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PF e PGAD apresentam... "ESTRANGEIROS" (6-27 Dez, em Maputo)!

estrangeiros

Uma parceria entre o Programa Gulbenkian Próximo Futuro (PGPF) e o Programa Gulbenkian de Ajuda ao Desenvolvimento (PGAD), com curadoria de Elisa Santos

“Estrangeiros” é a palavra mote que serve de ponto de partida para a intervenção artística de 5 artistas moçambicanos e 1 angolano, de diferentes áreas de criação. Os ocupantes estão baseados em territórios que facilmente se identificam com a temática proposta, e trazem-nos abordagens muito distintas, tanto ao nível da linguagem quanto ao nível do discurso daquilo que podem ser as leituras e os significados da palavra estrangeiro.

Eugénia Mussa, João Petit Graça, Rui Tenreiro, Sandra Muendane e Tiago Correia-Paulo, são os cinco moçambicanos que se apresentam este ano, utilizando como suporte a pintura, o vídeo, o som e a instalação de objectos, para abordarem um conceito que lhes é familiar, dado o seu percurso académico e profissional que passou pela saída do país. 

Nesta exposição feita “em casa”, feita em território “familiar”, os artistas aprofundam o olhar sobre as dimensões do que pode ser viver-se como “outro”, como “estranho”, para lá da dimensão geográfica ou fronteiriça que o tema encerra. 

Paulo Kapela, artista angolano que aborda as temáticas da cultura bantu muito para além das fronteiras políticas trará um discurso transnacional,  incitando a paz e a união dos povos,pela  criação e recriação manifestos que aliam religiosidade, misticismo e a tradição com ícones, realidades e materiais contemporâneos.

Mais sobre as "Ocupações temporárias", aqui.

PRÓXIMO FUTURO no espaço do Carpe Diem já este sábado (20 Out.) das 16h às 19h!

É já neste sábado, dia 20 de Outubro, que inaugura no espaço do Carpe Diem-Arte e Pesquisa, em boa companhia, a mais recente instalação de Hélène Veiga Gomes, concebida no âmbito do Programa Gulbenkian Próximo Futuro. Fruto de uma parceria entre o Próximo Futuro e o Carpe Diem, a instalação continuará visitável até 26 de Janeiro de 2013, de 4f a sábado, das 13h às 19h. Para ler o texto que a artista-antropóloga publicou a este propósito no Jornal Próximo Futuro n.º 11 (Outubro-Novembro/2012), basta clicar aqui.

convite carpe diem

últimos dias para ver as instalações nos jardins

Vista da instalação "Abrigo Sublocado", do artista Kboco,

no jardim do CARPE DIEM - Arte e Pesquisa (© Fernando Piçarra)

Últimos dias para ver as instalações artísticas do PRÓXIMO FUTURO, distribuídas pelo Jardim da Fundação Calouste Gulbenkian até ao próximo dia 30 de Setembro: do "Casulo" da sul-africana Nandipha Mntambo ao "However Incongruous" do colectivo indiano Raqs Media, passando pelos Chapéus-de-Sol da arquitecta Inês Lobo, que neste ano têm desenhos de Bárbara Assis Pacheco (Portugal), Rachel Korman (Brasil), Délio Jasse (Angola) e Isaías Correa (Chile).

Fruto de uma parceria entre o CARPE DIEM - Arte e Pesquisa e o Programa Gulbenkian PRÓXIMO FUTURO, a instalação do artista brasileiro Kboco foi remontada no jardim do Palácio Pombal, onde pode ser vista até o dia 24 de Setembro, de Quarta a Sábado, das 14h às 20h.

Para mais informações, basta navegar até ao site do Carpe Diem - Arte e Pesquisa.

Vista da instalação "Abrigo Sublocado", do artista Kboco,

no jardim do CARPE DIEM - Arte e Pesquisa (© Fernando Piçarra)

vencedora do "Standard Bank Young Artist Award" no Jardim Gulbenkian

Uma das instalações artísticas do PRÓXIMO FUTURO no Jardim da Gulbenkian, fotografada por Catarina Botelho. A peça chama-se Casulo, é da autoria da artista Nandipha Mntambo (nascida na Suazilândia, actualmente a viver na África do Sul), vencedora do 2011 "Standard Bank Young Artist Award for Visual Art".

