Outro concerto imperdível, desta vez dividido em duas partes, porque dedicado às sonoridades diurnas e nocturnas em pleno lago do Jardim Gulbenkian, utilizando uma gigantikarpz: um instrumento com cordas de 75 metros de comprimento que ligam duas margens e nas quais se encontram duas caixas acústicas. Numa encontraremos Victor Gama e noutra Pedro Carneiro. Do seu encontro resulta "Aquarium Materialis"...
Drumming - Grupo de Percussão (foto: Susana Neves)
E se a programação de teatro teve início a 16 de Junho, com a estreia de “Woyzeck on the Highveld” (é hoje a última apresentação, às 19h), a de música começa hoje às 21h30, no Anfiteatro ao Ar Livre, com um concerto único da Orquestra Gulbenkian, o Drumming – Grupo de Percussão e Matchume Zango (Timbila de Moçambique), tendo Pedro Neves por Maestro.
Marlos Nobre, Concerto N.º 2/a para 3 Percussões e Orquestra, Opus 109a (2011) [versão encomendada pelo grupo Drumming, a quem Marlos Nobre dedica a partitura]
(Sem Autor) Timbila, Música Africana para Percussão
Iannis Xenakis, Pithoprakta
Gyorgy Ligeti, Romanian Concerto
Matchume Zango e Drumming - Grupo de Percussão (foto: Susana Neves)
AMANHÃ, 19 de Junho (domingo)
19h00 (1.ª parte) e 22h00 (2.ª parte) Jardim Gulbenkian MÚSICA / Bilhete único: 12 Eur
Hoje é dia de grandes LIÇÕES do Próximo Futuro, reunindo investigadores, poetas e professores de diversas geografias (Brasil, Camarões, EUA e Portugal), em torno de reflexões sobre “Democracia e a Ética do Mutualismo” (a partir da “experiência Sul-africana”), “Qual o futuro próximo da Poesia?”, “As grandes incertezas da historiografia africanista” e “Produção, utilização e partilha do conhecimento na economia global”, todas com entrada livre!
E à noite sobe ao palco "Woyzeck on the Highveld", para a segunda de apenas três apresentações em Lisboa. Dado o limite os lugares na sala aconselhamos vivamente que adquiram os vossos bilhetes on-line o quanto antes. As apresentações de hoje e amanhã (a última) estão quase esgotadas.
Marlos Nobre, Concerto N.º 2/a para 3 Percussões e Orquestra, Opus 109a (2011) [versão encomendada pelo grupo Drumming, a quem Marlos Nobre dedica a partitura]
(Sem Autor) Timbila, Música Africana para Percussão
Projecto Chapéus-de-Sol no Jardim da Gulbenkian (foto: Jorge Martins Lopes)
Começa hoje um novo ciclo de actividades do Programa Gulbenkian PRÓXIMO FUTURO e cá estamos nós para vos lembrarmos de tudo o que não podem perder nos próximos 18 dias!
De 16 de Junho a 3 de Julho há exposições, conferências, espectáculos de teatro e dança, concertos e cinema ao ar livre, tudo na Gulbenkian em Lisboa, reunindo obras de criativos de diversas geografias. Teremos o maior prazer em contar convosco neste ponto de encontro da Europa, África, América Latina e Caraíbas!
HOJE, 16 de Junho (quinta-feira)
17h00 Jardim Gulbenkian INAUGURAÇÃO ARTE PÚBLICA / Entrada Livre
"O X Congresso da União Africana de Arquitectos (UAA) inciado terça-feira em Luanda prossegue para discussão dos sub-temas A Geo-urbanidade, Sistemas e Redes, Habitats e Culturas e Habitação. Numa organização da Ordem dos Arquitectos de Angola, o congresso aborda também a África Glocal Arquitecture, o novo conceito de urbanização "Kimbópolis", que resulta da subposição de dois temas Kimbo (zonas rurais) e Polis (cidade)."
Breve vislumbre de "Woyzeck on the Highveld", com William Kentridge
A Handspring Puppet Company acabou de vencer o Tony Awards pela melhor peça com "War Horse"!
Na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, esta famosa companhia de teatro de marionetas apresentará já amanhã, dia 16 de Junho, às 21h30, a imperdível adaptação da obra de Georg Buchner encenada pelo artista e realizador sul-africano William Kentridge: "Woyzeck on the Highveld".
