Logótipo Próximo Futuro

Projecto "Giganto" em São Paulo

Publicado31 Out 2013

Retrato gigante da fotógrafa Raquel Brust por baixo do viaduto Minhocão em São Paulo

Imagem retirada de misturaurbana.com

Minhocão (oficialmente Via Elevada Presidente Costa e Silva) é um viaduto em São Paulo. Depois das 21h nos dias úteis e durante o fim-de-semana está fechado ao trânsito, reservado ao uso exclusivo de peões e ciclistas.

O projecto “Giganto“, da fotógrafa Raquel Brust, regista rostos gigantes de moradores e trabalhadores dos prédios, estabelecimentos comerciais vizinhos, além das pessoas que dormem por baixo do viaduto. Mais aqui.

Medellín III - 43 Salón (inter) Nacional de Artistas

Publicado31 Out 2013

Obra da artista Sandra Monterroso

Obra de Sandra Monterroso

Trata-se da mais inesperada, imprevisível, surpreendente e inovadora bienal de artes visuais da América Latina.

Como se transforma uma actividade de tradição académica afrancesada – le salon des artistes – numa exposição que surpreende pela forma como questiona a própria ideia de bienal, a relação das artes tradicionais com as artes contemporâneas, a antropologia com os estudos coloniais, o conhecimento com o desconhecimento. O tema era Conhecer/Desconhecer. Há ecos de Michel Foucault, sim, sobretudo no que diz respeito à arqueologia do saber, mas também há muito de Canclini no questionamento das tecnologias e de pressupostos de colaboração curatorial, que vão para além da colaboração na escolha dos artistas e das obras. O mapeamento da exposição é de uma sagacidade invulgar e o conjunto das obras é notável pela energia e tensão na produção de conhecimentos.

Obra de Maurício Yekuan

Foi organizada numa parceria entre o Ministério da Cultura da Colómbia e a Secretaria de Estado da Cultura de Medellín (a confirmar a prioridade da cultura na actividade do município), custou 2 milhões de dólares - repartidos igualmente pelo Ministério e pelo Município - e foi concebida por cinco curadores da América Latina. Acaba já dia 3 de Novembro e durante os dois meses que esteve aberta ao público teve 300.000 visitantes. Decorre em vários espaços, nomeadamente no recente Museu de Arte de Medellín.

António Pinto Ribeiro

Ler mais aqui.

Obra de Gabriel Sierra

Afro-realismo

Publicado30 Out 2013

Imagem retirada do jornal Mail&Guardian

A Mo Ibrahim Foundation acaba de publicar o 2013 Ibrahim Index of African Governance. O seu fundador, Mo Ibrahim, bilionário ligado ao negócio das comunicações móveis, alerta para a necessidade de haver algum afro-realismo.

The index shows us that Africa has achieved progress in many key areas. It reveals that 94% of people on the continent live in a country that is better governed now than 13 years ago. Impressive gains have been made in terms of sustainable economic opportunity, gender, health and education. This is welcome news.

Tempting as it is, we must resist jumping to overly simplistic or optimistic conclusions about Africa and the direction it is heading. We have to guard against the "Africa rising" or "the hopeful continent" headlines – just as in the past when it was wrong to dismiss Africa as a "basket case" or a "hopeless continent". We need to move decisively away from both Afro-optimistic and Afro-pessimistic headlines towards Afro-realism

Leiam o artigo na íntegra aqui.

Medellín II - Os parques biblioteca

Publicado29 Out 2013

Vista exterior da Biblioteca España

Biblioteca España (Fonte: Wikimedia Commons)

As bibliotecas, que pelas suas dimensões e funções são chamadas “parques biblioteca”, são o instrumento principal da educação não-formal e da transmissão de conhecimentos. Nos últimos dez anos foram construídos dez parques biblioteca que são âncoras de transmissão de conhecimentos e são instalados no centro de vários aglomerados de freguesias, servindo cada um deles dezenas de milhares de pessoas. Cada um foi criado segundo um programa específico, conforme o lugar de construção e as missões fundamentais.

