Logótipo Próximo Futuro

Quase a explodir

Publicado30 Jun 2010

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30 de Junho, quarta-feira, às 22h

Anfiteatro ao ar livre da Fundação Gulbenkian

Carregado de uma energia contagiante, o filme mexicano Voy a Explotar gira em torno da fuga romântica de Roman, 15 anos, filho de um respeitado embora corrupto político mexicano, e Maru, uma adolescente introvertida de classe média.

«A terceira longa-metragem do realizador Gerardo Naranjo chega-nos com uma forte recomendação: entre os seus muitos produtores executivos contam-se Gael Garcia Bernal e Diego Luna, melhores amigos de infância na vida real que interpretavam os adolescentes melhores amigos Julio e Tenoch, numa viagem com uma mulher de trinta e poucos anos no filme Y Tu Mama Tambien, um marco no cinema mexicano. E quando ficamos a saber que Naranjo foi ele próprio um adolescente rebelde em Salamanca (México), onde nasceu, e que aí fundou um cineclube universitário chamado Zéro de Conduite, nome da pequena obra-prima de Jean Vigo sobre a revolta dos alunos de uma escola, não nos surpreende que o seu filme Voy a Explotar seja sobre jovens em fuga. O que é invulgar é a forma como o filme evita muitos lugares-comuns dentro do género “Jovens Incompreendidos”. (…) O casal desesperado que tenta deixar para trás a grande cidade traz-nos à memória Pierrot le Fou, de Godard.» – John Walsh, The Independent, Jan. 2010

«Acho que nunca tinha visto um filme em que dois amantes em fuga não tivessem razões para se revoltarem. No México, neste momento, vivemos um período muito particular da história. Andamos distraídos com os media, a moda, a televisão, e não sabemos para que lado nos havemos de virar. Por isso quis mostrar neste filme um casal que tenta fazer uma revolução, sem ter nada a que se agarrar. Não têm livros, não têm filmes, estão perdidos, sem referências. Espero que Voy a Explotar possa servir como inspiração aos miúdos mexicanos para irem à procura de qualquer coisa em nome da qual possam lutar.» – o realizador, Gerardo Naranjo, em entrevista à Time Out de Londres, Jan. 2010

Lição de Victor Borges

Publicado30 Jun 2010

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30 de Junho. 18:30

Auditório 2. Entrada livre

DESAFIOS DE DESENVOLVIMENTO: TRANSFORMAÇÕES SOCIETAIS E PRÓXIMO FUTURO.

Victor Borges

«Será que as forças exógenas e globais de transformação do mundo, as agendas de desenvolvimento dos Governos e as tendências internas e profundas das sociedades são espontaneamente compatíveis e/ou harmonizáveis? Será que a globalização e, particularmente, a revolução das TIC’s deixam espaços e credibilidade para ’projectos de sociedade‘? Deixar acontecer ou fazer acontecer o ’próximo futuro‘? Eis a questão!

Como antecipar ou criar o ’próximo futuro‘ sem cair no messianismo ou na resistência vã ao poder crescente - político, económico, social e mágico-sedutor - da ciência e da tecnologia sobre indivíduos e sociedades? Que implicações para a governação dos países (desenvolvidos e em desenvolvimento) e para as relações de cooperação internacional? A Lição pretende debater a (in)aceitabilidade da ideia (ou ilusão) de gestão das transformações societais, os desafios, dilemas e limites para a acção dos agentes de mudanças (teleológicas) - os ’desenvolvedores’.»

VICTOR BORGES nasceu em Assomada, Cabo Verde, em 1965. É Membro do Conselho de Administração do Instituto da UNESCO para a Aprendizagem ao Longo da Vida, em Hamburgo. Mestre em Psicologia pela Universidade de Paris, frequentou o doutoramento em Educação e Desenvolvimento na mesma Universidade. Foi Ministro dos Negócios Estrangeiros, Cooperação e Comunidades, Ministro da Educação e da Valorização dos Recursos Humanos e Ministro da Educação, Cultura e Desporto. De entre os seus domínios de interesse e intervenção, destacam-se as áreas de planeamento e reforma educativa, a cultura e as mudanças sociais e o desenvolvimento, social, local e urbano.

Orchestre Poly-Rythmo na Fundação Gulbenkian

Publicado29 Jun 2010

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Photo: Joël Vacheron

(aqui)

Próxima sessão de cinema ao ar livre

Publicado28 Jun 2010

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LOS VIAJES DEL VIENTO

Ciro Guerra, Colômbia, 2008, cor, 118’

29 de Junho, terça-feira, 22h

Anfiteatro ao ar livre da Fundação Gulbenkian. Preço: 3 euros

Filme legendado em português




 
«A música é uma parte importante da vida dos colombianos, acompanha-os em cada momento, desde que nascem, durante o crescimento, desde o primeiro amor até à morte – a música está sempre presente.» - Ciro Guerra, realizador

«As paisagens magníficas e variadas da Colômbia desempenham um papel central neste filme de Ciro Guerra (…) Através desta dupla fora do comum [Ignacio e Fermín], Guerra cria uma homenagem evocativa dos encantos da sua terra natal e da música dos seus celebrados acordeonistas. (…) Enquanto ponto alto do filme, o duelo de acordeões é tão dramático e inesperado que se torna uma experiência simplesmente imperdível.» - Diana Sanchez, Toronto International Film Festival

Lição de Mamadou Diawara (Mali)

Publicado28 Jun 2010

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29 de Junho, terça-feira, 18h30

Auditório 2. Entrada livre

Transmissão em directo online:  http://live.fccn.pt/fcg/

MÉDIA, MÚSICA E NORMAS EM ÁFRICA

Mamadou Diawara

O conhecimento é criado de acordo com normas, que são adaptadas, reajustadas e alteradas em função do meio e dos actores envolvidos. Aqui, a cidade e os seus moradores ou, por outras palavras, o contexto moderno, assumem um papel muito significativo. A música e a performance foram, e são, principalmente, um fenómeno social, político e económico, altamente complexo. Esta comunicação analisa as formas como as pessoas envolvidas no mundo da música, em África, se referem aos diferentes registos de referências, em função das circunstâncias, para produzir e vender o seu produto. Por um lado, estes registos podem ser tão imediatos como os locais para onde costumam emigrar, na Europa e na América, por exemplo; também podem ser a cidade, a aldeia e os media modernos (rádio, televisão, telemóveis, web). Por outro lado, podem parecer tão distantes e abstractos como os antepassados e os velhos meios de comunicação locais. Que ligações há entre a produção contemporânea e a criatividade na África dos nossos dias? Como se transformarão as normas instituídas no passado e como serão elas vendidas no mercado mundial?

