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Publicado5 Jul 2010

Etiquetas cinemateca próximo futuro

Troubadour

Publicado3 Jul 2010

©Pauliana Pimentel

Lula Pena em concerto no Anfiteatro ao ar livre da Fundação Gulbenkian, 02.07.2010

Música e Dança, 2 a 4 de Julho

Publicado1 Jul 2010

Etiquetas música

Lula Pena, Soundway Records Dj Set, Cribles e Lucas Santtana

O Programa Próximo Futuro está a preparar-se para um fim-de-semana de música e dança, com os espectáculos que o Anfiteatro ao ar livre e o Grande Auditório vão acolher entre os dias 2 e 4 de Julho.

LULA PENA / Sexta-feira

No dia 2, às 21h30, Lula Pena vai estar em concerto no Anfiteatro ao ar livre para apresentar ao vivo e a solo, pela primeira vez, o seu novo disco Troubadour.

“Havia uma interrogação recorrente sempre que se pensava – e graças a deus pensava-se muito – em Lula Pena. Por onde andava e porque nos víamos sucessivamente privados de ouvir novos registos da sua música, dessa maneira que tem de cantar que maravilha todos os que consigo contactam. As razões são tantas quanto as histórias, e tão puras e honestas quanto a própria música que protegem.” (Pedro Gomes, Filho Único)

SOUNDWAY RECORDS DJ SET + CRIBLES / Sábado

No dia 3, entre as 17h e as 20h, na Esplanada junto ao Centro de Arte Moderna, haverá um DJ Set por Miles Cleret, criador da Soundway Records, uma das figuras de proa de um conjunto de editoras discográficas que se tem dedicado à arqueologia musical na América Latina e Caraíbas, África, Médio e Extremo Oriente. Recentemente lançaram os álbuns “Nigeria Special Volume 2”, compilação de afro beat, high life, blues da Nigéria da década de 1970, e “Panamá! 3”, compilação diversificada de sons caribenhos, provenientes da estimulante cena do Panamá. A entrada é livre.

Às 21h30, no Grande Auditório, estreia nacional de Cribles, a mais recente criação da coreógrafa francesa Emmanuelle Huynh. Com música de Iannis Xenakis, sobre esta dança, diz a coreógrafa que se tratou de, “através de uma forma simples, fazer aparecer as festas, as sagrações, as danças nupciais, guerreiras, as procissões, os movimentos uníssonos como os dissonantes, até os movimentos de pernas que evocam a comédia musical”. Este espectáculo será apresentado a 7 de Julho, no Auditório de Serralves.

LUCAS SANTTANA / Domingo

Lucas Santtana é um músico com consciência suprema das suas coordenadas culturais. (…) É um artista que sabe que é pós-moderno, e que vê o seu reflexo num país onde o pós-modernismo é um acto de consciência histórica (…) – The New York Times

Primeiro concerto em Portugal do músico brasileiro Lucas Santtana, dia 4, às 19h, no Anfiteatro ao ar livre. Trata-se de um artista difícil de catalogar: as suas composições estão ligadas à tradição da Música Popular Brasileira, mas também absorvem influências que vão do Afrobeat ao Dance Hall, passando pelo Dub, a Electrónica e o Funk Carioca, entre outras. Lucas Santtana vem apresentar sobretudo temas do seu último disco, Sem Nostalgia (2009). Veja o vídeo da música “Cira, Regina e Nana”

Preço dos bilhetes: 10 euros. Entrada livre até aos 14 anos para os concertos no Anfiteatro ao ar livre (Lula Pena e Lucas Santtana).

Última lição do ciclo, pelo escritor Alan Pauls

Publicado1 Jul 2010

Etiquetas argentina lições literatura

 

2 de Julho, sexta-feira. 18h30

Auditório 2. Entrada livre

Transmissão em directo online:  http://live.fccn.pt/fcg/

POSSIBILIDADES DE VIDA: LITERATURA E POÉTICAS EXISTENCIAIS

Alan Pauls

«Todo o escritor fabrica uma personagem conceptual para escrever sem escrever, para continuar a fazer literatura, onde não há outro suporte para além do ‘aqui e agora’ da experiência o que, à falta de uma palavra melhor, chamamos ’vida‘. Essas personagens conceptuais não são circunstanciais. São o próprio resultado daquilo que escrevem: a verdadeira obra das suas obras e, frequentemente, a obra-prima. Na invenção dessas máscaras estratégicas, espreitam formas inovadoras de colocarem a literatura e a vida em pé de igualdade.»

Um dos melhores escritores latino-americanos vivos, Roberto Bolaño (1953-2003) sobre Alan Pauls.

ALAN PAULS é escritor e nasceu em Buenos Aires (Argentina), em 1959. Publicou ensaios sobre cinema, literatura e artes visuais. É autor dos romances “El pudor del pornógrafo”, “El colóquio”, “Wasabi”, “El pasado” (prémio Herralde 2003), “Historia del llanto" e "Historia del pelo”, e dos ensaios “Manuel Puig. La traición de Rita Hayworth”, “Lino Palacio: la infancia de la risa”, “El factor Borges. Nueve ensayos ilustrados e La vida descalzo”. Os seus livros foram traduzidos para mais de doze idiomas.

