Da esperança nascida na Tunísia e cantada por Emel Mathlouthi ao desespero na Síria passaram dois anos, e o que se anunciava como Primavera é visto nesta crónica de Alain Frachon como um Inverno duro.
"Tout ça pour en arriver là !" : oublieux des deux siècles et demi d'histoire tourmentée qu'il leur a fallu pour conquérir l'Etat de droit et la liberté politique, les Européens désespèrent de leurs voisins arabes. La Syrie taraude leur conscience. L'Egypte et la Tunisie, en proie à d'abyssales difficultés, les inquiètent. Dans la presse occidentale, les docteurs "on vous l'avait bien dit"prolifèrent. Ils instruisent un procès en naïveté contre ceux qui, en Europe, ont salué le "printemps arabe".
As visitas guiadas à exposição Ocupações Temporárias - Documentos já têm datas marcada, não precisam de inscrição prévia e são de entrada livre.
Dia 20/04 (Sab) às 16 | Dia 11/05 (Sab) às 16 | Dia 25/05 (Sab) às 16
"Depois de três edições no Maputo (2010, 11 e 12), depois de uma acumulação de experiências com a intervenção no Mindelo, temos as “Ocupações” em Lisboa. Já não terão necessariamente os contornos das primeiras “Ocupações”; mas considerando a importância do processo e a pertinência de muitos dos trabalhos realizados, as “Ocupações Temporárias - Documentos” são o testemunho documental de um processo, um arquivo recente físico, com os objetos ou as suas réplicas."
A exposição pode ser visitada até 26/05 de terça a domingo, das 10:00 às 18:00, com entrada livre
Não se sabe exactamente quando nasceu. Sabe-se que cantou sempre. Por todo o lado. E que para sítio onde ia as suas preocupações eram iguais e simples. Cantar, cozinhar, manter a sua família.
"Esta é a terceira edição duplamente marcada pela internacionalização do prémio - por via do alargamento do âmbito de seleção dos artistas que pode ser de nacionalidade portuguesa, brasileira ou dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP’s), como pela itinerância da exposição que, após ser apresentada no Museu Berardo, é inaugurada em São Paulo, no Instituto Tomie Ohtake, a 18 de Junho de 2013. A escolha dos quatro artistas selecionados é da responsabilidade de um júri internacional constituído por Agnaldo Farias (Instituto Tomie Ohtake, Brasil), Delfim Sardo (crítico e curador, Portugal) e Bisi Silva (Centro de Arte Contemporânea de Lagos, Nigéria). O vencedor do BES Photo será conhecido a 7 de maio. A decisão será tomada pelo Júri de Premiação internacional a anunciar brevemente."
Para conhecer o concurso e os anteriores premiados pode ler-se mais aqui
A intervenção artística sobre imagens publicitárias de Vermibus supera a fragilidade e efemiridade de um activismo singular, com o recurso ao registo video e às plataformas tecnológicas. E é assim que chegam até nós, vindas de diferentes cidades.
"Originario de Mallorca y formado en Madrid, Vermibus desarrolla una peculiar forma de intervención sobre las imágenes publicitarias de los Muebles Urbanos para la Presentación de Información (MUPI). Se trata de intervenciones plásticas cuyo resultado es la transformación de las protagonistas de las célebres y ubicuas campañas publicitarias de moda y perfumes, en rostros que no tienen nada que ver con los originales y a menudo resultan también muy chocantes. Evidentemente no se trata de acciones autorizadas, por lo que sus creaciones tienen más bien un carácter efímero ya que el tiempo en que consiguen quedar expuestas al público suele ser muy breve."
"The gesture of erasing the images with solvent is similar to the gesture of painting, but it is painting counter action. The process is the same, but it is not adding colours on a canvas to create an image, it is removing the colors of an existing photographic image to create a new image and new characters. The models of the adverts have mutated. Some look like ghosts or mummies, some are reminiscent of Francis Bacon’s paintings, some of tribal make-up.
This process evokes voodoo art which uses human elements like hair, or teeth to create anthropomorphic sculptures. In this context, Vermibus uses “glossy paper” as his flesh to manipulate. There is something very organic about the emaciated creatures that emanate from the billboards. The impersonal and sanitized perfect bodies have turned into shadows or mummies that have much more presence and singularity."