Interior da Biblioteca Belén

Interior da Biblioteca Belén (Fonte: Wikimedia Commons)

A Biblioteca do corregimento (região administrativa) de São Cristóbal serve milhares de habitantes desta região agrícola, especializada em floricultura.  O Parque Biblioteca é um edifício com três anos de idade, da autoria de um gabinete de arquitectos colombianos e chama-se Fernando Botero, nome escolhido pela população. O Parque Biblioteca é um edifício negro - para que as cores da paisagem se destaquem –, composto por dois volumes que juntam a área das leituras à da transmissão de conhecimento (ler mais aqui).

Vista exterior da Biblioteca Fernando Botero

Biblioteca Fernando Botero (Fonte: Wikimedia Commons)

As salas de leituras dividem-se em salas para crianças – as únicas com o tecto colorido pintado com nuvens – mediateca, sala de leitura para adultos e salas de suportes tecnológicos digitais. O outro volume tem um teatro, salas de orquestra, estúdios de dança, creche, várias salas de aprendizagem quer seja de dança, de músicas, de alguns tipos de apoios jurídicos, de comércio do preço justo, de sustentabilidade ecológica (estes cursos, bem como outros de utilização do word, são frequentados maioritariamente por agricultores da região), pintura e gastronomia, entre outros. Está aberto todos os dias do ano, inclusivamente no dia de Natal e de Ano Novo, e tem uma frequência diária que varia entre 300 e 900 pessoas. O Parque tem 25 funcionários, todos qualificados para as funções que exercem e a média de idade é 30 anos.

António Pinto Ribeiro

Mais sobre a rede de bibliotecas aqui.

Medellín I

Publicado29 Out 2013

Vista da cidade de Medellín

Há pouco mais de uma década era uma das cidades mais perigosas do mundo, com uma taxa de criminalidade que ainda em 2002 era de 183,3 homicídios por 100.000 habitantes. Os cartéis controlavam 80% da droga que se distribuía na América do Norte e do Sul e o governo do Estado era seu refém. O desemprego era assolador, o medo e a insegurança imperava em toda a cidade, a economia entrava em colapso.  

Em meados da década de 90, depois da morte de Pablo Escobar, o mais sanguinário chefe dos cartéis, surge um movimento político novo que resulta da associação de movimentos cívicos e organizações não integradas nos partidos tradicionais. Assim, forma-se o “Compromisso Ciudadano”, liderado por um Matemático e professor universitário, Sergio Fajardo. Fajardo ganha as eleições municipais de 2003 obtendo a maior votação registrada na história para a prefeitura de Medellín. Governou até 2007 – hoje é o governador do estado de Antioquia a que pertence Medellín. O seu sucessor foi Alonso Salazar, que tinha pertencido ao gabinete de Fajardo e que terminou o seu governo em 2007, com uma taxa de popularidade de 80%.  O actual alcaide de Medellin, Aníbal Gaviria, apesar de ser do Partido Liberal, continua em certos sectores políticas anteriores sob o lema “Medellín, do medo à esperança”.

Esta década de transformação radical da cidade, que hoje é considerada um modelo de gestão tendo por centro a cidadania e uma participação política abrangente, está assente em quatro pilares: investimento na educação (formal e não formal), na segurança, na cultura, na transparência administrativa. Estes pilares, por sua vez, contam com um pensamento urbanístico e arquitectónico que foi fundamental para acabar com o medo e iniciar um sentido de pertença da cidade. Como atitude simbólica, os muros com arame farpado e com garrafas cortadas foram destruídos e é proibido fazê-lo.

Vista da cidade de Medellín

A educação é a prioridade da política do governo e é realizada através de várias instituições e modelos operativos. O resultado é já um aumento significativo da qualificação das pessoas e do Estado. A questão cultural é central e tem sido assumida desde o início como parte integrante dos orçamentos anuais e dos planos e objectivos do município. Nos anos recentes, o orçamento para a cultura de Medellín foi superior ao orçamento do Ministério da Cultura para todo o país.

