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Há Fitas na Rua

Publicado17 Ago 2013

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Uma programação dedicada às antigas salas de cinema de Lisboa que traz para a rua obras-primas da história do cinema, filmes que falam do mundo dos filmes. Hoje à noite às 22h, em Lisboa, ao lado de 3 antigas salas de cinema: o Condes, o Odeon e o Olympia vê-se"O homem da Câmara de filmar" 

AQUI ERA UMA SALA DE CINEMA!

No ano de 1896, em Lisboa, mostravam-se pela primeira vez ao público imagens em movimento. Esta primeira exibição aconteceu na Rua da Palma, mais especificamente, no antigo edifício Real Colyseu de Lisboa, onde actualmente se situa a garagem Lis. 
Em 2013, o Fitas na Rua presta homenagem às antigas salas de cinema de Lisboa. Trazemos para a rua obras-primas da história do cinema, filmes que falam do mundo dos filmes. Colocámos as cadeiras e a tela à porta dos antigos edifícios, alguns fechados outros já não existem... mas continuam guardados na memória de toda a gente. Quantas pessoas lá entraram? Que filmes foram lá estreados?
A proposta que fazemos é a de uma viagem dentro da cidade, aos tempos áureos das salas de cinema com filmes de várias épocas, de 1928 a 2012.
Alunos do IADE-U fizeram um pequeno trabalho vídeo sobre cada uma das antigas salas de cinema onde o Fitas na Rua vai estar. Nesta aventura criámos laços com associações locais, fizemos parcerias e descobrimos algumas memórias que trazemos para a rua. Há muita história nestas ruas de Lisboa e o Cinema, desde que chegou, sempre fez parte da nossa vida. 

ESTA RUA É UM CINEMA! 

Toda a programação pode ver-se aqui

Mais Crítica

Publicado14 Mai 2012

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Mais Crítica

Seminário de Formação para Críticos em Artes Performativas

 

Visando contrariar o progressivo e notório desaparecimento da crítica de artes performativas do espaço público, quatro instituições lisboetas juntaram-se de forma a criar as condições de produção necessárias para a realização do seminário Mais Crítica. Pretende-se assim promover a multiplicação das vozes críticas existentes no nosso país e o surgimento de novos espaços que possam amplificar o discurso sobre as artes e o impacto que estas têm no terreno das relações sociais em geral.

Mais Crítica tem então como objetivo incentivar o aparecimento e o desenvolvimento de novos críticos na área das Artes Performativas, através de um programa de formação orientado por Liliana Coutinho e Rui Pina Coelho. Esta formação, em regime de prática acompanhada, terá um caráter teórico-prático que motivará, por um lado, a partilha de ferramentas teóricas pertinentes para o exercício crítico e, por outro, a produção escrita, divulgada num espaço online que receberá regularmente os textos produzidos pelos participantes no seminário. Pretende-se que este espaço (um blogue: maiscritica.wordpress.com) contribua para  o indispensável discurso público sobre os objetos artísticos e para a preservação da memória (ameaçada) do teatro e da dança que hoje se fazem.

 

Com a duração de 10 meses (Setembro 2012 a Julho 2013), este seminário destina-se a qualquer interessado, sendo a seleção feita por dossiê de candidatura. O grupo de formandos será reduzido, num máximo de 6 participantes. O seu caráter gratuito exige que os candidatos selecionados se responsabilizem eticamente pela frequência assídua do seminário. O seu grau de implicação será fundamental para a qualidade da sua formação.

 

 

Actividades Previstas

 

Assistência semanal coletiva a espetáculos, na presença de um ou dos dois tutores, seguida de discussão sobre os mesmos.

Escrita de textos críticos com vista à publicação (cada formando deverá publicar dois textos críticos por mês, sob a tutoria dos formadores);

3.      5 temas/5 conversas: encontro bimestral, em sessões orientadas pelos tutores, com a possível participação ocasional de convidados, para o qual será selecionado um corpus bibliográfico de referência. Temas a abordar: a função da crítica; a crítica e o jornalismo cultural; a crítica e a preservação da memória; as ligações entre a crítica e a criação artística; a crise da crítica e a crise de autoridade: pensar o julgamento e a argumentação; os lugares da crítica: as possibilidades do exercício crítico nos vários media; arte e economia social; etc.

4.      Discussão mensal (sessões de 3 horas) sobre os espetáculos assistidos e sobre os textos publicados, na qual será dado ênfase ao desenvolvimento da capacidade de argumentação, riqueza estilística e capacidade de organização, escrita e oral. A discussão sobre cada um dos espetáculos servirá também para exercitar os instrumentos específicos de análise dos diferentes componentes da cena, visando uma justa adequação às obras em questão.

