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Achille Mbembe profere palestra sobre tensões raciais na África do Sul

Published15 May 2015

Tags Achille Mbembe áfrica do sul violência racial

Achille Mbembe, cientista político e filósofo, autor de  Sortir de la grande nuit – Essai sur l'Afrique décolonisée e Critique de la raison nègre (publicada em Portugal como Crítica da Razão Negradeu um conjunto de palestras públicas no Wits Institute for Social and Economic Research (WISER), University of the Witwatersrand (Johannesburg), escritas num registo oralizante, como se esclarece num preâmbulo ao artigo que aqui partilhamos, que se debruça sobre as recentes tensões raciais na África do Sul.

Twenty one years after freedom, we have now fully entered what looks like a negative moment. This is a moment most African postcolonial societies have experienced. Like theirs in the late 1970s, 1980s and 1990s, ours is gray and almost murky. It lacks clarity.

Today many want to finally bring white supremacy to its knees. But the same seem to go missing when it comes to publically condemning the extra-judicial executions of fellow Africans on the streets of our cities and in our townships.  As Fanon intimated, they see no contradiction between wanting to topple white supremacy and being anti-racist while succumbing to the sirens of isolationism and national-chauvinism. 

Many still consider whites as “settlers” who, once in a while, will attempt to masquerade as “natives.” And yet, with the advent of democracy and the new constitutional State, there are no longer settlers or natives. There are only citizens. If we repudiate democracy, what will we replace it with?

O artigo completo, aqui

Achille Mbembe escreve sobre a violência xenófoba na África do Sul

Published21 Apr 2015

Tags violência Zenofobia Achille Mbembe

“Afrophobia”? “Xenophobia”? “Black on black racism”? A “darker” as you can get hacking a “foreigner” under the pretext of his being too dark — self hate par excellence? Of course all of that at once! Yesterday I asked a taxi driver: “why do they need to kill these “foreigners” in this manner?”. His response: “because under Apartheid, fire was the only weapon we Blacks had. We did not have ammunitions, guns and the likes. With fire we could make petrol bombs and throw them at the enemy from a safe distance”. Today there is no need for distance any longer. To kill “these foreigners”, we need to be as close as possible to their body which we then set in flames or dissect, each blow opening a huge wound that can never be healed. Or if it is healed at all, it must leave on “these foreigners” the kinds of scars that can never be erased.

I was here during the last outbreak of violence against “these foreigners”. Since then, the cancer has metastized. The current hunt for “foreigners” is the product of a complex chain of complicities — some vocal and explicit and others tacit. The South African government has recently taken a harsh stance on immigration. New, draconian measures have been passed into law. Their effects are devastating for people already established here legally. A few weeks ago I attended a meeting of “foreign” staff at Wits University. Horrific stories after horrific stories. Work permits not renewed. Visas refused to family members. Children in limbo in schools. A Kafkaian situation that extends to “foreign” students who entered the country legally, had their visas renewed all this time, but who now find themselves in a legal uncertainty, unable to register, and unable to access the money they are entitled to and that had been allocated to them by Foundations. Through its new anti-immigration measures, the government is busy turning previously legal migrants into illegal ones.

O texto completo, aqui

Sobre a África do Sul pós Apartheid

Published2 Apr 2013

Tags Achille Mbembe áfrica do sul apartheid

Um artigo de Achille Mbembe sobre a sociedade sul africana contemporânea e o seu percurso pós-apartheid.

"The banalisation of cruelty and the repetition of often brutal and traumatic events – the Marikana massacre, deaths at the hands of an increasingly paramilitarised police force, the proliferation of bureaucratically induced and popular forms of xenophobia, countless and horrific incidents of rape, an expanding culture of venality, corruption and theft, the rebalkanisation of society and the resurgence of racism, the undisciplined and violent nature of citizens’ protests – have led many, here and abroad, to wonder what kind of social order, or figure of freedom, or even of the human, is being constituted in South Africa.

A few decades after the formal end of apartheid, are we witnessing the emergence of something radically new and insidious, or simply a return to the same shameful, hideous and brutal lie – this time with a black skin and a black mask? Is it true that so many sacrifices, so much hope and so much potential have, at the end, come to this?"

Todo o artigo pode ser lido aqui 

grandes LIÇÕES e penúltima apresentação de "Woyzeck"!