"Woyzeck no Highveld" é uma adaptação da famosa peça do escritor alemão Georg Büchner sobre ciúme, assassinato e a luta de um indivíduo contra uma sociedade insensível que acabou pordestrui-lo. O Woyzeck de Buchner era um soldado alemão de 1800. Nesta versão, Woyzeck é um trabalhador migrante na Joanesburgo de 1956: uma paisagem da industrialização estéril. A produção – a primeira colaboração entre a Handspring e o reconhecido artista e realizador William Kentridge – reúne marionetas manipuladas à vara e filme animado para ilustrar graficamente a mente torturada de Woyzeck quando ele tenta compreender as suas circunstâncias externas.
Dirigida por Kentridge, a peça estreou no Standard Bank National Arts Festival em Grahamstown (em 1992), seguindo para uma temporada no Teatro do Mercado, em Joanesburgo, no mesmo ano. Posteriormente, viajou para a Alemanha, Espanha, Bélgica, Escócia, Inglaterra, Hong Kong, Austrália, Nova Zelândia, França e Estados Unidos da América – onde, em 1994, no Joseph Papp Public Theater, assinalou a abertura do Segundo Festival de Nova Iorque de Teatro de Marionetas da Henson Foundation.
Um convite do Festival de Marionetas do Mundo levou a Handspring e Kentridge a repô-la em 2008 em Perth e Brisbane (Austrália), e a prolongar a sua apresentação no Teatro do Mercado de Joanesburgo, e em Baxter (Cidade do Cabo). A itinerância do espectáculo continuou em Stavanger, na Noruega (Novembro de 2008) para, depois da tourné pelos EUA no Outono de 2009, regressar à Europa.
“Woyzeck on the Highveld” sobe ao palco da sala polivalente do CAM da Gulbenkian nos dias 16 e 17 de Junho (esta quinta e sexta-feira, respectivamente), às 21h30, e 18 de Junho (sábado), às 19h.
Dado o limite de lugares da sala aconselhamos a aquisição dos bilhetes via on-line, aqui.
Mais links para conhecer “Woyzeck on the Highveld”:
RALPH AUSTEN, professor emérito de História Africana na Univ. de Chicago
E na próxima sexta-feira, dia 17 de Junho, às 09h30, terá início a segunda parte das LIÇÕES do Próximo Futuro (2011), reunindo investigadores, poetas e professores de diversas geografias (Brasil, Camarões, EUA e Portugal), em torno de reflexões sobre “Democracia e a Ética do Mutualismo” (a partir da “experiência Sul-africana”), “Qual o futuro próximo da Poesia?”, “As grandes incertezas da historiografia africanista” e “Produção, utilização e partilha do conhecimento na economia global”, todas com entrada livre!
Eis o programa detalhado para apontar já na sua agenda:
09h30
ACHILLE MBEMBE (África do Sul)
DEMOCRACIA E A ÉTICA DO MUTUALISMO. APONTAMENTOS SOBRE A EXPERIÊNCIA SUL-AFRICANA
Esta conferência irá debruçar-se sobre a forma como, ao tentar estabelecer uma nova relação entre Direito e Sociedade, por um lado, e Direito e Vida por outro lado, enquanto equipara democracia e o político com o ético e o justo, a África do Sul se tornou – ou não – o discurso vivo de uma certa maneira de “viver em comum” em vez de lado a lado. Irei argumentar que por detrás dos debates de políticas públicas sobre “estado social” e “distribuição de serviços” germinam escolhas éticas fundamentais que irão determinar a natureza da experiência democrática na África do Sul – questões como corrigir erros históricos; qual a relação entre os danos individuais e colectivos e problemas relacionados com igualdade, justiça e o direito; fome e moralidade; propriedade e partilha; ou até mesmo verdade, esperança e reconciliação. A urgência destes novos dilemas morais é tal que, para o projecto democrático mundial ter qualquer futuro, deve necessariamente assumir a forma de uma tentativa consciente de recuperar a vida e “o humano” de uma história de desperdício.
Achille Mbembe
Nasceu nos Camarões, em 1957, e é investigador em História e Política na University of the Witwatersrand (Joanesburgo, África do Sul). Faz parte da coordenação do The Johannesburg Workshop in Theory and Criticism (JWTC). Escreveu largamente sobre política, cultura e história africanas, sendo autor de múltiplas obras em francês, como “La Naissance du maquis dans le Sud-Cameroun” (1996). O seu livro “On the Postcolony” (2001) recebeu o Bill Venter/Altron Award, em 2006. A sua mais recente publicação é “Sortir de la grande nuit. Essai sur l’Afrique décolonisée” (Paris, 2010).