MAMADOU DIAWARA é director do Institut für Historische Ethnologie, professor de Antropologia e subdirector do Frobenius Institut na Universidade Johann Wolfgang Goethe, em Frankfurt/Main. É doutorado em Estudos Africanos (História e Antropologia) pela EHESS, em Paris. Desde 1997, é director fundador do “Point Sud”, no The Center for Research on Local Knowledge, em Bamako, no Mali. Entre 1996 e 1997, foi professor de Antropologia e História “Henry Hart Rice”,do Yale Center for International and Area Studies, na Universidade de Yale, e, entre 2002 e 2003, foi professor de História na Universidade da Georgia, Athens, nos Estados Unidos.

Tout Puissant Orchestre Poly-Rythmo

Publicado25 Jun 2010

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Orchestre Poly-Rythmo de Cotonou

27 de Junho, domingo, às 19h

Anfiteatro ao ar livre da Fundação Gulbenkian

Banda lendária do Benim, que tocou várias vezes com Fela Kuti. Se perguntarem por eles nos bares e nas casas nocturnas de Cotonou, a resposta que ouvirão será sempre: “Poly-Rythmo? Que banda incrível!”

A Orchestre Poly-Rythmo de Cotonou foi formada em 1969, produzindo um som ligado aos ritmos complexos das cerimónias sagradas do voodoo do Benim, que teve muito menos exposição do que a música da santeria cubana, o voodoo haitiano ou o candomblé brasileiro. Pegando nos sucessos musicais que nessa altura se ouvia no Ocidente, a Orchestre Poly-Rythmo criou um repertório tão original como explosivo.

Tornar-se-iam conhecidos no Benim e em toda a África Ocidental, gravando mais de 500 canções. Começaram por comprar instrumentos eléctricos através do seu promotor local, mas quando ele partiu para se juntar à mulher em Paris, as coisas complicaram-se. “As nossas famílias pressionavam-nos para deixarmos de tocar”, conta Mélomé Clément, fundador e líder da Orchestre Poly-Rythmo. “Depois com Pierre Loko (sax), Gustave Bentho (baixo), Maximus Ajanohoun (guitarra) e Eskill Lohento (voz) tornámo-nos a banda residente no clube Canne à Sucre”. O proprietário da loja Poli Disco comprou-lhes instrumentos e queria que se chamassem Poly-Orchestra. Escolheram então o nome “Tout Puissant Orchestre Poly-Rythmo” porque tocavam todos os tipos de ritmo e porque pareciam electrificados.

Lição do arquitecto Pablo Brugnoli, este sábado

Publicado25 Jun 2010

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26 de Junho. 18:30

Auditório 2. Entrada livre

Transmissão em directo online:  http://live.fccn.pt/fcg/

CIUDAD SUR

Pablo Brugnoli

“Ciudad Sur” é o traçado dos movimentos das ideias e dos corpos que se deslocam pelo cone sul da América. O interesse comum consiste no repensar as nossas cidades, a partir do próprio local, com ferramentas que falem mais sobre os sistemas organizacionais tendentes a uma reconstrução comunitária do que sobre postais exóticos. “Ciudad Sur” é uma revisão de ideias, práticas e projectos de grupos de trabalho, colectivos, arquitectos e artistas, que estão a trabalhar nestes temas desde há 10 anos na Argentina, Brasil, Chile e Uruguai.

PABLO BRUGNOLI ERRÁZURIZ nasceu em 1975, em Santiago. É Arquitecto pela Universidad Católica de Valparaiso (2001), académico em diversas universidades no Chile, director de SPAM_arq, "Plataforma para la exploración y difusión de las nuevas condiciones de la ciudad actual", editor da revista SPAM_mag, publicação do grupo, e da revista Materia Arquitectura, da Escola de Arquitectura da Universidad San Sebastián. Proferiu conferências na Argentina, Chile, Brasil, Uruguai, Espanha e Dinamarca. Recentemente, participou como co-curador da exposição internacional “Post-it City”.

Hechos Consumados, este fim-de-semana

Publicado25 Jun 2010

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25 e 26 de Junho (sexta e sábado), 21:30           

Grande Auditório da Fundação Gulbenkian

HECHOS CONSUMADOS (Chile)

Companhia Teatro La Memoria

Encenação: Alfredo Castro

Autor: Juan Radrigán

Com: Amparo Noguera, José Soza, Rodrigo Pérez y Felipe Ponce.

Façamos o seguinte exercício especulativo: se Beckett fosse chileno como teria escrito? Como teria encenado? É um mero exercício sem resposta digna de qualquer crédito científico. E, contudo, ao vermos “Hechos Consumados” e a sua encenação e cenografia, é de Beckett que muito nos lembramos.

apr

José del Pozo na Fundação Gulbenkian

Publicado25 Jun 2010

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Esta sexta-feira, dia 25 de Junho, o historiador chileno José del Pozo vai estar no Auditório 2, às 18h30, para proferir a lição América Latina: Perante uma Redefinição da Região?

Como sempre, pode acompanhar estas intervenções online, em directo, aqui. Entretanto relembremos o que aqui ficou escrito, em Agosto do ano passado:

«Já está disponível a segunda edição revista e actualizada da Historia de América Latina y del Caribe do historiador chileno José del Pozo. É uma obra de referência para um conhecimento profundo deste Continente político, geográfico, económico e cultural. Tem como qualidades evidentes a clareza da linguagem, a exposição de factos, o recurso às estatísticas e a convocação de outras obras de autores especialistas nesta questão. Para quem constitui um enigma o tipo de evolução histórica dos países que constituem esta região, o livro historiciza, expõe dados, explicita a partir de factos. Tem ainda o mérito de combinar a história económica com a história política e dividindo esta história por períodos torna claro os progressos ou os retrocessos de políticas e de regimes adoptados. Para explicar as situações de desigualdade social, de regimes totalitários que aconteceram, de violência que caracteriza esta região, José del Pozo é claro: tal se deve a uma violência desde a conquista sobre os indígenas (que hoje permanece tomando outras formas), o militarismo que se seguiu às independências e que se traduziu na apropriação pelos militares de direitos, regalias, poderes e de recursos, todos eles excessivos, a formação de oligarquias despotistas de uma pequena elite de proprietários associados aos militares, guerras éticas permanentes, conflitos entre países vizinhos, a incapacidade de superar a crise mundial de 1929, interferência e agressão dos EUA (excepto no período Roosevelt) e mais tarde o alastramento da Guerra Fria a esta região do globo, a excessiva dependência do comércio externo, incapacidade de criar regimes democráticos permanentes. Mais recentemente a partir de 1990 e depois do período populista generalizado, o autor avalia a evolução generalizada do neo-liberalismo que, segundo ele, em nada resolveu os problemas centrais dos conflitos étnicos, a redução necessária da distância entre ricos e pobres (são impressionantes os dados sobre os multimilionários latinos e os níveis de pobreza) e o acesso à educação. Ressalvando as diferenças que existem na actualidade entre os países, seus regimes e seus líderes o autor termina a obra assumindo que um melhor horizonte para os países mais críticos passa pela defesa de governos mais comprometidos com a justiça social e desenvolvimento nacional, por uma atenção especial às questões éticas e, em especial e uma maior autonomia no contexto internacional. Uma cronologia que se inicia com a Guerra da Sucessão Espanhola (1700-1713) e acaba com o plebiscito em Março de 2009 na Venezuela que permite uma re-eleição constante de Hugo Chávez demonstra a ambição legítima desta obra. Em jeito de comentários por períodos históricos o autor faz uma história da cultura popular e erudita destes países, sendo assim possível recordar e sistematizar os clássicos destes países, as suas influências e as personagens históricas: de José Maria Velasquez a Jennifer López.»

apr

When We Were Black, 23 e 24 de Junho

Publicado23 Jun 2010

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23 de Junho, quarta-feira (1ª parte)

24 de Junho, quinta-feira (2ª parte)

Anfiteatro ao ar livre, 22h

When We Were Black conta em dois episódios uma história sobre a passagem para a idade adulta, mas também sobre a forma como a história e a política podem moldar a identidade individual. O filme procura fazer análise de como as identidades e as histórias pessoais podem coincidir e relacioná-las com acontecimentos políticos mais abrangentes. É um filme complexo, encantador e inteligente, com um apelo universal.

Esta mini-série foi rodada para televisão em quatro semanas, entre Setembro e Outubro de 2006. Premiada em sete categorias, incluindo a de Melhor Realização e de Melhor Série Dramática de Televisão, nos South African Film and TV Awards, em 2008 também esteve em competição na 21ª edição dos Rencontres Internationales de Television de Reims (França).

When We Were Black conta com um convidado especial no elenco, o actor sul-africano Presley Chweneyagae (conhecido por ter entrado no filme Tsotsi, vencedor em 2005 do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro), que no filme recita o poema histórico de Ingoapele Madingoane "Africa my Beginning".

Ingoapele Madingoane é o nome cimeiro de uma geração de poetas que trabalhava no Soweto no final dos anos 70, autor da obra seminal da literatura de “consciência negra” sul-africana, Africa my Beginning, publicada pela Ravan Press em Joanesburgo, em 1979. O livro foi banido pelas autoridades do apartheid dois meses depois de ser publicado. O poema, que se seguiu a um outro épico “Black Trial” (Julgamento Negro), foi largamente recitado por Ingoapele no Soweto, antes e depois da sua publicação e subsequente proibição. Acabou por tornar-se tão popular junto dos mais jovens que muitos miúdos e estudantes no Soweto sabiam o poema inteiro de memória. Ingoapele Madingoane morreu em 1996.

Lição de Ruth Simbao, 24 de Junho

Publicado23 Jun 2010

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24 de Junho, quinta-feira.

18:30, Auditório 2. Entrada livre

Transmissão em directo online:  http://live.fccn.pt/fcg/

O AFROPOLITANO ’LOCAL’: NOVAS GEOGRAFIAS NA ARTE AFRICANA CONTEMPORÂNEA, por Ruth Simbao (África do Sul)

A arte contemporânea de África e da diáspora africana é, muitas vezes, orientada pelos mundos da arte europeia e norte-americana, que destacam a sua inclinação unidireccional para ’Norte’. Esta apresentação reenquadra as políticas geo-espaciais do mundo da arte contemporânea, definindo o ’Sul‘ como nexo de cosmopolitanismos ’locais‘ e movimentos e diásporas intra-continentais. Explorando a especificidade do sítio, procura novas formas de discutir o ’local‘, num momento contemporâneo de globalização e desterritorialização. A apresentação foca-se na arte contemporânea da Zâmbia e da África do Sul, desmontando a esperada ’autenticidade‘ e resultante xenofobia de um contexto pós-nacional de ’construção da nação no exílio’.

RUTH SIMBAO é professora associada de História de Arte Africana e Cultura Visual na Universidade de Rhodes, África do Sul. É doutorada pela Universidade de Harvard e foi galardoada com o Rhodes University Vice Chancellor’s Distinguished Research Award (2009). Publicou em várias revistas académicas, entre as quais African Arts, Art South Africa, Third Text, Parachute, Fuse, Mix e NKA: Journal of Contemporary African Art.

Um filme, duas histórias

Publicado22 Jun 2010

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A realizadora peruana Claudia Llosa aborda de forma crítica nesta obra uma época negra da história do seu país. Constituída em 2001, a “Comissão da Verdade e da Reconciliação” (CVR) já registou cerca de 70 mil assassinatos, bem como inúmeras violações, raptos e outros abusos de direitos humanos no período entre 1980 e 2000. Como metáfora da sociedade actual peruana, o filme descreve com mestria a dor de um país, ao lidar com os seus traumas e os seus mortos. A realizadora consegue narrar duas histórias num só filme, mas com um final significativo: acredita na redenção.

La Teta Asustada (Peru, 2009), de Claudia Llosa

Esta terça-feira, 22 de Junho, às 22h

Anfiteatro ao ar livre da Fundação Gulbenkian

Carlos Monsiváis (1938-2010)

Publicado21 Jun 2010

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Morreu “o último escritor público” do México
21.06.2010 - 17:26 Por Sérgio C. Andrade

Em meados da década de 1990, José Saramago encontrou-se com o seu companheiro mexicano das letras Carlos Monsiváis na defesa da causa zapatista em Chiapas. No último fim-de-semana, o destino voltou a juntar os dois vultos da literatura: faleceram ambos, Saramago, na sexta-feira, Monsiváis, no sábado, igualmente vitimados por doenças que se tinham manifestado anteriormente. 

Carlos Monsiváis sucumbiu aos 72 anos, não tendo conseguido recuperar de um fibrose pulmonar que tinha obrigado ao seu internamento, no dia 1 de Abril, no Instituto Nacional de Ciências Médicas e Nutrição Salvador Zubirán, na Cidade do México.(...)

