Logótipo Próximo Futuro

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Nelson Mandela

Publicado18 Jul 2013

Etiquetas Madiba Nelson Mandela

Uma biografia para conhecer Nelson Mandela. A totalidade do vídeo pode ser vista aqui E muito mais haverá para ver, ler e saber.

Prémio Caine

Publicado16 Jul 2013

Etiquetas Prémio Caine nigéria Literatura africana Tope Folarin

A 14ª edição do Prémio Caine para a Literatura Africana foi ganha por Tope Folarin,  que nasceu cresceu e trabalha nos Estados Unidos, viveu um ano na Nigéria e seis meses na cidade do Cabo, e se difine como um escritor nigeriano na diáspora

"Miracle" é o conto que deu a Folarin o prémio de 10.000£ e que pela primeira vez é ganha por um autor na diáspora.

"I'm elated. I'm a writer situated in the Nigerian disapora, and the Caine prize means a lot - it feels like I'm connected to a long tradition of African writers. The Caine prize is broadening its definition and scope. I consider myself Nigerian and American, both identities are integral to who I am. To win ... feels like a seal of approval," Folarin said.

Pode ler-se o conto aqui e saber mais sobre o prémio e o autor aqui e aqui 

A Biblioteca de Alexandria

“A Biblioteca de Alexandria é uma referência cultural para o Mediterrâneo e isso deve-se sobretudo à visão, ao vigor e ao incansável trabalho de Ismail Serageldin” É desta forma que o júri do Prémio Calouste Gulbenkian apresenta os vencedores da edição de 2013.

No local onde terá existido a antiga Bibliotheca Alexandrina, referência cultural da Antiguidade, foi inaugurado em outubro de 2002 um complexo que constitui a moderna Biblioteca de Alexandria e que hoje recebe anualmente cerca de um milhão e meio de visitantes. Para além de albergar milhões de livros e de estar no centro nevrálgico de muitas importantes redes regionais e internacionais, a Biblioteca de Alexandria compreende ainda um vasto arquivo digital, seis bibliotecas especializadas, quatro museus, um planetário, oito centros de investigação académica, quinze exposições permanentes, quatro galerias de arte para exposições temporárias e um centro de conferências, entre outras valências.

Pode ler-se mais aqui 

Mauro Pinto

Publicado15 Jul 2013

Etiquetas Present Tense mauro pinto RTP

Mauro Pinto, fotógrafo moçambicano que integra a exposição Present Tense, numa entrevista com Carla Henriques, da RTP, em que fala da sua história, da história da fotografia em Moçambique e de Moçambique. Para ouvir tudo aqui

Adriano Gonçalves

Publicado14 Jul 2013

Etiquetas Bana cabo-verde mornas coladeras

Vão ficar as mornas e coladeras. E isso é muito. Bana já cá não está.

Biografias do apartheid

"...disseram-nos: agora vão ser todos enforcados...mas o mais assustador era o polícia que nos interrogava. Ele colocava a pistola em cima da mesa e dizia 'tem uma bala jogamos à roleta russa. Tu queres isto ou preferes a corda?' e este tipo de coisas acaba por nos afectar. mais tarde ou mais cedo". Bob Hepple, foi um dos líderes do ANC preso na tarde de 11 de Julho de 1963. Mandela já se encontrava detido há um ano, e esta operação era um golpe duro e decapitador do partido. Neste dia, com Heppler, foram detidos Walter Sisulu, Raymond Mhlaba, Govan Mbeki (pai do ex-presidente Thabo Mbeki), Dennis Goldberg, Ahmed Kathrada e Lionel Bernstein. Hoje, passados 50 anos, Bob Heppler recorda esse dia e esses anos de luta. Acaba de publicar a sua biografia " Young Man with a Red Tie" . 

Sempre que leio, escuto ou tenho a sorte de conhecer este género de pessoas interrogo-me: " e eu? Faria o mesmo? Teria a mesma coragem? " Felizmente não sei e espero não vir a saber a resposta. Muitas vezes, no meu trabalho, cruzo-me com pessoas que ainda hoje vivem em países sem liberdade. Esta semana conversava com uma pessoa da Eritreia que não pode voltar ao seu país. Durante três anos não teve passaporte, tinha o estatuto de refugiada política, mas na verdade, como me disse " não existia". Passados três anos decidiu pedir a nacionalidade Etíope. "Eu não queria, mas era a única maneira de passar a existir outra vez". 
Eu nasci num país não democrático, mas comigo ainda a gatinhar o país libertou-se e eu pude crescer numa democracia. Pode ter muitos problemas, pode ter imbecis e incompetentes em funções de Estado, posso não gostar das políticas adotadas, posso nao gostar de quem ganha eleições. Mas posso. E sobretudo posso dizê-lo.