11h00
EUCANAÃ FERRAZ (Brasil)
DA POESIA – O FUTURO EM QUESTÃO
Qual o futuro próximo da poesia? Estaríamos, enfim, assistindo hoje à sua morte, largamente anunciada por pensadores e poetas ao longo do século XX? Há quem julgue haver sinais de que estamos, ao contrário, distantes do fim ou do esgotamento da poesia. Longe de extremos, talvez fosse possível considerar politicamente a actuação contínua e renovada dos poetas, avaliando-a como estratégia de manutenção e/ou criação de espaços viáveis para a inteligência, a subjectividade e a imaginação num mundo largamente dominado pela imagem e pela circulação tão avassaladora quanto a crítica de mercadorias. Mas os poetas nos dias de hoje acreditam nisso? Acreditar nisso não seria uma ilusão a ser descartada? Seria possível objectar que, entre outros problemas, a inserção da poesia no mercado editorial é mínima e que o lugar ocupado por ela nas escolas é acanhado. Além disso, o género, pelas suas próprias características, parece exigir bens indisponíveis para a sua fruição plena, como tempo, concentração e conhecimento de códigos específicos. Como ver alguma solidez no futuro de um género literário que parece confinado ao círculo estreito dos seus próprios produtores? Acresce uma pergunta: os novos media electrónicos são propícias à escrita, à leitura e à crítica de poesia ou, pelo contrário, acelerarão o seu fim?
Propomos um balanço do papel desempenhado pela lírica ao longo do século XX e uma reflexão sobre os seus impasses no mundo contemporâneo, com atenção especialmente voltada para o que seria o seu futuro nos contextos lusófonos.
Eucanaã Ferraz
Poeta, publicou, entre outros, os livros “Martelo” (1997), “Desassombro” (2002 - Prémio Alphonsus de Guimaraens, da Fundação Biblioteca Nacional, para melhor livro de poesia), “Rua do mundo” (2004) e “Cinemateca” (2008). Os três últimos livros t foram editados em Portugal. Para a infância, publicou “Poemas da Lara” (2008) e “Bicho de sete cabeças e outros seres fantásticos” (2009). Organizou, entre outros, dois livros de Caetano Veloso, um de letras, “Letra só” (2003), e outro com textos em prosa, “O mundo não é chato” (2005, Famalicão: Quasi Edições, 2007); reuniu poemas e letras de canção na antologia “Veneno antimonotonia – os melhores poemas e canções contra o tédio” (2005); depois de preparar a “Poesia completa e prosa de Vinicius de Moraes” (2004), passou a coordenar a edição das obras do poeta no Brasil (Companhia das Letras) e em Portugal (Quasi Edições); publicou, na colecção Folha Explica, o volume “Vinicius de Moraes” (2006). Também é professor de literatura brasileira na Faculdade de Letras da Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ. Desde 2010, é consultor de literatura do Instituto Moreira Salles, onde organiza exposições, cursos, leituras e publicações. Edita, com André Vallias, a revista on-line Errática, voltada para arte e a literatura.
14h30
MARGARIDA CHAGAS (Portugal)
PRODUÇÃO, UTILIZAÇÃO E PARTILHA DO CONHECIMENTO NA ECONOMIA GLOBAL
Uma das contradições fundamentais da chamada era da globalização consiste na oposição resiliente entre os espaços eminentemente nacionais de produção das qualificações e competências e a utilização e reprodução das mesmas em contextos supranacionais cada vez mais amplos. Desta clivagem dificilmente superável tem vindo a resultar uma desigualdade crescente na acessibilidade ao conhecimento à escala global, desigualdade que o esgotamento das formas tradicionais de regulação em economia tem ajudado a potenciar. As insuficiências dos sistemas nacionais de educação e formação articulam-se com as dificuldades crescentes de (hetero)regulação dos mercados de trabalho e dos sistemas de inovação para alimentar fluxos crescentes de trabalhadores excluídos entre as novas periferias e os novos centros do desenvolvimento mundial.
