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OCP: Espírito Radical!

Orquestra de Câmara Portuguesa

Direção e Percussão: Pedro Carneiro

Conceção: António Pinto Ribeiro e Pedro Carneiro

M/6 (50')

4 Set 2015 - 21:30 | 5 Set 2015 - 19:00

Palco do Grande Auditório

Entrada 16 €

Okho, de Iannis Xenakis

Workers Union (symphonic movement for any loud sounding group of instruments), de Louis Andriessen

 

A Música tem sido para mim uma extraordinária viagem e um exemplo de democracia e ética: no momento da sua prática todos os músicos em palco são iguais, o seu valor individual é apreciado em função das suas qualidades morais: o compromisso, a preparação, a presença de espírito, a integridade, ética e inteligência com que se exprimem. Os artistas esclarecidos que compõem uma orquestra unem-se com o objectivo de procurar o aperfeiçoamento individual e colectivo, desta forma enriquecendo a humanidade. Foi este um dos motes com que criamos a Orquestra de Câmara Portuguesa (OCP), em 2007. Sempre apreciei criadores subversivos, provocadores: para estas apresentações especiais (será um “concerto”...?) iremos ouvir (de perto, de muito perto) criações de Xenakis e Andriessen. Okho, escrita em 1989 para três djembés (tambores de porte robusto da África ocidental), em França por este imigrante Grego nascido na Roménia – uma encomenda do Estado, para celebrar o 200º aniversário da Revolução Francesa: uma provocação ao espírito colonialista francês? Workers Union foi escrito em 1975. A obra é uma combinação de liberdade indivídual e disciplina severa; o ritmo é imensamente detalhado; as notas, por outro lado, são indicadas forma aproximada, uma linha ténue, uma escolha cuidadosa de cada elemento da orquestra. Citando Andriessen: “É difícil tocar num agrupamento com estas directivas: o mesmo se passa com a organização de uma acção política”. Dessa forma, o público irá igualmente participar, através da leitura, ao vivo, de textos seleccionados de Amilcar Cabral e Frantz Fanon. (Pedro Carneiro)

Pedro Carneiro

Pedro Carneiro © Patrícia Andrade

Orquestra de Câmara Portuguesa (OCP)

A direção artística da OCP é assegurada por Pedro Carneiro, que lidera a mais recente e virtuosa geração de instrumentistas. O CCB acolheu a OCP, primeiro como orquestra associada e, desde 2008, como orquestra em residência, desafiando-a para o concerto inaugural das temporadas 2007/08 e 2010/11 e com presença anual nos Dias da Música de Belém, abrindo espaço a novos solistas e maestros. A OCP já trabalhou com os compositores Emmanuel Nunes e Sofia Gubaidulina e tocou com solistas internacionais como Jorge Moyano, Cristina Ortiz, Sergio Tiempo, Gary Hoffman, Filipe-Pinto Ribeiro, Carlos Alves, Heinrich Schiff, Artur Pizarro e António Rosado, entre outros. A internacionalização deu-se em 2010 no City Festival of London, com 4 estrelas no The Times. A OCP tem como visão tornar-se numa das melhores orquestras do mundo, afirmando- se como um projeto com credibilidade e pertinência social e cultural, que nasce de uma ação genuína de cidadania proativa, promovendo diversos projetos sociais inovadores: a OCPsolidária, a OCPdois e a Jovem Orquestra Portuguesa – primeiro representante português na Federação Europeia das Orquestras Nacionais Juvenis . A OCP conta com o apoio de vários parceiros, entre os quais a Linklaters, a Fundação Calouste Gulbenkian, a PwC e os municípios de Lisboa e de Oeiras.

 

Pedro Carneiro

Considerado pela crítica internacional um dos mais importantes percussionistas e dos mais originais músicos da atualidade Pedro Carneiro toca, dirige, compõe e leciona. Em 2013 foi solista com a Los Angeles Philharmonic sob a direção de Gustavo Dudamel, professor convidado do Zeltzman Festival, dirigiu no Round Top Festival, no Texas, EUA e colaborou com o realizador João Viana. Apresenta-se regularmente como solista convidado de algumas das mais prestigiadas orquestras internacionais: Los Angeles Philharmonic, BBC National Orchestra of Wales, Vienna Chamber Orchestra, – sob a direção de maestros como Gustavo Dudamel, Oliver Knussen, John Neschling e Christian Lindberg. É cofundador, diretor artístico e maestro titular da Orquestra de Câmara Portuguesa (OCP), que dirigiu no City of London Festival. Foi bolseiro da Fundação Gulbenkian na Guildhall School (Londres), em percussão e direção de orquestra. Seguiu os cursos de direção de Emilio Pomàrico, na Accademia Internazionale della Musica de Milão.