(Na foto: Eucanaã Ferraz)

Hoje é dia de grandes LIÇÕES do Próximo Futuro, reunindo investigadores, poetas e professores de diversas geografias (Brasil, Camarões, EUA e Portugal), em torno de reflexões sobre “Democracia e a Ética do Mutualismo” (a partir da “experiência Sul-africana”), “Qual o futuro próximo da Poesia?”, “As grandes incertezas da historiografia africanista” e “Produção, utilização e partilha do conhecimento na economia global”, todas com entrada livre!

E à noite sobe ao palco "Woyzeck on the Highveld", para a segunda de apenas três apresentações em Lisboa. Dado o limite os lugares na sala aconselhamos vivamente que adquiram os vossos bilhetes on-line o quanto antes. As apresentações de hoje e amanhã (a última) estão quase esgotadas.

HOJE, 17 de Junho (sexta-feira)

09h30 - 17h30 Auditório 2 LIÇÕES / Entrada Livre (Tradução simultânea disponível; sinopses e bios aqui)

09h30

ACHILLE MBEMBE (África do Sul)

DEMOCRACIA E A ÉTICA DO MUTUALISMO. APONTAMENTOS SOBRE A EXPERIÊNCIA SUL-AFRICANA

11h00

EUCANAÃ FERRAZ (Brasil)

DA POESIA – O FUTURO EM QUESTÃO

14h30

MARGARIDA CHAGAS LOPES (Portugal)

PRODUÇÃO, UTILIZAÇÃO E PARTILHA DO CONHECIMENTO NA ECONOMIA GLOBAL

16h00

RALPH AUSTEN (EUA)

AS GRANDES INCERTEZAS DA HISTORIOGRAFIA AFRICANISTA: EXISTE UM TEMPO ‘AFRICANO’ E PODE O SEU PASSADO ANUNCIAR O SEU FUTURO?

21h30 Sala Polivalente do CAM TEATRO / Cada bilhete: 20 Eur 

"Woyzeck on the Highveld" (África do Sul)

HANDSPRING PUPPET COMPANY, com encenação e videos de WILLIAM KENTRIDGE 

AMANHÃ, 18 de Junho (sábado)

19h00 Sala Polivalente do CAM TEATRO / Cada bilhete: 20 Eur 

"Woyzeck on the Highveld" (África do Sul)

HANDSPRING PUPPET COMPANY, com encenação e videos de WILLIAM KENTRIDGE 

(última apresentação) 

21h30 Anfiteatro ao Ar Livre MÚSICA / Cada bilhete: 18 Eur

Orquestra Gulbenkian, Drumming Grupo de Percussão e Matchume Zango (Timbila de Moçambique)

Programa - Maestro Pedro Neves

Steve Reich, Drumming: Part I

Marlos Nobre, Concerto N.º 2/a para 3 Percussões e Orquestra, Opus 109a (2011) [versão encomendada pelo grupo Drumming, a quem Marlos Nobre dedica a partitura]

(Sem Autor) Timbila, Música Africana para Percussão

Iannis Xenakis, Pithoprakta

Gyorgy Ligeti, Romanian Concerto

Bilheteira on-line, aqui.

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Hoje é o primeiro de mais 18 dias inesquecíveis na Gulbenkian

Projecto Chapéus-de-Sol no Jardim da Gulbenkian (foto: Jorge Martins Lopes) 

Começa hoje um novo ciclo de actividades do Programa Gulbenkian PRÓXIMO FUTURO e cá estamos nós para vos lembrarmos de tudo o que não podem perder nos próximos 18 dias!

De 16 de Junho a 3 de Julho há exposições, conferências, espectáculos de teatro e dança, concertos e cinema ao ar livre, tudo na Gulbenkian em Lisboa, reunindo obras de criativos de diversas geografias. Teremos o maior prazer em contar convosco neste ponto de encontro da Europa, África, América Latina e Caraíbas!