Margarida M.S. Chagas Lopes
É professora auxiliar com agregação do Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG), da Universidade Técnica de
Lisboa, e investigadora e membro da direcção do Centro de Sociologia Económica e das Organizações (SOCIUS). É responsável pelas disciplinas de Economia da Educação, Economia da Educação e Formação e Economia dos Recursos Humanos da licenciatura em Economia e dos mestrados em Economia e Políticas Públicas e em Sociologia Económica e das Organizações do ISEG. Integra o Grupo de Peritos do Observatório do Emprego e Formação Profissional, desde 1999. Entre os trabalhos publicados, contam-se títulos sobre Economia da Educação, Regulação dos Mercados de Trabalho, Educação e I&D, (In)Sucesso Escolar no Ensino Superior, Ensino Superior e Impactos do Processo de Bolonha, entre outros.
16h00
RALPH AUSTEN (EUA)
AS GRANDES INCERTEZAS DA HISTORIOGRAFIA AFRICANISTA: EXISTE UM TEMPO ‘AFRICANO’ E PODE O SEU PASSADO ANUNCIAR O SEU FUTURO?
A minha intervenção aborda dois conjuntos de problemas ligados entre si: a periodização do passado africano e a sua relação com os futuros africanos. A primeira questão é característica de África, na medida em que as periodizações que vigoram, em grande parte, do continente costumam ser definidas em função de iniciativas de agentes externos que entram ou se aproximam de África, em vez de corresponderem a dinâmicas geradas internamente. Por exemplo, na antiga colonização do Magrebe, o comércio islâmico através do Saara e ao longo da costa do Índico, os empreendimentos marítimos europeus junto às costas do Atlântico e do Índico, o colonialismo europeu do interior do continente e uma era ’pós-colonial‘ (oposta a ’nacional‘) eram definidos não apenas pelo colonialismo, mas também por mudanças na política económica internacional (desenvolvimento ‘fordista’ seguido pelo neoliberalismo global). A principal incógnita, que liga este passado ao futuro, é o estado-nação como formação espacial e sociopolítica. O actual mapa político de África é entendido como um produto do colonialismo, mas as fronteiras herdadas só se fixaram na altura da independência, pois, mesmo durante as décadas de ocupação europeia, sofreram alterações consideráveis. Devemos prever o futuro de África em termos de forças externas contínuas (migração, ONG, novos media); nos seus próprios termos formais nacionais, tendo em conta as políticas/comunidades pré-coloniais mais débeis e menos delimitadas (mas mais autonomamente definidas); ou num parâmetro sem precedentes no passado africano?
Ralph A. Austen
É professor emérito de História Africana na Universidade de Chicago, onde antes presidiu à comissão de estudos africanos e afro-americanos e ao Programa de Relações Internacionais. Entre as suas publicações contam-se “African Economic History: Internal Development and External Dependency” (1987), “In Search of Sunjata: the Mande Oral Epic as History, Literature and Performance” (1998), “Middlemen of the Cameroon Rivers: the Duala and their Hinterland” (1998), “Trans-Saharan Africa in World History”(2010) e “Viewing African Cinema in the Twenty-First Century: Art Films and the Nollywood Video Revolution”. Neste momento, realiza uma investigação sobre o intelectual e escritor maliano Amadou Hampâté Bâ e um trabalho provisoriamente intitulado ”The Road to Postcoloniality: European Overseas Expansion, Global Capitalism and the Transformation of Africa, the Caribbean and India”.
(Desenho de Bárbara Assis Pacheco para o PRÓXIMO FUTURO)
É já nesta próxima quinta-feira, dia 16 de Junho, às 17h00, que o programa PRÓXIMO FUTURO inaugurará um conjunto de instalações e intervenções nos espaços do Jardim da Gulbenkian, de modo a dar continuidade ao contacto com a arte, equacionar a importância e pertinência deste tipo de criação e sugerir pistas de abordagem à relação das técnicas da jardinagem com as práticas artísticas contemporâneas.
O público frequentador dos espaços da Fundação Calouste Gulbenkian, e os novos visitantes, encontrarão então as propostas de arte pública desenvolvidas pelos artistas Nandipha Mntambo (“Casulo – Cocoon”), Kboco (“Abrigo Sublocado”) e pelo colectivo Raqs Media (“However Incongruous”), a par das intervenções artísticas de Bárbara Assis Pacheco, Rachel Korman, Isaías Correa e Délio Jasse nos Chapéus-de-sol concebidos pela arquitecta Inês Lobo.