Notícia no Público online

Zeitgeist ranking

Publicado21 Jun 2010

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As 20 cidades 'do momento' (2010).

O Silêncio de José Tolentino Mendonça e o cinema de Claudia Llosa

Publicado21 Jun 2010

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Programa para dia 22 de Junho, terça-feira:

18h30, Auditório 2

O SILÊNCIO, por José Tolentino de Mendonça

Depois de “Wittgenstein” e de “Padres do Deserto”, depois dos “4 minutos e trinta e três segundos”, de John Cage, e de “Séculos de Prática Conventual”, depois de Susan Sontag e de Dionísio Areopagita, que sabemos sobre o silêncio?

JOSÉ  TOLENTINO MENDONÇAnasceu em 1965. Fez o doutoramento em Teologia, na Universidade Católica Portuguesa (Lisboa), com uma tese que aplica uma metodologia de análise literária ao texto bíblico. É, actualmente, professor de Estudos Bíblicos, na Faculdade de Teologia, da mesma Universidade, e desenvolve a sua pesquisa na área do Novo Testamento. Dirige a Revista Didaskalia e o Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura. É poeta e tradutor.  

22h, Anfiteatro ao ar livre

LA TETA ASUSTADA, de Claudia Llosa

Peru, 2009, cor, 95’

Filme da realizadora peruana Claudia Llosa (Lima, 1976) cuja história parte do facto da jovem Fausta (Magaly Solier) acreditar na lenda de ser portadora de uma doença rara, chamada "teta asustada", transmitida pelo medo e sofrimento através do leite materno, porque a sua mãe foi estuprada por terroristas num momento muito difícil no Peru, na década de 1980. A partir desta história, a realizadora desenvolve uma narrativa que assenta nos mecanismos ambíguos de distância e de proximidade, que condicionam todo o comportamento da protagonista. Guardar distância para conservar a autonomia, a frágil segurança, os seus recursos como pessoa e como trabalhadora; procurar a proximidade face à comunidade a que pertence, aos ritos populares de identificação, à beleza estonteante da natureza. Um filme de encantatórias imagens e de uma interpretação excelente de Magaly Solier. “La Teta Asustada” ganhou o Urso de Berlim de 2009 e foi seleccionado como candidato ao Óscar de 2010, para Melhor Filme Estrangeiro.

Lição de Alexandra Barahona de Brito

Publicado20 Jun 2010

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AMÉRICA LATINA: LONGUE DURÉE E CONJUNTURA

21 de Junho, segunda-feira, 18h30, Auditório 2 

Quando analisamos a América Latina, podemos interpretar o que se passa por lá, através de várias ópticas: ou nos concentramos nos seus aspectos cíclicos ou reparamos nas continuidades subjacentes fundamentais ou, então, adoptamos uma perspectiva mais jornalística. O prognóstico que traçarmos, sobre as perspectivas do futuro da região, será realçado pela maneira de examinarmos a sua evolução. Neste sentido, referirei aqui grandes melhorias, identificarei alguns dos principais ciclos e, por fim, farei uma previsão, tentando interpretar o que se passa na actualidade e o que é possível esperar nos próximos anos. Reconhecer a diversidade interna da América Latina, independentemente das características partilhadas, é uma forma de evitar as armadilhas de uma simples história e, em vez disso, apresentar aquilo a que Chinua Achebe chama de ‘oscilação de histórias’.

   

ALEXANDRA BARAHONA DE BRITOé professora no departamento de Sociologia do ISCTE-IUL e investigadora independente e consultora editorial. Foi investigadora principal associada no Instituto de Estudos Estratégicos e Internacionais (IEEI), em Lisboa. É mestre e doutorada pela universidade de Oxford e tem publicado artigos e livros sobre justiça de transição, direitos humanos, democratização e relações Europa-América Latina, entre as quais se contam “Human Rights and Democratization in Latin America: Uruguay and Chile”(Oxford University Press 1997), e “The Politics of Memory: Transitional Justice in Democratizing Societies”(Oxford University Press 2001).

Notas sobre a lição de Néstor García Canclini

Publicado20 Jun 2010

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"Canclini falou de iminência, das impressões artísticas, do artesanato, do desenho, traçando a passagem da tradição para a novidade, não o carácter antigo e sedimentado mas o valor assumido e distinto. Falou também da antropologia, uma espécie de recuperação - que partilha saberes das outras disciplinas - em que se escutam os actores sociais, os comportamentos da vida quotidiana, não as grandes teorias mas a aceitação que os autores se exprimem de muitas maneiras, a multiculturalidade." (no blogue Indústrias Culturais, onde também se faz o relato da intervenção de Néstor García Canclini no Centro de Estudos de Comunicação e Cultura, UCP, no dia seguinte)

É Março e é Natal em Ouagadougou

Publicado20 Jun 2010

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Alexandra Lucas Coelho e António Pinto Ribeiro na apresentação de É Março e é Natal em Ouagadougou, livro de viagens de António Pinto Ribeiro, acabado de editar pela Cotovia. (Foto de Rogério Santos)

"Este viajante é um leitor. Não sei se é possível viajar verdadeiramente sem livros, mas António Pinto Ribeiro viaja com livros e nos livros. Há literalmente fragmentos aqui que não estão situados num lugar, são viagens só através de livros. Mas o que acontece em quase todos os fragmentos é haver um lugar, ou um percurso, e esse lugar ter um livro, ou mais que um, por vezes completamente inesperado.(...)

O viajante é veloz, mas também sabe parar… Pára em canyons e desfiladeiros na África do Sul, e na fila de trânsito da Cidade do México, essa cidade impossível, cidade-prisão de 28 milhões. Mas pára também naquela pequena praça, ao fim da tarde na Cidade do México, onde uma mexicana de cabelo negro e trança atada com uma fita vermelha vende ramos de alcachofras e sorri.(...)

São imagens como esta que nos põem em movimento, um movimento livre, porque são também criadas por nós, não estão numa fotografia nem num ecrã. As imagens dos livros são criações conjuntas, de quem escreve e de quem lê.(...)

Para saberem porque é que é Natal em Março em Ouagadougou têm de chegar lá, à página 33. Só é Natal em Março em Ouagadougou nessa página."

Alexandra Lucas Coelho, in O leitor viajante, texto de apresentação lido na livraria Pó dos Livros, 16 de Junho de 2010.