HOJE, 16 de Junho (quinta-feira)

17h00 Jardim Gulbenkian INAUGURAÇÃO ARTE PÚBLICA / Entrada Livre

NANDIPHA MNTAMBO (África do Sul)

KBOCO (Brasil)

RAQS MEDIA (Índia)

CHAPEÚS-DE-SOL

BÁRBARA ASSIS PACHECO (Portugal)

RACHEL KORMAN (Brasil)

ISAÍAS CORREA (Chile)

DÉLIO JASSE (Angola)

21h30 Sala Polivalente do CAM TEATRO / Cada bilhete: 20 Eur 

"Woyzeck on the Highveld" (África do Sul)

HANDSPRING PUPPET COMPANY, com encenação e videos de WILLIAM KENTRIDGE

AMANHÃ, 17 de Junho (sexta-feira)

09h30 Auditório 2 LIÇÕES / Entrada Livre (Tradução simultânea disponível)

ACHILLE MBEMBE (Camarões), "Democracia e a Ética do Mutualismo. Apontamentos sobre a Experiência Sul-Africana"

EUCANAÃ FERRAZ (Brasil), "Da Poesia - O Futuro em Questão"

MARGARIDA CHAGAS LOPES (Portugal), "Produção, Utilização e Partilha do Conhecimento na Economia Global"

RALPH AUSTEN (EUA), "As Grandes Incertezas da Historiografia Africanista: Existe um Tempo 'Africano' e Pode o Seu Passado Anunciar o Seu Futuro?"

21h30 Sala Polivalente do CAM TEATRO / Cada bilhete: 20 Eur 

"Woyzeck on the Highveld" (África do Sul)

HANDSPRING PUPPET COMPANY, com encenação e videos de WILLIAM KENTRIDGE 

Bilheteira on-line, aqui.

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GRANDES LIÇÕES já na próxima sexta, dia 17 de Junho!

RALPH AUSTEN, professor emérito de História Africana na Univ. de Chicago

E na próxima sexta-feira, dia 17 de Junho, às 09h30, terá início a segunda parte das LIÇÕES do Próximo Futuro (2011), reunindo investigadores, poetas e professores de diversas geografias (Brasil, Camarões, EUA e Portugal), em torno de reflexões sobre “Democracia e a Ética do Mutualismo” (a partir da “experiência Sul-africana”), “Qual o futuro próximo da Poesia?”, “As grandes incertezas da historiografia africanista” e “Produção, utilização e partilha do conhecimento na economia global”, todas com entrada livre!

Eis o programa detalhado para apontar já na sua agenda:

09h30

ACHILLE MBEMBE (África do Sul)

DEMOCRACIA E A ÉTICA DO MUTUALISMO. APONTAMENTOS SOBRE A EXPERIÊNCIA SUL-AFRICANA

Esta conferência irá debruçar-se sobre a forma como, ao tentar estabelecer uma nova relação entre Direito e Sociedade, por um lado, e Direito e Vida por outro lado, enquanto equipara democracia e o político com o ético e o justo, a África do Sul se tornou – ou não – o discurso vivo de uma certa maneira de “viver em comum” em vez de lado a lado. Irei argumentar que por detrás dos debates de políticas públicas sobre “estado social” e “distribuição de serviços” germinam escolhas éticas fundamentais que irão determinar a natureza da experiência democrática na África do Sul – questões como corrigir erros históricos; qual a relação entre os danos individuais e colectivos e problemas relacionados com igualdade, justiça e o direito; fome e moralidade; propriedade e partilha; ou até mesmo verdade, esperança e reconciliação. A urgência destes novos dilemas morais é tal que, para o projecto democrático mundial ter qualquer futuro, deve necessariamente assumir a forma de uma tentativa consciente de recuperar a vida e “o humano” de uma história de desperdício.

Achille Mbembe

Nasceu nos Camarões, em 1957, e é investigador em História e Política na University of the Witwatersrand (Joanesburgo, África do Sul). Faz parte da coordenação do The Johannesburg Workshop in Theory and Criticism (JWTC). Escreveu largamente sobre política, cultura e história africanas, sendo autor de múltiplas obras em francês, como “La Naissance du maquis dans le Sud-Cameroun” (1996). O seu livro “On the Postcolony” (2001) recebeu o Bill Venter/Altron Award, em 2006. A sua mais recente publicação é “Sortir de la grande nuit. Essai sur l’Afrique décolonisée” (Paris, 2010).

