Logótipo Próximo Futuro

Festa da Literatura e do Pensamento do Norte de África

22 Jun 2012 – 24 Jun 2012

Tenda

Entrada livre

Quando o Programa Gulbenkian Próximo Futuro se iniciou em 2009, programa este muito focado na dimensão cultural e artística dos atuais protagonistas africanos e latino-americanos e das Caraíbas, em relação com as cidades e os criadores europeus, não se imaginava que, apenas três anos depois, movimentos revolucionários nos países do Norte de África e do Médio Oriente acontecessem. E, contudo, este sobressalto de rebeldia, de aspiração pela liberdade e pela democracia, não só abalou esses países com consequências imediatas em termos de alterações de regime, como abalou todo o mundo e chamou a atenção para os povos, os criadores, os agentes políticos desta região sobre a qual havia tanta ignorância a somar a tantos clichés maioritariamente negativos. Apenas um ano se passou, muitas convulsões aconteceram e muitas outras irão acontecer independentemente de um maior pessimismo, até ceticismo, ou de um otimismo e até de uma crença excessiva em alguns casos. Nós, que vivemos este tempo, somos testemunhas privilegiadas e devemos estar atentos ao que se passa ouvindo, lendo, estudando, conversando com os interlocutores fundamentais deste processo que são os egípcios, os tunisinos, os sírios, os marroquinos, os argelinos, etc. No caso concreto do Programa Próximo Futuro são interlocutores fundamentais os criadores desta região, vivendo nela ou fazendo parte da diáspora. Assim, dentro da programação da Festa da Literatura e do Pensamento do Norte de África, vamos conversar e ouvir criadores, curadores, artistas sobre o estado das artes nestes países, para melhor os conhecermos e para melhor nos entendermos.



António Pinto Ribeiro 
Programador Geral do Programa Gulbenkian Próximo Futuro

 Ons Abid, “Victory” (da série “Tunisian Revolution”), 2011

1.ª sessão: Os bloggers da Primavera Árabe
22 de Junho 2012, 19h00 - Tenda

Maria João Tomás (moderadora) (Portugal) / Mona Prince (Egito) / Danya Bashir (Líbia) / Yassine Ayari (Tunísia) / Aboubakr Jamai (Marrocos)

(tradução simultânea EN-PT e vice-versa)
 

2.ª sessão: O Estado das Artes
/ 23 de Junho 2012, 19h00 - Tenda

Bouchra Khalili (moderadora) (Marrocos) / Ahmed El Attar (Egito) / Mohamed Siam (Tunísia) / Ons Abid (Egito) / Soufiane Ouissi (Tunísia)

(tradução simultânea EN-PT e vice-versa)
 

3.ª sessão: A Primavera Árabe explicada por Tahar Ben Jelloun
23 de Junho 2012, 22h00 - Anfiteatro ao Ar Livre

Tahar Ben Jelloun (Marrocos)

(tradução simultânea FR-PT e vice-versa)

 

4.ª sessão: O protagonismo das mulheres nos países do norte de África
/ 24 de Junho 2012, 19h00 - Tenda

Michket Krifa (moderadora) (Tunísia-França) / Nawel Skandrani (Tunísia) / Olivia Marsaud (França) / Nahed Nasrallah (Egito) 

(tradução simultânea FR-PT e vice-versa)
 

5.ª sessão: Pensadores do Norte de África
/ 24 de Junho 2012, 22h00 - Anfiteatro ao Ar Livre

Karim Ben Smail (moderador) (Tunísia) / Fethi Benslama (Tunísia) / Wassyla Tamzali (Argélia) / Samy Ghorbal (França)

(tradução simultânea FR-PT e vice-versa)

1ª Sessão

MARIA JOÃO TOMÁS (Portugal, 1967) é investigadora no Instituto de Estudos Estratégicos Internacionais para as áreas do Médio Oriente e do Norte de África, da “Primavera Árabe” e do Mundo Islâmico e é colunista do Diário de Notícias, analisando as mesmas temáticas. Fez o doutoramento em História do Médio Oriente, na Universidade de Basileia e na F.C.S.H. da Universidade Nova de Lisboa, e o mestrado em História do Médio Oriente Antigo, na Universidade da Califórnia, Los Angeles, e na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Estudou árabe no ILNOVA e fez uma formação aprofundada sobre o Islão com o Sheik da comunidade muçulmana portuguesa. 
Recebeu várias bolsas, tem artigos publicados em revistas da especialidade, além de participar com comunicações em inúmeros colóquios e congressos internacionais. 