Serão conhceidos esta semana os "Óscares" do cinema africano. A partir da Nigéria, onde se situa uma das mais importantes industrias de cinema do mundo, a cerimónia dos AMAA 2013 premiará a produção e os criadores africanos. "Virgem Margarida" de Licínio Azevedo, realizador brasileiro, radicado em Moçambique, tem sete nomeações, entre elas as de melhor filme e melhor atriz secundária.
Ficção e documentário, produções nacionais e realizações na dispora, são parte das diferentes categorias que o festival organizado pela Academia de Cinema Africano irá premiar no próximo dia 20 de Abril
"Established in 2005, AMAA aims to facilitate the development and relevance of African film & cinema by providing a rewards & recognition platform for film makers on the continent. African film makers work hard with very little and have, not through serendipity but through sheer audacity, managed to build the 3rd largest film industry in the world, and are poised to take poll position, beating America and India.
Today, African films serve as a link for Africans in the Diaspora with Africans at home. These films have the potential to serve as a shared collective experience, a reminder that Africa is a vibrant continent filled with colour, energy and possibility."
A quarta edição do Cabo Verde International Film Festival decorrerá na Ilha do Sal de 17 a 20 de Outubro. Até 30 de Junho estão abertas as inscrições para filmes, que poderão concorrer em quatro categorias: curta-metragem, curta-metragem documentário, longa-metragem, e longa-metragem documentário.
"O Cabo Verde International Film Festival veem crescendo em bom ritmo e as inscrições dos filmes tem sido os principais indicadores. Na 1a edição, 5 filmes foram inscritos, na 2a edição o numero triplicou-se para 18 filmes e na 3a edição, foram um total de 50 filmes inscritos. Que haja mais para esta 4a edição! A data limite de inscrição é até o dia 30 de Junho."
Inaugura hoje às 19:00 a exposição "Ocupações Temporárias - Documentos". Até 26 de Maio a galeria do piso 01 do edifício sede da Fundação Gulbenkian está ocupada pela produção de 24 artistas de origem moçambicana, cabo verdiana, angolana e portuguesa.
"Parte do conceito das Ocupações sempre foi que cada artista participa uma vez, apoiando a produção da edição seguinte. A outra particularidade a notar é que nunca houve uma intencionalidade, à partida, de continuidade, ou seja, a realização de cada edição não foi ditada por um calendário pré-estabelecido, mas antes pela “necessidade” de ainda realizar o projeto mais uma vez. O apoio da Fundação Gulbenkian na edição de 2012 viabilizou a sua execução e a proposta de “ocupar” outras cidades, como foi o caso do Mindelo, e acabaram por se revelar ramificações naturais do projeto e do esforço inicial das ocupações."
Maimuna Adam - "ocupante" na edição 2010
A exposição para além de documentação, tem algumas das obras originais que foram expostas ao longo das 4 edições das Ocupações Temporárias, algumas réplicas e ainda obras criadas especificamente para esta mostra, no local, como é o caso do graffiti de 40 metros criado por Shot-B.
Pode ler-se mais sobre a exposição aqui e aqui. O Jornal do Próximo Futuro dedicado à exosição pode ser lido e descarregado aqui
Dois dias de discussão em torno de problemáticas em comum nas literaturas e produções culturais dos séculos XX e XXI nos universos português e hispano-americanos. Hoje, dia 11, na Faculdade de Letras de Lisboa, e amanhã no Auditório 3 da Fundação Calouste Gulbenkian.
Um programa cheio com mesas paralelas e apresentações de comunicações começa amanhã e prolongar-se-á pela Casa da América Latina, finalizando no auditório 3 da Fundação Calouste Gulbenkian. Hélia Correia, Horáscio Costa, Jorge Fornet, Mempo Giardinelli, Maria Rosa Oliveira-Williams, Santiago Roncagliolo, e Karla Suarerez serão os escritores convidados destes dois dias.