11h00

EUCANAÃ FERRAZ (Brasil)

DA POESIA – O FUTURO EM QUESTÃO

Qual o futuro próximo da poesia? Estaríamos, enfim, assistindo hoje à sua morte, largamente anunciada por pensadores e poetas ao longo do século XX? Há quem julgue haver sinais de que estamos, ao contrário, distantes do fim ou do esgotamento da poesia. Longe de extremos, talvez fosse possível considerar politicamente a actuação contínua e renovada dos poetas, avaliando-a como estratégia de manutenção e/ou criação de espaços viáveis para a inteligência, a subjectividade e a imaginação num mundo largamente dominado pela imagem e pela circulação tão avassaladora quanto a crítica de mercadorias. Mas os poetas nos dias de hoje acreditam nisso? Acreditar nisso não seria uma ilusão a ser descartada? Seria possível objectar que, entre outros problemas, a inserção da poesia no mercado editorial é mínima e que o lugar ocupado por ela nas escolas é acanhado. Além disso, o género, pelas suas próprias características, parece exigir bens indisponíveis para a sua fruição plena, como tempo, concentração e conhecimento de códigos específicos. Como ver alguma solidez no futuro de um género literário que parece confinado ao círculo estreito dos seus próprios produtores? Acresce uma pergunta: os novos media electrónicos são propícias à escrita, à leitura e à crítica de poesia ou, pelo contrário, acelerarão o seu fim?

Propomos um balanço do papel desempenhado pela lírica ao longo do século XX e uma reflexão sobre os seus impasses no mundo contemporâneo, com atenção especialmente voltada para o que seria o seu futuro nos contextos lusófonos.

Eucanaã Ferraz

Poeta, publicou, entre outros, os livros “Martelo” (1997), “Desassombro” (2002 - Prémio Alphonsus de Guimaraens, da Fundação Biblioteca Nacional, para melhor livro de poesia), “Rua do mundo” (2004) e “Cinemateca” (2008). Os três últimos livros t foram editados em Portugal. Para a infância, publicou “Poemas da Lara” (2008) e “Bicho de sete cabeças e outros seres fantásticos” (2009). Organizou, entre outros, dois livros de Caetano Veloso, um de letras, “Letra só” (2003), e outro com textos em prosa, “O mundo não é chato” (2005, Famalicão: Quasi Edições, 2007); reuniu poemas e letras de canção na antologia “Veneno antimonotonia os melhores poemas e canções contra o tédio” (2005); depois de preparar a “Poesia completa e prosa de Vinicius de Moraes” (2004), passou a coordenar a edição das obras do poeta no Brasil (Companhia das Letras) e em Portugal (Quasi Edições); publicou, na colecção Folha Explica, o volume Vinicius de Moraes” (2006). Também é professor de literatura brasileira na Faculdade de Letras da Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ. Desde 2010, é consultor de literatura do Instituto Moreira Salles, onde organiza exposições, cursos, leituras e publicações. Edita, com André Vallias, a revista on-line Errática, voltada para arte e a literatura.

14h30

MARGARIDA CHAGAS (Portugal)

PRODUÇÃO, UTILIZAÇÃO E PARTILHA DO CONHECIMENTO NA ECONOMIA GLOBAL

Uma das contradições fundamentais da chamada era da globalização consiste na oposição resiliente entre os espaços eminentemente nacionais de produção das qualificações e competências e a utilização e reprodução das mesmas em contextos supranacionais cada vez mais amplos. Desta clivagem dificilmente superável tem vindo a resultar uma desigualdade crescente na acessibilidade ao conhecimento à escala global, desigualdade que o esgotamento das formas tradicionais de regulação em economia tem ajudado a potenciar. As insuficiências dos sistemas nacionais de educação e formação articulam-se com as dificuldades crescentes de (hetero)regulação dos mercados de trabalho e dos sistemas de inovação para alimentar fluxos crescentes de trabalhadores excluídos entre as novas periferias e os novos centros do desenvolvimento mundial.

Margarida M.S. Chagas Lopes

É professora auxiliar com agregação do Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG), da Universidade Técnica de Lisboa, e investigadora e membro da direcção do Centro de Sociologia Económica e das Organizações (SOCIUS). É responsável pelas disciplinas de Economia da Educação, Economia da Educação e Formação e Economia dos Recursos Humanos da licenciatura em Economia e dos mestrados em Economia e Políticas Públicas e em Sociologia Económica e das Organizações do ISEG. Integra o Grupo de Peritos do Observatório do Emprego e Formação Profissional, desde 1999. Entre os trabalhos publicados, contam-se títulos sobre Economia da Educação, Regulação dos Mercados de Trabalho, Educação e I&D, (In)Sucesso Escolar no Ensino Superior, Ensino Superior e Impactos do Processo de Bolonha, entre outros. 