O "Casulo" instalado no Jardim é visitável até 30 de Setembro de 2011.

Utilizando os media mais diversos – da pintura ao vídeo –, tem-se concentrado, nos últimos anos, num trabalho sobre a feminilidade e na sua representação e expressão a partir do corpo feminino. Interessam-lhe os temas que limitam a dimensão mágica e estranha da condição humana, com as representações das figuras míticas andróides, que lhe serviram como tema de pintura e nas quais se fez auto-retratar. Da representação bidimensional para a escultura e para a instalação é um pequeno passo – algo que permanece – e as suas esculturas em pele e resina expressam bem essa atracção por tudo o que irrompe de animal no quotidiano, seja na sua dimensão de ferocidade ou de ternura. A obra, criada propositadamente para o Próximo Futuro, conjuga a relação da natureza com a do acolhimento ao visitante que se passear pelo jardim. Ao se deparar com o “Casulo”, perceberá que, neste caso, o corpo é a medida de todas as coisas.

Hoje é o primeiro de mais 18 dias inesquecíveis na Gulbenkian

Projecto Chapéus-de-Sol no Jardim da Gulbenkian (foto: Jorge Martins Lopes) 

Começa hoje um novo ciclo de actividades do Programa Gulbenkian PRÓXIMO FUTURO e cá estamos nós para vos lembrarmos de tudo o que não podem perder nos próximos 18 dias!

De 16 de Junho a 3 de Julho há exposições, conferências, espectáculos de teatro e dança, concertos e cinema ao ar livre, tudo na Gulbenkian em Lisboa, reunindo obras de criativos de diversas geografias. Teremos o maior prazer em contar convosco neste ponto de encontro da Europa, África, América Latina e Caraíbas!

HOJE, 16 de Junho (quinta-feira)

17h00 Jardim Gulbenkian INAUGURAÇÃO ARTE PÚBLICA / Entrada Livre

NANDIPHA MNTAMBO (África do Sul)

KBOCO (Brasil)

RAQS MEDIA (Índia)

CHAPEÚS-DE-SOL

BÁRBARA ASSIS PACHECO (Portugal)

RACHEL KORMAN (Brasil)

ISAÍAS CORREA (Chile)

DÉLIO JASSE (Angola)

21h30 Sala Polivalente do CAM TEATRO / Cada bilhete: 20 Eur 

"Woyzeck on the Highveld" (África do Sul)

HANDSPRING PUPPET COMPANY, com encenação e videos de WILLIAM KENTRIDGE

AMANHÃ, 17 de Junho (sexta-feira)

09h30 Auditório 2 LIÇÕES / Entrada Livre (Tradução simultânea disponível)

ACHILLE MBEMBE (Camarões), "Democracia e a Ética do Mutualismo. Apontamentos sobre a Experiência Sul-Africana"

EUCANAÃ FERRAZ (Brasil), "Da Poesia - O Futuro em Questão"

MARGARIDA CHAGAS LOPES (Portugal), "Produção, Utilização e Partilha do Conhecimento na Economia Global"

RALPH AUSTEN (EUA), "As Grandes Incertezas da Historiografia Africanista: Existe um Tempo 'Africano' e Pode o Seu Passado Anunciar o Seu Futuro?"

21h30 Sala Polivalente do CAM TEATRO / Cada bilhete: 20 Eur 

"Woyzeck on the Highveld" (África do Sul)

HANDSPRING PUPPET COMPANY, com encenação e videos de WILLIAM KENTRIDGE 

Bilheteira on-line, aqui.

Site do PRÓXIMO FUTURO, aqui.
No Facebook, aqui.
No Twitter, aqui.

NOVA ronda de actividades já a partir de 16 de Junho!

(Desenho de Bárbara Assis Pacheco para o PRÓXIMO FUTURO)

É já nesta próxima quinta-feira, dia 16 de Junho, às 17h00, que o programa PRÓXIMO FUTURO inaugurará um conjunto de instalações e intervenções nos espaços do Jardim da Gulbenkian, de modo a dar continuidade ao contacto com a arte, equacionar a importância e pertinência deste tipo de criação e sugerir pistas de abordagem à relação das técnicas da jardinagem com as práticas artísticas contemporâneas.

