação Entre os Povos, ONG e, entre 2002 e 2008, presidiu à Plataforma portuguesa de ONGD.

FREDERICO DUARTE

Factor Favela

O Brasil é hoje mais do que uma nação tropical de praia, samba e futebol: é uma superpotência do século 21. Está, por isso, na hora de o mundo, ou pelo menos o mundo do design, prestar a devida atenção ao design brasileiro. Mas também está na hora de os designers brasileiros tratarem o seu povo, um de seus principais valores, com o respeito que ele merece. De que forma é que a prática, a cobertura jornalística, a curadoria e a crítica académica do design brasileiro estão a misturar origem com identidade, oportunidade social com oportunismo de design, ’gambiarra‘ com inovação frugal, realidade com estereótipo?

Frederico Duarte estudou design de comunicação em Lisboa e trabalhou como designer na Malásia e em Itália. Em 2010 concluiu o mestrado em crítica de design na School of Visual Arts em Nova Iorque. Enquanto crítico e curador de design tem, desde 2006, escrito artigos e ensaios, contribuído para livros e catálogos, dado palestras e workshops, comissariado exposições e organizado eventos sobre design, arquitectura e criatividade. Actualmente lecciona na ESAD, Caldas da Rainha, e na Faculdade de Belas Artes, da Universidade de Lisboa.

[15h50 – 16h10 Pausa para café/chá]

ALEXANDRE ABREU

Migrações e Desenvolvimento

A questão dos nexos causais entre as migrações e o desenvolvimento dos territórios de origem, nomeadamente no âmbito de espaços sociais transnacionais criados e sustentados por migrantes, tem sido objecto de atenção acrescida nos últimos anos. Neste contexto,  o caso da comunidade de origem guineense residente em Portugal constitui um exemplo particularmente interessante, em virtude do carácter e intensidade das práticas transnacionais que tem desenvolvido de forma particularmente consistente. Serão apresentados alguns elementos exemplificativos destas práticas e dos seus efeitos ao nível das famílias e comunidades de origem na Guiné-Bissau, os quais servirão posteriormente como base para uma breve reflexão mais ampla, em torno da fluidez do significante ’desenvolvimento‘, no contexto deste debate.

Alexandre Abreu colabora com o Centro de Estudos sobre África e do Desenvolvimento (CEsA) do Instituto Superior de Economia e Gestão da Universidade Técnica de Lisboa (ISEG/UTL), no contexto de dois projectos que se enquadram nas actividades do Observatório ACP (África, Caraíbas e Pacífico) para as Migrações - uma iniciativa dinamizada pela Organização Internacional para as Migrações, de cujo Conselho Consultivo o ISEG/UTL é um dos membros institucionais. Um destes projectos, que se encontra actualmente em curso, procura identificar o potencial de desenvolvimento da diáspora guineense residente em Portugal e em França, para o desenvolvimento do seu país de origem. Recentemente, concluiu o seu projecto de doutoramento, desenvolvido na School of Oriental and African Studies, da Universidade de Londres, o qual incidiu sobre a economia política das migrações e desenvolvimento na Guiné-Bissau.

SOFIANE HADJADJ

Edições Barzakh

No dia-a-dia, o meu trabalho consiste em dar conta do mundo, do real, editando em Argel ensaios e romances. Num contexto político, económico e social conturbado – desde a célebre ’Primavera árabe‘ aos diversos conflitos que grassam por África – onde escasseiam as liberdades. E não deixo nunca de me interrogar acerca do sentido da minha profissão. Sou constantemente compelido a justificar os meus actos: qual a utilidade de publicar livros? E que livros? Escrever e editar constituem para mim duas formas de resistência perante as desordens do mundo: resistir às proibições, resistir às instrumentalizações, resistir ao desespero.

Mas, em meu entender, a questão essencial é saber que ideias almejamos promover, que histórias pretendemos contar aqui na Argélia, ou seja no Norte de África, que pertence ao mundo árabe. Se é não só aquilo que ‘pretendemos’ mas ainda aquilo que ‘podemos’.

O pensamento ou a ficção não são neutrais. As ideias, as histórias, são testemunhos daquilo que somos, daquilo que vivemos, do nosso imaginário, isto é da nossa capacidade para nos libertarmos de cangas ideológicas e de nos projectarmos para horizontes abertos.

