Logótipo Próximo Futuro

Debate público

Publicado30 Abr 2010

Etiquetas lagos

O nigeriano Wole Soyinka (vencedor do Nobel da Literatura em 1986), em declarações ao Guardian, acusa o programa Welcome to Lagos, actualmente a ser transmitido pela BBC2, de ser "preconceituoso e extremamente paternalista". O escritor de 75 anos, que divide o seu tempo entre os E.U.A. e a sua casa na Nigéria, diz que esta série documental que segue vários habitantes de bairros de lata em Lagos na sua luta diária pela sobrevivência representa o pior das atitudes colonialistas, não mostrando o outro lado da cidade, enquanto "estado africano moderno". Wole Soyinka terá razão?

Aqui fica um excerto do programa:





O design peruano continua a ser surpreendente

Publicado30 Abr 2010

Etiquetas peru

 

Susan Wagner faz renascer as técnicas antigas de bordado, que passaram de geração em geração entre os mestres artesãos de diferentes regiões do Peru.

A ver repetidas vezes

Publicado25 Abr 2010




 

apr

(do álbum The Velvet Rope, 1997)

A arte de Yinka Shonibare

Publicado25 Abr 2010

Etiquetas yinka shonibare






Nascido em Inglaterra numa família nigeriana de classe média e nomeado em 2004 para o Turner Prize, o artista Yinka Shonibare em destaque na rubrica da CNN African Voices.

Fragmentos de uma cidade impossível (ilustrados)

Publicado23 Abr 2010

Etiquetas cidade do méxico

Cidade do México, Abril de 2010

apr

Fragmentos de uma cidade impossível

Publicado22 Abr 2010

Etiquetas cidade do méxico

Cidade do México

São 7:00h da manhã. A Rádio Panorama anuncia vários bloqueios no acesso ao centro da cidade e a circular periférica está muito lenta. São três minutos sobre o trânsito informando que este está lento, muito lento. O táxi avança devagar e pára de 100 em 100 metros. Através da janela pode ver-se um condutor lendo o jornal ao volante. Na fila do lado esquerdo, uma senhora aproveita as paragens do carro para arranjar as sobrancelhas. Avançarão vagarosamente outros carros, motos, camiões, e é todo um conjunto de actividades que acontecem dentro dos veículos antes de se começar a jornada de trabalho: uma mãe amamenta um bebé no banco traseiro, um condutor de camião come um peixe seco à janela, um rapaz de empresa de entregas bebe de um termo florido, uma senhora tricota sempre que o carro pára, dois condutores em faixas paralelas conversam ao longo do percurso, ajeitando as suas viaturas de modo a mantê-las lado a lado, um homem chora ao volante. A Rádio Panorama informa que uma lei impondo exercícios físicos diários em todas as escolas do país foi promulgada de modo a combater a obesidade, e o número de sequestros aumentou em relação ao ano anterior, sendo estimado em mais de 1400 no ano de 2009.

Como vai ser possível às pessoas deslocarem-se nesta cidade daqui a 10 anos?

A cidade tem 28 milhões de habitantes. Pontes, viadutos, aquedutos, avenidas que sucedem a avenidas, que por sua vez sucedem a vias de circulação periférica, que se sucedem a outras vias, numa rede de milhares de kms no seu interior. É humanamente impossível ter dela uma visão geral; na melhor das hipóteses ficamo-nos pela apreensão espacial de dois ou três bairros, de uma visão particular desta cidade infinita.

Numa pequena praça, ao fim da tarde, uma mexicana de cabelo negro e trança atada com uma fita vermelha vende ramos de alcachofras e sorri.

As primeiras páginas dos jornais têm invariavelmente nas suas manchetes sequestros, assassinatos, raptos, fuzilamentos, que as fotos ilustram. Os cartéis têm um poder de armas superior à polícia, controlam as fronteiras, controlam sectores da cidade e ditam as leis. Que projectos políticos, sociais, urbanos e económicos poderão ter ainda alguma eficácia para retardar este processo de uma cidade-refém?