 

 

 

Para além deste programa, o seminário será complementado pela participação em atividades diversas, tais como a assistência a ensaios, conversas com criadores e intérpretes de obras em cena ou em processo de criação e iniciativas propostas pelas instituições produtoras e abertas ao público em geral.

 

 

Candidaturas

 

A receção de candidaturas será feita até 15 de Junho.

 

Os candidatos deverão enviar um dossiê composto por Curriculum Vitae, carta de motivação e um texto crítico sobre um espetáculo de dança ou teatro, até 3000 caracteres, para o e-mail [email protected].

 

Os tutores do Seminário Mais Crítica farão a seleção das candidaturas enviadas, podendo ainda haver lugar a uma entrevista de pré-seleção.

 

Divulgação dos selecionados a 13 de Julho.

 

Número máximo de participantes: 6.

 

 

Orientadores

Liliana Coutinho é curadora independente e investigadora na área de Estética e Ciências da Arte. Colabora atualmente com And_Lab e com CAM-FCG. É autora de Ana Vieira – o que existe nos interstícios da figura? (ed. Caminho, 2007) e coordenou o 3° número da revista Marte, dedicado à Performance. Escreveu para exposições, catálogos, publicou em revistas como L+Arte, Sinais de Cena e Pangloss e livros, dos quais destaca a participação em António Welington de Oliveira Jr. (org.), A performance ensaiada: ensaios sobre performance contemporânea (Fortaleza: Expressão Gráfica, LICCA, 2012) e Jos de Mul & Renée van de Vall (eds.), Gimme Shelter: Global Discourses In Aesthetics. IAA Yearbook 2011 (Amsterdam: Amsterdam University Press, 2012, no prelo). Doutorada em Estética e Ciências de Arte pela Université de Paris 1 – Panthéon-Sorbonne, prepara atualmente a publicação da sua tese pela editora L’Harmattan. Membro da AICA – Associação Internacional de Críticos de Arte e da IAE – Internacional Association of Aesthetics.

Rui Pina Coelho é docente na Escola Superior de Teatro e Cinema. Mestre em Estudos de Teatro pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, é investigador do Centro de Estudos de Teatro dessa Faculdade e do CIAC – Centro de Investigação em Artes e Comunicação. Publicou Casa da Comédia (1946-1975): Um palco para uma ideia de teatro (Lisboa: Imprensa Nacional – Casa da Moeda, 2009) e Inesgotável Koltès (ESTC/Teatro dos Aloés, 2009). É membro do Conselho Redatorial da revista Sinais de Cena (APCT/CET) e membro do Conselho Consultivo da revista on-line opercevejonline (http://seer.unirio.br/index.php/opercevejoonline, Rio de Janeiro, Brasil).

É membro da Direção da APCT – Associação Portuguesa de Críticos de Teatro e foi crítico de teatro no jornal Público. Realiza dissertação de Doutoramento em Estudos de Artísticos na Faculdade de Letras de Lisboa. Como dramaturgo, tradutor ou dramaturgista colaborou com Trimagisto, Teatro O bando, TEUC, Teatro dos Aloés e TEP – Teatro Experimental do Porto.

 

 

Entidades promotoras

 

Alkantara: www.alkantara.pt

Culturgest: www.culturgest.pt

São Luiz Teatro Municipal: www.teatrosaoluiz.pt

Teatro Municipal Maria Matos: www.teatromariamatos.pt

 

 

Blogue: maiscritica.wordpress.com

E-mail: [email protected]

exposições em LISBOA e PARIS: 16 e 18 de Novembro!

ROBERTO HUARCAYA, "Alessandro. Chorrillos

(da série 'Recreación Pictórica', 2009-2011)".

EXPOSIÇÕES *  LISBOA - PARIS

É também no âmbito das actividades PRÓXIMO FUTURO de Novembro (produzidas em colaboração com o Programa Gulbenkian de Ajuda ao Desenvolvimento) que, paralelamente à realização da 1.ª apresentação do Observatório de África e da América Latina e à 3.ª parte do ciclo das grandes Lições, inauguram duas exposições de fotografia relacionadas com a "percepção e representação contemporâneas de África e da América Latina" (tema geral das conferências que serão apresentadas em Novembro).

Ligando as cidades de Lisboa e Paris através de parcerias entre a Fundação Calouste Gulbenkian, a Casa da América Latina (Lisboa) e o Théâtre de la Ville (Paris), estas iniciativas contam ainda com o apoio da ACEP, Câmara Municipal de Lisboa e Embaixada do Peru.

No dia 16 de Novembro, em Lisboa, precisamente na sequência das grandes Lições PRÓXIMO FUTURO (Aud. 2 da FCG), inaugura às 19h00, no Palácio Galveias, a exposição do fotógrafo peruano Roberto Huarcaya, intitulada "Subtil Violência".