Elisabete Azevedo-Harman

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Present Tense - visitas guiadas

Publicado11 Jul 2013

Etiquetas Present Tense antónio pinto ribeiro Descobrir

© Tatiana Macedo

No próximo sábado, dia 13, às 13h00, há visita guiada à exposição Present Tense feita pelo curador. Veja o calendário e pode marcar a visita no programa Descobrir

"Pode-se afirmar que esta exposição está, em muitas das suas fotografias, bastante próxima da irrupção da catástrofe, quando surgem os confrontos violentos entre a polícia e as populações, entre os trabalhadores mineiros e os imigrantes, nas fronteiras com escaramuças; «e, neste estado próximo da catástrofe, qual é o papel da fotografia?», assim pergunta Arielle Azoulay. A resposta é que, a fotografia é um (set) lugar particular das relações dos indivíduos com as pessoas que os governam constringindo-lhes o poder e, ao mesmo tempo, uma forma de relações entre indivíduos iguais. E qual o lugar privilegiado desta tensão? O espaço público. É no espaço público que se manifesta a usurpação do poder pelos regimes, é no espaço público que se ocupa, quando se quer reclamar e reivindicar os direitos de cidadania e de liberdade, é no espaço público que se fotografa e denuncia a violência e as catástrofes históricas. "

António Pinto Ribeiro

Futuro Imediatamente a seguir

Futuro Imediatamente a Seguir

 

Uma imagem do filme Elelwani, em que a prometida inicia, a coberto de um manto que a envolve integralmente, o percurso que a leva a tomar o seu destino ao lado do rei Venda (com quem deve casar-se para retribuir o investimento que os chefes tribais tinham aceite fazer na sua educação no estrangeiro) remete-nos para a família europeia. Aquele cortejo hierarquicamente estratificado no percurso até ao palácio, pés nus sobre a erva a percorrer uma diagonal cujo sentido fica algures justificado pelos protocolos reais e pelas vozes que reproduzem músicas de significado indecifrável, fazia lembrar os grandes planos mergulhados sobre a tradição quase exageradamente encenada a que o realizador japonês Akira Kurosawa nos habituou no final da sua carreira. Era quando os seus filmes se sucediam uns aos outros com uma espécie de pressa indiferente aos circuitos de distribuição internacionais, com o fito implícito de deixar ao universo o legado de um mundo em extinção.

Nada que fosse indiferente, noutra latitude, ao propósito do polaco Tadeusz Kantor, quando trazia a Lisboa, e não por acaso aos Encontros Acarte da Fundação Gulbenkian (1989), o Teatro Tricot de Cracóvia, uma família desgarrada que tinha sido desfeita pela II Guerra Mundial e com cuja estreia em Lisboa, Kantor se despediu de uma carreira longa (Je ne reviandrais jamais), morrendo poucos meses depois. Parece que nada tem a ver com este retomar da tradição Venda do norte da África do Sul, província do Limpopo, retratada pelo realizador Ntshaveni wa Luruli na Cinemateca do Próximo Futuro, mas tem. Elelwani é um filme que encerra uma espécie de catálogo das categorias inaceitáveis para o mundo ocidental, que aceitou recentemente renunciar aos dilemas da sua cultura – porque se permite ignorá-los e não os reconhecer enquanto tal - e se posiciona numa variada mas persistente sobranceria que dispensa a espessura do mundo. O realizador Ntshaveni wa Luruli, em Elelwani, faz o contrário: mostra que, mesmo na atualidade, a altivez que os universos culturais reservam sentir uns perante os outros guarda ainda a capacidade de perpetuar a intolerância individual perante o outro, mesmo quando o procuram o outro. Permite, portanto, a reserva. Porém, no filme isto tem o propósito programático de indicar, através do personagem principal, que seguir o caminho que se tem de seguir, por mais absurdo que possa parecer, é ainda uma possibilidade  valente, a única que permite encontrar o caminho da libertação do fardo das imposições da cultura. Uma boa aposta, ainda que difícil de seguir. 