O artista Délio Jasse, nascido em Luanda em 1980 e há mais de dez anos a viver em Lisboa), foi recentemente seleccionado para a próxima edição dos Encontros Fotográficos de Bamako que actualmente se expõem no edifício-sede da Gulbenkian também no âmbito do Próximo Futuro.
Os textos de apresentação bem como as notas biográficas dos artistas já estão disponíveis tanto no site como no jornal do PRÓXIMO FUTURO.
Comentários por parte do público sobre a programação do PRÓXIMO FUTURO, das artes visuais às artes performativas, sem esquecer as conferências e o cinema, são bem-vindos, tanto aqui no Blog como na nossa página no Facebook. Agradecemos a sua participação!
Eis outros links úteis para a navegação sobre o que aí vem…
Artigo na Oxford Analytica, "Humalla will not bring abrupt change in Peru":
Ollanta Humala's narrow victory yesterday over Keiko Fujimori represents a swing to the Left, albeit limited by his commitment to maintain the free-market model that has produced strong growth in recent years. It ends a campaign of recrimination in which two ideologically opposed candidates struggled to prevail but opinion polls showed them evenly matched. To attract centrist voters, especially in the key battleground of Lima, Humala was forced to project a more moderate image than early campaign literature suggested. What next Humala takes over from Alan Garcia on July 28. Fears that a Humala administration would lead to an abrupt leftward shift in economic policy are exaggerated. To reassure markets, Humala is likely to choose a fairly conservative figure to occupy the key post of finance minister. An announcement may take place soon. A Humala government will seek to place greater emphasis on social policy. With respect to foreign policy, relations with Brazil are likely to become the key reference point. Analysis With 87.6% of the vote officially counted, Humala was leading Fujimori, daughter of former President Alberto Fujimori (1990-2000), by 50.9-49.1% of valid votes. Since much of this came from urban areas, it seems likely that the final tally will give a slightly larger margin to Humala, as his vote was particularly strong in more remote rural and indigenous parts of the country. Official figures were closer than those suggested at the close of voting, both by exit polls and rapid count. A likely Humala victory -- Fujimori has yet to concede defeat -- is also consistent with polls reputable polling organisations conducted in the last days of the campaign. Because of electoral rules, these results were not published within the country, but were widely available through foreign websites. Both partial official results and previous estimates show Humala winning in most of Peru's departments, except Lima and some in the north, which historically have been strongholds of the ruling APRA party. Humala sought to appeal to voters in the capital in the second round campaign, and appears to have garnered sufficient support to secure overall victory. Campaign dynamics Since the first round on April 10 (see PERU: Fujimori has runoff advantage - April 12, 2011), in which Humala won 31.7% and Fujimori 23.5% of valid votes, the two have been level. Until the last week, it seemed that Fujimori had a slight advantage (see PERU: Fujimori has second round edge - May 19, 2011), leading by up to four percentage points, according to some polls. However, the tide appeared to change in recent days:
The Humala campaign successfully attacked Fujimori as heralding a return to the corruption and autocracy that characterised her father's government. Fujimori's choice of collaborators, many of whom were stalwart supporters of her father's government, did not help her. Her campaign failed to broaden its base after the first round.
Humala managed to convince voters that his shift towards more consensual, centrist politics was genuine, and a Humala government did not represent a threat to continuity in the impressive pattern of growth in recent years. He managed to attract a number of prominent centrist economists, some of whom were important in the centre-right administration of former President Alejando Toledo (2001-06).
By focusing on social policy, Humala responded to a deep-felt need to make Peru's growth model work better for poorer groups in society, especially in rural and more indigenous areas far from the capital (see PERU: Humala, Fujimori promise inclusive growth - April 25, 2011). The Garcia government (2006-11) stands accused of failing to ensure that trickle-down trickled further.
Humala agenda Despite his reputation as a left-wing nationalist close to Venezuelan President Hugo Chavez, Humala opted for a centre-left position built on a quest for consensus. Furthermore, he will lack a majority in Congress, and need to look for cross-party support to pass legislation. The campaign for the presidency -- both in the first and second round -- made clear that there is no strong appetite for radical change:
Economic policy. In his speech to supporters, Humala yesterday stressed the need to maintain business confidence and continue attracting foreign investment. The more radical-sounding aspects of his original 'government plan' were dropped during the campaign, including revising trade liberalisation agreements and aspects of the 1993 constitution that provide guarantees to investors. During the second round, Humala came up with a 'road map', which was markedly more conciliatory to business interests. However, like other candidates, he remains committed to introducing a windfall tax to ensure that the Treasury benefits from spikes in mineral prices.