MONA PRINCE (Egito, 1970) é professora associada de Literatura Inglesa na Universidade do Canal de Suez. É também escritora de ficção, tradutora, poetisa e ativista. O seu último romance, "So you may see", foi traduzido para inglês e publicado pela AUC (American University in Cairo), em 2011. Participou em diversos programas e fóruns internacionais nos EUA, França, Noruega, Portugal, Marrocos e Síria. Recebeu alguns prémios literários de diferentes associações locais e internacionais. Encontra-se a escrever um livro sobre a revolução egípcia, baseada na sua própria experiência em Tahrir Square.

DANYA BASHIR HOBBA (Líbia, 1989) é autora e ativista social. Venceu duas vezes o Concurso de Empreendedorismo Jovem dos Emirados Árabes Unidos. Durante a revolução libanesa, organizou remessas de ajuda humanitária, para tratamentos médicos e necessidades básicas na Líbia. Recentemente participou na conferência “Yahoo Change Your World”, no Cairo, no painel para as mulheres revolucionárias onde discutiu o papel da comunicação social, de modo a garantir os direitos das mulheres na nova Líbia. Também foi destaque em ”20 Empowering Women to be followed on Twitter”, pela Comunidade de Mulheres Empreendedoras, e nomeada pela CNN como Agente para a Mudança.

YASSINE AYARI (Tunísia, 1982) é engenheira de network e segurança informática e, também, uma ativista que tem lutado pela liberdade de expressão e de internet na Tunísia. Em 2009, candidatou-se para as legislativas, como candidata independente contra o RCD (Reunião Constitucional Democrática). Em 2010, organizou - Nhar Ala Ammar, uma manifestação contra a censura na internet. Em 2011, candidatou-se para as eleições da assembleia constituinte numa lista independente. Simultaneamente, organizou o movimento "Kelmethom" exigindo que o governo desse os devidos direitos aos mártires e aos feridos da Revolução. É ainda membro fundador do Centro da Tunísia para a Justiça Tradicional.

ABOUBAKR JAMAÏ (Marrocos, 1968) é o co-editor do site de notícias marroquino Iakome.com e membro não-residente no Ash Center para a Governação e Inovação Democrática da Universidade de Harvard. Começou sua carreira na área financeira, como cofundador do primeiro banco de investimento independente de Marrocos, em 1993. Entre 1997 e 2007, foi redator e editor do principal semanário marroquino Le Journal Hebdomadaire. Em 2008, foi professor convidado na Universidade de San Diego, onde lecionou cursos sobre o Islão Político e a Política no Médio Oriente. Os seus artigos têm sido publicados em diversos órgãos de comunicação social (The New York Times, Time Magazine, El País, Le Monde, Le Monde Diplomatique). Recebeu o Prémio Internacional da Liberdade de Imprensa do Comité para a Proteção dos Jornalistas, em 2003. Foi selecionado pelo Fórum Económico Mundial como um Jovem Líder Global para 2005.