Carros negros de alta cilindrada, de vidros fumados, percorrem as ruas da cidade, assíduas vezes escoltados por outros carros negros de alta cilindrada, de vidros fumados.

Tapetes de folhas de jacarandás tapam os passeios que se transformam em passeios roxos.

Há uma cultura da morte latente nesta cidade: nas conversas, nas canções, no vestuário, nas narrativas literárias, nos ritos escondidos.

Há um bairro cujos nomes das ruas são uma elegia ao que de mais humanista produziu o mundo. As ruas chamam-se: Aristóteles, Calderon de la Barca, Horacio, Tasso, Hegel, Petrarca, Arquimedes, Júlio Verne, Galileu, Temistocles, Newton e muitos mais. Todas elas acabam rematadas pelo glamour da Avenida dos Campos Elísios e pelo universalismo da Av. Mahatma Gandhi.

A cidade tem dezenas de museus excelentes e uma história rara de literatura e de pintura.

Nas ruas transversais do centro filas de "sem-abrigo" estendem-se ao longo dos passeios, numa imundíce inaceitável.

Miami é um fantasma permanente: para os que se transportam nos carros negros de grande cilindrada e passam férias nas suas casas em Miami, e para os imigrantes que sonham poder entrar em Miami e assim entrar na América.

Cidade do México, uma cidade fortaleza, uma cidade murada no interior, uma cidade prisão, uma cidade-refém.

apr

Dar es Salaam, Tanzânia

Publicado21 Abr 2010

Etiquetas dar es salaam postais

The city of Dar es Salaam, whose name means “Haven of Peace”, has an enticing mix of sight seeing, shopping and entertainment. This largest city in Tanzania, also known as ''Bongo'' or ''Dar'' to the locals, is home to around 3 million people. The city reflects a fascinating blend of a rich historical past and a sophisticated, contemporary present.

Day or night, Dar es Salaam offers a range of exciting recreation opportunities, from casinos to bars and clubs, to local cinemas to bird watching.

History

Dar es Salaam is an old city dating back as early as 1857.  The city has seen major changes dating from the influences of the Sultanates to the Germans and then the British. The city started as a fishing village in the mid 19th Century before being turned to a port and a trading center.

Dar es Salaam lost its official status as the capital city to Dodoma in 1974. It remains the center of permanent central government bureaucracy and continues to serve as the capital for the surrounding Dar es Salaam Region. The city holds immense political and economic power of the country.

Geography

Dar es Salaam is situated in a massive natural harbour on the Eastern Indian Ocean, south of the island of Zanzibar. The city is a starting point to the northern and southern safari circuits.

The city stretches along unspoilt sandy beaches. Along the city area there is Coco Beach at Oyster Bay, popular and a good swimming beach mostly visited by the locals. On the northern coast, located about 25-30 km north of the city, lies Bahari Beach, Kunduchi Beach and Silversands, among others. On the south coast lies Ras Kutani Beach adjacent to a unique fresh water lagoon.

Culture

Dar es Salaam exhibits a mix of all 26 different cultures that exist in Tanzania.

Language

Many people speak and understand English though Kiswahili is the main language spoken in Dar es Salaam. It is also common to hear other indigenous languages within the streets of the city, including KiChaga, KiNgoni and KiSukuma.

Food

The City of Dar es Salaam has experienced an increasing growth of international restaurants which has risen very rapidly over recent years. The city now offers a surprisingly rich and internationalised diversity of cuisine, ranging from traditional Tanzanian barbecue style options such as "Nyama Choma" (roasted meat), "Mishkaki" ( Shish Kabob - usually barbecued and served with salt and various hot peppers on the side), ''Mihogo ya kukaanga'' (Roasted Cassava), ''Ndizi na Nyama ya Ngo'mbe'' (Roasted plantain with Beef), and the long-established traditional Indian and Zanzibari cuisine, to options from all corners of the globe including, Chinese, Thai, Turkish, Portuguese, Italian, and Japanese food.

