Logótipo Próximo Futuro

Blogue

Ephrem Solomon em entrevista

Publicado23 Dez 2014

Ephrem Solomon nasceu na Etiópia em 1983. Na sua obra, recorre a acrílicos, pedaços de jornal velho e técnicas de design gráfico, num trabalho que pretende reflectir a forma como vê o mundo e o seu país, retratando frequentemente a solidão, uma temática que considera universal. Em 2014, expôs a solo em Untitled Life na Tiwani Contemporary, em Londres, e em 2012 apesentou Le Rustique Exhibition, em Nairobi, tendo já participado em várias exposições colectivas. Numa entrevista à Afribuku, fala do seu percurso e ideias.

¿Qué relación existe entre Etiopía y su trabajo?

Mi vida real, casi todo mi trabajo refleja mis vivencias que son imposibles de separar o de catalogar.

¿Es usted de aquellos artistas que dedica sus obras a alguien concreto?

Bueno, yo creo que la mayoría de las obras están basadas en los sentimientos que estoy viviendo en ese momento concreto de creación. No son sentimientos controlados o con algún objetivo especial que busque reconocimiento. Cuando creo sólo prevalence la motivación.

¿Sus trabajos son creados a partir de la vida real, fotografías o la imaginación?

La mayoría de mi trabajo nace de la vida real y del ambiente que me rodea como gente, actividades o historias.

¿Hacia dónde cree que va el arte?

Para mí el arte va hacia las emociones porque mis obras surgen de ellas (risas). En este momento el arte está expresando las diferentes situaciones que vivimos en el mundo.

¿Cuál cree que es el papel de un artista en la sociedad etíope?

Nosotros como artistas hacemos nuestro trabajo para dejar una huella. Queremos dejar algo permanente, bello y fuerte. Queremos levantar el espíritu de la gente.

A conversa completa, em Ephrem Solomon: “Las nuevas generaciones aprecian el arte mucho más que las antiguas”

Caderno de Estudos Africanos

Publicado22 Dez 2014

Está disponível online o Caderno de Estudos Africanos, jul-dez 2014,  do Centro de Estudos Internacionais do ISCTE, composto por duas partes: uma primeira secção dedica a questões de cariz político e militar e  o dossiê tematico “Multinational enterprises in Africa: Corporate governance, social responsibility and risk management”, com contributos de autores nacionais e estrangeiros e nota editorial de ana Bénard da Costa.
Em seis artigos temos dois artigos que se debruçam sobre a Nigéria e dois artigos que focam sobre a participação de atores não estritamente políticos nos governos de estados chefiados por líderes de partidos políticos. Contrariamente também a números anteriores, temos apenas um artigo centrado num país dos PALOP, e apenas um dos artigos é de um autor português. O facto de podermos diversificar e, por outro lado, congregar temáticas em números alternados e de a Revista estar a acolher um número crescente de autores de diversas nacionalidades e continentes que trabalham sobre problemáticas africanistas sob diferentes perspetivas, constituiu para todos os que trabalham e colaboram com esta Revista um motivo de grande satisfação.
Mais informação e os artigos para download aqui

La vie d’Ebène Duta: a bd que satiriza os confrontos culturais

Publicado21 Dez 2014

La vie d’Ebène Duta é uma banda-desenhada que nasceu no blogue da autora camaronesa Ebyon, e que passou do virtual ao papel através de um crowdfunding. A protagonista das histórias, criada em 2011, é uma jovem africana emigrada na Europa e a bem humorada série narra as suas peripécias, desmontando estereótipos sobre a cultura africana.

Elyon’s, la firma tras la que está Joëlle Ebongue, reconoce a medias que Ebène Duta tiene mucho de ella. Esta camerunesa se licenció primero en filología inglesa y francesa en su país de origen, siguiendo el consejo de sus padres. Después viajó a Bélgica, siguiendo sus propios impulsos, y se licenció en artes gráficas visuales mientras desempeñaba diferentes trabajos. Cuando volvió a Camerún trabajó como grafista y como creativa en una agencia de publicidad hasta que decidió dedicarse a su pasión, como ella misma lo define, “ser autora de comics humorísticos”. Sin duda su periplo en el país europeo está en la base de las aventuras de Ebène Duta, aunque su creadora afirma que se alimenta también de las historias que le cuentan amigos y conocidos y de cosas que lee.

En todo caso, la protagonista de las historietas es una joven africana en Europa que debe enfrentarse a una vida lejos de su lugar de origen y también a cómo ven los europeos a los africanos. La joven Ebène hace frente a problemas de su edad como no sentirse a gusto con su cuerpo o a las complicadas relaciones con los hombres y con sus amigas. En Bélgica, hace frío, hay nieve y, sobre todo, europeos con una visión muy particular de los africanos, como el niño que se pregunta si Ebène es negra desde su nacimiento y al enterarse de que sí, sobreentiende que su país debe ser un lugar muy sucio; o la compañera de clase que se asombra de que una camerunesa hable tan bien el francés. Así que Ebène es la voz de las jóvenes, la de las mujeres, la de las migrantes, la de las soñadoras y la de las africanas y, además de retratar la vida, rompe estereotipos.

Mais em Ebène Duta, de Facebook a las páginas del cómic

"Validating Visual Heritage in Africa: Historical Photographs and the Role of the “Archive”

Publicado20 Dez 2014

A African Photography Initiatives, uma instituição dedicada à recuperação de arquivos fotográficos africanos, organiza, em parceria com as Universidades de Buea (Camarões) e Basel (Suiça), a conferência Validating Visual Heritage in Africa: Historical Photographs and the Role of the “Archive”, cujo objectivo é enunciado desta forma: 

The aim of the conference is to stimulate discussions about, and set out an agenda for, the space(s), value, role and future of photographic collections within the broader framework of the ‘Archive’.