2ª Sessão

BOUCHRA KHALILI (Marrocos, 1975) estudou Cinema, na Sorbonne Nouvelle, e Artes Visuais, na École Nationale Supérieure d'Arts, Paris-Cergy. O trabalho de Khalili em vídeo, instalações mistas de média e impressões combinam uma abordagem conceptual com uma prática documental para explorar questões de nomadismo, existências clandestinas e a ’experiência emigrante‘, com uma especificidade para o destino dos migrantes, na medida em que, concretamente, resumem assuntos que são fundamentalmente regidos pela itinerância. No seu trabalho, ela conjuga linguagem, subjetividade, o mínimo de palavras, territórios e rotas de passagem, investigando a inter-relação entre as migrações contemporâneas e a história colonial e a geografia física e imaginária. O trabalho de Khalili tem sido  amplamente divulgado em todo o mundo, incluindo recentemente no MoMA, como parte da exibição do filme "Mapping Subjectivity" (2011), na 10ª Bienal Sharjah (2011), na Marian Goodman Gallery (Paris, 2011), na Fundação Calouste Gulbenkian (Lisboa, 2011) e em La Triennale (Palais de Tokyo, Paris, 2012), entre outros.

AHMED EL ATTAR (Egito, 1969) é diretor de teatro independente, tradutor e dramaturgo. É fundador e diretor artístico do Orient Productions e do Temple Independent Theatre Company, fundador e diretor-geral do estúdio da Fundação Emad Eddin e diretor artístico do Downtown Contemporary Arts Festival (D-CAF), um festival anual multidisciplinar de arte contemporânea, que ocorre todas as primaveras no centro de Cairo. As suas produções incluem “On the Importance of being an Arab” (2009) e "F**k Darwin or how I have learned to love socialism" (2007). A sua obra teatral tem sido apresentada em grandes teatros e festivais pela Europa e pelo Médio Oriente. El Attar é um Clore Fellow do Clore Leadership Programme (2008-2009), tendo-lhe sido atribuído o prémio de melhor argumento de teatro (2010) da Fundação Sawiris para o Desenvolvimento Social pela peça ”Life is beautiful or waiting for my uncle from America”. Foi escolhido, pela edição em árabe da revista Newsweek (26/4/05), como uma das 42 personalidades que mais influenciaram a mudança no mundo árabe.

MOHAMED SIAM (Egito, 1981) é documentarista independente e realizador de filmes de ficção. Como primeiro assistente de realização, trabalhou em projetos de longas-metragens como o documentário “A Cidade dos Mortos”, coprodução luso-espanhola financiada pelo Canal Plus que estreou no IDFA 2009 (Festival Internacional de Filmes Documentários de Amesterdão) e recebeu a distinção de Melhor Filme, na Documenta de Madrid, em 2010. Recentemente foi primeiro assistente de realização no filme “Nos últimos dias da cidade”, do realizador egípcio Tamer Said, financiado pelo Global Film Initiative e pelo Cinereach, entre outros fundos. É ainda o fundador e diretor artístico do Centro Cinematográfico Artkhana, em Alexandria, um espaço artístico que providencia apoio técnico e formativo para realizadores. 

ONS  ABID, nascida na Tunisia em 1979, é fotógrafa freelancer e trabalha para as revistas Jeune Afrique (sediada em Paris), Afrique Magazine e, mais recentemente, Paris Match. Licenciou-se em Design Gráfico no Instituto Superior de Belas Artes de Tunes (ISBAT), em 2004. Em 2005 trabalhou simultaneamente como fotógrafa e como diretora artística numa agência publicitária. Em 2009 completou o mestrado em Ciência e Artes no mesmo Instituto (ISBAT), onde ficou a lecionar em 2010. Vive entre Tunes e Paris, dedicando-se a múltiplos projetos na área da fotografia documental e do video.

SOFIANE OUISSI (Tunísia, 1972) é coreógrafo e agente cultural. Escolheu as suas performances como planos de ação para a reforçar e ampliar as vozes de luta na Tunísia. Através do Coletivo Cidade Sonho, escolhe uma forma festiva e alegre de criar espaços livres de expressão e, principalmente, de encontrar prazer na troca e na luta pela partilha de ideias numa construção conjunta: o Brainstorming. Para além disso, através de ZAT e Laaroussa, fábrica artística no espaço popular de uma revista especializada na voz da população marginalizada, consegue que a comunidade cultural da Tunísia participe no seu desejo de luta, a fim de compartilhar e expressar a cultura. 