O público frequentador dos espaços da Fundação Calouste Gulbenkian, e os novos visitantes, encontrarão então as propostas de arte pública desenvolvidas pelos artistas Nandipha Mntambo (“Casulo – Cocoon”), Kboco (“Abrigo Sublocado”) e pelo colectivo Raqs Media (“However Incongruous”), a par das intervenções artísticas de Bárbara Assis PachecoRachel KormanIsaías Correa e Délio Jasse nos Chapéus-de-sol concebidos pela arquitecta Inês Lobo.

O artista Délio Jasse, nascido em Luanda em 1980 e há mais de dez anos a viver em Lisboa), foi recentemente seleccionado para a próxima edição dos Encontros Fotográficos de Bamako que actualmente se expõem no edifício-sede da Gulbenkian também no âmbito do Próximo Futuro.

Os textos de apresentação bem como as notas biográficas dos artistas já estão disponíveis tanto no site como no jornal do PRÓXIMO FUTURO.

Comentários por parte do público sobre a programação do PRÓXIMO FUTURO, das artes visuais às artes performativas, sem esquecer as conferências e o cinema, são bem-vindos, tanto aqui no Blog como na nossa página no Facebook. Agradecemos a sua participação!

Eis outros links úteis para a navegação sobre o que aí vem…

Nandipha Mntambo (África do Sul)

Artthrob News 

David Krut Publishing 

Michael Stevenson

Kboco (Brasil)

Lost Art 

Na Bienal 

Galeria Marilia Razuk 

Raqs Media (Índia)

Raqs Media Collective 

Launch conversation with Raqs Media Collective

Frieze Magazine

Bárbara Assis Pacheco (Portugal)

Rachel Korman (Brasil)

Isaías Correa (Chile)

Délio Jasse (Angola)

CHILE-EUA-CABO VERDE-PORTUGAL: na rota de Magaly Ponce

Published10 May 2011

Tags cabo-verde chile eua instalação magaly ponce

Inaugura hoje às 18h, no Museu Nacional de História Natural, em Lisboa, a exposição InSight-s: Uma Instalação Multimédia em três Continentes da artista chilena MAGALY PONCE, produzida por Natércia Caneira com o apoio da Embaixada do Chile em Portugal.

No seu texto sobre esta instalação de Ponce, a directora da Sheldon Art Galleries em Sant Luis (EUA), Olivia Lahs Gonzales, explica:

Magaly Ponce explora a interacção entre a sua vida interior e a sua história pessoal num diálogo com a história das paisagens com que escolhe trabalhar e com o movimento de pessoas nesses cenários. O seu trabalho consiste geralmente de vídeos e instalações multimédia, por sua vez apoiado e reforçado na sua mensagem por meio da utilização de diversas formas de expressão incluindo a projecção, som, escultura, impressão digital, fotografia ou desenho. Nascida em Maria Elena, no Chile, uma cidade mineira de nitratos, situada no deserto de Atacama e que já não existe, as primeiras obras de Ponce versam sobre a complexidade de sentimentos por que passou enquanto crescia sob a influência de uma agressiva ditadura militar e do catolicismo – duas instituições poderosas que contribuíam fortemente para a promoção do medo e da autocensura. Ponce estudou Design Gráfico na Universidade de Valparaíso no Chile, onde ganhou a Bolsa de Vídeo Criatividade da Fundação Rockefeller, MacArthur e Lampadia. Desde que deixou o Chile em 1996 para estudar na Universidade de Syracuse, como bolseira da Fulbright, tem regressado frequentemente a casa para visitar a sua família e reflectir sobre a história de seu país e do seu papel dentro dele.