À conferência, associa-se o projecto Press Photo Archives Buea, de que resulta uma exposição, com intervenções de artistas contemporâneos sobre o arquivo fotográfico camaronês.

Incrições e mais informação, na Contemporary and

Délio Jasse e a relação com o colonialismo português

Publicado19 Dez 2014

"Ausência Permanente", patente até 17 de Janeiro de 2015 na Smac Art Gallery, é a primeira exposição individual na África do Sul do artista angolano Délio Jasse, nascido em Luanda em 1980 e actualmente radicado em Lisboa, vencedor dos BES PHOTO em 2009. Os trabalhos de instalação apresentados reflectem sobre a (des)ordem da cidade onde nasceu, articulando o passado colonial com o presente e as memórias dos seus habitantes actuais.

'Ausencia Permanente' (Endless Absence) deals with the collapse of the Portuguese empire and the plight of theretornados, the Portuguese who departed Africa for the mother country. In 1975 the colonies had existed for over four centuries, and during that time the Portuguese had struck deep roots – the continent had become home to many successive generations. The settlers often married Angolans and Mozambicans and assimilated their customs, just as many Angolans and Mozambicans were effectively Europeanized by the Portuguese education system. The retornados, often failed to identify with the mother country and its culture. Frequently those who had achieved wealth and social prominence in the colonies, found themselves living in desperately straitened circumstances in Portugal having lost their former status.

The installation of 'Ausencia Permanente' exists in a dim pocket of otherness, insulated from the rest of the gallery. It is a space apart, another country in the geography of the floor-plan, and, at first, it proves disorientating. Your eyes have to adjust themselves to the far lower levels of light before you can take your bearings and see your surroundings. Unfamiliar customs prevail. Instead of clinging to the wall, Delio Jasse’s installation rests on the floor, so that you glance downward into a series of nine open Perspex boxes. These contain black and white photographic prints lying in shallow baths of water, like placentas floating in amniotic fluid, or negatives submerged in developer in a photographer’s darkroom.  The latter becomes a metaphor for history, for the emergence of the unforeseen, of events that run contrary to our every expectation. Delio also draws an implicit comparison between the photographic image slowly coming into being as it is processed, and a memory gradually arising from consciousness.

Lloyd Pollak, em The Endless Absence of Delio Jasse

A viagem de Warhol a África

Publicado17 Dez 2014

Imagem: Andy Warhol, Queen Ntombi Twala Of Swaziland, 1985

Andy Wharol, o nome incontornável do movimento pop art, chegou ao Cairo em 1956, quando era ainda um artista emergente, num período político conturbado no Egipto. Muito mais tarde, nos anos 80, regressou ao continente para um encontro com a Rainha da Suazilândia Ntfombi Twala, de quem fez um retrato. A Contemporary And publica um artigo em que dá conta do impacto destas experiências.

When Warhol touched down in Cairo, relations between Egypt and Israel were severely strained. The concrete apron at Cairo’s airport had become the stage for a military show of strength by Nasser’s government. “There were soldiers all over the place,” recalled  Lisanby. Their plane was surrounded. Passengers were instructed to exit.

“Everyone had their passports removed,” writes Victor Bockris in Warhol: The Biography(2003), “and were marched out of the plane across a runway to the sound of screaming fighter jets, marching soldiers and shouted commands, and ushered into a Quonset hut where they were forced to watch a propaganda film, then marched back onto the plane.”

Warhol, who had originally intended to sightsee in Cairo and Luxor, was indifferent throughout the ordeal – “like a Zombie,” writes Bockris. He disembarked, watched the film, re-boarded the refuelled aircraft, and was in Rome by the next the morning.

The setting of Warhol’s first visit to Africa, an airport, also featured as the dominant location during a subsequent visit. After his first visit to Paris, where Warhol’s presence occasioned the “biggest transatlantic fuss since Oscar Wilde brought culture to Buffalo in the 1890s,” according to poet John Ashbery, Warhol travelled to London and Madrid. He bookended his European tour with a spontaneous visit to Tangier.

This Moroccan port city occupied a special place in the American imagination, in part due to the writings of Paul Bowles who first visited the city in 1931 on the advice of Gertrude Stein, and later settled there in 1947. By 1950, when journalist Charles J. Rolo published his article, “The New Bohemia”, Tangier was at the centre of a heady cultural movement where be-bop men and hipsters celebrated “the virtues of hashish” to slack-jawed Americans.

Mais em Warhol in north Africa

Abderrahmane Sissako, realizador de Timbuktu, em entrevista ao New York Times

Publicado15 Dez 2014

Timbuktu, de Abderrahmane Sissako, que se passa na histórica cidade do Mali no período de dominação de grupos extremistas islâmicos, foi selecionado para concorrer ao Óscar de Melhor Fime Estrangeiro, pela Mauritânia, tendo sido já distinguido com dois prémios no Festival de Cannes em Maio. Larry Rohter, no New York Times, começa por lembrar o publico que o único realizador africano distinguido pela Academia de Hollywood foi Gavin Hood, pelo filme Tsotsi, em 2005, apresentando depois excertos da sua conversa com o realizador mauritano agora seleccionado, em que este fala do filme e da forma como o chamado "cinema africano" é olhado pelo ocidente.

Q. Do you think there are any special difficulties or burdens you face in being an African filmmaker that an Asian or Latin American director wouldn’t confront?