A verdade é que estamos a falar da África do Sul de um universal Nelson Mandela presentemente entre a vida e a morte. A África do Sul do Presidente Jacob Zuma a tentar capitalizar este final de ciclo de ouro na sua preparação para um segundo mandato presidencial à frente do ANC (eleições em 2014). A África do Sul de um intocável Black Economic Empowerment, que está a provar ser mais eficaz a espalhar a incerteza pelos diferentes grupos étnicos que compõem a saudosa Nação Arco-Íris que Mandela quis legar, do que a efetivamente criar e distribuir riqueza entre os negros. O desemprego cresceu dos anos 90 para cá, o crescimento económico abrandou, ironicamente, porque a África do Sul é a mais bem sucedida economia do continente com melhores e mais variadas parcerias económicas. Esta é a realidade retratada à lupa das especificidades dos filmes The African Cypher, Otelo Burning, Gangster FilmRewind e  Material, os registos que foram brilhantemente reunidos pelka comissária Joan Legalamitlwa para o Próximo Futuro 2013. Na minha opinião, constituiram o coração multicultural e multilingue deste programa que se anunciou versar sobre o Sul de África. Sul de África com notas estendidas a Moçambique, prresença de Angola, do Botwsana, do Zimbabwe e do Uganda, uma extensão ao Chile e a compreensão geograficamente incoerente da Áfica ocidental através dos indiscutíveis Encontros de Fotografia de Bamako (9ª edição, Mali).

Olhando para uma programação cultural como a do Próximo Futuro 2013 – estruturada entre as linguagens do cinema, das artes visuais e das artes performativas -, pergunto-me (como imagino que o programador se tenha questionado) quem estará realmente a olhar para o mapa de África para pensar nos 15 membros da SADEC (Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral) e o que eles poderão trazer-nos de novo na sua riquíssima e irresistível diversidade?

Enquanto público europeu, habituados à variedade, estamos programados para um quantum de diferença e toleramos uma determinada dose de estranheza, mesmo quando adoramos evocar a vantagem que nos concedeu a nossa experiência dos séculos passados. Não quer dizer que África seja uma mancha indiferenciada em que tudo seja 100% diferente da Europa ou 100% igual a si próprio. Mas a verdade é que, mesmo quando não resistimos à dança, continuamos a ter dificuldade em admitir por que é que a África profunda da banda tanzaniana Jagwa Music (Dar es Salam) é bastante menos friendly do que a banda ganesa Konkoma, que integra músicos britânicos e grande dose de inspiração jazzística...

Falamos de quê quando falamos do Sul de África? Falamos de culturas desconhecidas e longínquas da imaginação ocidental ou substancialmente distorcidas pelas experências individuais dos europeus que viveram em África. Reconnheça-se que o Próximo Futuro fez um notável esforço de aproximação, em particular por meio da Festa da Literatura e do Pensamento que incluiu quatro conversas sobre o Estado das Artes, Literatura, Pensamento e Política, e Poesia. Qual é o efeito destas conversas relativamente circunscritas (como o é, no limite, toda a programação)? Desejavelmente, demonstrar que toda a atualidade pensa e que a globalização tem uma vantagem inegável: quando tentamos fugir à atualidade ou negar a realidade, nota-se! Os outros veem e não fica bem a ninguém continuar a sustentar teimosamente a prevalência de um tipo de pensamento sobre outro.

Pessoalmente, acho que o maior legado desta edição 2013 do Próximo Futuro foi deixar-nos (ao público) perante a perplexidade do que não conseguimos apreender desta vez, um anúncio generoso de que, talvez, consigamos ultrapassar a distância da próxima vez. Este deveria ter sido a proposta de todas as programações das últimas décadas, mesmo quando imaginámos generosamente que tinhamos, lisboetas, alguma coisa a ver com o pós-guerra da Polónia, o pós-apartheid da África do Sul ou o pós-colonialismo dos outros países europeus. Será que todos os espetáculos, debates, filmes e exposições foram definitivamente esclarecedores? Desejamos que não. Uma programação consciente não propõe respostas,  apresenta pistas, para tentar manter os espetadores mais atentos nesta inquietação que promove a descoberta. As respostas definitivas são mais capazes de provocar sono... 

