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"Que resta das fronteiras africanas?"

kader attia

Kader Attia, 'Rochers Carres' (2009)

Artigo de Anne-Cécile Robert publicado na edição portuguesa do Le monde diplomatique (dezembro 2012) e ilustrado com imagens da 8.ª Bienal de Bamako, que esteve na Gulbenkian no verão de 2011 no âmbito do Programa Próximo Futuro, dedicada precisamente ao tema "Fronteiras".

A 9.ª edição Bienal, dedicada à questão "Por um mundo sustentável", será apresentada na Sede da Gulbenkian, no âmbito do Programa Próximo Futuro, no verão de 2013.


«Somos favoráveis a negociações e a que se encontre uma solução definitiva neste conflito entre o Mali e o Azawad», declarou em 16 de Novembro Bilal Ag Achérif, porta-voz dos rebeldes em Uagadugu (Burquina Faso), onde foi organizada uma mediação internacional. Por seu turno, as Nações Unidas discutem a possibilidade de uma intervenção militar. A divisão do Mali ilustra a fragilidade das fronteiras africanas, patente desde o fim da Guerra Fria.


Misteriosa, a explosão na fábrica de armamento de Yarmuk, perto de Cartum, em 23 de Outubro passado, continua a ser motivo de discórdia entre o Sudão, os países vizinhos e as organizações internacionais. Os edifícios destruídos, onde se fabricavam armas ligeiras, eram também armazém de outros equipamentos militares importados da China, segundo o centro de investigação suíço Small Arms Survey[[i]]. Na Organização das Nações Unidas (ONU), Cartum acusa Israel – sem adiantar provas – de os ter sabotado, ou mesmo de ter bombardeado as instalações, consideradas por Telavive como parte de um tráfico com destino à Faixa de Gaza e ao Irão.

Vasto país com quase dois milhões de quilómetros quadrados, o Sudão afronta a rebelião do Darfur no seu flanco oeste[[ii]]. Além disso, desde Julho de 2011, está amputado de uma parte dos seus territórios do Sul, que após décadas de guerra civil se tornaram independentes, com o nome de Sudão do Sul. Apesar de vários acordos a respeito do traçado das fronteiras e da divisão dos recursos, os dois Estados estão longe de ter alcançado a paz[[iii]].

O Sudão, atravessado por conflitos, ameaçado por movimentos centrífugos, não é um caso isolado no continente africano. Com efeito, embora as tensões no Sahel monopolizem a atenção diplomática e mediática, os acontecimentos que ali se desenrolam têm paralelo noutras regiões de África: aspirações autonómicas, insurreições armadas, incapacidade das autoridades para manter a ordem, tráficos transnacionais de armas e munições, ingerências estrangeiras, corrida aos recursos naturais, etc. Os Estados deliquescentes perderam o domínio das «zonas cinzentas», situadas à distância das capitais e com frequência autoadministradas de forma criminosa. Entre o Níger e a Nigéria estende-se agora uma faixa de trinta a quarenta quilómetros que se furta à supervisão de Niamei e de Abuja. As fronteiras, traçadas no tempo da colonização, deixaram por vezes de ter realidade, de tal modo são importantes os fluxos de migrantes, viajantes e comerciantes que as ignoram.

Para ler o artigo completo da Anne-Cécile Robert, via Buala, basta navegar até aqui.

III Bienal Iberoamericana de Design (BID) quase a arrancar

III Bienal Iberoamericana de Desenho

Semana inaugural: del 26 al 30 de noviembre de 2012

La BID es una muestra de Diseño Iberoamericano que se celebra cada dos años en Madrid, convocada y organizada por la Central de Diseño y Dimad, y es una de las citas más importantes de promoción del diseño contemporáneo que se realiza en Latinoamérica, España y Portugal. Incluye una gran Exposición y una Zona de encuentro y pensamiento.

Muito mais sobre a BID, por aqui.

Les belles prises de Bamako

Publicado10 Nov 2011

Etiquetas bamako bienal fotografia georges osodi

Série «Oil rich Niger delta», 2004, de Georges Osodi

REPORTAGE | 8 novembre 2011

Les belles prises de Bamako

Par BRIGITTE OLLIER Envoyée spéciale à Bamako Photo . Malgré une thématique floue, la 9e biennale du Mali révèle plusieurs talents.