A. Well, that’s what we’re called, “African filmmaker,” in quotes, but is there such a thing? Think about it in terms of Europe. For example you could have a Belgian film nominated for an Oscar, and it will be called a Belgian film, not a European film. But if you have a Mauritanian film that is nominated for an Oscar, suddenly it becomes an African film. And I think that is because the rarity of it leads to this kind of naming. So it’s a burden, but also an opportunity, to represent a continent. Because if it’s a success, it’s a success shared by everyone, and that for me would be the greatest honor, to win for an entire continent.

Q.What are your expectations for the Oscar? Would you be content with a nomination?

A.I think it’s like being selected for Cannes. Even to be nominated, the nomination itself is a prize. It’s a victory, both for the film and the subject. But for once, I’m not going to be modest. I want to win. Because the Oscar is not for us, it’s for everyone who’s out there. If we get it, it’s almost like the world is opening.

Entrevista completa em ‘Timbuktu’ Director on the Burdens and Blessings of the Label ‘African Filmmaker’

Beatriz Batarda venceu o prémio de Melhor Actriz no Festival de Cinema Luso-Brasileiro

Publicado15 Dez 2014

Beatriz Batarda venceu o prémio de Melhor Actriz no Festival de Cinema Luso-Brasileiro, domingo, dia 14 de Dezembro, pelo seu papel no filme Yvone Kane, que estreou em Junho de 2014 no Próximo Futuro.

O prémio, anunciado domingo à noite, foi atribuído pelo júri da competição de longas-metragens da 18.ª edição do festival, que começou no dia 7 apresentando em competição 15 curtas e 10 longas-metragens.

Rodado em Portugal e em Moçambique, Yvone Kane é uma nova colaboração entre Beatriz Batarda e a realizadora Margarida Cardoso depois de A Costa dos Murmúrios (2004). Resultado de uma coprodução luso-brasileira que teve estreia internacional em Outubro no Brasil, no Festival do Rio de Janeiro, o filme conta a história de Rita, uma mulher de luto pela sua filha recém-falecida que volta ao país africano onde cresceu para investigar a verdade sobre a morte de Yvone Kane, uma ex-guerrilheira e activista política.

Mais aqui

Dez anos da companhia de Bawren Tavaziva

Publicado14 Dez 2014

Tavaziva Ten é um espectáculo que comemora 10 anos da companhia de dança do bailarino Bawren Tavaziva, nascido no Zimbabué, conhecido por articular na sua obra coreográfica as danças tradicionais africanas e a dança contemporânea e que confessa ter crescido fascinado por Michael Jackson. O espectaculo oferece uma retrospectiva da sua carreira, que passa por espectáculos como Umdlalo Kasisi (2004), sobre a doença que vitimou a sua irmã e que constitui ainda um grave problema no continente africano, a Sida, o Mandla (2006), uma homenagem a Mandela, ou Sinful Intimacies (2009) que coloca em palco o dialogo entre tradição, cultura e actualidade, entre outros.

Política, sexualidad, libertad o corrupción son algunos de los temas temas que Tavaziva ha llevado a los escenarios en estos 10 años a la par que se ha dejado patente los paisajes, los sonidos y la fauna del continente. Con el trabajo Sensual Africa (2012) se adentró en las danzas de Malawi mientras que en Wild Dog (2009) el coreógrafo puso en evidencia la precaria situación de una de las especies características de África.

“Mi trabajo se enfoca en los seres humanos”, dice rotundo Tavaziva quien además añade que “es un lenguaje que habla más allá del color”. Sin embargo, el coreógrafo afirma que la temática de sus producciones pueden ofender a mucha gente en su natal Zimbabue.

Tavaziva echa de menos su país pero no lo visita desde que realizó My friend Robert (2009), una producción política que retrata la trayectoria presidencial de Robert Mugabe. “Sabía las consecuencias que traía pero tenía que hacerlo”, dice el coreógrafo que no ha ido a Zimbabue desde entonces. “Si voy tendré problemas o me veré envuelto en un accidente. Esa es la manera en la que matan”, explica Tavaziva.

O artigo completo, em 10 años de fusión de Tavaziva Dance

"Janela Arcaica": revisitar Raduan Nassar

Publicado13 Dez 2014

Capa da edição portuguesa da Relógio d'Água, 1999

A Revista Cult relembra um autor e obra fundamentais da literatura brasileira: Lavoura Arcaica, de Raduan Nassar, publicada em 1975, poucos anos antes de o escritor abandonar a vida de escrita. O livro e a adaptação ao cinema, em 2001, pelo realizador Luiz Fernando Carvalho são considerados pelo colunista Renato Tardivo «obras indispensáveis sobre embates geracionais, relações de poder, grupos e seu potencial para a exclusão, amor e saudade».

Lavoura arcaica é uma prosa poética que flui de forma assombrosa. Nela, é possível que apenas uma palavra sirva de ponte entre tempos longínquos – lugares distintos. A narrativa, de atmosfera lírica e trágica, consiste na volta de um filho para casa, onde houve uma relação incestuosa com uma das irmãs, Ana. André, o narrador-personagem, costura os estilhaços que assolaram sua família em texto.

É o que o protagonista realiza, dessa vez nas condições de narrador e personagem do filme homônimo, dirigido por Luiz Fernando Carvalho, ao voltar o olhar àquilo que viveu e costurar os flashes de memória em um fluxo mais ou menos contínuo. O filme, de 2001, foi fotografado por Walter Carvalho e integrou a mostra dedicada ao diretor de fotografia no início de outubro deste ano, no Cine Belas Artes, em São Paulo.