A criação dos parques bibliotecas e a realização do 43 Salón (inter) Nacional de Artistas são provas concretas desta política do Munícipio de Medellín.

António Pinto Ribeiro

Ayana V. Jackson, a fotógrafa que desafia os estereótipos ocidentais

Publicado29 Out 2013

Fotografia "Dictetorship - Guerilla" de Ayana V. Jackson

Ayana V. Jackson, "Dictatorship - Guerilla"

A sua fotografia "María de Latte II" tinha sido capa do Jornal 8 do Próximo Futuro. A sua exposição Archival Impulse esteve recentemente na Gallery MOMO em Joanesburgo. Uma outra exposição, Poverty Pornography, pode agora ser vista em Paris, na galeria Baudoin Lebon, no âmbito de Photoquai 2013. O jornal El País dedica um artigo à "fotografa desnuda frente a los estereotipos de Occidente".

Es la misma mujer, cuyo cuerpo y rostro se van repitiendo en una propuesta artística de la fotógrafa estadounidense Ayana Vellissia Jackson, nacida en New Jersey en 1977, preocupada por la imagen de la diáspora africana y, en especial, de la mujer. Ella, explica que no le sirven las modelos, por eso, en sus últimos trabajos ha optado por incluirse ella en la imagen. No son simples autorretratos sino críticas al papel que los fotógrafos blancos han dado “a los no blancos-no occidentales”.

A ler aqui.

Street art na América Latina

Publicado28 Out 2013

A street art representa um aspecto integral da expressão criativa na América Latina. O Sounds and Colours apresenta uma lista com as melhores publicações sobre esta matéria.

Street art tends to reflect the idiosyncrasies of its social environment, subject to variable conditions of local influence. In this way there are notable differences in street art between, say, London, Mumbai and Rio de Janeiro. However, the means of relaying predetermined concepts of politics and culture remains a constant wherever you are. Street artists are able to articulate and amplify distinct messages, and the more openly accessible the location of the artwork, the better: hence the trend for painting subway trains, or the exterior of high-rise buildings.

In Latin America, street art is of major cultural relevance. The region’s traditions of social movements and revolution have allowed the form to give voice to otherwise unheard sectors of the population. Of course, not all street art is politically or socially-oriented in content, but it does often provide insight into specific objectives and ideals.

Leiam o artigo na íntegra aqui.

Oração dos Bocejadores

Publicado27 Out 2013

Foto do poeta Luis Vidales

Imagem retirada do jornal colombiano El Diario

ORAÇÃO DOS BOCEJADORES

                                        Dedicado a Leo Le Gris-Bocejador

Senhor.
Estamos cansados dos teus dias
e das tuas noites.
A tua luz é demasiado barata
e cai com lamentável frequência.
Os mundos nocturnos
produzem uma péssima iluminação
e nas nossas aldeias
vimo-nos na necessidade de semear à noite
um cosmos de lâmpadas eléctricas.
Senhor
Aborrecem-nos as tuas auroras
e estamos cansados
dos teus escandalosos crepúsculos.
Porquê o mesmo espectáculo todos os dias
desde que deste corda ao mundo?
Senhor
Deixa que agora o mundo gire ao contrário
para que as tardes sejam pela manhã
e as manhãs sejam pela tarde.
Ou pelo menos
-Senhor-
se não nos podeis satisfazer então
-Senhor-
suplicamos-te nós todos os bocejadores
que transfiras os teus crepúsculos
para o meio-dia.
Ámen.

Luis Vidales

in Um País que Sonha. Cem anos de poesia colombiana (1865-1965), Assírio & Alvim, 2012 (selecção de Lauren Mendinueta e tradução de Nuno Júdice)

The Africa Issue

Publicado25 Out 2013

Detalhe da capa de Kaleidoscope, nº 15, 2012 (retirado de C&)

Sean O'Tool, escritor e co-editor de "Cityscapes", residente na África do Sul, questiona as opções e intenções de várias revistas europeias que têm dedicado edições inteiras a África.