Clothing

The clothing in Dar es Salaam reflects the fashion trends dictated by a European or North American fashion designers. However, traditional clothing of Dar es Salaam has not died out. The traditional piece of cloth is locally known as ''Khanga''.The khanga is rectangular in shape. Khanga is made from pure cotton. The cloth is characterized by a distinct border all around the periphery. The khanga is brightly colored and printed in bold designs. Women in the city as well as other parts of the country use khangas to cover other clothes and to carry children on their backs. The traditional cloth is also used as a decorative wall hanging and as tablecloths. The khanga contains educational and informative messages.

Places to visit in Dar es Salaam

From exotic beaches to colourful markets around the city, Dar es Salaam is a busy and lively place where it is sometimes hard to find some rest. At the same time, Dar es Salaam remains the haven of peace with so much to offer to both locals and visitors.

Irene Mvula

Gestão das Organizações Culturais e Sociais

Publicado21 Abr 2010

3º workshop de investigação no âmbito do Programa Gulbenkian Próximo Futuro

22 de Abril, Sala 1

COMUNICAÇÕES das 9h30 às 13h e das 14h30 às 17h30

Entrada livre

Mais informações: 21 782 35 29

Centros de Investigação Nacionais:

QUANDO FALTAM OS RECURSOS FINANCEIROS. REINVENÇÃO LITERAL DO ‘TEATRO POBRE’: A EXPERIÊNCIA D’A PESTE – ASSOCIAÇÃO DE PESQUISA TEATRAL

por António Branco (CIAC/ESTC,UAlg)

DLEMAS ECONÓMICOS E DESAFIOS ORGANIZACIONAIS NAS ARTES PERFORMATIVAS: UMA ANÁLISE EMPÍRICA DAS ESTRUTURAS TEATRAIS APOIADAS NA REGIÃO DE LISBOA E VALE DO TEJO
por Pedro Costa (DINÂMIA/CET – Centro de Estudos sobre a Mudança Socioeconómica e o Território . ISCTE- IUL – Instituto Universitário D Lisboa) e Vera Borges (ICS/UL – Instituto de Ciências Sociais, Universidade de Lisboa)

VENDENDO VIRTUDE? - CONTRIBUTO PARA A REFLEXÃO SOBRE A GESTÃO DEMOCRÁTICA DAS ORGANIZAÇÕES SEM FINS LUCRATIVOS
por Raquel Rego (SOCIUS-ISEG)

CULTURA COMO ORGANIZAÇÃO: PERSPECTIVAS ANTROPOLÓGICAS
por Susana Durão, Sónia Almeida, Sónia Ferreira, Teresa Fradique (CRIA/ ISCTE.UC, UM, UNL)

A RESPONSABILIDADE SOCIAL NA ESTRATÉGIA DAS ORGANIZAÇÕES SOCIAIS E CULTURAIS
por Maria João Santos (SOCIUS - ISEG)

Convidados Internacionais: 

ORGANIZAÇÕES SOCIAIS DA CULTURA EM SÃO PAULO – ÊXITOS E ALERTAS
por Ana Carla Fonseca (Brasil), especialista em Economia da Cultura

BANDJOUN STATION (apresentação de caso de estudo)
por Barthélémy Toguo (Camarões), artista visual
  devido aos recentes problemas no tráfego aéreo.

FÁBRICA DO FUTURO (apresentação de caso de estudo)
por Cesar Piva (Brasil), gestor cultural

GESTÃO VIRTUOSA PARA UM FUTURO INCERTO
por Fátima Anllo Vento (Espanha), especialista em Gestão Cultural

afriphoto

Publicado20 Abr 2010

Etiquetas fotografia

O novo site da afriphoto já está em linha. Trata-se de um projecto que, desde 2001, promove fotógrafos de origem africana, dando-lhes um espaço de visibilidade e de expressão.

Gestão das Organizações Culturais e Sociais

Publicado19 Abr 2010

«Ao propormos como tema de investigação os problemas da gestão das organizações culturais e sociais, temos em mente o facto de que estes dois tipos de gestão, bem como muitos dos seus conteúdos, estão - em muitos países da América Latina e de África - muito próximos. Há inúmeras situações e casos de estudo onde a fusão entre os dois tipos de gestão é total.