Há mais para ler aqui e o programa também pode ser visto aqui
Desde 4 de abril e até 2 de junho, o Matadero Madrid apresenta as fotografias feitas pelo jornalista Ryszard Kapuściński entre 1989 e 1991, na sua viagem pelas Repúblicas da ex-União Soviética.
O repórter polaco, que viveu grande parte da sua vida em África acompanhando os momentos mais importantes das descolonizações e da formação de novos países, foi também fotógrafo. As cerca de trinta fotografias que são agora apresentadas, foram recentemente descobertas e fazem parte de um consideravel espólio deixado pelo autor
"El archivo fotográfico de Ryszard Kapuściński consta de casi diez mil imágenes, y posiblemente constituya una pequeña parte de su obra fotográfica: la que se ha salvado. Si bien en este archivo predominan las instantáneas de África, continente en el que se habían centrado las anteriores exposiciones, el carácter singular de “El ocaso del Imperio” se debe precisamente a su contenido. El paisaje y la temática de estas fotografías difiere de las presentadas en ocasiones anteriores: la única frontera geográfica que el autor cruzó en los viajes recogidos en esta exposición fue la del imperio vecino. Un mundo aparentemente mucho más cercano, pero no por ello menos extraño…"
“Me he fijado en que a estas mujeres que extienden sus brazos para enseñar las fotografías de sus hijos muertos les gustaría que la gente se parara ante ellas”, dice Kapuscinski en un pasaje de El Imperio. La misma dureza documenta una de sus instantáneas: en plena manifestación ciudadana, una mujer porta sendas fotos de su hijo como soldado y en un ataúd. junto a ella, una pancarta que reza “mataron a mi hijo en el ejército”.
"Começar" 1968/69 - José Almada Negreiros @ Fundação Calouste Gulbenkian
José de Almada Negreiros, "poeta d'Orpheu, futurista e tudo" nasceu há 120 anos em S. Tomé e Príncipe.
"O desenho das crianças é como o das pessoas que não sabem desenhar – ambos dizem, mas não sabem o que dizem. Não sabem desembaraçar as linhas de uma coisa das linhas das outras coisas que vêem ao mesmo tempo dentro da mesma palavra. A prova é que não são capazes de imitar o que da primeira vez lhes escorregou do corpo pela mão para o papel.
Eu-próprio, apenas agora começo a saber recordar o que foram os meus desenhos de há dez e vinte anos, quando fiz uns traços em pedaços de papeis que guardaram.
Escuto estes desenhos como a um homem do campo que diz, sem querer, coisas mais importantes do que o que está a contar, e que põe tudo à mostra sem dar por isso. Através destes desenhos sigo grafologicamente o meu instinto à espera da minha vontade, - a minha querida ignorância a aquecer ao sol e a transformar-se na minha vez cá na terra."
"Quando eu nasci, as frases que hão-de salvar a humanidade já estavam todas escritas, só faltava uma coisa - salvar a humanidade."
Um artigo de Sean O'Tolle acerca do interesse crescente sobre África e a forma como são escritos textos, construídas retóricas e definidos alguns "postulados" em torno da africanidade, arte e artistas.
"This is how it usually goes. An e-mail arrives from some curator’s assistant or editorial intern informing you that Europe is interested in featuring Africa – in their magazine, on their museum wall, somewhere important. Oh yeah, you reply, if they want geography they can buy a spade and go dig for sand themselves. No, they reply, flustered, they want people, names, e-mail addresses, jpegs, contacts. For mahala(Zulu: free), because Africa is open source, has always been. After a couple of these familiar shakedowns, you get clever."
No Verão do Próximo Futuro veremos depois a "Outra hora da Estrela" um espetáculo idealizado e dirigido por Eucanaã Ferraz para homenagear Clarice Lispector. Antes disso, já a partir de amanhã e até 23 de Junho, a Fundação Gulbenkian apresenta exposição "A hora da Estrela".
"A galeria de exposições temporárias do Museu receberá a mostra tal como foi vista no Brasil, dividida em seis núcleos, e onde se pretendem recriar ambientes dos seus livros ou passos da sua existência. Textos, fac-símiles, fotografias e documentos pessoais são mostrados nesta exposição, que também recria ambientes e cenários que inspiravam a escritora. Cartas de Erico Veríssimo, Carlos Drummond de Andrade, Lygia Fagundes e muitos outros, ajudam a conhecer melhor a personalidade de Clarice."