16h00

RALPH AUSTEN (EUA)

AS GRANDES INCERTEZAS DA HISTORIOGRAFIA AFRICANISTA: EXISTE UM TEMPO ‘AFRICANO’ E PODE O SEU PASSADO ANUNCIAR O SEU FUTURO?

A minha intervenção aborda dois conjuntos de problemas ligados entre si: a periodização do passado africano e a sua relação com os futuros africanos. A primeira questão é característica de África, na medida em que as periodizações que vigoram, em grande parte, do continente costumam ser definidas em função de iniciativas de agentes externos que entram ou se aproximam de África, em vez de corresponderem a dinâmicas geradas internamente. Por exemplo, na antiga colonização do Magrebe, o comércio islâmico através do Saara e ao longo da costa do Índico, os empreendimentos marítimos europeus junto às costas do Atlântico e do Índico, o colonialismo europeu do interior do continente e uma era ’pós-colonial‘ (oposta a ’nacional‘) eram definidos não apenas pelo colonialismo, mas também por mudanças na política económica internacional (desenvolvimento ‘fordista’ seguido pelo neoliberalismo global). A principal incógnita, que liga este passado ao futuro, é o estado-nação como formação espacial e sociopolítica. O actual mapa político de África é entendido como um produto do colonialismo, mas as fronteiras herdadas só se fixaram na altura da independência, pois, mesmo durante as décadas de ocupação europeia, sofreram alterações consideráveis. Devemos prever o futuro de África em termos de forças externas contínuas (migração, ONG, novos media); nos seus próprios termos formais nacionais, tendo em conta as políticas/comunidades pré-coloniais mais débeis e menos delimitadas (mas mais autonomamente definidas); ou num parâmetro sem precedentes no passado africano? 

Ralph A. Austen 

É professor emérito de História Africana na Universidade de Chicago, onde antes presidiu à comissão de estudos africanos e afro-americanos e ao Programa de Relações Internacionais.  Entre as suas publicações contam-se “African Economic History: Internal Development and External Dependency” (1987), “In Search of Sunjata: the Mande Oral Epic as History, Literature and Performance” (1998), “Middlemen of the Cameroon Rivers: the Duala and their Hinterland” (1998), “Trans-Saharan Africa in World History”(2010) e “Viewing African Cinema in the Twenty-First Century: Art Films and the Nollywood Video Revolution”. Neste momento, realiza uma investigação sobre o intelectual e escritor maliano Amadou Hampâté Bâ e um trabalho provisoriamente intitulado ”The Road to Postcoloniality: European Overseas Expansion, Global Capitalism and the Transformation of Africa, the Caribbean and India”.

E que mais há de imperdível em JUNHO?

ACHILLE MBEMBE no Centre for Creative Arts (University of KwaZulu-Natal)

Em Junho, esperamos que se junte a nós logo no dia 16 (quinta-feira), às 17h00, na inauguração das intervenções propostas para o JARDIM da Gulbenkian pelos artistas Bárbara Assis Pacheco (Portugal), Délio Jasse (Angola), Isaías Correa (Chile), Kboco (Brasil), Nandipha Mntambo (África do Sul), Rachel Korman (Brasil), e o colectivo Raqs Media (Índia).

No dia seguinte, 17 de Junho (sexta-feira), às 09h30, terá início a segunda parte das LIÇÕES do Próximo Futuro (2011), reunindo investigadores, poetas e professores de diversas geografias (Brasil, Camarões, EUA e Portugal), em torno de reflexões sobre “Democracia e a Ética do Mutualismo” (a partir da “experiência Sul-africana”), “Qual o futuro próximo da Poesia?”, “As grandes incertezas da historiografia africanista” e “Produção, utilização e partilha do conhecimento na economia global”.

Alguns links (complementares às respectivas bios no Jornal) para conhecer os conferencistas de dia 17 de Junho:

Achille Mbembe (Camarões)

What is a postcolonial thinking?

Donors have a simple notion of development

The invention of Johannesburg

Eucanaã Ferraz (Brasil)

Não saberia dizer a hora…

Entrevista

Errática

Margarida Chagas Lopes (Portugal)

Entrevista Antena 1

Desemprego e Interioridade

Principais actividades e trabalhos em Economia da Educação e da Formação

Ralph Austen (EUA)

The Department of History

Trans-Saharan Africa in World History

Postcolonial African Literature