A fotografia é um dos pontos altos do filme, que se estende por quase três horas e desenvolve o potencial lírico do romance. “São membranas da memória. São imagens em camadas que ficam guardadas” – diz Walter Carvalho, em Nosso diário (documentário dirigido por Raquel Couto sobre as filmagens de Lavoura arcaica), ao se referir à luz que deveria incidir sobre a personagem Ana, irmã do protagonista com que ocorre a relação amorosa. Segundo ele, não poderia ser uma luz direta, chapada; mas, justamente por se tratar de “membranas da memória” de André, ela deveria ser rebatida, indireta.

Artigo completo, em Janela Arcaica

Video-ensaio sobre pan-africanismo

Publicado13 Dez 2014

Imagem: Delfina Foundation/Tim Bowditch (Contemporary and)

In the Year of the Quiet Sun, da autoria de The Otolith Group, é um filme ensaio sobre o ideal do pan-africanismo, que parte de um fenómeno solar que acontece de 11 em 11 anos: durante um destes momentos, entre 1964 e 1965, alguns estados africanos emitiram selos comemorativos das recentes independências. Esta improvável relação é o mote da reflexão, comentada por  Tamar Garb, na Contemporary and 

These spheres of saturated yellow and red with spiky, radiating rays – reproduced in the film – seem to shine a beneficent light onto the orbiting earth. But down below, despite similar philatelic symbolisation – stars, spheres, roundels and flags proliferate on the commemorative and celebratory stamps of decolonisation and independence – the territorial and political transformation of the unquiet continent far exceeds the capacity of these miniscule propaganda prints to adequately tell its tale.

It is this disjunction between the minute materiality of the postage stamps and the epic events they commemorate that the film dramatises so brilliantly. Taking its formal cue from the period-specific design and display value of these small but significant prints, In the Year of the Quiet Sun blows up the scale of the stamp, allowing it to fill the screen. Stamp and screen become one, flattening out and filtering the archival and documentary footage with which it is interwoven and juxtaposed. The stamps themselves are interesting: we notice their schematic design, the simplified graphics of 1960s commercial art and advertising; and the standardised lettering and modernist fonts which situate them firmly in the American context from which they were generated and distributed. Why, asks the narrator, are the symbols of pan-African liberation and decolonisation designed on Wall Street?

Pode ler o artigo completo em Of states and stamps: the otolith group at the delfina foundation

As fronteiras no século XXI

Publicado12 Dez 2014

Imagem: Lampedusa, 2013 ©Belga/Zumapress/F.Malavolta


Sandro Mezzadra é sociólogo e professor na Universidade de Bolonha e na Universidade de Western Sydney. Tem feito investigação e produçao académica em torno da globalização, migração e cidadania e é autor do livro Direito de Fuga, publicado em Portugal pela Unipop. Esteve recentemente na Argentina para apresentar a obra La cocina de Marx, e numa entrevista à Clarín falou das migrações entre as chamadas margens para os centros, as questões políticas que envolvem, e uma nova noção de fronteira/muro, que não é já apenas física.

–¿Cuál es la idea de frontera que impera en la Europa actual?

–La idea y la realidad de frontera se empezó a modificar en Europa en los 80 con la posibilidad de una supresión de las fronteras entre los países de lo que hoy es la Unión Europea. Al mismo tiempo creó las nuevas fronteras, lo que se llama fronteras exteriores europeas. En los últimos 20, 25 años el estrecho de Gibraltar devino frontera entre la Unión Europea y África. Lo que significa que el manejo del espacio fronterizo de Gibraltar no es más solamente un asunto español, sino que hay una coparticipación de otros países de la Unión Europea. Después, por un lado, hay una tendencia a cerrar estas fronteras, a militarizar el control y esto produce lo que se ve cada día en el Mediterráneo: un montón de muertos. Por otro lado, hay una tendencia a flexibilizar el manejo de las fronteras exteriores. Hay una tendencia hacia lo que se llama “una exteriorización de la frontera”, estas mismas fronteras se hacen móviles, son desplazadas hacia Africa, por ejemplo, con la involucración cada vez mayor de gobiernos africanos en el manejo de la frontera sur de la Unión Europea, y al mismo tiempo retroactúan hacia el interior del espacio europeo donde los controles fronterizos siguen siendo un asunto cotidiano y donde hay instituciones vinculadas con el control fronterizo, como los centros de detención que están en toda Europa. Se habla de una ubicuidad de las fronteras. En los últimos años la situación cambió por la crisis, porque, este doble movimiento de cierre y de externalización-movilización, tiene mucho que ver con la producción de dispositivos de inclusión selectiva de los migrantes dentro del espacio, de la ciudadanía, del mercado de trabajo europeos. Y es claro que en los últimos años, con la crisis, este dispositivo se hizo mucho más rígido.

–¿Y qué es lo que intentan detener hoy las fronteras? ¿Cuál es el discurso oficial?

–Hay en el discurso un vínculo muy estrecho entre migración y criminalidad, sobre todo en las retóricas sobre la trata y el contrabando. Y hay toda una retórica alrededor de este enlace entre movimientos migratorios llamados ilegales o clandestinos y operaciones de organizaciones criminales que organizan este tránsito con ganancias enormes. Hace años, un político italiano dijo que estamos frente a una nueva trata de esclavos. Pero la diferencia es que la gente que toma estos barcos ilegales para cruzar el Mediterráneo lo hace bajo su voluntad, quiere cruzar. Si fuera posible cruzar legalmente no existiría todo el negocio. La mayoría de los que hoy intentan cruzar el Mediterráneo está ejerciendo su derecho de fuga de la guerra. Se calcula que desde la caída del Muro, más de 20.000 personas murieron en el intento de cruzar las fronteras exteriores de Europa.