This is how it usually goes. An e-mail arrives from some curator’s assistant or editorial intern informing you that Europe is interested in featuring Africa – in their magazine, on their museum wall, somewhere important. Oh yeah, you reply, if they want geography they can buy a spade and go dig for sand themselves. No, they reply, flustered, they want people, names, e-mail addresses, jpegs, contacts. For mahala(Zulu: free), because Africa is open source, has always been. 

Leiam na íntegra aqui.

Jornal Próximo Futuro nº 14

Publicado24 Out 2013

Capa do jornal nº 14, fotografia de Zwelethu Mthethwa

Zwelethu Mthethwa, "Untitled (Hope Chest series)" 2012. Cortesia do artista e da galeria Jack Shainman, New York

O novo jornal traz-nos poesia - de Portugal, Nigéria, África do Sul, Uganda e Botswana -  e também um portefólio da artista Catarina Botelho. 

Disponível aqui.

A banda desenhada e a imigração

Publicado23 Out 2013

 Bande dessinée et Immigration

A exposição "Albums: Bande dessinée et Immigration 1913-2013" pode ser visitada no Musée de l' Histoire de l' Immigration em Paris até 27 de Abril de 2014. 

Vincent Marie, commissaire de l’exposition explique sa démarche : une mise en perspective des points de contacts entre le 9è art et l’immigration. La première partie montre comment les histoires personnelles des auteurs de BD ont nourri leurs œuvres, comment leur parcours migratoire à irrigué leurs dessins. 

Mais informações e alguns relatos muito interessantes aqui.

Novo número da revista Saraba

Publicado22 Out 2013

Capa da nova edição da revista Saraba

Acaba de sair o 14º número da revista literária nigeriana Saraba, que dá a conhecer jovens escritores promissores. Números anteriores da revista (em pdf e sempre disponíveis online) tiveram como tema principal a África, a Justiça, o Sexo, a Música.

Questionado pelo portal Africa in Words sobre o estado actual da escrita nigeriana, Emmanuel Iduma, escritor e co-fundador da revista, respondeu:

This is a big question.  First of all brave people like Parrésia.  I think I will just be honest with you, because it is so important and dear to my heart that every single opportunity I have to talk about it I want to make sure I’m honest.  Nigerian literature is at a very transitional stage.   If you look at these photos lining the walls of this book café  –  Ben Okri, Chimamanda Ngozi Adichie, Teju Cole, Biyi Bandele – you will realise that these writers are based out of this country.  And you are like, why?  It is a simple thing.  It is a game of numbers, because the Nigerian publishing industry has not grown to the level where we can publish a book in 10s of 1000s.  So in the UK or the US they have an audience, they have thousands or millions of people who are ready to buy a book if it is pushed enough.  So writers like Adichie or Okri become stars, literary stars.  But why I think these things are changing is because now there are brave publishers.  Because the basic problem is not really that people are not writing. When people talk about the fact that there was a lull – I’m like writers never stopped writing; in the 80s, in the 90s, writers never stopped writing.  The only thing that happened was that there were few outlets and this is changing now.  This is a transitional stage and a lot of us are going to pay price for that transition, because if you are not a writer who is interested in living in the West for instance and trying to get your way into those publishers, you might have to pay the price.

Leiam a entrevista na íntegra aqui e explorem o site de Saraba.

Where Art Thou?

Publicado21 Out 2013

Dan Halter. Rifugiato Mappa del Mondo 3, 2012 (retirada do portal Another Africa)

In this final edition of Another Africa’s three part In Focus | Art & Commerce series on the contemporary art fair format in terms of art and commerce, we look at the role of location with respect to the market. Whilst location may not inherently be a part of an artists’ practice, it does however affect their negotiation of both audience and market.

We asked artists and art practitioners thematically and or aesthetically engaging with Africa if they see a distinction and standpoint on the needs of artists based within the African continent and those in the diaspora.

Leiam na íntegra aqui.

Vini, o poetinha, nasceu há cem anos

Publicado19 Out 2013

Etiquetas vinícius de moraes poesia bossa nova poesia brasileira

Nasceu há cem anos. É eterno para além do tempo que durou. Marcus Vinicius da Cruz e Mello Moraes, poeta, jurista, crítico, diplomata, apaixonado e boémio.