Como analisar este tipo de situações? Que modelos operativos e eficazes são os mais indicados? Que exemplos de boa gestão devem merecer a nossa atenção e a sua amostragem? E que poderemos nós, investigadores e responsáveis por esta área, aprender com estes exemplos mais eficazes? Que teorias sobre a governação e gestão democrática de recursos e meios podem hoje ser enunciadas?»

3º workshop de investigação "Gestão das Organizações Culturais e Sociais" - 22 de Abril de 2010. SALA 1 

9H30 - 17H30 / ENTRADA LIVRE

Aviso de cancelamento

Publicado19 Abr 2010

Devido aos problemas no tráfego aéreo, o artista visual Barthélémy Toguo não poderá participar no workshop de investigação que se realiza esta semana.

3º workshop de investigação: Gestão das Organizações Culturais e Sociais, 22 de Abril

Publicado19 Abr 2010

Entrada livre, sem inscrição. Programa completo aqui.

Dias do Desenvolvimento 2010

Publicado19 Abr 2010

Etiquetas dias do desenvolvimento

“Mulheres e Desenvolvimento: testemunhos de cidadania”

Tornou-se evidente para os mais diferentes organismos internacionais e governos equacionarem o papel das mulheres enquanto agentes económicos e sociais mobilizadores do desenvolvimento, com particular destaque para os momentos de “crise”. Através de dois testemunhos, mediados por um jornalista, nesta sessão pretende-se que uma reflexão informal seja feita sobre o efectivo papel da mulher como agente de mudança, e seus determinantes, em contextos económicos e políticos distintos.

Serão convidadas a dar os seus “testemunhos” 2 mulheres, Vera Duarte e Paula Teixeira da Cruz, tendo como moderador/entrevistador o jornalista Adelino Gomes.

Vera Duarte, cabo-verdiana, Juíza Desembargadora, antiga Ministra da Educação, poetisa. Em 1995 foi galardoada com o Prémio Norte-Sul do Conselho da Europa. Foi Juíza Conselheira do Supremo Tribunal de Justiça, Presidente da Associação Cabo-Verdiana de Mulheres Juristas e membro do Comité Executivo da Comissão Internacional de Juristas.

Paula Teixeira da Cruz, portuguesa (natural de Angola), Advogada, colaboradora regular de vários orgãos de informação, media, foi Presidente da Assembleia Municipal de Lisboa, membro do Conselho Superior da Magistratura, do Conselho Geral da Ordem dos Advogados e do Conselho Superior do Ministério Público.

22 de Abril de 2010, 17h30, Sala 1

Centro de Congressos de Lisboa - Pavilhão do Rio

Mais informações aqui

Cidade do México

Publicado16 Abr 2010

Etiquetas cidade do méxico

O México - e muito em particular a Cidade do México - surgiu na última década como um dos lugares fundamentais no universo latino-americano (e não só) em relação à arte contemporânea. Uma nova geração que viaja entre a Cidade do México e Los Angeles, entre Nova Iorque e São Paulo, o investimento de muitas empresas no coleccionismo e a feira de arte MACO (que está a decorrer neste momento), foram fundamentais para que hoje a Cidade do México seja incontornável nas artes contemporâneas visuais. Veja-se o exemplo da Fundación/Colección Jumex e do novo Museu Soumaya que o milionário Carlos Slim está a construir. Também o Cinema aqui tem sido uma arte em crescimento, em termos de produção e visibilidade.

apr

Silence radio à Mogadiscio

Publicado15 Abr 2010

Etiquetas mogadiscio

No blog A la recherche des sons perdus encontramos sugestões musicais de Luc Vinogradoff, jornalista do Le Monde, mas não só: no dia 13 de Abril, ali também se dá conta de 14 rádios locais baseadas na capital da Somália e nos arredores que, ameaçadas por grupos radicais islâmicos, pararam de transmitir música por esta ser "contrária à religião". Uma triste notícia, mas que dá o mote para que o jornalista faça uma incursão pela música somali, sobretudo para evocar a explosão do funk na década de 60 e 70. Para ler e ouvir aqui.