A entrevista completa em Alambradas para el mapa europeo

A banda desenhada na África do Sul

Publicado11 Dez 2014

Imagem: Daniel Hugo, capa do nº 1 de ComicArtAfrica

Daniel Hugo, ilustrador sul africano radicado na Cidade do Cabo, é autor da primeira capa da  ComicArtAfrica, uma publicação que nasceu associada à ARTsouthAFRICA. Nesta entrevista, o criador fala do estado da arte da banda desenhada no continente africano, qual a especificidade do género, inspirações e influências, identidade e traços especificamente sul africanos. BLIKSEM é a exposição que apresenta alguns dos seus trabalhos e de outros artistas, a partir de dia 13 de Dezembro de 2014. 


What is the current position of comics and other related media in South Africa and the African continent? Have we arrived or are we still on the journey?

The sad reality is that comics in SA inhabit a fringe position. There seems to be a dismissive attitude from the reading public (apart from a small but loyal following) & the general art establishment. Hence comics are unappreciated & underrated. We have certainly not arrived yet!

What can comics do that other art and literary forms cannot in our local context?

One is able to tell very personal stories visually without constraints like budgets or clients; you are only limited by your imagination & the ability to tell a story with pictures & words. In a local context, I suppose it’s a window into others’ stories, lives & ideas across the language divide. It’s the one thing I believe promotes literacy from a young age.

Do we draw our inspiration from the USA and Europe rather than the rest of the continent? Should we be engaged more closely with creatives from Africa?

I think the whole world draws their inspiration from the US & Europe, as well as Japan, seeing as they produce the most comics in numbers & genres. In terms of stories, I think, although we are infuenced by these Big Three, there is a tendency to draw inspiration from our own surroundings, angstiness & legends. It would be wonderful if there were more cross-pollination with other creatives from the Continent, which is something that the Velocity Graphic Anthology has promoted.

A entrevista completa, em ComicArtAfrica: Interview with Daniel Hugo

O problema das megacidades no MoMA de Nova Iorque

Publicado10 Dez 2014

Imagem: Rio de Janeiro. Jefferson Bernardes/AFP

A exposição Uneven Growth: Tactical Urbanisms for Expanding Megacitiedebruça-se sobre o fenómeno do crescimento urbano e apresenta propostas, a partir de cidades estudos de caso, como Mumbai, Lagos, Hong Kong, Nova Iorque, Istambul e Rio de Janeiro. É a terceira iniciativa na área das questões urbanísticas e arquitectónicas do Museum of Modern Art (MoMA), em Nova Iorque, desta vez com curadoria do português Pedro Gadanho, que pode ser vista até 15 de Maio de 2015. 

Assim que se entra nas galerias de Arquitectura do MoMA, ouvem-se sons metálicos, ruídos da cidade, de um bairro de lata, de um prédio em construção. Fotografias e vídeos transportam-nos para Dharavi, bairro-favela de Mumbai; as imagens de um piso ilegal em construção num tecto rebaixado e o ambiente imersivo fazem-nos esquecer que estamos no museu de Nova Iorque.

“De certo modo, interessava-me a quebra de um ambiente típico de museu, possibilitar a entrada num mundo diferente”, confirma Gadanho. Para pensar Mumbai, o curador juntou os URBZ, um grupo local que trabalha activamente com a comunidade em projectos de extensão de edifícios privados, e os POP Lab (Madrid), equipa que se tem debruçado sobre as mega-estruturas ao nível das infra-estruturas. É das diferenças entre os dois grupos que surge uma solução nova para a cidade, que propõe o crescimento da zona “mas sem produzir a típica torre e sem expulsar as pessoas que vivem em Dharavi”.

Esta composição urbana, no fundo, não é assim tão diferente de outras que nascem da pequena estrutura da vila de ruelas apertadas. E Gadanho lembra Alfama, “que hoje se transformou em atracção turística, mas que tem um modelo de funcionamento que não é adequado à lógica moderna de transportes e de acesso, mas que faz parte da cidade”.

No Público, O MoMA discute o crescimento desigual das megacidades

Selva Almada em entrevista ao El País

Publicado8 Dez 2014

Imagem: Saul Ruiz/El Pais

Selva Almada, uma das participações argentinas na Feira do Livro de Guadalajara, no México, esteve no Próximo Futuro, na Festa do Pensamento e da Literatura da América Latina, em Junho de 2014. 

A autora, originária de Entre Ríos, começou a escrever aos 20 anos e em 2003 publicou o livro de poemas Mal de muñecas e depois os romances El Viento que arrasa (2012) e Ladrilleros (2013). Chicas muertas (Random House), o seu título mais recente, de não ficção, aborda os feminicídos que aconteceram nos anos 80 em várias províncias argentinas e é o tema do artigo do El País sobre a escritora, na Feira Internacional do Livro de Guadalajara. 

 Almada considera que la violencia contra las mujeres, por desgracia, “es uno de los temas que de alguna manera unifican a América Latina”. Y advierte de que los tópicos llevan a la idea errónea de que Argentina no está dentro de las corrientes de violencia latinas. “Hay una mirada del extranjero sobre Argentina que en realidad es una mirada sobre la Buenos Aires moderna, liberal. Pero en el interior del país hay una sociedad patriarcal machista, quizá no tan evidente como en México, o como lo que a su vez nosotros suponemos de México: el prejuicio de que son remachistas, o qué sé yo, pero Argentina está atravesada por el machismo, y como cada 30 horas muere una mujer asesinada”.