A Casa

Era uma casa
muito engraçada
Não tinha teto
não tinha nada
Ninguém podia entrar nela não
porque na casa não tinha chão
Ninguém podia dormir na rede
porque na casa não tinha parede
Ninguém podia fazer pipi
porque penico não tinha ali
Mas era feita com muito esmero...
na Rua dos Bobos, nº 0!

Pode conhcer-se a longa história da sua vida aqui, num prazeiroso documentário de Miguel Faria Jr

Podemos omitir o termo 'africano' e dizer apenas 'artista'?

Publicado18 Out 2013

In 2010, Giles Peppiatt, director of African art at British auction house Bonhams made a revelatory assertion on the art market. “Look at the other markets — no one buys a van Gogh because he’s Dutch or because the buyer’s Dutch. It doesn’t matter where the artist was born or what nationality he was. But I think with African art it still does matter. It hasn’t yet broken into the international market.”  Peppiatt’s comment followed Bonhams March 2010 auction in New York. The sale presented modern and contemporary art from Africa as a standalone auction, the first of its kind in New York.

Artistas de vários países - Tunísia, Niger, Zimbabwe, Gana, Etiópia, Quénia e outros - respondem à questão: Podemos omitir o termo 'africano' e dizer apenas 'artista'?. Leiam aqui o segundo de três artigos do portal Another Africa.

Feira Internacional de Arte de Bogotá

Publicado17 Out 2013

A Feira Internacional de Arte de Bogotá abre as suas portas no próximo dia 25 de Outubro. Contará novamente com as secções Proyectos Individuales, mostra de artistas contemporâneos seleccionados por José Roca, e o Pabellón Artecámara, apresentação dos mais promissores jovens artistas colombianos seleccionados por Juan Sebastián Ramírez.

Mais aqui.

Moad - Museum of African Design

Publicado16 Out 2013

Aaron Kohn

(...) we could hold conferences and write books on what is African and that's the same problem we have with the oral histories. Phil and I have strings of emails from professors and curators trying to help us figure that out. But in the end we don't really care. As long as someone has something to say and some relevance to the field, that's good enough.

Aaron Kohn, americano de 22 anos, é o director do mais recente museu de Joanesburgo, o Moad - Museum of African Design. Leiam a entrevista na íntegra aqui.

To be or not to be [African]... Is that even the question?

Publicado15 Out 2013

Athi Patra-Ruga, Even I Exist in Embo (Photo: Oliver Neubert, retirada do portal Another Africa)

"To Be or Not to Be [African] Is That Even The Question - Identity in Contemporary Art Practice in Africa and the Diaspora" é o primeiro de três artigos do portal Another Africa da série In Focus | Art & Commerce

“African art is an enormous ethical misunderstanding, which I try to take advantage of without aggravating; but this leaves me with only a narrow margin for maneuver. Personally as an artist born in Africa, but with no urge to bear the burden of the African artist, I know that the only opportunities open to me present my work in public outside Africa are of the “ethnic” type, where people assign to me the role of “the other African” in places designed for the kind of seasonal ritual where a certain kind of Africa is “in favour”. It is a situation which is not lacking in ambivalence, and which gives me the impression of being a hostage to this strange machine which integrates African-born artists into the world of art, while at the same time shunting them off into a category apart.” (Hassan Musa)

The use of the term Africa and its artistic production implications led to the question, ‘how can we eclipse the term African?’ Is it a growing trend for artists to counter such a word to define their practice or their person? This line of questioning, a continuation of Another Africa’s three part In Focus series on the contemporary art fair format where we field question to the very protagonists who like Hassan Musa may be affected by such narratives. We ask artists and art practitioners thematically and or aesthetically engaging with Africa to share their thoughts. Is the question to be or not be African after all.

A ler aqui.