3º workshop de investigação - Gestão das Organizações Culturais e Sociais

Publicado15 Abr 2010

Etiquetas workshops de investigação

Entrada livre, sem inscrição. Programa completo aqui.

Abeché, Chade

Publicado14 Abr 2010

Etiquetas abeché chade

Quase todas as chegadas a Abeché acontecem num dia sem cor. Ruas de terra, casas de adobe, minaretes, largas avenidas percorridas por burros, alguns camelos, mais burros, com palha, com água, com alimentos. Muitos burros e pó, tanto pó. A cidade parece de uma só cor. Da cor do pó. São as primeiras imagens que se absorvem antes de ousar invadir o ambiente e a privacidade dos estreitos labirintos de barro, onde se pressentem movimentos e gritos de crianças.

Os muros protegem o mundo dos quintais, a vida do interior das famílias. Panos e lenços escondem cabelos e disfarçam as caras das mulheres e raparigas. Os homens vestem-se de largos e leves fatos, caftãs, e turbantes adaptados ao calor e ao pó. Turbantes brancos ou amarelos em movimento, a caracterizar a azáfama das ruas, a religião ou a cultura, e uma forma de suportar o pó.

Na grande praça da rua principal, ao lado do souk, há um mercado de legumes, e nas barracas improvisadas compram-se almofadas coloridas e colchões de esponja. No meio da praça esperam os táxis amarelos e táxis “motociclos” de 3 lugares e caixa fechada, que transportam pessoas e mercadorias para os vários cantos da cidade.

Abeché foi fundada em 1850. Veio substituir a antiga capital do histórico sultanato do Ouaddai, Ouara, que deixou de existir pela falta de água. O sultanato do Ouaddai dominou um importante território do actual Chade, até à conquista francesa em 1912. Com o Sudão a menos de 200 km e Ndjamena a 600 km,  Abeché foi (e ainda é) conhecida pela importância militar bem como pelo foco de propaganda religiosa. As movimentações pressentem-se, mas não se entendem. O Ouaddai estende-se pela região semi-desértica do Sahel, onde as geografias das cidades e lugares dependem das fontes de água. Com cerca de 60.000 habitantes, a cidade é um lugar de passagem essencial, das caravanas do deserto (trans-sahareanas), das peregrinações a Meca e um importante pólo económico.

Agora é também palco da coordenação da assistência humanitária no leste do Chade (onde mais de 200.000 mil refugiados sudaneses, e inúmeros deslocados internos se espalham pelas extensas regiões entre Sahara e Sahel).

Mas apesar da quantidade de expatriados das variadas agências de ajuda humanitária e dos inúmeros viajantes e nómadas que passam pela cidade, Abeché continua uma cidade virada para ela mesma. E aparenta-se imiscível às influências externas.

O calor chega discretamente aos 46ºC, alguém precisou. E sente-se.

Na vasta praça da independência, ao lado da muralha das portas de Abeché, passa uma caravana de camelos que atravessou a cidade, passam carroças puxadas por burros, cheias e vazias. Homens e grupos coloridos de mulheres percorrem este largo espaço em direcção a alguma mesquita, a algum labirinto da cidade ou em direcção ao deserto.

Sandra Ferreira

Dias do Desenvolvimento 2010

Publicado14 Abr 2010

Etiquetas dias do desenvolvimento

“Mulheres e Desenvolvimento: testemunhos de cidadania”

Tornou-se evidente para os mais diferentes organismos internacionais e governos equacionarem o papel das mulheres enquanto agentes económicos e sociais mobilizadores do desenvolvimento, com particular destaque para os momentos de “crise”. Através de dois testemunhos, mediados por um jornalista, nesta sessão pretende-se que uma reflexão informal seja feita sobre o efectivo papel da mulher como agente de mudança, e seus determinantes, em contextos económicos e políticos distintos.

Serão convidadas a dar os seus “testemunhos” 2 mulheres, Vera Duarte e Paula Teixeira da Cruz, tendo como moderador/entrevistador o jornalista Adelino Gomes.

