Logótipo Próximo Futuro

de "Sentimental", último livro de Eucanaã Ferraz

Publicado31 Out 2012

Etiquetas sentimental livro poesia eucanãa ferraz brasil

sentimental

de "Sentimental", último livro de Eucanaã Ferraz

 

Naquele instante

Amor só vem mais tarde, amar

só vem depois, amor é quando

tudo se foi, virá no próximo

trem, talvez no ano que vem

 

tudo será, por ora, pressentimento, 

presságio, bilhete em branco do bem

gratuito para depois de gastos vultuosos

tributos de desamor e de nada.

 

Amarmos começa no fim? Amor

se escreve ao contrário? Roma,

porém, não abrirá palácios senão,

quem sabe, no próximo feriado.

 

Moroso, é após tudo pronto

o amor quando, tardiamente,

já não damos por nada ou

damos só tempo ao tempo.


(Mais sobre o Eucanaã Ferraz, aqui...)

PORVENTURA, António Cicero

Publicado30 Out 2012

Etiquetas porventura livro antonio cícero brasil poemas

porventura

António Cícero não publicava poesia há dez anos. O último livro chamava-se "A cidade e os Livros" (publicou ensaio entretanto). Acaba de sair um livro notável, "Porventura" é o título. Uma obra evocando permanentemente os autores clássicos helenistas e latinos que ele tão bem conhece e manuseia com a sabedoria de quem tem estes autores como seus convivas.

Dois exemplos:


Desejo

Só o desejo não passa

e só deseja o que passa

e passo meu tempo inteiro

enfrentando um só problema.

ao menos no meu poema

agarrar o passageiro

Diamante

O amor seria fogo ou ar

em movimento, chama ao vento;

 e no entanto é tão duro amar

este amor que o seu elemento

deve ser terra; diamante,

já que dura e fura e tortura

e fica tanto mais brilhante

quanto mais se atrita , e fulgura,

ao que parece, para sempre:

e às vezes volta a ser carvão

a rutilar incandescente

onde é mais funda a escuridão;

e volta indecente esplendor

e loucura e tesão e dor.

[mais António Cícero, aqui]

LIÇÕES da Tunísia e do Paraguai: já AMANHÃ!

abdelwahab meddeb

Abdelwahab Meddeb

É já amanhã, 8 de Setembro (sábado), às 15h, no Aud. 3 da Gulbenkian, que teremos oportunidade de ouvir Abdelwahab Meddeb a propósito da "Primavera Tunisina" e Ticio Escobar sobre Cultura Popular (moderador: António Pinto Ribeiro, programador do PGPF). A entrada é livre e há tradução simultânea disponível (FR-PT/ES-PT).

Às 17h30, é lançado o livro de Serge Michailof - conferencista das Grandes Lições em 2011 - "A nossa casa arde a sul: para que serve a ajuda ao desenvolvimento?": uma edição Tinta-da-China com o apoio dos programas PGPF e PGAD, com apresentação de Maria Hermínia Cabral (diretora do PGAD).


8 DE SETEMBRO 2012 (Sábado)

15h00-18h00

Aud. 3 da Fundação Calouste Gulbenkian

15h00 - Depois da “Primavera Tunisina”: o futuro da liberdade na alvorada do conflito entre laicos e islamitas, por Abdelwahab Meddeb

ABDELWAHAB MEDDEB (Tunes, 1946) Poeta, romancista, tradutor, ensaísta e editor do jornal Dédale foi, em 2005, curador da exposição “West by East”, no Centro de Cultura Contemporânea de Barcelona, que reuniu obras de arte antiga e contemporânea, procurando relacionar a sociedade ocidental com o mundo árabe. É autor de vinte livros e professor de Literatura Comparada na Universidade de Paris X-Nanterre. Irá ler em francês (com tradução para inglês) excertos do seu romance “White Traverses of the Past”. Vive em Paris desde 1968.

ticio escobar

Ticio Escobar

16h30 - Cultura e arte popular: para além da memória, por Ticio Escobar

TICIO ESCOBAR (Asunção, 1947) Curador, professor, crítico de arte e promotor cultural é autor da Lei Nacional de Cultura do Paraguai. Diretor do Museo de Arte Indígena, Centro de Artes Visuales (Assunção) e ex-Presidente National Sections do Paraguai, na Associação Internacional dos Críticos de Arte. Foi Ministro da Cultura do Paraguai (2008-2012). Tem recebido, desde 1984, várias distinções internacionais pelo seu trabalho, destacando-se o reconhecimento por parte da Associação Internacional de Críticos de Arte (AICA, 2011), pelas contribuições extraordinárias no campo da crítica internacional. Publicou mais de dez livros sobre arte indígena, popular e contemporânea, entre os quais podemos encontrar “Una interpretación de las artes visuales en el Paraguay” (em dois volumes1982 e 1984); “El mito del arte y el mito del pueblo” (Assunção, 1986, Santiago de Chile, 2008), “Misión: Etnocidio” (Assunção, 1989), “La belleza de los otros” (1993), “La maldición de Nemur” (Assunção, 1999, Universidades de Murcia e Pittsburgh, 2008), “El arte fuera de sí” (Assunção, 2004, Valencia, 2010) e “La mínima distancia” (Havana, 2010). Na imprensa inclui “La invención de la distancia” (AICA).

capa do livro

17h30 - lançamento do livro "A nossa casa arde a sul: para que serve a ajuda ao desenvolvimento?" de Serge Michailof (apresentação por M.ª Hermínia Cabral, diretora do PGAD)