"Les alignés: Internationalistes à l’ère transnationale", por Aziz Salmone Fall

Publicado14 Out 2013

Aziz Salmone Fall

Aziz Salmone Fall, politólogo de origem senegalesa e egípcia, professor universitário e fundador de GRILA - Groupe de Recherche et d´Initiative pour la Libération de l' Afrique, proferiu este discurso no passado dia 30 de Setembro em Argel, no encontro "Le Sud, quelles alternatives?", organizado pela Agence algérienne pour le rayonnement culturel (AARC) em colaboração com o Forum mondial des alternatives (FMA) e o Forum du Tiers-monde (FTM). 

Transcrevemos aqui o discurso a partir do site do Institut Tunisien des Relations Internationales:


Je vous présente les salutations fraternelles des membres du GRILA, et vous remercie de me faire l’honneur de participer à cette rencontre. Merci de me donner l’opportunité, un trimestre plus tard, de revenir sur ce même podium où nous avions dénoncé le projet de l’AFRICOM, et d’être votre dernier conférencier.

Durant ces journées, nous avons essayé de nous immuniser contre le virus de la pensée et de la pratique néolibérale et impérialiste, en resserrant nos rangs à Alger, car son hégémonie obscurcit et pollue l’horizon du monde et nous fait croire que nous ne pouvons pas agir et que son ordre serait indépassable. Nous avons essayé d’esquisser un débat théorique pour proposer des alternatives contre l’anomie du monde qu’il impose et ouvrir des portes d’espérance.

En février 1927, à Bruxelles se tient le congrès de la ligue contre l’oppression coloniale siégeant à Berlin. Ce congrès débouche sur la création de la Ligue anti-impérialiste. Notre compatriote Lamine Senghor faisait partie du bureau politique. Le comité d’honneur est composé de Mme SunYat Sen, Albert Einstein, Henri Barbusse, Maxime Gorki, Mohamed Hatta, Jahawarbal Nehru, Messali Hadj, Paul Henri Spaak, Charles Plisnier, Willy Munzenberg.

Ces gens, comme les autres internationalistes de l’ère suivante, ceux de l’époque de Ben Barka, de Amilcar Cabral, de Ché Guevara ont appris à lutter, au péril de leur vie, avec peu de moyens matériels et surtout n’ont jamais été rebutés par des problèmes logistiques, ni à tendre la main à des ONG du nord ou des forces des pays du centre pour remplir leur rôle d’intellectuel organique.

Il nous incombe, dans ce moment historique exceptionnel de redéploiement de l’impérialisme, de contribuer à parachever leur effort. Construire un réseau internationaliste collectif de résistance à l’impérialisme, en commençant par renforcer son axe dans les portions les plus porteuses de sa périphérie. Il manque impérativement un niveau politique, qui n’existe que sporadiquement de façon évènementiel. Cette nébuleuse organisée est diverse doit rallier, sur la base d’un internationalisme, les fronts, partis, mouvements et individus susceptibles de proposer au réseau altermondialiste, comme aux formations sociales et aux forces productives ou sans emploi du monde un projet alternatif au capitalisme, contre la modernisation de la paupérisation et la dépolitisation technocratique, un projet libre, égalitaire, démocratique, féministe, solidaire pour la construction d’un ordre universaliste responsable sans oppression pour l’humain comme pour la nature. Ceci doit se faire, de façon respectueuse, démocratiquement unitaire dans la diversité de nos obédiences, avec la perspective de la reconstruction d’un front mondial du travail.

Ne nous laissons pas rebuter par les contraintes logistiques, et dépassons nos sensibilités politiques et nos différences crypto-personnelles. Méfions nous de la récupération et de la cooptation de réseaux d’ONG qui imposeraient forcément des conditionnalités et maintiendraient des liens de dépendance. Surtout, tissons des liens solides prioritairement avec les internationalistes authentiques dans les pays du centre.

Au Forum Social mondial de Tunis de 2013, la réunion du groupe Sud/Sud s’est achevée sur un constat axé sur quelques uns des enjeux découlant de nos travaux.