Social policy. Humala has promised to introduce new policies to improve the lot of the poor. These include a universal pension for those over 65. This is a policy adopted in neighbouring Bolivia, albeit for those over 60. A key challenge facing a Humala administration will be to improve the mechanisms by which social benefits are distributed. He will probably seek advice from Brazil, where social programmes have been conspicuously successful in reducing poverty and inequality. In Peru, this might mean expanding conditional cash transfer (CCT) programmes like Juntos, first introduced by Toledo but downplayed by Garcia.
Decentralisation. The process of decentralisation will probably be accelerated under a Humala administration. His most fervent support comes from outside Lima, traditionally the hub of a highly centralised administrative apparatus. Part of the explanation for Humala's success is his alliance with important regional political figures who will expect to benefit in return. However, Humala will need to square demands for greater fiscal decentralisation with the need to ensure this does not lead to irresponsible fiscal policies that jeopardise macroeconomic stability.
Foreign policy. His reputation for being anti-Chilean seems unlikely to influence policy towards Peru's southern neighbour, unless relations sour for other reasons. Both countries are involved in international litigation over their maritime frontier. A Humala government will seek to privilege Brazil as the key foreign policy reference point, avoiding becoming ensnared with relations with Venezuela. Brazil provided significant advice and assistance to the Humala campaign. Humala will seek to improve hitherto fractious relations with Bolivia. Most importantly, a Humala government would seek to maintain friendly relations with Washington -- albeit possibly more distant than his predecessor.
Impact
Peru has shown itself evenly divided throughout the campaign.
<
em>Humala convinced moderate opinion that a vote for Fujimori was a vote for the sort of governance that characterised her father's government.
A Humala government will not lead to abrupt change in economic policy, but greater attention to dealing with social deprivation.
No início de Julho, e numa programação Filho Único inserida no PRÓXIMO FUTURO (cuja programação-geral é da responsabilidade de António Pinto Ribeiro), teremos o concerto de Nozinja, Tshetsha Boys e DJ Spoko, que foram a revelação (a olhos ocidentais como os nossos) mais bombástica e fascinante da música de dança electrónica ao longo do último ano. A compilação ‘Shangaan Electro’ lançada pela editora britânica Honest Jons correu mundo e, tanto a nível de público como a nível de imprensa especializada, só colheu rasgados elogios.
Uma das coisas que adorámos em 2010 foi a compilação que a excelente Honest Jons editou de música de dança contemporânea a ser produzida hoje na África do Sul. 'Shangaan Electro New Wave Dance Music from South Africa' foi a música mais brava, surpreendente, original e fresca que ouvimos em imenso tempo. Velocidade absolutamente diabólica, electrónica de vanguarda folk, feita com enorme gosto e cor, a desenhar possibilidades de festas subsarianas futuristas e fruta fluorescente. Foi, então, facílimo dizer que sim quando nos propuseram fazer com que Lisboa estivesse no itinerário da primeira apresentação europeia destes artistas. Em palco será a total loucura, com o rei Nozinja, os Tshetsha Boys, vários dos melhores dançarinos Shangaan, e o produtor de kwaito/house DJ Spoko (que co-produziu a obra-prima "Township Funk" com o camarada DJ Mujava). Fim de tarde de domingo no Anfiteatro ao Ar Livre da Fundação Calouste Gulbenkian com promessa de eternidade.
Concerto: Shangaan Electro - Nozinja + Tshetsha Boys + DJ Spoko Local: Anfiteatro ao Ar Livre da Fundação Calouste Gulbenkian Data: 3 de Julho Horário: 19h00 Entrada: 10 Euros
Seguindo o desfecho das eleições presidenciais do Perú, eis notícia sobre o novo ciclo político e a sua relação com países vizinhos como o Chile, aqui.
E aqui uma visão sobre o impacto da chegada ao poder do nacionalista Ollanta Humala, assinada pela enviada especial do La Nacion (Argentina).
Retomando os nossos lembretes sobre a programação imperdível que se avizinha, não podiamos deixar de destacar um dos concertos mais promissores do Próximo Futuro: BALOJI (Congo/Bélgica), no próximo dia 26 de Junho (domingo), às 19h, no Anfiteatro ao Ar Livre do Jardim Gulbenkian.