Deslocação, movimento e as complexas relações que as pessoas estabelecem com as paisagens em que vivem têm sido temas fundamentais nas investigações de Ponce, assim como questões sobre identidade, migração e exploração de recursos, tanto humanos como terrestres. No seu projecto mais recente intitulado InSight-s: Uma Instalação multimédia em três continentes, inspirado no historial baleeiro das zonas costeiras, Ponce que reside há cinco anos em Providance, Rhode Island, USA, concebeu uma exposição multimédia cumulativa que investiga variadas facetas sobre as baleias e sobre a sua exploração por parte dos sistemas económicos. Recriando a teia de ligações entre os baleeiros, baleias e os países que as caçam, Ponce apresenta a sua última exposição em vários locais em que a caça à baleia teve um papel central, incluindo Providence em Rhode Island, Praia em Cabo Verde e finalmente em Lisboa e nos Açores - Portugal.

A exposição reúne o trabalho de dois anos que Ponce desenvolveu com baleias ao largo de Plymouth, Massachusetts, contribuindo para a New England Coastal Wildlife Alliance (NEWCA), uma organização sem fins lucrativos que se dedica a proteger e conservar a fauna marinha, através do estabelecimento de um etograma sobre baleias desenvolvido para facilitar o estudo do comportamento especificamente das baleias Jubarte, e assim contribuir para a sua preservação.

Durante estes anos, ela trabalhou no Humpback Whale Ethogram Project, dirigido pela bióloga marinha Carol Carson, presidente do NECWA e  na Faculdade de Biologia do Departamento de Ciências Biológicas da Universidade Estatal de Bridgewater. A sua inspiração para realizar InSight-s  partiu do seu encontro com Carson na universidade, quando a bióloga lhe perguntou sobre a melhor forma de catalogar e digitalizar as 90 horas de vídeo captados sobre os hábitos desta espécie de baleia para um banco de dados pesquisáveis relativo ao comportamento das baleias. O etograma consistia em documentos fotográficos, mapas de localização geográfica, desenhos e vídeos do comportamento das baleias que então seriam organizadas num banco de dados de pesquisa. Ponce aceitou, juntamente com os seus alunos, participar no projecto e foi convidada a acompanhar a equipa numa missão de observação das baleias. Maravilhada com a sua dimensão e graciosidade, Ponce começou a investigar a história e diáspora da indústria baleeira e cedo se apercebeu que esta pesquisa se poderia tornar num projecto pessoal significativo.

De acordo com Ponce, a luz desempenha um papel importante na exposição, tanto metafórica como fisicamente. Esta serve não só para iluminar as peças da exposição, mas remete-nos também para os tempos em que as baleias eram importantes para a produção da iluminação antes da utilização do petróleo. Em meados do século XIX, o óleo da baleia e o seu impacto económico era provavelmente equivalente à importância que o petróleo assume na economia contemporânea. Em 1850, no auge da caça à baleia, o óleo atingiu o valor máximo de 2,50 dólares por galão. Outro tipo de luz– empregue nos vídeos de imagens em movimento – é igualmente utilizado na exposição, neste caso com o objectivo de chamar o espectador para um envolvimento mais imediato na temática, mas de uma forma mais directa. A filmagem presente na exposição deriva do trabalho acumulado durante o Verão e Outono de 2009 e da Primavera e Verão de 2010, quando Ponce colaborou nas pesquisas desenvolvidas pelo NEWCA. Ao reintegrar vídeos científicos numa abordagem artística, Ponce baseia a sua instalação na realidade vivida, criando assim uma forte declaração sobre o valor e fragilidade destes animais.

Tomadas como um todo, as partes individuais da exposição mergulham o espectador numa experiência poética relativa à interacção entre seres humanos e baleias. Ao envolver o seu público com uma variedade de materiais e técnicas, algumas fundamentadas no presente, outras no passado, algumas na ciência, e outras ligadas ao uso da metáfora artística, Ponce estimula-nos ajudando-nos a entender a sua matéria de investigação sem o fazer de forma dogmática ou com didactismo. O trabalho é eficaz em demonstrar a complexidade destes mamíferos marinhos e do seu historial com os humanos, reforçando o seu poder e mistério oferecendo simultaneamente uma variedade de imagens enriquecidas de poética e conteúdos.

Haverá uma mesa-redonda a 26 de Maio (às 19h, no Museu) e a exposição estará aberta ao público até 31 Julho de 2011.

Outros links úteis aquiaqui e também aqui.

Lúcia Marques