Vera Duarte, cabo-verdiana, Juíza Desembargadora, antiga Ministra da Educação, poetisa. Em 1995 foi galardoada com o Prémio Norte-Sul do Conselho da Europa. Foi Juíza Conselheira do Supremo Tribunal de Justiça, Presidente da Associação Cabo-Verdiana de Mulheres Juristas e membro do Comité Executivo da Comissão Internacional de Juristas.

Paula Teixeira da Cruz, portuguesa (natural de Angola), Advogada, colaboradora regular de vários orgãos de informação, media, foi Presidente da Assembleia Municipal de Lisboa, membro do Conselho Superior da Magistratura, do Conselho Geral da Ordem dos Advogados e do Conselho Superior do Ministério Público.

22 de Abril de 2010, 17h30, Sala 1

Centro de Congressos de Lisboa - Pavilhão do Rio

Mais informações aqui

A Revolução Estética

Publicado13 Abr 2010

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Os posts mais recentes do Centre for the Aesthetic Revolution chegam-nos de Lima, Perú: a reabertura do MALI (Museo de Arte de Lima) com as fotografias de Mario Testino, uma exposição no centro comercial Camino Real, outra na Galeria Revolver, e muito mais no blog do artista, galerista, editor e curador Pablo León de La Barra (Cidade do México, 1972), figura incontornável da cena artística londrina.

Caracas e a arte urbana

Publicado12 Abr 2010

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A arte urbana em Caracas, aqui.

Os obstáculos à Mobilidade dos Artistas de Países Terceiros

Publicado12 Abr 2010

Chronique de Claude Semal sur la situation de Diogène Ntarindwa, comédien de Carte d’Identité et de The Island dont le permis de travail a été refusé puis accepté après un recours…

CHRONIQUE
Le pays petit

par Claude Semal

Le tonneau de Diogène

Ça commence comme un film de Sautet, un matin d’été en Provence, sous la tonnelle d’une grande maison communautaire. Nous sommes au Festival d’Avignon 2009. Diogène et moi sommes souvent les premiers levés et, autour de la table du petit dej’, le jeune Sam veut toujours grimper sur ses genoux...

Comme tous les jours, Diogène Ntarindwa présentera, à onze heures, Carte d’identité, son spectacle autobiographique, au Théâtre de la Manufacture. Avant cela, il doit « tracter » pour appâter les festivaliers. C’est du boulot : qui a envie de se taper le Rwanda en vacances à l’heure de l’apéro ?
Diogène est un grand garçon grave et souriant, silencieux derrière ses lunettes lumumbistes d’intellectuel africain. Pas du genre à parader en Ray-Ban : la modestie et la sagesse de la presbytie. Il passe ses soirées, sur Internet, à écrire à ses amis et à ses parents, et prie discrètement avant chaque repas. Difficile de l’imaginer, devant les calmes jets rotatifs qui baptisent la pelouse, dans un uniforme d’enfant soldat, tétanisé au milieu des corps mutilés. Et pourtant.

Pourtant, Diogène fut un enfant soldat. D’origine rwandaise, sa famille s’était réfugiée au Burundi voisin après les massacres anti-Tutsis de 1960. Né en 1977, Diogène a vécu une enfance heureuse contrariée par l’exil. Lui qui n’était pas un « vrai » Burundais, il découvre à l’école la discrimination ethnique. Est-il plus « rwandais » ? Il le pense et l’Histoire le rattrape. Avec des milliers d’autres exilés, il s’engage à 17 ans dans le Front patriotique rwandais. C’est donc en uniforme qu’il entre au Rwanda en 1994, en plein génocide. Le pays des mille collines est un charnier à ciel ouvert. Quand il est démobilisé, deux ans plus tard, c’est un jeune homme et un vieillard. Comment témoigner de l’innommable ? Comment rendre justice aux victimes de l’horreur ? Devant quel tribunal plaider cette cause à jamais perdue ? Diogène commence des études de droit à l’université de Butare – dans ce pays martyrisé qui a tant connu l’arbitraire. Mais il est hanté par ses amis morts au front, ces soldats mutilés, ces victimes civiles démembrées et muettes. Il est habité par la passion de témoigner. C’est alors que sa route croise celle du théâtre universitaire. C’est décidé : Diogène sera comédien. Il ose changer de continent et s’inscrit, avec un visa d’étudiant, au Conservatoire de Liège. Quatre ans plus tard, il est lauréat et son travail de fin d’études est déjà l’ébauche de Carte d’identité.