Luis Soriano, um professor de uma pequena aldeia de La Gloria, Colômbia, passou os últimos dez anos a trazer livros às costas dos seus burros para as crianças das comunidades rurais... (ler mais aqui)
Foto de Guillaume Pazat/kameraphoto para o Jornal i (cf. artigo sobre "Fronteiras")
E com o fim-de-semana já próximo, aproveitamos para lembrar que este Domingo, dia 5 de Junho, dia de eleições, realizar-se-á mais uma visita guiada por Lúcia Marques à exposição "Fronteiras" (8.ºs Encontros Fotográficos de Bamako/MALI), no edifício-sede da Gulbenkian, em Lisboa.
Sendo um Domingo, dia da semana em que a entrada na exposição é sempre gratuita, apenas terá que levantar o seu bilhete na recepção. A recepção do edifício-sede é também o ponto de encontro para quem vier à visita, que tem início às 15h30 e duração aproximada de 1h, na qual se contextualizará a apresentação inédita em Portugal desta Bienal vinda do Mali, dedicando especial atenção ao papel dos curadores (comissários) e às questões decorrentes da adaptação de uma exposição itinerante.
NOVIDADE "fresquinha": o artista Délio Jasse (nascido em Luanda em 1980 e há mais de dez anos a viver em Lisboa), que no próximo dia 16 de Junho inaugurará no Jardim da Gulbenkian (projecto Chapéus-de-Sol), acabou de ser seleccionado para os 9.ºs Encontros Fotográficos de Bamako (abertura prevista para Novembro de 2011, no Mali)!
Entretanto... já sairam mais notícias na imprensa sobre as "Fronteiras" vindas de 23 países africanos via Bamako:
Carla Romero, Francisca Lewin e Macarena Zamudio: as actrizes de "Villa+Discurso"
Gostamos tanto destas duas novas peças de Guillermo Calderón que, depois de termos apresentado "Neva", no ano passado, decidimos apresentar de novo as últimas obras deste extraordinário encenador e dramaturgo chileno, com umas actrizes também elas extraordinárias. As duas peças decorrem na Villa Grimaldi, uma casa que está tenebrosamente associada ao regime de Pinochet.
O tema da primeira parte – “Villa” – é aparentemente simples: que fazer àquela casa que tem esse passado tão histórico e é uma memória a preservar da luta clandestina e da tortura? Três actrizes discutem frente a uma mesa sobre a qual está uma maqueta da Villa Grimaldi. A partir deste dispositivo realista, aparentemente simples, até banal num campo mediático, Calderón constrói uma das mais fortes, sólidas, profundas dramaturgias sobre a criação humana das artes, a validade da arte contemporânea, o debate democrático, os conflitos ideológicos, o papel da museografia. E em nenhuma situação há qualquer sinal da introdução ideológica possível do autor.
E chega a segunda parte – “Discurso” –, que decorre na mesma sala e com as mesmas actrizes. É uma ficção da despedida da Presidente Michelle Bachelet quando deixou o Palácio presidencial. Começa «Hoje não vos vou falar com palavras dóceis e esperadas…». E segue-se um manifesto do exercício do poder do ponto de vista de alguém que se assume como mulher, pediatra, optimista e socialista. E é fascinante como Calderón pega numa matéria tão arriscada, numa personagem que é considerada como a melhor presidente da história do Chile e interroga o que é o poder.
“Villa +Discurso”, do dramaturgo e encenador chileno Guillermo Calderón, sobe ao palco da Gulbenkian nos próximos dias 1 de Julho (sexta, às 19h), 2 de Julho (sábado, às 21h30) e 3 de Julho (domingo, às 22h). Os bilhetes já podem ser adquiridos on-line por aqui.
Cena do filme AFRICA UNITED, 2010, da realizadora Debs Gardner-Paterson
(Reino Unido / Ruanda / África do Sul)
A Cinemateca Próximo Futuro é singular. É uma Cinemateca que deseja que os filmes apresentados possam constituir narrativas visíveis sobre os países, as pessoas, as paisagens, os criadores oriundos dos continentes que são foco do Próximo Futuro: América Latina e Caraíbas, África e Europa.
Tal como nas edições anteriores, aqui se apresentam durante vários dias, às 22:00, no ecrã gigante instalado no ANFITEATRO AO AR LIVRE do Jardim da Gulbenkian, filmes de vários géneros, que vão do documentário à ficção.