3ª Sessão

TAHAR BEN JELLOUN (Marrocos, 1944) mudou-se para Paris em 1971 onde estudou filosofia e se tornou jornalista e escritor. Depois de vários romances, contos e poesia, recebeu o Prix Goncourt em 1987, por “La Nuit Sacrée”. Comprometido intelectual e culturalmente, nunca desistiu de lutar contra o racismo e a ignorância. A sua obra, tanto literária como intelectual, permitiu a aproximação das duas margens do Mediterrâneo transmitindo, ao ocidente, a cultura do mundo árabe.

4ª Sessão

MICHKET KRIFA (franco-tunisina, 1960) é autora, diretora artística e comissária de artes visuais para África e Médio Oriente. Dirigiu várias exposições e publicações temáticas sobre o Irão (nomeadamente “Regards persans“ - Electra, 2001 -, “Iran regards Croisés“ - Photo Spana - e “Haft“ - Landowski de Boulogne Billancourt -, ambos em 2003; sobre a Tunísia (“Saison tunisienne“ - 1995, “Femmes d’images espace privés“ - Palácio Kheirredine,  2007 -, “Dégagements“ - Instituto do Mundo Árabe,  2012 - ; sobre a Argélia (“Algérie, les faits et les effets“ – 2004; sobre a Palestina (“Le Printemps palestinien“ – 1997 ; realização de 80 eventos culturais relativos à Palestina em França, “La vie tout simplement“, exposição de Rula Halawani e Tayssir Batnijipatente na Ponte das Artes, em 2007). Também foi diretora artística dos VIII e XIX Encontros de Bamako, a Bienal africana da fotografia e comissariou a exposição intitulada “Dégagements, Tunisie un an après“, no Instituto do Mundo Árabe (Paris,  2012). Colaborou ainda com os Encontros de Arles, o Institut Français, o Institut du Monde Árabe, a Câmara de Paris, a Comissão Europeia, o espaço Louis Vuitton, o World Press Photo, a Documenta XI, a Fundação Calouste Gulbenkian (Lisboa).

NAWEL SKANDRANI (Tunísia, 1958) começou a carreira profissional como bailarina em Itália, em França e nos EUA, tendo regressado ao seu país onde fundou e dirigiu o Ballet Nacional da Tunísia. Desde 1997, tem feito a sua  carreira como coreógrafa e professora independente, assinando uma dezena de criações tais como “A la recherche du centre perdu”, “Les gosses du quartier”, “Corps complices”, “Les croisades vues par les Arabes”, “Les étoiles filantes meurent en silence”, “La feuille de l’Olivier”, “Alice si meraviglia” e “ARTcè/seuLement”, entre outras. A sua colaboração com o teatro, que começou em 1986 com Mohamed Driss e Ismail Pasha, com a peça “Vive Shakespeare, le compagnon des cœurs”, tem vindo a desenvolver-se, desde 1997, assim como com Fadhel Jaïbi e Baccar Jalila, com as peças “Soirée particulière”, “Grand ménage”, “Junun/Démences” e “Khamsoun/Corps otages”. Nawel Skandrani é membro fundador do conselho tunisino do Instituto Internacional do Teatro, membro do conselho de administração do Fundo de Teatro para Jovens Árabes e do Fundo Roberto Cimetta.

OLIVIA MARSAUD (França, 1976) é jornalista e repórter. Tem trabalhado em África e na Diáspora, desde 2000, assim como para os órgãos de comunicação social Jeune Afrique, RFI, Africultures e Afrik.com. Em 2005 trabalhou para o El Watan, em Argel, e foi editora adjunta da revista mensal África, de 2007 a 2009. Desde 2010 é a editora da Revista trimestral AFRICA24. Apaixonada por fotografia, foi assistente dos diretores de arte Michket Krifa e Laura Serani, durante a Bienal de Bamako de 2009, e realizou as avaliações de portfólio da Bienal Bamako de 2011. É também membro ativo da Fetart, desde 2008, e encontra-se no quadro da organização do Circulação (s), festival Europeu de fotografia jovem (Paris), desde 2011.