Toujours très attaché à son « africanité », toujours domicilié dans son pays d’origine, où il habite quand il ne travaille pas chez nous, Diogène a su apprivoiser nos codes et nos manières. C’est devenu un métis culturel, un humain mutant. Un de ces passeurs d’émotion qui relie les mémoires, les continents, les cultures, les destinées. Un être rare et précieux, partout chez lui, partout en exil.
Deux partenaires de poids ont immédiatement soutenu son travail. La Charge du rhinocéros, qui développe des projets de « coopération culturelle » entre le Nord et le Sud, et le Groupov, qui, depuis Rwanda 94, a fait de l’Afrique centrale un des moteurs de sa création.
Et deux théâtres belges ont décidé de produire et de programmer Carte d’identité : le Théâtre de Namur et le Théâtre de Poche, à Bruxelles. Tout devrait donc aller pour le mieux. Sauf que. Sauf que nous vivons dans un système qui, s’il favorise la libre circulation des capitaux et des marchandises, se fout pas mal de la circulation des travailleurs. Et encore plus de la circulation de la culture. Alors, pensez, la libre circulation des travailleurs de la culture ! Pour travailler en Belgique, il ne suffit pas d’avoir des employeurs. Quand on est africain, il faut un visa et un permis de travail. Et c’est ici qu’entre en jeu cette délicieuse officine culturelle qu’on appelle « Office des étrangers ». Et c’est là que ce qui devait être une simple formalité administrative, devient, dans notre célèbre Absurdistan occidental, un véritable chemin de croix.

En 2007, lors de sa création, Carte d’identité avait déjà failli être annulé, suite au refus de l’ambassade de Belgique à Kigali d’accorder un visa à Diogène. A une semaine du début des répétitions ! Motif invoqué : « Suspicions qu’il fera un séjour de plus de 90 jours ». Pendant que ses quatre partenaires introduisent un recours et mobilisent tout leur carnet d’adresses et leurs contacts ministériels, Philippe Laurent, le metteur en scène, part en catastrophe au Rwanda pour commencer les répétitions là-bas. Sans équipe technique, et dans les conditions que l’on devine. Diogène recevra finalement son visa 12 jours avant la première ! Trois heures plus tard, ils sont dans l’avion pour Bruxelles.
Deux autres permis de travail ont été accordés depuis, à chaque fois pour un travail précis et une durée limitée. Au terme desquels Diogène est chaque fois retourné au Rwanda. Mais en décembre 2009, pour une tournée de Carte d’identité au Québec et une reprise de The Island au Théâtre de Poche, nouveau refus. Motif : « On ne peut engager un travailleur “hors CEE” que si un travailleur européen ne peut pas faire l’affaire.  » Vous n’avez pas de comédiens, en Belgique ? Diogène met trois jours et trois nuits pour aller de Kigali à Ottawa, reste bloqué 24 heures dans le no man’s land de Zaventem, sans pouvoir sortir de l’aéroport ni décoller, doit changer de vol et de destination, et termine ce voyage harassant par six heures d’autocar. Grâce à la compréhension d’une dame du consulat de Belgique à Montréal (la bienveillance, cela existe aussi !), son permis de travail l’attendra en janvier à son retour en Belgique. Mais l’Office des étrangers l’a encore prévenu : la prochaine fois, ce sera niet, niet et reniet !