Cristina Peres

Lisboa, Julho 2013

Adónis

Publicado10 Jul 2013

Etiquetas Adonis

Adónis, de seu nome Ali Ahmad Said Esber, nascido no norte da Síria, a 1 de Janeiro de 1930, poeta, pensador e ensaísta, considerado o máximo expoente da poesia árabe contemporânea.

"A poesia não pode mudar a sociedade mas só pode alterar a noção de relações entre as coisas. A cultura não pode ser melhorada sem uma mudança nas instituições. A poesia é como o amor, que constantemente renova os sentimentos do povo, revigora e abre horizontes para a beleza da vida. E isso não acontece apenas no nível individual, pois um poema torna-se essencial quando a ciência ou a filosofia não oferece respostas para o mistério da vida."

Pensamento Político

A ausência física de Nelson Mandela, o crescimento económico dos países do Sul, as democracias recentes e a marcas mais antigas, foram elementos importantes na conversa sobre o Pensamento Político do sul da África que se realizou na programação do Próximo Futuro.

A RTP disponibiliza no seu site o podcast deste encontro que teve a moderação da jornalista Cristina Peres e os contributos de Elisabete Azevedo-Harman (Portugal)  Elísio Macamo (Moçambique) , Harry Garuba (Nigéria) e João Paulo Borges Coelho (Moçambique). Para ouvir aqui 

Pode ainda ler-se mais sobre este tema aqui 

O Verão que permanece

Publicado8 Jul 2013

Etiquetas bamako Present Tense

©Tatiana Macedo

A programação do Próximo Futuro não se esgotou. Terminada a Festa do Pensamento e da Literatura, a dança, os concertos, o cinema e o teatro, temos ainda as Exposições e o Jardim.

Present Tense e a 9ª Edição dos Encontros Fotográficos de Bamako podem ser vistas até 1 de Setembro, de Terça a Domingo, entre as 10 e as 17h45.

KonKoma - o Ghana e muito mais

Publicado6 Jul 2013

Vão animar o final de tarde de domingo, no último dia da programação de Verão do Próximo Futuro. Baseado em Londres, este grupo reúne um leque extraordinário de músicos ganeses de diferentes gerações e colaborações com outros artistas de diferentes origens.

KonKoma para ver, ouvir e dançar a partir das 19h00 de amanhã

O Estado da Arte

Publicado4 Jul 2013

A Festa da Literatura e do Pensamento no sul da África iniciou-se com uma mesa recheada de convidados para falar do Estado da Arte. A RTP tem disponível o podcast desta conversa que contou com a presença de Patricia Hayes,  Joan LegalamitlwaTiago Correia-Paulo e Camila de Sousa, com a moderção de Lígia Afonso.

A conversa pode ser escutada aqui

Skoonheid - a beleza para terminar a cinemateca do Próximo Futuro

Publicado4 Jul 2013

Etiquetas cinemateca próximo futuro Oliver Hermanus Skoonheid

A beleza, a obsessão, a homofobia, o ciúme, a família, a juventude, juntos no filme de Oliver Hermanus que encerra hoje, às 22h00 a Cinemateca do Próximo Futuro.

" “Skoonheid” (Beauty) which recently made history by being the first Afrikaans film to be shown at the Cannes Film Festival. The fifth local director to show at Cannes, Hermanus’ movie was screened in the “Un Certain Regard” section of Cannes’ official selections, which runs alongside the Palme d'Or. The youngest director in the section, Hermanus’ peers included Gus van Sandt of “Good Will Hunting” and “Milk” fame."

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Não os conhece?

Publicado3 Jul 2013

Etiquetas Konkoma afro-funk jazz soul

Os Konkoma vão estar no anfiteatro ao ar livre no próximo domingo com uma apresentação plena de afro-funk, jazz, soul  e ritmos tradicionais africanos. Nãos conhece? Arrisque! Os que conhecem não vão faltar.

Elelwani

Elelwani é o nome da personagem principal do filme desta noite na cinemateca do Próximo Futuro. A contemporaneidade e a tradição medem forças no filme de Ntshaveni wa Luruli, premiado realizador sul africano. Para ver hoje, às 22h00, no anfiteatro ao ar livre.