"O livro descreve cidades da China, da África, da Europa e, claro, o Brasil, país luminoso para o autor. Lê-se: Brasil imenso, Brasília, Rio de sol, na terra dos gaúchos, Inhotim. Para Pinto Ribeiro, o Brasil é o futuro e os brasileiros nascem já criativos (aprenderam connosco durante alguns anos, disse, divertindo-nos). Sobre Portugal, afinal, está descrente. E também da Europa. O mundo hoje faz-se na China, na África, na América latina.

Texto mais sombrio, nas palavras da apresentadora - cidade do México. Cidade ingovernável, disse o autor. Cidade que mais o encantou - Bogotá -, como que desfazendo preconceitos." (Rogério Santos, no blogue Indústrias Culturais)

"Utilizo o teatro como canal privado de participação"

Publicado19 Jun 2010

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NEVA, confirma Guillermo Calderón [o encenador], é um texto muito chileno, muito da prodigiosa idade dos porquês que o Chile ainda não deixou para trás, sobre o fracasso das melhores utopias políticas (um texto passado em 1905 que sabe exactamente o que vai acontecer depois de 1917), mas também é um texto muito universal sobre o sentido de fazer (e de ver) teatro enquanto lá fora, na vida verdadeira, se mata e se morre: "Começámos a ensaiar esta peça em 2006, no ano mais difícil da Guerra do Iraque, e tivemos de lidar com esse problema: para quem e para quê fazer teatro quando há tanta violência na rua? O que é que se pode fazer quando lá fora há uma matança política?" Ele [Guillermo Calderón] tem uma maneira de lidar com o problema: "O teatro é a minha maneira de fazer política, uma maneira de ter voz e de ser ouvido. Utilizo o teatro como canal privado de participação." - Entrevista de Guillermo Calderón ao Ípsilon, 18/06/10, p.43
NEVA, da Compañia Teatro en el Blanco, é apresentada este sábado e domingo, às 21h30, no Grande Auditório da Fundação Gulbenkian. Preço: 10 euros.

Neva, este fim-de-semana

Publicado19 Jun 2010

Etiquetas chile teatro

NEVA (Chile)

Companhia Teatro en el Blanco

Encenador: Guillermo Calderón

Com: Paula Zúñiga, Trinidad González e Jorge Eduardo Becker

Colaboração: Festival Santiago a Mil

Duração: 80’

19 e 20 Junho, Sábado e Domingo, às 21h30

Palco do Grande Auditório

Preço: 10 euros

Baseada em acontecimentos e personagens reais, Neva, de 2008, é uma reflexão crítica e sarcástica sobre o teatro, a representação e as suas limitações, cuja encenação questiona os limites do realismo teatral e o compromisso do artista com os conflitos sociais da sua época.

Esta peça foi a primeira produção da Companhia Teatro en el Blanco e do seu director, o dramaturgo e encenador chileno Guillermo Calderón. Tal como em peças posteriores de Calderón, o texto emprega o distanciamento brechtiano para interpelar os espectadores contemporâneos e estabelece uma equivalência tácita entre o rio Neva de São Petersburgo – manchado de sangue com os corpos dos operários assassinados, em 1905 – e o rio Mapocho de Santiago – onde foram lançadas muitas vítimas da violência política chilena, em 1973. É criada uma atmosfera de espessura dramática em que as personagens protagonizam um duelo verbal, enquanto no exterior se desencadeia uma convulsão social. A encenação apoia-se no desempenho enérgico do elenco e concentra a tensão num pequeno cenário de 4 metros quadrados.

Neva teve grande impacto no Chile, vencendo três prémios Altazor («Melhor Dramaturgia», «Melhor Encenação» e «Melhor Actriz») e o Prémio Círculo de Críticos de Arte. Circulou também por cerca de 20 países, entre os quais a Argentina, Peru, Espanha (Festival de Cádis e Almagro), Brasil, Itália (Milão, Roma, Nápoles, Modena) e Coreia do Sul, alcançando o reconhecimento mundial pela forma como revitaliza o chamado ‘teatro político’.

Sessão única

Publicado18 Jun 2010

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Ensaio geral, 17 de Junho 2010. Foto de Pauliana Pimentel.

Esta sexta-feira à noite, METROPOLIS. Projecção do filme de Fritz Lang com música ao vivo de Martin Matalón, interpretada pela Orquestra Gulbenkian e convidados. Direcção de Martin Matalón. No Anfiteatro ao ar livre, 21h30.

Lição deste sábado

Publicado18 Jun 2010

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Gayatri Chakravorty Spivak é a segunda convidada do ciclo de lições do Próximo Futuro.

O FUTURO COMO VIZINHO, por Gayatri Chakravorty Spivak

19 de Junho, sábado, 18h30, Auditório 2 

Comunicação baseada na ambiguidade da tradução: Próximo Futuro como “O Futuro enquanto ’O‘ Próximo” e não como “O Próximo Futuro” (é assim que prochain é propositadamente mal traduzido em Levinas). Se pensarmos em termos espaciais e não sequenciais, tal como a contemporaneidade global de hoje nos obriga, somos persistentemente forçados a traduzir a Europa como local de intervenção. Como é que, então, nós pensamos o futuro? Referir-me-ei especificamente a Aime Cesaire em “Une Saison au Congo”.

GAYATRI CHAKRAVORTY SPIVAK nasceu em 1942, em Calcutá. Faz crítica literária, teórica, e auto-intitula-se ’marxista-feminista-desconstrucionista prática‘. Ficou famosa pelo artigo “Can the Subaltern Speak?”, considerado um dos textos fundadores do pós-colonialismo, e pela sua tradução de “Gramatologia” de Jacques Derrida. É professora na Columbia University, onde foi nomeada ‘University Professor’ em Março de 2007. Provavelmente, é mas conhecida pela utilização aberta da política das teorias culturais e críticas contemporâneas, que questionam o legado do colonialismo, na forma como os leitores se envolvem com a literatura e a cultura. Concentra-se, frequentemente, nos textos culturais dos marginalizados pela cultura ocidental dominante: o novo imigrante, a classe trabalhadora, as mulheres e o ’objecto pós-colonial‘. É também membro visitante do Centre for Studies in Social Sciences, em Calcutá.

Primeira lição

Publicado18 Jun 2010

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Cabe a Néstor García Canclini dar início ao ciclo de Lições, programadas pelo Próximo Futuro até 2 de Julho.

