O Silêncio de José Tolentino Mendonça e o cinema de Claudia Llosa
Publicado21 Jun 2010
Programa para dia 22 de Junho, terça-feira:
18h30, Auditório 2
O SILÊNCIO, por José Tolentino de Mendonça
Depois de “Wittgenstein” e de “Padres do Deserto”, depois dos “4 minutos e trinta e três segundos”, de John Cage, e de “Séculos de Prática Conventual”, depois de Susan Sontag e de Dionísio Areopagita, que sabemos sobre o silêncio?
JOSÉ TOLENTINO MENDONÇAnasceu em 1965. Fez o doutoramento em Teologia, na Universidade Católica Portuguesa (Lisboa), com uma tese que aplica uma metodologia de análise literária ao texto bíblico. É, actualmente, professor de Estudos Bíblicos, na Faculdade de Teologia, da mesma Universidade, e desenvolve a sua pesquisa na área do Novo Testamento. Dirige a Revista Didaskalia e o Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura. É poeta e tradutor.
22h, Anfiteatro ao ar livre
LA TETA ASUSTADA, de Claudia Llosa
Peru, 2009, cor, 95’
Filme da realizadora peruana Claudia Llosa (Lima, 1976) cuja história parte do facto da jovem Fausta (Magaly Solier) acreditar na lenda de ser portadora de uma doença rara, chamada "teta asustada", transmitida pelo medo e sofrimento através do leite materno, porque a sua mãe foi estuprada por terroristas num momento muito difícil no Peru, na década de 1980. A partir desta história, a realizadora desenvolve uma narrativa que assenta nos mecanismos ambíguos de distância e de proximidade, que condicionam todo o comportamento da protagonista. Guardar distância para conservar a autonomia, a frágil segurança, os seus recursos como pessoa e como trabalhadora; procurar a proximidade face à comunidade a que pertence, aos ritos populares de identificação, à beleza estonteante da natureza. Um filme de encantatórias imagens e de uma interpretação excelente de Magaly Solier. “La Teta Asustada” ganhou o Urso de Berlim de 2009 e foi seleccionado como candidato ao Óscar de 2010, para Melhor Filme Estrangeiro.