O problema das megacidades no MoMA de Nova Iorque
Publicado10 Dez 2014
Imagem: Rio de Janeiro. Jefferson Bernardes/AFP
A exposição Uneven Growth: Tactical Urbanisms for Expanding Megacities debruça-se sobre o fenómeno do crescimento urbano e apresenta propostas, a partir de cidades estudos de caso, como Mumbai, Lagos, Hong Kong, Nova Iorque, Istambul e Rio de Janeiro. É a terceira iniciativa na área das questões urbanísticas e arquitectónicas do Museum of Modern Art (MoMA), em Nova Iorque, desta vez com curadoria do português Pedro Gadanho, que pode ser vista até 15 de Maio de 2015.
Assim que se entra nas galerias de Arquitectura do MoMA, ouvem-se sons metálicos, ruídos da cidade, de um bairro de lata, de um prédio em construção. Fotografias e vídeos transportam-nos para Dharavi, bairro-favela de Mumbai; as imagens de um piso ilegal em construção num tecto rebaixado e o ambiente imersivo fazem-nos esquecer que estamos no museu de Nova Iorque.
“De certo modo, interessava-me a quebra de um ambiente típico de museu, possibilitar a entrada num mundo diferente”, confirma Gadanho. Para pensar Mumbai, o curador juntou os URBZ, um grupo local que trabalha activamente com a comunidade em projectos de extensão de edifícios privados, e os POP Lab (Madrid), equipa que se tem debruçado sobre as mega-estruturas ao nível das infra-estruturas. É das diferenças entre os dois grupos que surge uma solução nova para a cidade, que propõe o crescimento da zona “mas sem produzir a típica torre e sem expulsar as pessoas que vivem em Dharavi”.
Esta composição urbana, no fundo, não é assim tão diferente de outras que nascem da pequena estrutura da vila de ruelas apertadas. E Gadanho lembra Alfama, “que hoje se transformou em atracção turística, mas que tem um modelo de funcionamento que não é adequado à lógica moderna de transportes e de acesso, mas que faz parte da cidade”.
No Público, O MoMA discute o crescimento desigual das megacidades