Mais em Letra de denuncia de la violencia contra la mujer

Lucrecia Paco e o teatro moçambicano

Publicado6 Dez 2014

Mutumbela Gogo é um grupo de teatro moçambicano, que evolui a partir da formação de outro, Tchova Xita Duma, e que teve na sua fundação a cumplicidade de escritores como o sueco Henning Mankell e de Mia Couto, que realizou várias adaptações de obras para a companhia. Lucrecia Paco, actriz chave do grupo, protagonista da peça Mulher Asfalto, é o tema de um artigo do site Afribuku. 

Hoy en día, Lucrecia Paco es una de las actrices más reconocidas de Mozambique, rompiendo la famosa paradoja de muchos actores que “no son profetas en su tierra” y también fuera de las fronteras del país. Ha sido la portada de la versión en castellano del libro “Tea-bag” de Henning Mankell y su versatilidad a la hora de meterse en la piel de sus personajes y su capacidad de liderazgo, también la han llevado a convertirse en la Directora Artística de la compañía. Polifacética, Lucrecia además es dramaturga y ha dirigido varias obras como Virgens (Vírgenes), que representó en espacios comunes de vecinos de Maputo con el objetivo de alcanzar a otros públicos que no suelen acudir al Teatro Avenida.

Conocida siempre por su compromiso social, una de las obras que protagonizó, Mulher Asfalto, la llevó a actuar en lugares tan diversos como en la calle Bagamayo de Maputo (una calle en el centro de la capital mozambiqueña conocida por sus altos índices de prostitución) o en cárceles de mujeres y hombres en Mozambique y en Argentina. Mulher Asfalto (Mujer del asfalto) cuenta la historia de una prostituta que un día rompe con el silencio en el que vive y pide derecho a la vida. Un proyecto ambicioso cuyo objetivo fue el de dar voz a la realidad que viven muchas personas en Mozambique y en el mundo.

O texto completo, em Lucrecia Paco, la musa de Mia Couto y Henning Mankell

"Nuestra America: una história hispana de Estados Unidos"

Publicado6 Dez 2014

Felipe Fernández-Armesto, doutorado em História pela Universidade de Oxford e professor na Universidade de Notre Dame, em Indiana, publicou um ensaio sobre a importância do imaginário latino-americano nos Estados Unidos, em particular a partir da figura de Zorro, inspirado no mexicano Joaquín Murrieta, emigrante naquele país na época da febre do ouro, no final do século XIX.

La relevancia de El Zorro en la historia de Estados Unidos puede resultar anecdótica, pero para Fernández-Armesto (Londres, 1950) es un ejemplo más de hasta qué punto las raíces hispanas están implantadas en el país, algo que aborda en su nuevo libro Nuestra América: una historia hispana de Estados Unidos (Galaxia Gutenberg en colaboración con la Fundación Rafael del Pino); de ese pasado desconocido en un país cada vez más hispanohablante e hispanocultural, y cuyos ciudadanos han aprendido la historia “como si hubiera ido conformándose exclusivamente de este a oeste”, lamenta el historiador. “Pero no hay tejido posible sin una fuerte urdimbre que la cruce perpendicularmente de abajo arriba. La historia hispana de Estados Unidos constituye esa urdimbre: un eje norte-sur en torno al cual se formó Estados Unidos, que se cruza con el eje este-oeste que suele primar en la perspectiva convencional. Hacer visible la contribución hispana es como inclinar el mapa hacia un lado y ver Estados Unidos desde un punto de vista inusual”.

O artigo completo, em EE UU, un país latinoamericano

The Stuart Hall Library, em Londres

Publicado5 Dez 2014

Imagem: Short Biographies of Some Ethiopian Artists (1991) by Tāyé Tādasa

The Stuart Hall Library, no Institute of International Visual Arts, em Londres, é uma das bibliotecas destacadas pela Contemporary and numa rubrica dedicada a espaços deste género pelo mundo africano. Nela encontram-se raridades editoriais, como por exemplo uma publicação com biografias e obra de artistas da Etiópia.

Berhanu Ashagrie Deribew:

“I was given this book as a reward for my participation in an art competition which took place here when I was about 13 years old. In general terms, the book was published thanks to the major involvement and full support of a foreigner who was here in Ethiopia during that time. He just wanted to have a collection of biographies of Ethiopian artists that lived and worked during the years between 1869 and 1957. Even though the book was not prepared in a critical format, I can simply say that it is special for one major reason: it is the only book that we still have in which the biographies and work of many Ethiopian artists can even be found. It is a fact that lots of books and catalogues about modern and contemporary Ethiopian artists have been published over time, but none of them have covered such a large number of artists as can be found in that specific book. The book covers Ethiopian artists who worked over nearly a century and it has truly served as a comprehensive reference book for many young Ethiopians who want to know about the historical involvements of Ethiopian artists. Some of the artists referred to in this book are still alive today, working in the country and abroad, and a few of them are still very important, even for the recent history of Ethiopian art.”

Mais em Inside the Library II: Stuart Hall Library, Iniva, London

Candidaturas abertas para Curso de Inverno em estudos étnico-raciais Fábrica de Ideias

Publicado4 Dez 2014

O curso em estudos etnico-raciais Fábrica das Ideias, inserido nos Cursos de Inverno Conlab, realizar-se-á entre 26 a 30 de Janeiro de 2015, no ISCTE-IUL, em Lisboa. As candidaturas estão abertas até 15 de Dezembro de 2014.