A frescura que sopra na arquitectura latinoamericana é apresentada na exposiçãoFreshlatino02, patrocinada pelo Instituto Cervantes e que inclui seis estudios d Brasil, Venezuela, Ecuador, Colombia y Argentina com curadoria de Ariadna Cantis y Andrés Jaque.
Ariadna Cantis destaca las posibilidades de esa arquitectura que lucha “en un cuerpo a cuerpo” con la realidad, en un escenario cultural dispar y lleno de dramatismo, pero sobre todo “atractivo por sus paradojas, su intensidad y su carácter mutante”. El contexto iberoamericano se ha convertido en el laboratorio de una arquitectura que se aleja de las discusiones formales y estilísticas “para adentrarse de lleno en lo social y en su relación con un entorno sostenible”, dice Cantis. “A lo que se une la irrupción de Internet, que ha roto el aislamiento de estos grupos y que reactualiza la visión del Sur como nuevo Norte por su creatividad y determinación”. Para Andrés Jaque, son arquitecturas “construidas no con ladrillos sino con relaciones de reciprocidad, dependencia, afecto, pasión y discusión de la diferencia”.
Zanele MUHOLI (África do Sul), série “Miss Divine” (2007)
A fotógrafa sul africana Zanele Muholi venceu o prémio Freedom of Expression Awards, pela luta corajosa que tem empreendido contra a discriminação e a violência de que é vítima a comunidade lésbica na África do Sul onde a homossexualidade é um tabu.
"Zanele has shown tremendous bravery in the face of criticism and harassment for ground-breaking images which include intimate portraits of gay women in South Africa, where homosexuality is still taboo and lesbians are the target of horrific hate crimes. She has won the award both for her courage and the powerful statements made by her work."
Um artigo de Achille Mbembe sobre a sociedade sul africana contemporânea e o seu percurso pós-apartheid.
"The banalisation of cruelty and the repetition of often brutal and traumatic events – the Marikana massacre, deaths at the hands of an increasingly paramilitarised police force, the proliferation of bureaucratically induced and popular forms of xenophobia, countless and horrific incidents of rape, an expanding culture of venality, corruption and theft, the rebalkanisation of society and the resurgence of racism, the undisciplined and violent nature of citizens’ protests – have led many, here and abroad, to wonder what kind of social order, or figure of freedom, or even of the human, is being constituted in South Africa.
A few decades after the formal end of apartheid, are we witnessing the emergence of something radically new and insidious, or simply a return to the same shameful, hideous and brutal lie – this time with a black skin and a black mask? Is it true that so many sacrifices, so much hope and so much potential have, at the end, come to this?"
Durante 4 dias a feira de arte do Emiratos Árabes recebeu mais de 25.000 visitantes, cumpriu um longo e diversificado calendário de eventos e registou um apreciável volume de negócios.
A curadoria de Bisi Silva na Art Dubai Marker, apresentando a artistas da África Ocidental, com destaque para Nigéria, Camarões, Mali, Gana e Senegal, e o Global Art Forum foram o centro das atenções da 7ª edição da Art Dubai.
"With Marker, Africa announced its presence on the contemporary global art stage. The gathering of these diverse artists from West Africa, working on a theme as City in Transition, stressed the importance of changes across some of the countries’ big cities. And that some of the artists’ works reflected the changes – not necessarily because the theme confines their visual narratives – showed the cultural or identity-loss as the prize to pay for changes in the city."
Vale a pena conhecer melhor aquias discussões e conclusões do forum e as perspectivas que se abrem em termos de mercado e formação. Aqui há mais para ler sobre a Feira
Os poetas da "Generación de la Amistad Saharaui" nasceram no Sahara Ocidental quando este era ainda colónia espanhola. Depois do exílio voltaram aos campos de refugiados da Argélia.Une-os a poesia e a necessidade de falar da sua cultura e do seu povo.