Actualmente, dadas as recentes reviravoltas, procuro pensar naquelas que poderiam ser as ‘novas’ ideias, as ‘novas’ narrativas que, de outra maneira, contariam África, o mundo árabe, distanciando-se tanto quanto possível dos clichés sobre o terrorismo, a pobreza ou as mulheres; estando nós no cruzamento de tantas influências (Mediterrâneo, Saara, Europa, Islão…), como será possível inventar novos sonhos.

Sofiane Hadjadj (Éditions BARZAKH) nasceu em 1970, em Argel. Frequentou o ensino secundário e corânico em Tunes e concluiu o liceu em Argel, em 1989. De 1990 a 1997, estudou arquitectura em Paris. Em 1998, regressou a Argélia e, em Abril de 2000, criou, com Selma Hellal, as Edições Barzakh. Trata-se de uma casa editorial dedicada à criatividade e que conseguiu revelar muitas vozes da literatura argelina contemporânea (tanto de língua árabe como francesa). A partir de 2004, esta editora passou a incluir, nas suas publicações, ensaios e livros de arte, assim como desenvolveu parcerias com outras editoras francesas e árabes, nomeadamente Actes Sud (França) e Dar Al-Jadeed (Líbano).

Actualmente, o catálogo das Edições Barzakh é composto por mais de 130 títulos. Em Dezembro de 2010, foram galardoados com o Grande Prémio da Fundação Príncipe Claus dos Países Baixos para a cultura.

Sofiane Hadjadj colaborou em diversas publicações internacionais, quer no mundo árabe quer na Europa. Também foi cronista cultural no El Watan, jornal diário em língua francesa, e na Chaîne 3, da emissora radiofónica nacional. Enquanto escritor, publicou novelas e duas narrativas de que se destaca “Un si parfait jardin” (Le Bec en l’Air, 2008).

Moderador: António Pinto Ribeiro (PGPF)

Todos os eventos têm entrada livre, sendo que as conferências dos dias 15 e 16 de Novembro têm tradução simultânea assegurada, bem como transmissão on-line, em versão compatível com IPHONE | IPAD | Android: http://www.livestream.com/fcglive ou http://live.fccn.pt/fcg/ .

Mais informações: [email protected]

"Observatório de África e da América Latina": 15 de Nov. 09h30 - 17h30 (entrada livre)

©Jo Ractliffe, “Comfort Station, FAPLA base, Lobito”, 2008-2010.

Cortesia STEVENSON, Cidade do Cabo e Yossi Milo, Nova Iorque. 

Amanhã começa a nova temporada de actividades do Programa Gulbenkian Próximo Futuro, desta vez em parceria com o Programa Gulbenkian de Ajuda ao Desenvolvimento, para debater a questão da "Percepção e representação contemporâneas de África e da América Latina" através de conferências por parte de diversas personalidades, em Lisboa (Fundação Calouste Gulbenkian) e em Paris (Théâtre de la Ville), nos próximos dias 15, 16, 17 e 18 de Novembro de 2011.

A programação é consultável quer no site do Próximo Futuro e no site da Fundação Calouste Gulbenkian, incluindo ainda duas exposições individuais dos fotógrafos Roberto Huarcaya (inaugura na Galeria Palácio Galveias no próximo dia 16 de Novembro às 19h00) e Pieter Hugo (inaugura no Théâtre de la Ville de Paris a 18 de Novembro, também às 19h00).

Todos os eventos têm entrada livre, sendo que as conferências dos dias 15 e 16 de Novembro têm tradução simultânea assegurada, bem como transmissão on-line, em versão compatível com IPHONE | IPAD | Android: http://www.livestream.com/fcglive ou http://live.fccn.pt/fcg/ .

15 Terça / 09h30 - 17h30

“Observatório de África e da América Latina”

SEMINÁRIO

Edifício-sede da Fundação Calouste Gulbenkian (Lisboa), Aud. 3

Entrada livre

Primeira apresentação do “Observatório de África e da América Latina”, resultante dos workshops de investigação que o Programa Gulbenkian Próximo Futuro concretizou desde 2009, no qual serão proferidas comunicações de investigadores ligados a universidades, centros de pesquisa e organizações não-governamentais.