O curso avançado em estudos étnico-raciais Fábrica de Ideias, iniciado em julho de 1998, é o resultado de uma iniciativa pioneira no âmbito das instituições universitárias brasileiras, cujo objetivo é fomentar tanto o intercâmbio de professores e alunos da pós-graduação interessados na temática dos estudos étnico-raciais e na interface com os estudos africanos, quanto favorecer à incorporação de uma dimensão comparativa e internacional.

O curso Fábrica de Ideias tem sido reconhecido como experiência única no mundo acadêmico, no sentido de sua contribuição ao debate, em nível de pós-graduação e a formação de redes entre docentes e estudantes das mais variadas regiões e países do mundo, principalmente, entre os países da América Latina e da África.

Aproveitando do movimento que levou à produção do Dicionário Critico das Ciências Sociais dos Países de língua oficial portuguesa, publicado em 2014, o curso Fábrica de Ideias na sua edição 2015, realizado pela primeira vez fora do Brasil – no ensejo do CONGRESSO LUSO-AFRO-BRASILEIRO, em Lisboa, cujo tema será “Imaginar e Repensar o Social: Desafios às Ciências Sociais e Humanas nos Espaços de Língua Portuguesa, 25 anos depois” –  apresentará, durante cinco dias, uma sessão temática em torno de um verbete que será alvo das reflexões a  cada dia.

A Conferência de Abertura estará a cargo do Professor Lívio Sansone (Universidade Federal da Bahia).

Mais informação e inscrições

Feira Internacional do Livro de Guadalajara

Publicado2 Dez 2014

Começou dia 29 de Novembro e prolonga-se até 7 de Dezembro, a Feira Internacional do Livro de Guadalajara, no México, um dos eventos latino-americanos mais importantes na área da edição, que tem este ano como país convidado a Argentina.

Fundado há 28 anos pela Universidad de Guadalajara, o certame destina-se a profissionais do ramo mas é simultaneamente um encontro cultural aberto ao público, com autores de todos os continentes, numa semana onde se ouvem diversas línguas, com lugar ainda para mesas de debate sobre temas da actualidade. 

O país em fique, a Argentina, além de um programa literário, tem dedicado um ciclo de cinema, iniciativas ligadas às artes visuais e de artes cénicas. Tamara Kamenszain, uma das convidadas da mesa sobre Poesia da Festa da Literatura e do Pensamento da América Latina, é uma das presenças neste encontro.

Entretanto, en el Pabellón Argentino, una mesa de poetas abría el programa literario del país Invitado de Honor. Tamara Kamenszain, Hugo Mugica, Jorge Fondebrider, Rodolfo Alonso y Francisco Garamona se planteaban la encrucijada que el último, coordinador, resumió: “¿Escribimos poesía o la vivimos?”. Daba para una ronda de margaritas, pero fue resuelta con sobriedad mientras a pocos metros Mafalda era reina indiscutida. Cientos de tapatíos –gentilicio de los nacidos en Guadalajara–, se tomaban ráfagas de fotos frente a la criatura de Quino. En el stand de Penguin Random House, donde un cartel lista los 24 sellos que integran hoy el grupo, Claudia Piñeiro renovó su contrato por una novela, aún sin título, que presentará en mayo. No es un policial, adelantan, aunque esconda sí un misterio.

Pode saber mais na Revista Clarín, em Poesía, fútbol y Mafalda en el pabellón argentino de la FIL

SPIELGART: abertas as candidaturas

Publicado2 Dez 2014

O SPIELART abriu candidaturas a projectos, ATÉ 15 DE FEVEREIRO. Em 2015 subordinado ao tema "Art in Resistance", o festival decorrerá entre 23 de Outubro e 7 de Novembro:

Starting in 2010, the years were surprisingly marked by protests of very different types all across the globe. One novel aspect was that the rebellions took place in countries where one had not previously expected it: In the Arabian realm, in supposedly stabile regions such as Europe and the U.S., also in „emerging“ countries such as Turkey and Brazil, and recently in Hong Kong. In recent years, the SPIELART Theater Festival Munich has repeatedly presented artists and artivists in its programs who participated in the protests or were inspired by them. During the 2015 festival, with ART IN RESISTANCE we want to integrate a level of reflection as well as a reevaluation.

Submissions from every art genre are welcome:
Submissions that aspire to have a direct influence on political and social realities with artistic means and/or that work through media campaigns.
Submissions that use the political potential of fiction and create symbolic realities.
Submissions that work with theater as a realm of possibility in order to design visions, which are independent of their viability or realizability.
Submissions that operate with the means of performance and theater to create political interventions in urban spaces.
Submissions that deal (in a participative manner) with forms of coexistence, whether they are in a local neighborhood, in Munich itself, or via live stream from somewhere else in the world.
Submissions that illuminate the genre of artivism in a documentary manner, or reflect the genre of artivism through the use of new technologies and media strategies

Mais info AQUI

SPIELART é um festival de artes que existe desde 1995, onde se pretende explorar e investigar novas tendências e movimentos no mundo e que, de dois em dois anos, leva até Munique produções, performances, conferências e instalações, muitas das quais em estreia mundial. Pertence a várias redes,  como o Theater Festivals in Transition (www.theatrefit.org), WHAT'S NEXT? (2007), CONNECTIONS (2009), e CONNECT CONNECT (2011).

Afrobulles: o universo da BD africana

Publicado1 Dez 2014

Afrobulles é uma editora dedicada à BD africana, que pretende promover a cultura africana através da banda desenhada e os autores deste género na Europa, criada e dirigida por Alix Fuilu. Além de criações individuais , livros "engagé"e para a juventude, organizam exposições e lançaram a publicação colectiva Couleur Café.