NAHED NASRALLAH (Egito, 1953) é uma famosa designer de moda para cinema e teatro, que trabalhou em parceria com os célebres realizadores de cinema Youssef Chahine e Nasrallah Yousry, entre outros. Da sua filmografia mais conhecida, destaca-se “The Yacoubian Building” (2006), “Destiny” (1997), “The Other” (1999) e o “The Emigrant” (1994). Nahed Nasrallah encontra-se também muito ligada às questões sociais, desde a revolução ocorrida no Egito.

5ª Sessão

KARIM BEN SMAIL (Tunísia, 1961) é um conceituado editor tunisino. Editor politicamente ativo dirige a Cérès Editions, uma das mais respeitadas e antigas editoras independentes do Norte de África, que publica ensaio, ficção, não-ficção e livros de arte.

FETHI BENSLAMA (Tunísia, 1951) estudou psicopatologia na Universidade Paris 7. Em 1988, publicou o seu primeiro ensaio “La nuit brisée” (Ramsay), um livro que aborda a questão da linguagem sob o ponto de vista psicanalítico, de acordo com o fundador do Islão. Alguns meses depois, o caso Rushdie eclodiu, pelo que que Fethi pôde agarrar-se à sua defesa. O seu compromisso político para a defesa da democracia, para o secularismo e para os direitos das mulheres no mundo árabe e muçulmano leva-o, em 2004, à criação do “Manifeste des libertés” com outros intelectuais. Mas é com o seu ensaio “La psychanalyse à l’épreuve à l’islam’’  (Flammarion, 2002), que Fethi se tornará conhecido. Atualmente, dirige na UFR - Estudos Clínicos de Psicanálise da Universidade Paris 7, onde também leciona. Lidera ainda uma equipa de pesquisa sobre “Política da Saúde e das Minorias”, no Centro de Pesquisa de Psicanálise e Medicina, uma área na qual tem publicado vários estudos. É autor de inúmeros ensaios, sendo o mais recente sobre as revoluções árabes “Soudain la révolution !”, CERES / Denoël, Tunes-Paris, 2011.

WASSYLA TAMZALI (Argélia, 1941) é advogada em Argel e, desde 1979, funcionária na UNESCO, em Paris, onde dirige o programa sobre os direitos das mulheres. É membro fundador da Igualdade Coletiva Magrebina, criada em Rabat, em 1992, e, em 1993, fundadora e vice-presidente do Fórum Internacional para as Mulheres do Mediterrâneo. Em 1994, foi responsável pelo "Relatório Internacional sobre a violação utilizada como arma de guerra, tendo em vista a violação sistemática das mulheres muçulmanas na Bósnia e Herzegovina". Em 1999, em Dhaka, Bangladesh, recebeu em reconhecimento do seu trabalho pelas associações feministas abolicionistas, o "Lifetime Achievement Award".

SAMY GHORBAL (Tunísia, 1974) é um jornalista franco-tunisino. Entre 2000 e 2009, trabalhou para a revista semanal pan-africana Jeune Afrique e tem vindo a fazer jornalismo freelance desde então. Foi um dos primeiros jornalistas a abordar o assunto sobre o retorno do véu islâmico na Tunísia e a desenhar o perfil de Ben Ali, ex-genro de Sakhr El Materi, em 2009. Envolveu-se na política durante a Revolução da Tunísia e atuou como assessor político e autor dos discursos do líder PDP Ahmed Néjib Chebbi. Entre 2009 e 2011, escreveu "Orphelins de Bourguiba & Héritiers du Prophète" (Edições Cères, janeiro de 2012), um ensaio político sobre o primeiro artigo da Constituição de 1959 da Tunísia, que é o pilar do secularismo na Tunísia e a espinha dorsal da identidade política moderna do país.