Com a curadoria de António Pinto Ribeiro, a proposta de Huarcaya resulta de um projecto de investigação em torno das representações visuais alusivas à construção da comunidade histórica peruana, partindo de referências locais no sentido de expandir a sua leitura e as suas influências ao nível nacional, regional, continental e, finalmente, global. “Propostas que nos vão dando pistas, informação sobre diversas coordenadas temporais, espaciais e formais, sobre este lentíssimo processo de misturas, desenvolvimento e tensão, de mudanças constantes, que levam o país a transitar, de um modo disperso, para esse propósito de se constituir como nação” (Roberto Huarcaya).

No dia 18 de Novembro, em Paris, desta vez na sequência da apresentação das grandes Lições no Théâtre de la Ville, inaugura no mesmo espaço, às 19h00, a exposição do fotógrafo sul-africano Pieter Hugo, dedicada ao fenómeno "Nollywood".

Nollywood 

 

Na série de fotografias intitulada “Nollywood”, Pieter Hugo confronta o papel do fotógrafo no domínio onde interagem a ficção e a realidade. “Nollywood” é considerada a terceira maior indústria cinematográfica do mundo, lançando perto de 1000 filmes por ano para o mercado de home vídeo. Tal abundância é possível devido ao facto de os filmes serem realizados em condições que assustariam a maioria dos realizadores independentes ocidentais. Os filmes são produzidos e comercializados em apenas uma semana: equipamentos de baixo custo, guiões muito básicos, actores escolhidos no próprio dia da filmagem, locais de filmagem da ’vida real’.

Em África, os filmes de “Nollywood” são um raro exemplo de auto-representação nos meios de comunicação social. A rica tradição de narração de histórias do continente, comunicada de forma abundante através da ficção oral e escrita, é transmitida, pela primeira vez, através dos meios de comunicação social. As histórias na tela reflectem e apelam às vivências do público: os protagonistas são actores locais; os enredos confrontam o espectador com situações familiares de romance, comédia, bruxaria, corrupção, prostituição. A narrativa é exageradamente dramática, sem finais felizes, trágica. A estética é ruidosa, violenta, excessiva; nada se diz, tudo se grita.

Nas suas viagens pela África Ocidental, Hugo tem-se intrigado por este estilo distinto de construção de um mundo ficcional onde se entrelaçam elementos do quotidiano e do irreal. Ao pedir a uma equipa de actores e assistentes para recriar mitos e símbolos de “Nollywood” tal como se estivessem em sets de filmagem, Hugo iniciou a criação de uma realidade verosímil. A sua visão da interpretação do mundo pela indústria cinematográfica resulta numa galeria de imagens alucinatórias e inquietantes.

A série de fotografias retrata situações claramente surreais mas que podiam ser reais num set de filmagens; para além disso, estas estão enraizadas no imaginário simbólico local. Os limites entre documentário e ficção tornam-se bastante fluidos e somos deixados a pensar se as nossas percepções do mundo real são de facto verdadeiras.

 

Federica Angelucci

Mais informações no site do Próximo Futuro e/ou através do email [email protected]

Duas ruas em Lisboa

Publicado10 Jan 2010

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Talvez tenha a ver com os horários da biografia do quotidiano ou com a topografia das horas, mas subitamente dou-me a cismar sobre duas ruas particulares das mitologias que os anos – e a cidade – me foram erguendo.
As ruas nunca são particulares, naturalmente. Apenas nos apropriamos delas à medida que as reconhecemos e elas nos reconhecem a nós.
Talvez a Rua da Escola Politécnica seja a da velocidade indiferente do dia. A elegante via que corro para aceder à cidade. As janelas que passam por mim, um pouco desprendidas no seu viver-habitualmente burguês. Outrora vaidosamente burguês. Talvez seja uma mulher, elegante e luminosa, por quem passo sem grande atenção, ensimesmado nos negócios do dia.
Talvez a Rua do Século seja a da hora crepuscular. Nocturna, pesada, avenida que traz a noite. Que me carrega os passos indecisos e trocados, pelas dúvidas do dia que se vertem na noite, ou pelo fino álcool que se atravessa. São pedras mais duras. Palácios de um poder antigo. Palácios renunciados, alguns desolados, de um poder agora frouxo. Pedras mais escuras. Muros reflexo dos candeeiros falsamente nostálgicos que intermitentemente iluminam. Servirá de grande consolo re-conhecer que depois de mim lá persistirão as mesmas inamovíveis nocturnas pedras?
Sobram sempre as cidades.
João Amaro Correia
Arquitecto