Em conversa com Milton Hatoum e Adonis
Tradução simultânea
21 Set 2013 - 15:00
Auditório 3 (Fundação Calouste Gulbenkian)
Entrada livre
Regresso das "Grandes Lições" do Programa Gulbenkian Próximo Futuro, desta vez com a presença do escritor brasileiro Milton Hatoum e do poeta sírio Adonis, que nos virão falar dos seus livros.
Depois de ambas intervenções far-se-á uma breve apresentação do vol. 2 das Grandes Lições (2010-2011), uma publicação do Programa Gulbenkian Próximo Futuro em parceria com a Editora Tinta-da-China.
Milton Hatoum (Manaus, 1952) foi professor de literatura na Universidade Federal do Amazonas e professor visitante da Universidade da Califórnia (Berkeley). Seu primeiro romance (Relato de um certo oriente/1989) obteve o prêmio Jabuti. Em 2000 publicou Dois irmãos, eleito o melhor romance brasileiro no período 1990-2005 em pesquisa feita pelos jornais Correio Braziliense e O Estado de Minas. Em 2005 publicou Cinzas do Norte (prêmios Portugal Telecom e Jabuti e Grande Prêmio da Crítica. Publicou também a novela Órfãos do Eldorado/2008, o livro de contos A cidade ilhada (2009) e o livro de crônicas: Um solitário à espreita. Seus livros já foram traduzidos em 14 línguas e publicados em 17 países. Atualmente mora em São Paulo e é colunista do jornal O Estado de S. Paulo. Em Portugal, os romances de Hatoum são publicados pela Cotovia.
Adonis (Lataquia, 1930) é poeta e ensaísta sírio, com uma longa carreira literária no Líbano e em França, autor de mais de vinte livros em língua árabe. Nascido Ali Ahmad Said Esber, é considerado o máximo expoente da poesia árabe contemporânea sob o pseudónimo Adonis. Estudou Filosofia na Universidade de Damasco e, em 1954, devido às suas atividades políticas como membro do Partido Socialista Sírio, foi acusado de subversão e preso por seis meses. No ano seguinte partiu para Beirute, onde se dedicou à publicação de periódicos e fundou, em colaboração com o crítico literário libanês Yusuf Al-Jal, a revista de poesia Schiir (Poesia). Em 1956 deixou a Síria e foi viver para o Líbano. Recebeu uma bolsa de estudos para estudar em Paris (1960-61) e adquiriu a cidadania libanesa. Em 1973 concluiu o doutoramento pela Universidade de St. Joseph e em 1977 recebeu, em sinal de reconhecimento do seu percurso literário, a "Corona de Oro" do Festival Struga Poetry Enings (Macedónia). Em 1980 emigrou para Paris para escapar à Guerra Civil Libanesa e, durante anos, foi professor de língua árabe na Sorbonne. Apesar de dominar a língua francesa e de também conhecer a língua inglesa, o poeta garante que só fala o árabe: "É em árabe que penso falo e escrevo", costuma afirmar. Conhecido por combater o sionismo e as ditaduras árabes, defende uma poesia livre das 'amarras' das instituições políticas e das obrigações religiosas.