Et la rage me prend de voir ceux-là mêmes qui, après un tremblement de terre, sortiront leurs charitables déclarations, leurs ponts aériens démonstratifs et leurs caméras larmoyantes, les mêmes, disais-je, qui votent ces lois inhumaines transformer la planète en champs de mines administratifs et en labyrinthes barbelés. Un Black qui meurt, c’est émouvant et ça se regarde. Un Black vivant, ça se refoule, comme on refoule du goulot. Tout se passe comme si Diogène n’était pas cet artiste qui, à notre demande, vient partager avec nous son temps, son talent et son travail, mais un profiteur, un envahisseur, un guerrier masaï, un alien, un pestiféré, un animal nuisible, un virus AH1N1 à qui il conviendrait d’interdire notre territoire. Alors, pensez, s’il avait été instituteur, infirmière, mécanicien ou maçon !
Et ça se termine comme un film de Ken Loach, sous la grêle du printemps. Car un système qui traite les humains comme des animaux n’a qu’un seul avenir : l’abattoir. Qu’il nous y mène, ou qu’on l’y conduise.

Claude Semal
Auteur-compositeur, comédien et écrivain
www.claudesemal.com

Afromodern

Publicado9 Abr 2010

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A ver em Liverpool; em alternativa ao Programa Gulbenkian Próximo Futuro

João do Rio

 

João do Rio é pseudónimo de João Paulo Alberto Coelho Barreto (1881-1921) escritor carioca que cultivou a crónica jornalística do Brasil Republicano e, muito em especial, da então capital Rio de Janeiro. Em a Alma Encantadora das Ruas reunião de textos publicados na imprensa carioca entre 1904 e 1907 ele percorre as ruas do rio para reter a "cosmópolis num caleidoscópio". Esta selecção tem agora uma segunda edição muito cuidada e com um prefácio erudito como é - felizmente - comum nos textos do apresentador e organizador Raúl Antelo.

Três aspectos são notórios nestas crónicas: um grande amor à cidade que faz destas crónicas cartas de apreço à cidade e aos cidadãos de todas as classes sociais, um olhar atento aos detalhes , aos pormenores das ruas e das pessoas e que o autor diz traduzir a condição 'janeleira' do Rio - "O carioca vive à janela" -, e, finalmente o carácter de flânneur na mesma postura de Baudelaire o artista na cidade.

O conjunto dos textos começa pela afirmação "Eu amo a rua." E, depois seguem-se vinte e oito crónicas que tanto podem constituir uma visita panorâmica à cidade e à sua época como são de uma actualidade imprevista. O texto sobre tatuagens, a origem destas, as técnicas, a dimensão simbólica e as implicações do uso das mesmas na vida passional de quem as usa é um manual de utilização do tatoo nos dias de hoje.

João do Rio, A Alma encantadora das ruas, Organização de Raúl Antelo, Companhia de Bolso, São Paulo 2008

Havana

Publicado7 Abr 2010

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O kitsch

Publicado6 Abr 2010

Etiquetas américa latina cuba

Em viagem a Cuba deve, entre outros possíveis livros, levar-se como obra de leitura A Insustentável Leveza do Ser de Milan Kundera.

Um excerto: " Claro que é necessário que os sentimentos suscitados pelo Kitch possam ser partilhados pelo maior número de pessoas. Assim, o Kitsch não apela para o insólito; apela, isso sim, para algumas imagens-chaves profundamente enraizadas na memória dos homens: a filha ingrata, o pai abandonado, as crianças a correr num relvado, a pátria traída, a recordação do primeiro amor.

O Kitsch faz-nos vir duas lágrimas de emoção aos olhos, uma logo a seguir à outra. A primeira diz: Que coisa bonita, crianças a correr num relvado!

A segunda diz: que coisa bonita, comover-nos como toda a  humanidade se comove quando há crianças a correr num relvado!

Só esta segunda lágrima é que faz com que o Kitsch seja o Kitsch...."

apr

Generación Y

Publicado6 Abr 2010

Etiquetas américa latina cuba yoani sánchez

Considerada pela Revista Time como uma das 100 personalidades mais influentes do mundo, Yoani Sánchez escreve o seu blog a partir de Cuba, Generación Y

Perú

Publicado3 Abr 2010

Etiquetas américa do sul peru

Duas excelentes reportagens sobre a Economia e os Cuidados de Saúde no Perú

Mais Bicentenários

Publicado3 Abr 2010

As comemorações organizadas pelo governo francês para comemorar o Bicentenário das Independências. Aqui