Fruto da parceria com o Théâtre de La Ville de Paris, este modelo de seminário será concretizado no dia 17 de Novembro, na capital francesa, com investigadores aí radicados.

Oradores/investigadores:

[09h30]

Luísa Veloso (CIES, IUL)

Magdalena López (CEC, FLUL)

Ana Sécio (FCH/UCP)

António Pinto Ribeiro (PGPF, UCP)

Moderadora: Fátima Proença (ACEP)

[14h30]

Fátima Proença (ACEP)

Frederico Duarte (FBAUL)

Alexandre Abreu (CEsA, ISEG/UTL)

Sofiane Hadjadj (Éditions Barzakh, Argélia)

Moderador: António Pinto Ribeiro (PGPF)

16 Quarta / 10h00 - 18h00

“Percepção e representação contemporâneas de África e da América Latina”

LIÇÕES PRÓXIMO FUTURO

Edifício-sede da Fundação Calouste Gulbenkian (Lisboa), Aud. 2

Entrada livre

Ciclo de conferências do Programa Gulbenkian Próximo Futuro, co-produzido com o Programa Gulbenkian de Ajuda ao Desenvolvimento e o Théâtre de La Ville de Paris, onde as Lições serão proferidas no dia 18 de Novembro.

10h00 - Abertura, Emílio Rui Vilar, Presidente, Fundação Calouste Gulbenkian

Gustavo Franco (Brasil)

Benjamin Arditi (México/Paraguai)

Moderador: António Pinto Ribeiro (PGPF)

[Pausa para almoço: 12h45 - 14h30]

Serge Michailof (França)

Elikia M’Bokolo (República Democrática do Congo/França)

Moderador: João Gomes Cravinho, Embaixador da UE em Nova Deli

Mais informações: [email protected]

nova temporada, próximas terça e quarta em Lisboa

O Jornal PRÓXIMO FUTURO N.º 8 já está impresso e em circulação! A capa é da artista americana de origem sul-africana Ayana V. Jackson (n. 1977), que participou nos Encontros Fotográficos de Bamako que estiveram expostos na Gulbenkian (em Lisboa) até Agosto passado, no âmbito do Programa PRÓXIMO FUTURO.

PROGRAMA GULBENKIAN PRÓXIMO FUTURO – NOVEMBRO 2011

Em parceria com o PROGRAMA GULBENKIAN DE AJUDA AO DESENVOLVIMENTO, co-produzido com o THÉÂTRE DE LA VILLE (Paris) e a Casa da América Latina (Lisboa), com o apoio da CML e da Embaixada do Peru.

CONFERÊNCIAS LISBOA - PARIS

15 Terça / 09h30 - 17h30

“Observatório de África e da América Latina”

SEMINÁRIO

Edifício-sede da Fundação Calouste Gulbenkian (Lisboa), Aud. 3

Entrada livre

Oradores/investigadores: Alexandre Abreu (CEsA, ISEG/UTL), Ana Sécio (FCH/UCP), António Pinto Ribeiro (PGPF, UCP), Fátima Proença (ACEP), Frederico Duarte (FBAUL), Luísa Veloso (CIES, IUL), Magdalena López (CEC, FLUL), Sofiane Hadjadj (Éditions Barzakh, Argélia)

Primeira apresentação do “Observatório de África e da América Latina”, resultante dos workshops de investigação que o Programa Gulbenkian Próximo Futuro concretizou desde 2009, no qual serão proferidas comunicações de investigadores ligados a universidades, centros de pesquisa e organizações não-governamentais.

Fruto da parceria com o Théâtre de La Ville de Paris, este modelo de seminário será concretizado no dia 17 de Novembro, na capital francesa, com investigadores aí radicados.