Da Convivência à Sobrevivência: Olhares desde a Arte e a Antropologia, por Néstor García Canclini

18 de Junho, sexta-feira, 18h30, Auditório 2

Alguns antropólogos, como Marc Abélès, afirmam que temos mudado o nosso relacionamento com a política: deixámos de nos preocupar com os modos de convivência, da sociabilidade, e passámos para uma fase em que a sobrevivência domina essa preocupação. Quando a sociedade se torna sombria e cada vez mais precária, deixamos de olhar para o futuro com o intuito de o planearmos: passamos da precaução à prevenção. A arte contemporânea explora este horizonte através da crítica às narrativas hegemónicas do capitalismo, da globalização e das religiões (Muntadas, Meireles, Ferrari) ou construindo narrativas de impossível totalização (Dora García, Carlos Amorales). Nesse percurso, a própria arte questiona-se pelo seu lugar e pelo seu futuro. Na linha da antropologia e da sociologia, que substituem a questão sobre «o que é a arte» pela questão «quando é arte», vamos propor que o inerente à arte é situar-se no lugar da iminência: anunciar aquilo que pode acontecer, insinuar sentidos possíveis. Que antropologia do social e que políticas poderiam resultar de uma arte onde os factos não acabam de produzir-se, que não procura converter-se num ofício codificado nem numa mercadoria rentável?

NÉSTOR GARCÍA CANCLINI é professor na Universidade Autónoma Metropolitana do México e investigador emérito do Sistema Nacional de Investigadores. Foi professor visitante nas universidades de Austin, Duke, Nova Iorque, Stanford, Barcelona, Buenos Aires e São Paulo. Recebeu a bolsa Guggenheim e vários prémios internacionais pelos seus livros, entre os quais o Book Award da Latin American Studies Association pelo “Culturas híbridas”. Autor de uma obra extensa, traduzida em várias línguas, como o inglês, o francês, o português e o italiano, destacam-se “Latinoamericanos buscando lugar en este siglo”, “La globalización imaginada” e “Diferentes, desiguales y desconectados. Mapas de la interculturalidad”. Actualmente, as suas investigações centram-se nas relações entre estética, antropologia e usos da comunicação nas culturas juvenis.

A partir de amanhã

Publicado17 Jun 2010

Começa já esta sexta-feira, 18 de Junho, uma nova fase no Programa Próximo Futuro, que se dedica à criação teórica e artística na Europa, América Latina, Caraíbas e África. Até dia 11 de Julho, os auditórios e o Jardim da Fundação Gulbenkian, em Lisboa, vão ser animados com instalações artísticas, conferências, espectáculos de música, teatro e dança, um ciclo de cinema, e ainda uma série de actividades educativas dirigidas a públicos de todas as idades.

©Pauliana Pimentel

O Brilhante Futuro da Cana-de-Açúcar, mural na garagem da Fundação Gulbenkian

© Pauliana Pimentel

A programação arranca com a exposição de um conjunto de obras criadas expressamente para a ocasião: em frente ao Museu, apresenta-se a instalação Liberty leading the people, criada pelo camaronês Barthélemy Toguo, que se inspirou livremente na obra de Eugène Delacroix; no estacionamento subterrâneo da sede da Fundação – um espaço raramente utilizado para intervenções artísticas – será apresentado um mural de grandes dimensões que se intitula O Brilhante Futuro da Cana-de-Açúcar, do artista brasileiro Kilian Glasner. O objectivo é proporcionar o confronto dos visitantes habituais e ocasionais dos espaços públicos da Fundação com estas e outras instalações, contribuindo para o debate sobre a intervenção das obras de arte no espaço público.

© Pauliana Pimentel

Instalação Natureza Morta no Jardim Gulbenkian (em frente ao lago)

© Pauliana Pimentel 

A 18 de Junho, terá também início um ciclo de Lições, com a presença de alguns dos mais prestigiados conferencistas portugueses e estrangeiros. As primeiras Lições estarão a cargo do argentino Néstor Canclini (18 Junho) e da indiana Gayatri Chakravorty Spivak (19 Junho). As restantes Lições do ciclo contarão ainda com a presença de nomes como José Tolentino Mendonça, Ruth Simbao (África do Sul), José Del Pozo (Chile) e Alan Pauls (Argentina).

O filme Metropolis será projectado ao ar livre com acompanhamento musical ao vivo

Os meses de Junho e Julho marcam igualmente o regresso dos espectáculos no Jardim, onde será repetida a experiência do ano passado, com concertos e a projecção de filmes no anfiteatro ao ar livre. A 18 de Junho, o argentino Martín Matalon apresenta Metropolis, a sua composição musical de forte componente electrónica, que concebeu em 1995 a partir do filme Metropolis (1927), obra de referência de Fritz Lang que será projectada em simultâneo com o concerto da Orquestra Gulbenkian, dirigida pelo próprio compositor. No dia seguinte (19 Junho), haverá uma Conferência com Martín Matalon sobre a concepção desta partitura.

Lula Pena vai apresentar o seu novo álbum na Fundação Gulbenkian

Pelo anfiteatro ao ar livre irão passar outros nomes a descobrir, como a lendária Orchestre Poly-Rythmo de Cotonou (27 Junho) e Lucas Santtana (4 Julho), colaborador habitual de Tom Zé, Arto Lindsay ou João Brasil. A programação de concertos também celebra o regresso da portuguesa Lula Pena (2 Julho), que irá apresentar a sua nova obra "Troubadour", depois de uma espera de 12 anos desde a gravação do seu último álbum de temas originais.

Também ao ar livre, as sessões da Cinemateca Próximo Futuro começam no dia 22 de Junho, com o filme peruano La Teta Asustada, vencedor em 2009 do Urso de Ouro em Berlim e nomeado este ano para o Óscar de Melhor Filme Estrangeiro. O ciclo apresentará ao longo de várias sessões outras obras latino-americanas e africanas.

Este ano também o Grande Auditório da Fundação vai receber teatro e dança, no âmbito da programação do Próximo Futuro, com os espectáculos chilenos Neva (19 e 20 Junho) e Hechos Consumados (25 e 26 Junho), e ainda Cribles (3 de Julho), uma peça para 10 intérpretes da coreógrafa francesa Emmanuelle Huynh, que também passará pelo Auditório de Serralves a 7 de Julho.

Foto de Márcia Lessa

Tenda dos Ecos, onde todos os domingos serão contadas histórias no Jardim

© Márcia Lessa

Todos os domingos, entre 18 de Junho e 11 de Julho, haverá também Palavras Daqui, Dali e Dacolá, uma iniciativa artística entre o Próximo Futuro e o Descobrir que contempla oficinas e outras actividades para públicos de diferentes idades, em que as palavras ocuparão um estatuto especial. É no âmbito desta colaboração, que se realiza no dia 11 de Julho a última apresentação no anfiteatro ao ar livre, com o espectáculo de “spoken word” Palavras na Cidade (com direcção artística de Carla isidoro e Chullage).

