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"José Zaragoza inaugura exposição de pinturas em São Paulo"

Publicado11 Abr 2012

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A vida vista através das janelas pode assumir uma dimensão simbólica, como no clássico filme de Alfred Hitchcock, Janela Indiscreta - em que se estabelece uma relação voyeurística entre o espectador e a tela do cinema -, ou tremendamente real, caso das pinturas que José Zaragoza mostra na exposição que inaugura hoje a Galeria Canvas-SP. Elas, segundo o artista, "foram inspiradas pelo medo que tomou conta dos nova-iorquinos que moravam em prédios, no verão de 1985", quando circulou a notícia que um furacão, vindo de Long Island, iria arrasar Nova York em três dias. Zaragoza, que filmava um comercial na cidade e tinha um apartamento em Tribeca, ficou igualmente com medo, como qualquer morador, ainda mais quando viu que todos os vidros dos prédios amanheceram cobertos com fita crepe em forma de X para que não estourassem.

O curador da exposição, Emanoel Araújo, diretor do Museu Afro-Brasil, considerou a ideia de criar obras de arte "a partir de um elemento tão pouco inspirador e prosaico" um desafio que Zaragoza aceitou e transformou num jogo de relações entre elementos díspares - a sugestão expressionista de vultos através da janela contra o formalismo geométrico ditado pelas esquadrias. Araújo destaca uma pintura na mostra que, diz ele, se caracteriza pelo realismo estrutural. Trata-se de uma estrutura metálica que imita a moldura de uma janela que se abre. "É uma pintura objeto que sugere movimento e até pede a participação do espectador."

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A partir de 10 de abril inaugura novo espaço para as plásticas em São Paulo, a Canvas-SP Galeria, nos Jardins, dirigida por Rodrigo Brant. Nas paredes, marcando a abertura da casa, a mostra "Windows" de Zaragoza.

29ª Bienal de S. Paulo

Publicado24 Set 2010

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Jacobo Borges - Imagen de Caracas

Depois da última Bienal que ficará conhecida como a Bienal do "vazio", polémica, mas muito frustante para a maioria dos participantes, eram muitas as expectativas desta Bienal. Tanto mais que depois da reflexão supostamente provocada pela 28ª, esta deveria anunciar algo de novo no universo das artes visuais, no sistema, no mercado, na produção. E os responsáveis conseguiram. A Bienal é da responsabilidade dos curadores Moacir dos Anjos (foi  membro do conselho científico do Estado do Mundo em 2006/07) e Agnaldo Farias, e tem como autora da concepção do espaço (brilhante!) a arquitecta Marta Bogéa. O tema da Bienal são dois versos retirados do poema Invenção do Orfeu de Jorge de Lima: "há sempre um copo de mar para um homem navegar".

Gil Vicente - Autoretrato III – matando Elizabeth II

O pressuposto fundamental desta bienal é o de que é impossível separar a arte da política. E isto é notório não só na escolha das peças, mas no carácter de intervenção político da própria Bienal para o qual contribui um programa de debate intenso ao longo dos meses em que a mesma estará aberta (25 de Setembro a 12 de Dezembro). Algo que desde o início confirma o carácter político da Bienal é a ponte estabelecida entre as obras de intervenção da década de sessenta e de setenta e a actualidade. De facto, nada acontece sem História.

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Fervilhar!

Publicado24 Set 2010

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Fervilhar! Era uma metáfora que nunca tinha entendido quando aplicada a uma realidade social, até este fim de semana, quando S. Paulo se preparava para a inauguração da 29ª Bienal de Artes. Sim, a realidade fervilhava, como um magma de conversas, inaugurações, exposições, edições de livros, mesas de refeições em várias línguas, várias etnias, várias viagens nos bairros de S. Paulo. Eram, são centenas de exposições a inaugurarem a abertura da Bienal, colóquios, encontros... tudo isto no meio de uma campanha para a eleição do próximo Presidente da República do Brasil. Sim, S. Paulo fervilhava!

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