16 Quarta / 10h00 - 18h00

“Percepção e representação contemporâneas de África e da América Latina”

LIÇÕES PRÓXIMO FUTURO

Edifício-sede da Fundação Calouste Gulbenkian (Lisboa), Aud. 2

Entrada livre

Conferencistas: Gustavo Franco (Brasil), Benjamin Arditi (México/Paraguai), Serge Michailof (França), Elikia M’Bokolo (República Democrática do Congo/França)

Ciclo de conferências do Programa Gulbenkian Próximo Futuro, co-produzido com o Programa Gulbenkian de Ajuda ao Desenvolvimento e o Théâtre de La Ville de Paris, onde as Lições serão proferidas no dia 18 de Novembro.

EXPOSIÇÕES LISBOA - PARIS

  

16 Quarta / 19h00 (inauguração)

“Subtil Violência”, de Roberto Huarcaya

Curadoria: António Pinto Ribeiro

Palácio Galveias

Horário: Ter a Sex 10h-19h; Sáb, Dom 14h-19h

Entrada livre

18 Sexta / 19h00 (inauguração)

“Nollywood”, de Pieter Hugo

Co-curadoria: Federica Angelucci e António Pinto Ribeiro

Théâtre de La Ville, PARIS

 

Mais informações no site do Próximo Futuro e/ou através do email [email protected]

Les belles prises de Bamako

Publicado10 Nov 2011

Etiquetas bamako bienal fotografia georges osodi

Série «Oil rich Niger delta», 2004, de Georges Osodi

REPORTAGE | 8 novembre 2011

Les belles prises de Bamako

Par BRIGITTE OLLIER Envoyée spéciale à Bamako Photo . Malgré une thématique floue, la 9e biennale du Mali révèle plusieurs talents.

Lézards, papillons et flonflons, le rituel d’ouverture des Rencontres de Bamako tient ses promesses, laissant toujours pantois, surtout quand l’orchestre national du Mali entame Auprès de ma blonde (Qu’il fait bon, fait bon, fait bon), en l’honneur de Frédéric Mitterrand, ministre de la Culture et de la Communication. Lequel se fait photographier par Cissé Mariam Kaïdama Sidibé, Première ministre du Mali, alors qu’à quelques pas d’elle, au deuxième rang des invités d’honneur, est assis Malick Sidibé, dans son légendaire boubou bleu, trésor national vivant entouré par ses fans.

«Diaphane». Entre jongleries diplomatiques et bienséances insolites, sous un soleil féroce, s’enracine la biennale africaine de la photographie, qui fête sa neuvième édition préparée, comme en 2009, par Laura Serani et Michket Krifa. «Un happening culturel», selon son délégué général, Samuel Sidibé, soulignant sa représentativité, vingt-sept pays, soit la moitié du continent. Le budget est de poids : plus d’un million d’euros, dont la majeure partie en provenance de l’Institut français et de l’Union européenne. Reste à régler, parmi d’autres questions, l’indépendance d’un festival encore peu implanté dans la capitale du Mali, plus préoccupée ces jours-ci par Tabaski, la fête du mouton, que par le thème de la biennale, qui sonne d’ailleurs ironiquement, tel un coucou suisse, «Pour un monde durable».

L’exposition phare au musée national, cœur du festival, réunit une cinquantaine d’artistes. Accrochage trop dense, aucune confrontation possible. Certains sélectionnés sont connus - Pieter Hugo qui a reçu le prix Seydou Keïta pour sa série sur le bidonville d’Agbogbloshie (Ghana) -, d’autres ont déjà présenté leur travail ici (Elise Fitte-Duval, Martinique, et ses nus qui défrisèrent quelques moralisateurs, en 1994). Quelle est l’idée ? Montrer comment, à travers leur diversité, s’accordent - ou se désaccordent - les preneurs d’images face à ce thème si vaste, «ce monde durable», alliance de politique, de business et d’esthétique. D’emblée, on note la suprématie de l’Afrique du Sud, comme d’habitude. Pieter Hugo, donc, mais aussi Daniel Naudé, et ses chiens-statues. Thandile Zwelibanzi, et ses vendeurs de rue à Johannesburg, poignants. Sabelo Mlangeni, en noir et blanc, dans le hors-champ de la Coupe du monde de football. Et la délicatesse «diaphane»,selon un connaisseur, de Lien Botha, mêlant, comme sur un éventail, les à-côtés d’un Eden mythique.