Literatura no Próximo Futuro

A Festa da Literatura e do Pensamento do sul da África pode ser ouvida no podcast que a RTP tem no seu site. Para quem não teve oportunidade para estar connosco aqui fica a ligação da conversa sobre literatura com Teolinda Gersão, Ivan Vladislavic, Ondjaki e Binyavanga Wainaina. Para escutar aqui

A dança na rua - The African Cypher

Publicado2 Jul 2013

Etiquetas The African Cypher dança cinemateca próximo futuro

Um documentário premiado para ver esta noite. Compreender a dança de rua como uma etapa na formação de uma nova geração. Os desejos, os obstáculos, as esperanças e as vitórias. A solidariedade e a rivalidade entre crews, os ritos de iniciação contemporâneos, a construção da identidade.Tudo isto está em "The African Cypher".

The African Cypher is the birthplace of ritual celebration, council, story telling and dance.
“I dance as if I have a gun to my head.” – Mada Sthembiso, (Shakers&Movers) 
Street dance in South Africa is a complex, convoluted underworld; that, like most sub-cultures, exists as a sum of its participants. 
In Mapetla, Soweto if you steal phones and hand bags you will not live long. The community will kill you. If you do a heist, they will tell the police you are not there. Prince tells me this as we walk back to Mada’s place from the shisa nyama. (an informal outdoor fire where you can buy some meat to cook and drink a beer.)

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Otelo Burning e Rewind - o ciclo continua

Publicado30 Jun 2013

Etiquetas Otelo Burning Rewind cinemateca próximo futuro

Otelo Burning é o filme agendado para esta segunda feira na cinemateca do Próximo Futuro. Repete-se trambém Rewind, o que torna a sessão ainda mais apelativa. Liberdade é o denominador comum destes dois filmes. O custo da sua conquista, o custo da sua privação e o direito que todos temos a ela.

AYEYE (expressão de pânico, face a um perigo eminentes) e ASKIES (expressão usada como pedido de desculpa) são as palavras do calão sul africano que Joan Legalamitlwa escolheu para associar a estes dois  filmes. 

Anamnhã, segunda feira, às 22h00 no Anfiteatro ao ar Livre

Silêncio!

Publicado29 Jun 2013

Etiquetas horacio macuacua

Horácio Macuácua traz uma peça Premiada (Orobroy, stop!) e uma peça nova (Smile if you can), em rodagem, para Lisboa ver. Silêncio! e vamos por os olhos nestes bailarinos. No S. Luiz, este fim de semana, às 21:00.

Silêncio!

Publicado29 Jun 2013

Etiquetas horacio macuacua dança

Horácio Macuácua traz uma peça Premiada (Orobroy, stop!) e uma peça nova (Smile if you can), em rodagem, para Lisboa ver. Silêncio! e vamos por os olhos nestes bailarinos. No S. Luiz, este fim de semana, às 21:00.

Vai perder os Jagwa?

Publicado28 Jun 2013

Etiquetas música Jagwa tânzania afropunk

Os Jagwa Music são as maiores estrelas do mchiriku, o grande fenómeno musical da Tanzânia nos últimos 20 anos

As descrições e as imagens testemunhais das subidas a palco do grupo Jagwa Music são algo de verdadeiramente electrizante por si só. Onde quer que chegam, este oito fazedores daquilo a que arriscam chamar afro-punk instalam um transe colectivo cantado e dançado associável a rituais anciões. Mas, afinal, partindo de percussões tradicionais, a sua sonoridade é depois amplificada por teclados de meia dúzia de tostões tocados de forma hipnótica e juntando tudo numa música urbana de magnífica selvajaria. Este caldo musical fabricado na Tanzânia, altamente improvisado, dá pelo nome de mchiriku e é mais um exemplo de música moderna parida nas periferias, neste caso de Dar es Salaam. As letras, conta-se e nós acreditamos, versam um conjunto temático tão abrangente quanto: sobrevivência básica, desemprego, infidelidade amorosa, uso de drogas, sida e voodoo. A 28 de Junho, no Antifeatro ao Ar Livre da Fundação Calouste Gulbenkian, este será um dos grandes chamarizes do Festival Próximo Futuro, montra de cultura contemporânea apontada especialmente à investigação e à criação na Europa, em África, na América Latina e nas Caraíbas.

O mchiriku tornou-se o grande fenómeno musical da Tanzânia nos últimos 20 anos quando uns órgãos Casio baratinhos e descontinuados começaram a circular e a ser integrados nas bandas que antes se dedicavam a uma música de dança popular chamada chakacha, tocada em bailes e casamentos. Tal como fizeram os Konono nº1 com os likembés ou os Staff Benda Bilili com o satongé, também os Jagwa Music — as maiores estrelas do movimento — rapidamente começaram a amplificar os instrumentos, adulterando o som com uma distorção que falseia o sinal original mas dota a música de uma avassaladora energia primária. A nível local, o mchiriku é música de má fama, de arruaceiros e de pequena criminalidade. Ou seja, é música de uma energia visceral, marginal, directamente das ruas para cima de um palco.