Reserve estas datas!

Depois do Pós-Colonialismo

Publicado15 Jun 2010

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Recomenda-se o Tate Channel, com uma série de vídeos onde se incluem conferências (em diferido) organizadas pela instituição, com destaque para After Post-Colonialism: Transnationalism or Essentialism? - Part 1 (08.05.2010)

Sinais de mudança em Cuba?

Publicado15 Jun 2010

Etiquetas cuba

A propósito da libertação do prisioneiro político Ariel Sigler no último sábado, regressemos ao blog Generación Y, da cubana Yoani Sánchez, residente em Havana.

Esta semana, a não perder

Publicado14 Jun 2010

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METROPOLIS

18 de Junho, sexta-feira, 21:30

Anfiteatro ao ar livre da Fundação Gulbenkian

Música de Martín Matalon para 16 instrumentistas & electrónica

Direcção de Martín Matalon

Músicos da Orquestra Gulbenkian e convidados

Projecção do filme de Fritz Lang (1927), na versão de 1995 (Cinemateca de Munique)

140’

Metropolis de Fritz Lang foi um marco nos primórdios do cinema fantástico e de ficção científica. A produção exuberante, com um estilo art déco ultra-moderno, as suas legiões de figurantes, e efeitos especiais que envolviam tecnologia de ponta, fizeram com que se tornasse um dos filmes mais visualmente assombrosos da sua era. Foi também a produção mais cara feita até então. As imagens da tecnologia dominam o filme e são tão importantes quanto a narrativa. Mas é sobretudo o Maschinenmensch (máquina-humano), o celebrado robô de Lang, que representa de forma mais expressiva a crítica à tecnologia que estava na agenda cultural daquela época.

O filme é mudo, prestando-se naturalmente ao acompanhamento musical. Ao longo dos anos, vários compositores escreveram música para Metropolis, mas a banda-sonora do argentino Martín Matalon é uma das mais brilhantes e pungentes. A sua visão plástica do som torna os elementos musicais quase tangíveis, correspondendo perfeitamente às exigências da sétima arte. Desde a primeira encomenda que lhe fizeram para cinema – a partitura para Metropolis de Fritz Lang –, que o compositor soube tecer um contraponto entre imagem e música, com base na estrutura rítmica que a montagem proporciona.

A componente electrónica contribui muito para o mundo sonoro que Matalon cria. Este espectáculo implica um sistema de som altamente sofisticado, de que os espectadores irão usufruir no Anfiteatro ao ar livre da Fundação Gulbenkian e que permite efeitos espaciais de cortar o fôlego. Os instrumentos são amplificados e os sons instrumentais e electrónicos misturam-se até se tornarem indistintos, criando um efeito desorientador que costuma ter um impacto dramático considerável. O compositor também se aproxima muitas vezes do Jazz, com os saxofones ou os trompetes em surdina, recorrendo igualmente a uma variedade de instrumentos de percussão não-ocidentais.

Bilheteira online

"Sou um fetichista das palavras, um escritor"

Publicado11 Jun 2010

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Um depoimento de Alan Pauls (Buenos Aires, 1959) em quatro partes: 1. Las mujeres / 2. El amor y las palabras / 3. El amor como enfermedad / 4. El olvido




 

ALAN PAULS vai estar a 2 de Julho na Fundação Gulbenkian (Aud. 2, 18h30) para falar sobre:
Possibilidades de vida: literatura e poéticas existenciais

«Todo o escritor fabrica uma personagem conceptual para escrever sem escrever, para continuar a fazer literatura, onde não há outro suporte para além do ‘aqui e agora’ da experiência o que, à falta de uma palavra melhor, chamamos ’vida‘. Essas personagens conceptuais não são circunstanciais. São o próprio resultado daquilo que escrevem: a verdadeira obra das suas obras e, frequentemente, a obra-prima. Na invenção dessas máscaras estratégicas, espreitam formas inovadoras de colocarem a literatura e a vida em pé de igualdade.»

Alan Pauls publicou ensaios sobre cinema, literatura e artes visuais. É autor dos romances “El pudor del pornógrafo”, “El colóquio”, “Wasabi”, “El pasado” (prémio Herralde 2003), “Historia del llanto" e "Historia del pelo”, e dos ensaios “Manuel Puig. La traición de Rita Hayworth”, “Lino Palacio: la infancia de la risa”, “El factor Borges. Nueve ensayos ilustrados e La vida descalzo”. Os seus livros foram traduzidos para mais de doze idiomas.

Redutos de irracionalidade

Publicado10 Jun 2010

«(...)Estive dia desses numa dessas "mega store" que fantasiam os shoppings centers da capital. Diante da estante de literatura estrangeira, perguntei ao vendedor onde eu poderia encontrar o romance O fantasma da prostituta, de Norman Mailer. Como os livros estavam dispostos por assunto, a resposta ficou difícil para o atendente. Depois de consultar seus colegas, o gerente, o caixa, ele me veio com esta: "prostituição... deve estar na secção de sociologia, mas como tem fantasma no meio, veja na seção de autoajuda, ou de religião, ou de espiritismo".(...)»

As estantes das livrarias e a Comunicação, no blogue de José Salvador Faro, professor da UMESP e da PUC-SP (via Indústrias Culturais)

When We Were Black

Publicado7 Jun 2010

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Em vésperas do início do Mundial de Futebol na África do Sul, relembramos que nos dias 23 e 24 de Junho, às 22h, o Próximo Futuro vai projectar, em duas partes, no Anfiteatro ao ar livre da Fundação Gulbenkian, o filme WHEN WE WERE BLACK.

Filme composto por uma série de quatro episódios, de 48 minutos cada, apresentados em dois dias, dada a sua extensão. O realizador sul-africano Khalo Matabane (n.1975) conta, nesta mini-série, a história verídica de um adolescente negro que, apaixonado por uma jovem activista política e para ganhar a sua afeição, entra no mundo da luta revolucionária contra o apartheid. Este seu envolvimento político terá, como consequência, a sua morte precoce a 16 de Junho de 1976, uma data simbólica para a comunidade negra sul-africana. Através desta narrativa, a série conduz-nos tanto ao ambiente da luta anti-apartheid, como ao ambiente social e político, da moda e do pensamento sul-africano, expressos nas ruas do Sowetto por jovens de sapatos brilhantes, de verniz, e calças reluzentes, dançando ao som dos Teenage Lovers, The Beaters, The Movers e dos Flaming Souls, assim como de Stevie Wonder, Marvin Gaye e Aretha Franklin, com penteados afro e com a palavra de ordem «I’m Black and I’m Proud». A série foi seleccionada como Special screenings de INPUT 2007, na Suíça, e foi ganhadora de sete prémios, incluindo o de melhor série dramática de Televisão e de Realização pela South African Film and TV awards.