Considérant que l’enjeu du bien commun et des derniers espaces non marchandisés et la pertinence de l’adoption d’une déclaration universelle du bien commun de l’Humanité nous ont interpellé et que nous n’avons pas pu achever notre travail d’appréciation du document ;

Considérant que les espaces nationaux de souveraineté, ces dernières décennies, ont été considérablement bouleversés par des pratiques arbitraires injustes et autoritaires des grandes institutions financières qu’elles soient publiques ou privées ;

Considérant que le recours à la guerre est la solution que la triade sénile impose au monde pour la reproduction d’un ordre rejeté par l’essentiel de la population mondiale

Considérant que les conséquences sociopolitiques et écologiques de ces mesures prendront des décennies à s’estomper dans nos pays ;

Considérant que les mécanismes de régulations qui existent à l’échelle mondiale, qu’ils soient multilatéraux ou autres sont devenus séniles ou le plus souvent inopérants ;

Considérant que les rencontres associatives d’agglutination, bien que pertinentes, rendent difficiles un travail structuré et anti-impérialiste ;

Considérant que les revendications et les mesures issues du mouvement des non alignés de Bandung ont constitué, à l’ère de la guerre froide, une voie médiane des nationalismes défendant la souveraineté démocratique. Elles ont été des avancées nationalistes bourgeoises ou petites bourgeoises et pour l’essentiel toujours pertinentes quoique considérablement essoufflées ;

Considérant que l’ère de la bi-polarisation du monde Est-Ouest s’est éteinte, et que celle Nord-Sud persiste comme l’est l’impérialisme dans des formes plus sophistiquées ;

Considérant la dispersion des itinéraires étatiques au Sud, épuisant le potentiel du groupe des 77 ;

Constatant une anémie de l’étatisme quant à la formulation des politiques publiques ;

Notant une avancée substantielle de la gauche en Amérique latine, le frein apporté aux révoltes en Afrique du Nord, mais aussi plus largement un désarroi de la gauche et une grande nécessité de repolitisation démocratique des masses ;

Le comité Sud/Sud déduit qu’il importe d’approfondir les luttes historiques qui ont été menées et urgemment d’en manœuvrer d’autres de façon plus hardie.

Nous optons pour des alternatives plus structurées et susceptibles de mieux traduire les aspirations de nos peuples. Cette stratégie doit refléter non seulement les points de vue de forces progressistes du Sud, mais aussi ceux du Nord disposés à les soutenir. Il nous faut, pour ce faire, dépasser les phases d’indignation, s’engager davantage et faire singulièrement preuve d’audace. Il importe de revigorer la riposte, en redéployant le front du Sud, c’est-à-dire en remettant le pendule historique dans le sens radicalisé des exigences de la tricontinentale et œuvrer pour l’avènement d’une 5ème internationale ou plus largement d’un front mondial anti-impérialiste. Cet horizon passe par la convergence dans la diversité de l’effort progressiste de sauver le bien commun de l’Humanité qui nous servira opportunément de tremplin d’unité. Construire un front contre la compradorisation.

Les groupes participants conviennent qu’à Alger soit discuté un agenda de contenu pour une rencontre tricontinentale à Hanoï pour deux objectifs:

-  l’élaboration d’un cadre concerté d’appui au contenu de la déclaration universelle du bien commun de l’Humanité ;
- l’élaboration d’une plateforme de convergence tricontinentale internationaliste.

La rencontre de Hanoï devrait non seulement se conclure sur l’adoption de la déclaration, mais aussi camper l’organisation de l’étape suivante, soit la tenue de Bandung II et/ou de Quito 21. Bandung II / Quito 21 sommet des alignés est prévu comme la seconde étape décisive de l’affirmation de souveraineté démocratique et populaire. Ici, il s’agit résolument de parachever les acquis de l’ère précédente, en affirmant sans complexe un alignement de formations sociales, mouvements populaires, partis politiques, associations, d’individus sur les bases de l’internationalisme dans les conditions particulières que dessine l’ère transnationale.

Bandung II/Quito dessine l’architecture du projet de société d’un monde polycentrique où les forces populaires du Sud, exaspérées par le monologue Nord-Sud, proposent d’infléchir la mondialisation vers un développement plus équilibré, la justice sociale, la sauvegarde de la terre mère et du bien vivre, du savoir vivre et du savoir être.