Mais, em Afrobulles.

"African Books for Western Eyes"

Publicado30 Nov 2014

A nigeriana Adaobi Tricia Nwaubani é autora de I Do Not Come to you by Chance, obra vencedora do Commonwealth Writers' Prize para primeira obra, também nomeada pelo Washington Post como um dos melhores livros de 2009. Neste artigo do New York Times, a escritora reflecte sobre a relação entre a literatura africana e o ocidente, ponderando a crescente visibilidade da literatura do continente mas também os constrangimentos simbólicos colocados às histórias "aprovadas" pelos circuitos editoriais europeu e americano, bem como os problemas de público nos países de origem dos autores africanos.

In the past decade, all sorts of marvelous things have happened for African literature. African writers have won or been shortlisted for some of the most prestigious literary prizes and accorded prominent display in leading bookshops. Contemporary African voices are finally telling African stories.

But we are telling only the stories that foreigners allow us to tell. Publishers in New York and London decide which of us to offer contracts, which of our stories to present to the world. American and British judges decide which of us to award accolades, and subsequent sales and fame. Apart from South Africa, where some of the Big Five publishers have local branches, the few traditional publishers in Africa tend to prefer buying rights to books that have already sold in the West, instead of risking their meager funds by investing in unknown local talents.

As a result, in Nigeria, most writers are self-published. The responsibility for the printing, marketing and publicity of their books rests solely on their individual pockets. Dozens of vanity presses exist to serve these authors’ needs, many accepting manuscripts from anyone who can pay. But with no solid infrastructure for marketing and distribution, and without qualifying for the majority of international book prizes that accept only traditionally published books, the success of these authors’ works is often dependent on how many friends, family members and political associates can attend their book launches and pay exorbitant prices for each copy. Or on whether they have a connection in government who can include their book as a recommended text for schools

O texto completo, em African Books for Western Eyes

Sekou Kouyaté e a Kora

Publicado30 Nov 2014

O guineense Sekou Kouyaté, filho de M´Bady Kouyaté, é considerado um dos mestres da Kora, um instrumento africano de 21 cordas, o que lhe vale a popular alcunha de "Jimi Hendrix da Cora". O músico esteve presente no  festival Sauti Za Busara em Zanzíbar (Tanzania), onde actuou em parceria com Joe Driscoll. Numa entrevista à Wiriko, falou do seu percurso, influências e projectos. 

Hijo de M´Bady Kouyaté y descendiente de la cultura griot, Sekou no tenía otra salida que la música. Conocido en Francia como el “Jimi Hendrix de la kora”, Kouyaté es un virtuoso que ha traído un nuevo acercamiento al tradicional instrumento del África occidental. Los ajustes eléctricos y los pedales generan una nueva dimensión de sonidos que hacen que la kora se aproxime a resonancias más rockeras. Pero Sekou, no se queda ahí e intenta abarcar muchos más ritmos.

“Me gusta todo tipo de música pero me encanta el jazz. Richard Bona y Omar Sosa son músicos que me influyen mucho”, dice Sekou.

Pode ler mais em Sekou Kouyaté, la innovación de la kora

“A negação do racismo torna-o ainda mais enigmático e difícil de combater”

Publicado28 Nov 2014

Imagem: David Theo Goldberg fotografado por Nelson Garrido, para o Público

David Theo Goldberg nasceu na África do Sul e cresceu em pleno apartheid, com a sensação de que algo não estava certo no contexto social que o rodeava. Hoje está à frente do Instituto de Investigação em Humanidades da Universidade da Califórnia e é autor de duas dezenas de livros, entre os quais The Threat of Race e The Racial State, além de muitas outras publicações académicas. Veio a Portugal no âmbito de um  convite do Núcleo de Educação para os Direitos Humanos do Instituto da Educação da Universidade do Minho, para a apresentação de uma conferência, sob o título Já somos todos pós-raciais? Numa entrevista ao jornal Público, fala de questões como a polémica em torno da morte de um adolescente negro, alvejado pela polícia no Missouri, a presidência de Barack Obama e o caso Oscar Pistorius, à luz da noção da sociedade pós-racial. 

O seu interesse por este tema surgiu do seu passado na África do Sul onde nasceu e cresceu? 
Está nos meus genes sociais, sim. Nasci na África do Sul, cresci na Cidade do Cabo, onde frequentei a escola e a faculdade. Nasci nos primeiros anos da década de 1950 e vivi lá até ao final da década de 1970. Cresci com oapartheid. Crescemos numa sociedade muito segregada, frequentávamos escolas em separado, vivíamos num bairro separado, mas sempre tivemos mulheres negras em casa, como empregadas domésticas. Cuidavam de mim. Eram ou não parte da família? Trabalharam durante mais de três décadas na casa dos meus pais, partilhavam com a minha mãe histórias de filhos e netos. Existia uma proximidade, mas também uma separação. Talvez não devesse dizer isto muito alto, mas a verdade é que fumar marijuana levou-nos, a mim e aos meus amigos, a desenvolver relações e a entrar nos townships (bairros onde vivia segregada a população negra). Éramos convidados a entrar na casa do dealer e a fumar com ele. Conversávamos e isso transformava a nossa maneira de pensar e de ver aquela pessoa com quem havia uma partilha de interesses comuns. Muito cedo, eu questionei a separação destes mundos. Quando cheguei à faculdade, envolvi-me por pensar que o que se passava era errado. Isso está, desde sempre, comigo.

A entrevista completa, em “A negação do racismo torna-o ainda mais enigmático e difícil de combater”