Hors l’Afrique du Sud et ses écoles de photo réputées, Ymane Fakhir (Maroc) et Bruno Hadjih (Algérie-France) frappent par leur naturel. La première, rassemblant son trousseau, torchons, perles, verres à thé, dévoile «la persistance d’un modèle, conditionnant cet enfant que j’étais à devenir une femme». Le second, avec ses tirages sensibles, aborde le vide tel l’équilibriste sur son fil : «Le désert, c’est d’abord une idée avant d’être un lieu géographique»,précise-t-il, racontant son Sahara avec des airs d’Ali Baba.

Brutalité. Autre duo attachant, Roberto Stephenson (Haïti), face au séisme du 12 janvier 2010, où il isole les tentes des rescapés, métamorphosées en voiles de bateaux ; et François-Xavier Gbré (Côte d’Ivoire-France), à l’aise dans les lieux oubliés, comme s’il y était chez lui. Joyeuse, la vidéo scrapbook du Camerounais Em’Kal Eyongakpa donne un air de fête à cette union panafricaine. Sur son vélo, un homme pédale, indifférent à l’eau qui monte derrière lui. Au mémorial Modibo Keïta, on est rattrapé par la brutalité de la réalité, avec George Osodi (Nigeria) et son work in progress,Old Rich Niger Delta. Osodi documente l’envers du décor du pétrole, son impact sur les habitants du delta, richesse pour quelques-uns, fléau pour tous les autres. Aucune différence visuelle entre une torchère de gaz Schell ou une torchère Agip, même flamme, même profit, même dégât. Osodi est un héritier de Gordon Parks, un militant inspiré, et la puissance de son témoignage ne fait aucun doute. Dernier temps fort des Rencontres, l’exposition de Nii Obodai (Ghana), à l’INA. Obodai crée des images entre jazz, pour l’improvisation, et poésie, pour l’abstraction. Il est heureux d’être à Bamako : «C’est une expérience qui permet de grandir. Mais nous avons besoin d’un lieu d’archives et d’un réseau qui lie les photographes entre deux biennales. Les autorités africaines doivent prendre cette décision.»

RENCONTRES DE BAMAKO Jusqu’au 1er janvier. Catalogue (42 euros). Rens. : www.rencontres-bamako.com

"Humans, environment and economies: From vicious relationships to virtuous responsibility"

Publicado9 Nov 2011

Etiquetas felicidade olivia bina sofia guedes vaz workshop

(na foto: Sofia Guedes Vaz) 

Destaque para o paper recentemente publicado pelas investigadoras Sofia Guedes VazOlívia Bina, resultante de uma comunicação inicialmente apresentada no workshop que o Próximo Futuro organizou sobre "A Felicidade" (Novembro 2010).

The debates questioning the meaning of growth point to a need for a more holistic understanding of human beings and of the economic actor, fundamental to economic theory and practice. This contribution turns to virtue ethics in order to reframe the self in more reflexive, relational and environmental terms. We explore the significance of understanding humans' sense of responsibility that is quintessentially relational, and of their capacity and need to relate to nature as well as community and society. We begin by reviewing the main arguments in the thriving debate in ecological economics, around what the characteristics of the human being can contribute to implement an ecologically sustainable development. Our aim is then to draw a link between this debate and that of virtue ethics, that leads to a different understanding of the human being, of what can contribute to individual wellbeing (and a good life): responsibility, we argue, is not only a value but a virtue, that enables individuals to find meaning in acting responsibly towards the environment, emphasising the multiple benefits that arise from framing good lives in active terms. We conclude reflecting on the challenges to, and implications of our proposition for government institutions, particularly education. (Abstract)

Para ler mais, é por aqui.

DURABLE

Publicado8 Nov 2011

Etiquetas mali ocupações temporárias rencontres de bamako

"Pour un monde durable" é a proposta de reflexão que os Encontros de Bamako fazem na edição de 2011.
45 fotógrafos e 10 videastas estão a concurso e demonstram a urgência do tema. A mostra começa dia 1 de Novembro e pode-se saber tudo aqui
"En 2010, un grand nombre de pays africains ont fête le cinquantenaire de leur indépendence. Pour beaucoup cet  événement a été le moment de dresser un bilan des acquis nationaux et de porter un regard critique sur les structures politiques et sociales et sur la répartition des richesses."