Lézards, papillons et flonflons, le rituel d’ouverture des Rencontres de Bamako tient ses promesses, laissant toujours pantois, surtout quand l’orchestre national du Mali entame Auprès de ma blonde (Qu’il fait bon, fait bon, fait bon), en l’honneur de Frédéric Mitterrand, ministre de la Culture et de la Communication. Lequel se fait photographier par Cissé Mariam Kaïdama Sidibé, Première ministre du Mali, alors qu’à quelques pas d’elle, au deuxième rang des invités d’honneur, est assis Malick Sidibé, dans son légendaire boubou bleu, trésor national vivant entouré par ses fans.

«Diaphane». Entre jongleries diplomatiques et bienséances insolites, sous un soleil féroce, s’enracine la biennale africaine de la photographie, qui fête sa neuvième édition préparée, comme en 2009, par Laura Serani et Michket Krifa. «Un happening culturel», selon son délégué général, Samuel Sidibé, soulignant sa représentativité, vingt-sept pays, soit la moitié du continent. Le budget est de poids : plus d’un million d’euros, dont la majeure partie en provenance de l’Institut français et de l’Union européenne. Reste à régler, parmi d’autres questions, l’indépendance d’un festival encore peu implanté dans la capitale du Mali, plus préoccupée ces jours-ci par Tabaski, la fête du mouton, que par le thème de la biennale, qui sonne d’ailleurs ironiquement, tel un coucou suisse, «Pour un monde durable».

L’exposition phare au musée national, cœur du festival, réunit une cinquantaine d’artistes. Accrochage trop dense, aucune confrontation possible. Certains sélectionnés sont connus - Pieter Hugo qui a reçu le prix Seydou Keïta pour sa série sur le bidonville d’Agbogbloshie (Ghana) -, d’autres ont déjà présenté leur travail ici (Elise Fitte-Duval, Martinique, et ses nus qui défrisèrent quelques moralisateurs, en 1994). Quelle est l’idée ? Montrer comment, à travers leur diversité, s’accordent - ou se désaccordent - les preneurs d’images face à ce thème si vaste, «ce monde durable», alliance de politique, de business et d’esthétique. D’emblée, on note la suprématie de l’Afrique du Sud, comme d’habitude. Pieter Hugo, donc, mais aussi Daniel Naudé, et ses chiens-statues. Thandile Zwelibanzi, et ses vendeurs de rue à Johannesburg, poignants. Sabelo Mlangeni, en noir et blanc, dans le hors-champ de la Coupe du monde de football. Et la délicatesse «diaphane»,selon un connaisseur, de Lien Botha, mêlant, comme sur un éventail, les à-côtés d’un Eden mythique.

Hors l’Afrique du Sud et ses écoles de photo réputées, Ymane Fakhir (Maroc) et Bruno Hadjih (Algérie-France) frappent par leur naturel. La première, rassemblant son trousseau, torchons, perles, verres à thé, dévoile «la persistance d’un modèle, conditionnant cet enfant que j’étais à devenir une femme». Le second, avec ses tirages sensibles, aborde le vide tel l’équilibriste sur son fil : «Le désert, c’est d’abord une idée avant d’être un lieu géographique»,précise-t-il, racontant son Sahara avec des airs d’Ali Baba.

Brutalité. Autre duo attachant, Roberto Stephenson (Haïti), face au séisme du 12 janvier 2010, où il isole les tentes des rescapés, métamorphosées en voiles de bateaux ; et François-Xavier Gbré (Côte d’Ivoire-France), à l’aise dans les lieux oubliés, comme s’il y était chez lui. Joyeuse, la vidéo scrapbook du Camerounais Em’Kal Eyongakpa donne un air de fête à cette union panafricaine. Sur son vélo, un homme pédale, indifférent à l’eau qui monte derrière lui. Au mémorial Modibo Keïta, on est rattrapé par la brutalité de la réalité, avec George Osodi (Nigeria) et son work in progress,Old Rich Niger Delta. Osodi documente l’envers du décor du pétrole, son impact sur les habitants du delta, richesse pour quelques-uns, fléau pour tous les autres. Aucune différence visuelle entre une torchère de gaz Schell ou une torchère Agip, même flamme, même profit, même dégât. Osodi est un héritier de Gordon Parks, un militant inspiré, et la puissance de son témoignage ne fait aucun doute. Dernier temps fort des Rencontres, l’exposition de Nii Obodai (Ghana), à l’INA. Obodai crée des images entre jazz, pour l’improvisation, et poésie, pour l’abstraction. Il est heureux d’être à Bamako : «C’est une expérience qui permet de grandir. Mais nous avons besoin d’un lieu d’archives et d’un réseau qui lie les photographes entre deux biennales. Les autorités africaines doivent prendre cette décision.»