África e o futebol

Publicado7 Jun 2010

Etiquetas mundial de futebol

(...)Many people wonder if it is possible to characterise the African game in the same way that, for example, we characterise South American football. The answer is no.

The African continent is so big. There are individual countries, such as Nigeria, that geographically, as well as demographically, would cover large parts of Europe. And that is the most common mistake we make, to regard Africa as a unity. Its football has as many variations as Europe.(...)

Now and then I go and watch a game of football in Maputo. What is remarkable is that the atmosphere among the supporters never seems aggressive. I have not seen a fight break out among fans. The mood at the stadium is marked by joy and incredible noise, almost like being at a carnival. Drums, pipes and whistles; dancing, jumping, cheering and sighing. It seems to me that the seriousness of the game has never been able to take control of the more playful parts. That, I believe, is Africa’s greatest gift to international football so far.(...)

Excertos do texto no Financial Times do escritor sueco Henning Mankell, que vive e trabalha metade do ano em Moçambique, onde dirige o Teatro Avenida, em Maputo.

Work in progress (II)

Publicado7 Jun 2010

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No estacionamento subterrâneo da sede da Fundação Gulbenkian, continua a crescer o mural O Brilhante Futuro da Cana-de-Açúcar de Kilian Glasner. Já faltam poucos dias para a inauguração: 18 de Junho.

Europa, França e Bahia

Publicado4 Jun 2010

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Meus olhos brasileiros sonhando exotismos.
Paris. A torre Eiffel alastrada de antenas como um caranguejo.
Os cães bolorentos de livros judeus
e a água suja do Sena escorrendo sabedoria.
O pulo da mancha num segundo.
Meus olhos espiam olhos ingleses vigilantes nas docas.
Tarifas bancos fábricas trusts cracks.
Milhões de dorsos agachados nas colónias longínquas
                                         formam um tapete para Sua
                               Graciosa Majestade Britânica pisar.
E a lua de Londres como um remorso.
Submarinos inúteis retalham os mares vencidos.
O navio alemão cauteloso exporta dolicocéfalos
                                                              arruinados.
Hamburgo, umbigo do mundo.
Homens de cabeça rachada cismam em rachar a
            cabeça dos outros dentro de alguns anos.
A Itália explora conscienciosamente vulcões apagados,
vulcões que nunca estiveram acesos
a não ser na cabeça de Mussolini.
E a Suíça cândida se oferece
numa coleção de postais de altitudes altíssimas.
Meus olhos brasileiros se enjoam da Europa.
Não há mais Turquia.
O impossível dos serralhos esfacela erotismos
                                                            prestes a
declanchar.
Mas a Rússia tem as cores da vida.
A Rússia é vermelha e branca.
Sujeitos com um brilho esquisito nos olhos criam
                                                  o filme bolchevista
e no túmulo de Lenine em Moscou parece que um
coração enorme está batendo, batendo
mas não bate igual ao da gente....
Chega!
Meus olhos brasileiros se fecham saudosos,
minha boca procura a 'Canção do Exílio'?
Como era mesmo a 'Canção do Exílio'?
Eu tão esquecido de minha terra...
Ai terra que tem palmeiras
onde canta o sabiá!

Carlos Drummond de Andrade

apr

Esperança: à procura de projectos artísticos

Publicado3 Jun 2010

The Festival Belluard Bollwerk International and the Migros Culture Percentage are looking for artistic projects that are dealing with hope.
 

At the beginning of the second decade of the 21st century hope seems to occupy centre stage on the political and cultural scene. Though a lot of the time no more than a rhetoric strategy to get people in line on issues like ecological doom, global confusion or political terror, a contemporary understanding of hope might prove to be a useful strategy in constructing a different perspective on our social and artistic attitudes.

Hope in this age is no longer projected upon a distant utopia, a far-away future. We no longer believe in the big ideologies, since we seem to have been sucked up head-over-heels by the all-encompassing musings of capitalism. Instead of dreaming about a bloody revolution, hope situates itself today in the eternal now: in every situation, relation, ethical set-up you commit to.

In other words: hope is about rethinking space and relations, about daring to allow change to happen, however small, in whatever kind of way. A hopeful gesture is one that alters the situation: between me and you, between me and my environment, and in that moment changes both of us.

As candidaturas podem ser enviadas até 18 de Outubro de 2010. Mais informações aqui.

Poema Sujo

Publicado2 Jun 2010

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De Ferreira Gullar é imperioso que se recorde - pelo menos o início - de Poema Sujo (1975):

turvo turvo

a turva

mão do sopro

contra o muro

escuro

menos menos

menos que escuro

menos que mole e duro menos que fosso e muro: menos que furo

escuro

mais que escuro: 

claro

(...)




 

apr

Ferreira Gullar, Prémio Camões 2010

Publicado2 Jun 2010

Etiquetas ferreira gullar

O brasileiro Ferreira Gullar foi esta semana anunciado como vencedor da mais importante distinção literária de língua portuguesa. Para além de ser um poeta extraordinário, é dramaturgo, contista e autor de ensaios sobre arte. Deixamos aqui um pequeno comentário a uma obra sua a propósito de Arte:

De Ferreira Gullar, Uma luz no chão é um manual de história das artes plásticas do século XX, acessível e abrangente. Trata das artes plásticas, da criação, dos mecanismos de produção, do mercado, das vanguardas, das bienais como feiras de arte (“montam-se e desmontam-se como as feiras”), das contradições da arte contemporânea. Excelente como introdução às teorias da arte moderna e contemporânea e com histórias de artistas e familiares. Como a história de Hortênsia, mulher de Cézanne, que passava longas horas a posar para o marido, situação que não lhe agradava e que porventura estará na raiz dos seu comentário, já como viúva, de que Cézanne demorava tanto tempo a pintar porque não sabia acabar os quadros. Verdade ou não, este comentário permite a Ferreira Gullar desenvolver uma teoria da obra que parece inacabada como obra perfeita.

apr

Paul Cézanne, Madame Cézanne in the Conservatory, 1891

The Metropolitan Museum of Art, Nova Iorque