A popularidade do colectivo Jagwa Music disparou após a edição de Bongo Hotheads, pela Crammed Discs, levando o grupo a actuar em alguns grandes festivais de Verão europeus — como Roskilde, na Dinamarca —, onde a sua energia não destoa da hegemonia rockeira. 

Gonçalo Frota, Jornal Público, 9 de Maio 2013

Askies, Eina, Aweh!

O ciclo de cinema do sul da África continua hoje.  “Rewind”, “Mmitlwa” e  “Gangesters Film” fazem a programação de hoje. Numa altura em que o mundo está suspenso pelo respirar de Nelson Mandela, a oportunidade de ver esta cinematografia é também uma oportunidade para pensar sobre o nosso futuro próximo.

São três as palavras a juntar ao ’dicionário‘ que estamos a construir, tantas quantos os filmes propostos para hoje, que, na sua diversidade, vão desde uma cantata a uma performance passando por um casting para atores, na Cidade do Cabo.

Askies (associada ao filme “Rewind”) é a expressão usada como pedido de desculpa ou de lamentação por alguma coisa penosa como, por exemplo, «Soube da morte do teu avô. Askies».

Eina (associada ao filme “Mmitlwa”) poderia traduzir-se por ’ai‘, uma expressão de dor física.

Aweh (associada ao filme “Gangesters Film”), saudação utilizada em particular entre a comunidade multicor da Cidade do Cabo.

Mzansi, que é como quem diz Sul


Começa hoje, na Cinemateca do Próximo Futuro, o ciclo Mzansi, uma proposta da curadora sul africana Joan Legalamitlwa para conhecermos melhor o que se passa ao sul. O artigo de Ana Dias Cordeiro no Jornal Público do passado dia 21 apresenta-nos de forma mais profunda a programação escolhida.

África tecnológica e global

Em África, pode haver contágio de coisas boas. Para fora dela, também. Na moda, na música, no cinema. Os DJ europeus renderam-se aos sons electrónicos da música shangaan da África do Sul. A Louis Vuitton inspirou-se nos cobertores basotho do povo do Lesotho. A dança pantsula, que enche as ruas dos bairros pobres da África do Sul e veio de Moçambique, está num dos filmes no ciclo de cinema no Próximo Futuro, The African Cypher, mas também no vídeo do tema Run the World(Girls) da norte-americana Beyoncé. A cantora convidou dois bailarinos de pantsula do grupo Tofo Tofo de Moçambique, que vira dançar num vídeo no YouTube, para dançarem com ela.

"O mundo é muito mais pequeno do que nós o concebemos", diz ao telefone Joan Legalamitlwa a partir de Joanesburgo uns dias antes de apanhar um avião para Lisboa.

E nesse mundo afinal pequeno, a África do Sul espraia as suas cores e a sua vibrante diversidade. São mesmo estas as palavras de Joan Legalamitlwa, programadora do ciclo de cinema Mzansi - The reel South Africa inserido na Cinemateca Próximo Futuro, quando descreve o país, desde que este conheceu a liberdade (com as primeiras eleições multipartidárias em 1994 que deram a vitória a Nelson Mandela) e se abriu ao mundo.

"Mzansi é um calão sul-africano que significa "sul"", explica Joan Legalamitlwa no texto de apresentação do ciclo de cinema. Ou África do Sul. A ele está também associada uma ideia do que é inovador, recente e contemporâneo."

Como o ciclo de filmes que traz à Gulbenkian, uma amostra desse "caleidoscópio, dessa mistura de coisas e de cores" que representa o cinema - e a cultura contemporânea - na África do Sul, diz ao Ípsilon.

O que tem para mostrar "não é sobre o paradigma branco vs negro", esclarece. "É mostrar quem somos, como coexistimos, na nossa diversidade, como nação. Estes são certamente tempos interessantes", sublinha Joan Legalamitlwa. Tempos em que muito do que se faz na África do Sul (país) ou no sul de África (região) tem especial ressonância na Europa.