Entrevista ao escritor egípcio Sonallah Ibrahim

Publicado11 Out 2013

Fotografia do escritor egípcio Sonallah Ibrahim

O escritor egípcio Sonallah Ibrahim mostra-se cada vez mais céptico relativamente aos desenvolvimentos políticos que tiveram lugar nos últimos meses no seu país. A jornalista Ursula Lindsey, grande admiradora da sua obra, ficou surpreendida com o seu apoio à repressão violenta dos apoiantes do Presidente Morsi e decidiu entrevistá-lo.

Some of them carry weapons. And their ideas facilitate this. They create an atmosphere that facilitates [violence], regardless of whether there's a plan. Any simple, nice fellow who hears these kinds of words may get a knife and go out and attack.

Leiam a entrevista aqui.

E-Misférica 10.2 | 2013

Publicado10 Out 2013

Capa da revista e-Misférica

E-Misférica é a publicação semestral do Instituto Hemisférico de Performance y Política. O segundo número deste ano investiga a teoria e a prática dissidentes, as formas de ocupar um lugar à parte, dentro e fora das Américas. Entre os ensaios temos "Disidencia: Hacia una topografía inconclusa", de Verónica Gago and Diego Sztulwark e "Los devenires minoritarios", de Néstor Perlongher. Temos ainda dossiers especiais, entre eles "Artistic Strategies in politics and political strategies in art", de Chantal Mouffe ou "Chile en Marcha: Literatura, Música y Movimiento Estudiantil", de Rubí Carreño.

Disponível aqui.

"Critique de la raison nègre", novo livro de Achille Mbembe

Publicado9 Out 2013

Achille Mbembe

Foi lançado no passado dia 5 de Outubro o novo livro de Achille Mbembe "Critique de la raison nègre". Um ensaio que começa com a afirmação: "L’Europe ne constitue plus le centre de gravité du monde".

De acordo com Africa Press, que entrevistou Achille Mbembe,

(...) ce nouvel essai représente le livre le plus complexe et le plus osé d’un auteur qui s’est affirmé comme le penseur africain le plus accompli de sa génération.

Leiam a entrevista aqui.

Existe um mercado para a arte contemporânea africana (em África)?

Publicado8 Out 2013

Foto: Wura-Natasha Ogunji. (retirada de www.ccalagos.org)

O historiador e curador Jürg Schneider reflecte sobre as mudanças e desenvolvimentos no mercado de arte contemporânea africana nas últimas duas décadas.

In a period of dramatically shifting geopolitics where markets as well as people have to readjust in an accelerated pace to new constellations of players and rules there is a lot of excitement about the changes that Africa is now going through – economically, politically, and not least socially. Here, I will inquire into the extent to which the market for contemporary African art, on the African continent and in the West, has changed and developed since the late 1980s and early 1990s.

Leiam o seu texto Is there a market (in Africa) for contemporary African art?

1:54 Contemporary African Fair abre este mês

Publicado7 Out 2013

Foto de Leonce Raphael Agbodjelou intitulada "Untitled (Musclemen series)"

Foto: Leonce Raphael Agbodjelou, Untitled (Musclemen series), 2012

Este mês, Londres recebe a sua primeira feira internacional de arte contemporânea africana. 1:54 Contemporary African Art Fair pretende promover a visibilidade dos artistas e o debate crítico e será inaugurada na mesma semana que a Frieze Fair, a 16 de Outubro. 

"Quem são os públicos e potenciais clientes desta feira?", perguntaram à comissária Touria EL Glaoui.

"The general public, museums, artists, curators, writers and collectors are all key constituents of the target audience for this new fair. The art world today is a very diverse community with a growing number of new museums and collections as well as collectors in centres ranging from New York and London to China, South America, the Middle East and Russia amongst other places. Collectors are by nature curious and always looking for new artistic experiences & there is every reason to believe that given the right platform, African art will draw the focus and attention that has recently been lavished on other new art markets such as China and Brazil."

Leiam a entrevista na íntegra aqui.