RENCONTRES DE BAMAKO Jusqu’au 1er janvier. Catalogue (42 euros). Rens. : www.rencontres-bamako.com

Visita à exposição "FRONTEIRAS", também neste próximo domingo

Publicado20 Mai 2011

Etiquetas bienal fotografia fronteiras visitas guiadas

Reportagem editada pela OSTV a propósito de "Fronteiras": exposição que foi central nos 8.ºs Encontros Fotográficos de Bamako (Mali), actualmente patente ao público no edifício-sede da Gulbenkian, em Lisboa.

Aproveitamos para lembrar que este próximo Domingo (dia 22 de Maio), às 15h30, haverá uma visita guiada à exposição por Lúcia Marques, na qual se contextualizará a vinda a Portugal desta Bienal de Bamako, colocando um enfoque especial na afirmação da chamada "fotografia africana".

Sendo um Domingo, dia da semana em que a entrada na exposição é sempre gratuita, apenas terá que levantar o seu bilhete na recepção.

Mais informações sobre horários, bilheteiras, contactos, aqui

Abertura de FRONTEIRAS e "Baile" na Garagem

Yo-Yo Gonthier, "O Vigia" (série "A Praia"), 2008.

Logo depois das Grandes Lições de hoje, há abertura às 22h das "Fronteiras" da 8.ª Bienal de Fotografia Africana de Bamako (Mali), em plena sede da Fundação Calouste Gulbenkian.

A questão das fronteiras mantém-se eminentemente actual e paradoxal num mundo em que, por um lado, se proclama e pratica o esbatimento das fronteiras mas, por outro, se erguem muros destinados a protegê-las. Com efeito, a globalização e o liberalismo económico impuseram a porosidade de determinados territórios, sem contudo impedir a multiplicação de medidas dissuasoras e repressivas para conter os fluxos migratórios, induzidos por outros imperativos. 

(Início do texto das curadoras da 8.ª Bienal de Fotografia de Bamako, Michket Krifa e Laura Serani, disponível no jornal da exposição)

E ainda nesta 6f, mas mais perto das 24h, começa o "Baile" na Garagem da Gulbenkian, com os DJ's Kenneth Montague e Lyndon Barry...!

VISITAS GUIADAS à exposição "Fronteiras":

14 de Maio (sábado), às 16h30: com as curadoras Michket Krifa e Laura Serani (em francês)

18 de Maio (quarta-feira, Dia Internacional dos Museus), às 18h00: com Lúcia Marques 

22 de Maio, 29 de Maio e 5 de Junho (domingos), às 15h30: com Lúcia Marques

(Encontram demais Informações, Calendário e Bilheteiras on-line no site do Próximo Futuro)

Uruguai prepara a IX Bienal de Salto, adiantando que a edição de 2013 será aberta a artistas estrangeiros

Publicado23 Fev 2011

Etiquetas artes visuais bienal uruguai

Já estão abertas as inscrições para a IX Bienal de Salto, no Uruguai, terminando o prazo de candidaturas a 18 de Abril de 2011.

A participação é por concurso dirigido a artistas que sejam uruguaios, maiores de 18 anos, cidadãos naturais ou legais, residentes ou não no país, compreendendo todas as manifestações artísticas que estejam contempladas nas artes plásticas-visuais, conforme se pode ler na secção on-line de Preguntas Más Frecuentes. Nessa secção informativa também se adianta que já está previsto que a próxima Bienal de Salto, em 2013, seja internacional, abrindo-se nessa altura à participação de artistas estrangeiros.

A inauguração da IX edição da Bienal de Salto está agendada para 14 de Maio de 2011.

Mais informações também através da página dedicada ao evento no Facebook.

LM