A selecção dos filmes inclui obras antigas da história do cinema de África e da América Latina. Apresentará também pela primeira vez cinema de animação de autores africanos e será ainda possível ver, em estreia absoluta, três obras encomendadas e produzidas por este Programa a três cineastas: Vincent Moloi, João Salaviza e Paz Encina (Produtor Delegado: Filmes do Tejo).
As sinopses de todos os filmes da Cinemateca Próximo Futuro já estão disponíveis no site oficial do programa e cada bilhete/sessão custa apenas 3 Euros.
Relembramos o calendário dos visionamentos para que possa apontar o quanto antes na sua agenda:
Em Abril estavam na Alemanha e participaram no "Festival Tanztage" (Oldenburg) e em Maio foi a vez da França os receber, nos "Rencontres Choregraphiques" de Seine-Saint-Denis. Finalmente, em Junho (dias 22 e 23), chegam a Portugal, para apresentar apenas nesses dois dias o seu projecto "O Corpo é o Mídia da Dança + Outras Partes". Estamos na rota europeia de LAKKA e dos intérpretes que o acompanham!
Nascido na Uberlândia (Brasil), Vanilton LAKKA é bailarino e coreógrafo desde 1991, realizando sobretudo projectos de pesquisa e criação em torno da chamada street dance. Interessam-lhe, de um modo especial, o "uso de técnicas corporais, a formatação de trabalhos de dança em diferentes suportes e a exploração da relação arte-cidade no ambiente urbano", conforme refere no website Lakka.
As duas performances que terão lugar na Gulbenkian de Lisboa constituem duas etapas complementares de um mesmo projecto:
"O corpo é a mídia da dança?" (desenvolvido entre 2005 e 2006 no FID-Fórum Internacional de Dança)
+
"Outras partes" (dando continuidade, em 2006/2007, no programa Rumos Dança, ao processo iniciado no FID)
Perguntas com respostas nos próximos dias 22 de Junho (quarta-feira, às 21h30) e 23 de Junho (quinta-feira, às 19h)... Guarde já o seu lugar na bilheteira on-line!
AQUARIUM MATERIALIS (Pangeia Instrumentos), fotografados por MJ
Porque não queremos que perca mais um concerto único, relembramos que já pode adquirir o seu bilhete on-line para assistir ao AQUARIUM MATERIALIS, com Victor Gama e Pedro Carneiro (Angola-Portugal)!
Este concerto é composto por duas partes que terão lugar no JARDIM da Gulbenkian, no próximo dia 19 de Junho (Domingo), às 19h (parte 1) e às 22h (parte 2).
Para saber mais sobre Pedro Carneiro, Victor Gama e Aquarium Materialis/Pangeia Instrumentos, basta clicar aqui, aqui e também aqui.
Parte de "Mosaico-Mundo" (2005-2009), de Saïdou Dicko, na exposição "Fronteiras"
"Levantamos poeira ao trauma do colonialismo, entre europeus e africanos, ancorados nos Encontros de Fotografia de Bamako na Gulbenkian. Entrevista a António Pinto Ribeiro", aqui.
(in jornal Expresso, 21.05.2011, por Celso Martins)
Alguns dos artigos que têm saído na imprensa sobre "FRONTEIRAS" (exposição central dos 8.ºs Encontros de Bamako/MALI, em exibição no edifício-sede da Fundação Calouste Gulbenkian até 28 de Agosto de 2011) também podem ser consultados através dos seguintes links:
E lembramos que este próximo Domingo (dia 29 de Maio), às 15h30, haverá uma visita guiada à exposição por Lúcia Marques, na qual se contextualizará o conceito e as opções de montagem dos 8.ºs Encontros de Bamako na Gulbenkian de Lisboa, articulando a produção fotográfica desta bienal de fotografia com os trabalhos em vídeo nela incluídos. Sendo um Domingo, dia da semana em que a entrada na exposição é sempre gratuita, apenas terá que levantar o seu bilhete na recepção.
Mais informações sobre horários, bilheteiras, contactos, aqui.
Na foto: "Pied de danseuse by oliviergendrin via Flickr CC. (...) Ils ont usé de paraboles, mis en avant le langage corporel, diffusé sur Internet: les artistes tunisiens ont contourné la censure de Ben Ali pendant plus de vingt ans. Et contribué à la révolution." (para continuar a ler aqui)