A África do Sul vive hoje o tumulto próprio da adolescência, acrescenta Joan Legalamitlwa. E entre o que de melhor está a acontecer: "As pessoas estão a encontrar formas inovadoras de fazer filmes".

Dá exemplos: SMS Sugar é o primeiro filme no mundo feito só a partir de imagens captadas por telemóveis. E é sul-africano.

Muitos jovens estão a sair para a rua com as câmaras ao ombro. Filmam e formam-se como realizadores depois. Deixaram de depender das ajudas do Estado.

Entre os filmes sul-africanos que vêm a Lisboa, estão Rewind de Liza Key (composição musical a partir de fragmentos de testemunhos gravados nas audições da Comissão Verdade e Reconciliação, onde vítimas do apartheid contaram as suas histórias e agressores confessaram a culpa), Material de Craig Freimond (história de um jovem muçulmano de uma família muito tradicional que quer tornar-se comediante contra a vontade do pai), ou Otelo Burning de Sara Blecher (através dos olhos de uma criança, conta a história de um grupo de miúdos de um bairro de lata negro que aprendem surf, ou de como um novo mundo se abriu às novas gerações com o fim do apartheid).

Há ainda The African Cypher de Bryan Little (história de jovens que encontram na dança de rua e na música uma alternativa ao crime), Elelwani de Ntshaveni wa Luruli (viagem à paisagem rural e tradicional que acompanha uma jovem universitária que os pais prometem em casamento ao rei da Venda Region), Skoonheid (Beauty) de Oliver Hermanus (história de um homem de negócios branco sul-africano que nutre um ressentimento escondido contra os negros da África do Sul), Mmitlwa (uma performance vídeo da artista Lerato Shadi) e ainda de Teboho Edkins (o mesmo realizador de Thato)

Gangster Project. "Gangster Project é um filme muito sul-africano", diz Teboho Edkins, um filme que gira à volta de "questões de raça e proximidade que são particulares da África do Sul" mas que ele espera sejam "entendidas universalmente". E conclui: "São muitas as questões a abordar em África. Tentar encontrar uma voz distinta para as exprimir é algo que me inspira." Uma nova geração está a emergir, e que essencialmente depende dela mesma. Mas não só.

Co-produções com a Europa

A curadora Joan Legalamitlwa, que foi membro de júris de vários festivais de cinema e de documentário na África do Sul ou na Europa (Festival de Cinema Documental de Amesterdão) diz que o interesse de produtores europeus pelo que se faz no seu país está a alimentar a emergência de "um novo cinema sul-africano".

De França ou da Alemanha, Canal+, Arte ou Goethe Institut, mas também da televisão Al-Jazira, são nomes que surgem associados em co-produções de jovens realizadores independentes sul-africanos.

O cinema é o que melhor conhece Joan Legalamitlwa mas a curadora diz que outras artes e expressões de criação contemporânea também estão a suscitar um interesse além-fronteiras.

O interesse visível na recente capa de um número especial da edição francesa da revista Courrier International, dedicada a África, que vai buscar o título Afrique 3.0 a um livro de dois jornalistas sul-africanos Richard Poplak e Kevin Bloom prestes a ser publicado na África do Sul. Os editores explicam: Se a África 1.0 era a do colonialismo europeu, e a África 2.0 a que se seguiu às independências, a África 3.0 reflecte um continente em plena reinvenção, também ligado às novas tecnologias.

Depois da África 2.0, há um novo mundo a abrir-se aos artistas e criadores sul-africanos que, desde então, atravessam fronteiras, reinventam oportunidades mostrando os seus trabalhos ao mundo ou ao continente.

Ana Dias Cordeiro Jornal Público 21-06-2013

Estreia na Cinemateca do Próximo Futuro

A trilogia de ensaios cinematográficos de Filipa César revisita arquivos e reanalisa o passado recente da Guiné Bissau num registo cénico e ficcional, que nos ajuda a compor a história daquele e deste país.

“Sem flash. Homenagem a Ricardo Rangel (1924 – 2009)”, realizado a partir do arquivo de entrevistas efetuadas a propósito da exposição “Iluminando Vidas”, é apresentado em estreia nacional. Este documentário dá-nos uma visão crítica da obra do fotógrafo e também a perspetiva da proximidade daqueles que com ele conviveram e com ele trabalharam.

No final da sessão, Filipa César e Bruno Z‘Graggen estarão presentes para conversar com o público.