"El territorio del Sáhara Occidental (ocupado por Marruecos) y los campamentos de Tinduf, en Argelia (ese vacío adonde fueron a refugiarse los saharauis tras el abandono en el que los dejó España en 1976), están llenos de deseos. Y de palabras castellanas, usadas tanto en prosa como en verso."
Há mais para ler aqui e pode acompanhar-se o blog do grupo aqui
Oito artistas africanos emergentes fizeram residência em Veneza entre 2008 e 2011. Kiluanji Kia Henda, o fotógrafo angolano que em Junho estará no Próximo Futuro, foi um dos residentes que "reinventou" o Mercador de Veneza.
"La Bienal de Arte de Venecia ha convertido la vieja urbe en la capital del arte contemporáneo. Cada dos años se repite el mismo guion: cuando en junio arranca, crecen como hongos muestras de arte contemporáneo en museos, fundaciones y organizaciones privadas. Una buena ocasión para pillar nuevos clientes, o bien, el auge de "las sedes parásito que viven a costa del trabajo de la Bienal", según el director de la Fundación Peggy Gugghenhiem, Philip Rylands. Y en cuanto soplan los primeros vientos invernales, en noviembre, la Bienal concluye; mientras, "los parásitos" cierran la billetería hasta que se mueva de nuevo la máquina de la Bienal."
Sobre a Bienal de Veneza e estas residências pode ler-se mais aqui
Alejandra Pizarnik, filha de emigrantes russos, de origem judia, é uma das mais talentosas poetas latino americanas, cuja vida e obra estão envoltas em mistérios e segredos que aos poucos se vão revelando.
"Se encienden más luces que amplían la leyenda de Alejandra Pizarnik, una de las poetas hispanohablantes más importantes de la segunda mitad del siglo XX, que aclaran su proceso creativo y aumentan la belleza de su enigmática y sobrecogedora poesía.
Antes de empezar a balancearse en el borde del abismo, Alejandra Pizarnik(Buenos Aires, 1936-1972) ya escuchaba el seductor rugido del fondo silencioso."
O NY Times publica uma crónica sobre a importância da escrita de Chinua Achebe, o nigeriano que nos últimos 50 anos influenciou a literatura africana e o olhar sobre África.
"It’s been more than 50 years since the publication of Mr. Achebe’s pioneering and canonical novel; it no longer seems to stand, to a Western audience at any rate, for African writing as a whole. His talent and success have helped spawn an array of postcolonial writing from across the continent. Among the talented young Nigerian writers alone who cite him as an influence are Chimamanda Ngozi Adichie, Adaobi Tricia Nwaubani and Lola Shoneyin."
Uma crónica sobre o prazer de ler, a dor de escrever, a realidade, os livros, os leitores e os escritores.
"Leer da más felicidad que escribir. Escribir es una afición, una vocación, un trabajo incierto, que lo mismo da grandes alegrías que grandes disgustos, y que en el mejor de los casos siempre lo deja a uno vulnerable ante sí mismo y ante los demás: ante la incertidumbre que no cesa nunca de minarlo por dentro, aunque se le aplique con grados diversos de dedicación y eficacia el bálsamo de la vanidad; ante los juicios favorables o negativos, halagadores o insultantes, sinceros o fingidos."
São muitos os artigos que nos meios de comunicação estão a ser escritos a propósito de Chinua Achebe, o escritor nigeriano falecido ontem. Vale a pena seguir o que se diz.
"Escreveu em inglês, mas com uma babel na cabeça. A das palavras que se dizem na transmissão oral das coisas num país de 250 etnias e onde se falam 500 línguas. Ele era o sábio passador de experiências, o que dá nome às coisas e ao mesmo tempo é capaz de as traduzir para prosa, construindo narrativas sobre uma identidade em mudança e dando a cada leitor a ilusão de estar entre os que se sentam à volta da tal grande árvore a ouvir o sábio. A carreira literária e ficcional deste homem natural de Ojidi, sudeste da Nigéria, onde nasceu em 1930 tem como base um contágio civilizacional onde é difícil falar de inocentes – sempre foi um crítico de corruptos e de quem se deixava corromper – mas onde o Ocidente e a literatura que a Europa ia produzindo sobre África ao longo do século XX não saem bem na fotografia. "