(Post trazido do blogspot "Ocupações Temporárias", ora espreitem aqui)

Pieter Hugo é o grande vencedor do "Prémio Seydou Keïta"

© Pieter Hugo, “Emeka Onu. Enugu, Nigéria”, 2008 (da série "Nollywood").

Cortesia STEVENSON, Cidade do Cabo e Yossi Milo, Nova Iorque 

O jovem fotógrafo sul-africano Pieter Hugo (n. 1976, Joanesburgo) foi o grande vencedor do mais importante prémio de fotografia africana - o "Prix Seydou Keïta" - atribuído pelos "Rencontres de Bamako", na edição actualmente em exibição (no Mali, até 1 de Janeiro 2012).

Pieter Hugo foi um dos talentos destacados pela exposição "Um Atlas de Acontecimentos", ainda em 2007 (no âmbito do Fórum Cultural "O Estado do Mundo") e assinou a primeira capa do Jornal "Próximo Futuro", em Abril de 2009.

No próximo dia 18 de Novembro, às 19h, inaugurará no Théâtre de la Ville a sua mais recente exposição individual, enquadrada nas actividades do Programa Gulbenkian Próximo Futuro em Paris. Fruto de uma parceria com o Théâtre de la Ville e em co-produção com o Programa Gulbenkian de Ajuda ao Desenvolvimento, esta mostra fotográfica é dedicada ao fenómeno "Nollywood" e tem a curadoria de Federica Angelucci e de António Pinto Ribeiro.

Mais informações no site do Próximo Futuro e/ou através do email [email protected]

4.ª edição do Kinani até 6 de Novembro

Publicado4 Nov 2011

Etiquetas dança festival kinani maputo moçambique

(Rosa Mário e Edna Jaime, em "Not Enough")

Decorre até ao próximo dia 6 de Novembro, em Moçambique (Maputo), a 4.ª edição do KINANI. Trata-se de "um festival bianual de carácter internacional concebido com o intuito de promover a Dança Contemporânea e profissionalizar jovens bailarinos e coreógrafos através de vários programas de formação e apresentação de espectáculos. (...) O Festival acontece em diferentes salas de espectáculo da cidade de Maputo, espalhando-se ainda pelas ruas da cidade e alargando-se aos Bairros Periféricos e às Províncias."

Para saber mais sobre o KINANI'2011, basta clicar aqui.

"O Estrangeiro", de 10 a 12 de Novembro na Univ. do Algarve

Publicado3 Nov 2011

Etiquetas estrangeiro universidade do algarve

A Associação Portuguesa de Estudos Franceses (APEF), em colaboração com a Associação de Professores de Francês da Universidade Espanhola (APFUE) e a Sociedade de Hispanistas Franceses (SHF), promove um congresso internacional dedicado ao tema "O Estrangeiro" que terá lugar na Universidade do Algarve (FCHS), no Campus de Gambelas de 10 a 12 de Novembro de 2011.

Todas as informações necessárias, por aqui.

os "Encontros de Bamako'2011" já começaram!

Lien Botha, "Parrot Jungle", 2009 

Já inaugurou a mais recente edição dos "Rencontres de Bamako" (Encontros de Bamako)! Na sua 9.ª edição o tema geral desta bienal de fotografia é "Por um mundo duradouro" ("Pour un monde durable") e o Programador-Geral do Próximo Futuro, António Pinto Ribeiro, foi convidado a integrar o júri internacional.

Les Rencontres de Bamako proposent en 2011 une réflexion sur la quête d’un monde durable, avec la volonté d’esquisser un état des lieux et de prêter une attention particulière aux signes et aux formes de résistances possibles. La forte adhésion au thème proposé n’a fait que confirmer l’engagement social et politique des artistes africains.

Les préoccupations écologiques, jadis limitées à un cercle restreint de visionnaires alertes, font désormais partie de notre quotidien et sont au cœur de tous les débats.

Aqui encontram o programa completo desta edição (1 de Novembro de 2011 - 1 de Janeiro de 2012), e aqui a história dos "Encontros" que vêm sendo organizados desde 1994, constituindo a mais importante bienal de fotografia africana.