Paseo

Publicado1 Jul 2010

Etiquetas chile cinemateca próximo futuro





1 de Julho, quinta-feira. 22h

Anfiteatro ao ar livre da Fundação Gulbenkian

Paseo, do chileno Sergio Castro San-Martin, começa por ser um filme on the road, através da auto-estrada que liga Santiago ao norte do país, circulando no sopé da cordilheira. Uma mãe leva o seu filho adolescente a ver o pai, de quem se separou há dez anos. São poucos os diálogos, apenas os essenciais, curtos e directos. O som que acompanha todo o filme é uma partitura cuidadosamente elaborada a partir dos ruídos da auto-estrada, do latido de cães, do som da siderurgia onde trabalha o pai, do chapinhar da água no lago, do som das ondas do Pacífico, do arfar de desejo do adolescente. O resultado e a interiorização do filme no espectador é subtil na forma e cúmplice na interioridade. Mais uma vez (como em muita da cinematografia chilena), o pai está ausente e é a mãe que toma as decisões. Nesta narrativa surpreendente, depois de ter levado o filho a conhecer o seu pai, a mãe acaba por partir sozinha, deixando-o entregue ao pai num dia em que este ensina o filho a disparar a sua carabina. Prémio do Júri do Festival de Cinema do Chile de 2009 – Sanfic5 - e seleccionado para os mais importantes festivais de cinema independente.

Para informações sobre as próximas sessões de cinema ao ar livre (6 a 10 de Julho), por favor consulte o nosso site.

Lição de Helena Buescu

Publicado1 Jul 2010

Etiquetas lições

1 de Julho, quinta-feira. 18h30

Fundação Gulbenkian. Entrada livre

LITERATURA-MUNDO: OBSERVAR EM PORTUGUÊS

Helena Buescu

«As intersecções entre os actuais debates em torno da literatura-mundo (conceito proposto para a tradução para português de world literature) e a dimensão transversal da lusofonia. A radicação comparatista da literatura-mundo e a integração do ponto de observação em português, num paradigma que, a ele, não se limita. Algumas implicações simbólicas e políticas.»

HELENA BUESCU é Professora da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, onde fundou e dirige o Centro de Estudos Comparatistas. Tem leccionado e investigado, na qualidade de visitante, em numerosas universidades estrangeiras (europeias, norte-americanas e brasileiras). Tem vários livros publicados em Portugal e no estrangeiro, como autora e co-autora, sendo os seus últimos livros  Emendar a Morte. Pactos em Literatura (2008) e Literatura e Direito. Mundos em Diálogo (co-coordenação, 2010). É membro da Academia Europaea.

Quase a explodir

Publicado30 Jun 2010

Etiquetas cinemateca próximo futuro méxico






30 de Junho, quarta-feira, às 22h

Anfiteatro ao ar livre da Fundação Gulbenkian

Carregado de uma energia contagiante, o filme mexicano Voy a Explotar gira em torno da fuga romântica de Roman, 15 anos, filho de um respeitado embora corrupto político mexicano, e Maru, uma adolescente introvertida de classe média.

«A terceira longa-metragem do realizador Gerardo Naranjo chega-nos com uma forte recomendação: entre os seus muitos produtores executivos contam-se Gael Garcia Bernal e Diego Luna, melhores amigos de infância na vida real que interpretavam os adolescentes melhores amigos Julio e Tenoch, numa viagem com uma mulher de trinta e poucos anos no filme Y Tu Mama Tambien, um marco no cinema mexicano. E quando ficamos a saber que Naranjo foi ele próprio um adolescente rebelde em Salamanca (México), onde nasceu, e que aí fundou um cineclube universitário chamado Zéro de Conduite, nome da pequena obra-prima de Jean Vigo sobre a revolta dos alunos de uma escola, não nos surpreende que o seu filme Voy a Explotar seja sobre jovens em fuga. O que é invulgar é a forma como o filme evita muitos lugares-comuns dentro do género “Jovens Incompreendidos”. (…) O casal desesperado que tenta deixar para trás a grande cidade traz-nos à memória Pierrot le Fou, de Godard.» – John Walsh, The Independent, Jan. 2010

«Acho que nunca tinha visto um filme em que dois amantes em fuga não tivessem razões para se revoltarem. No México, neste momento, vivemos um período muito particular da história. Andamos distraídos com os media, a moda, a televisão, e não sabemos para que lado nos havemos de virar. Por isso quis mostrar neste filme um casal que tenta fazer uma revolução, sem ter nada a que se agarrar. Não têm livros, não têm filmes, estão perdidos, sem referências. Espero que Voy a Explotar possa servir como inspiração aos miúdos mexicanos para irem à procura de qualquer coisa em nome da qual possam lutar.» – o realizador, Gerardo Naranjo, em entrevista à Time Out de Londres, Jan. 2010

Lição de Victor Borges

Publicado30 Jun 2010

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30 de Junho. 18:30

Auditório 2. Entrada livre

DESAFIOS DE DESENVOLVIMENTO: TRANSFORMAÇÕES SOCIETAIS E PRÓXIMO FUTURO.

Victor Borges

«Será que as forças exógenas e globais de transformação do mundo, as agendas de desenvolvimento dos Governos e as tendências internas e profundas das sociedades são espontaneamente compatíveis e/ou harmonizáveis? Será que a globalização e, particularmente, a revolução das TIC’s deixam espaços e credibilidade para ’projectos de sociedade‘? Deixar acontecer ou fazer acontecer o ’próximo futuro‘? Eis a questão!

Como antecipar ou criar o ’próximo futuro‘ sem cair no messianismo ou na resistência vã ao poder crescente - político, económico, social e mágico-sedutor - da ciência e da tecnologia sobre indivíduos e sociedades? Que implicações para a governação dos países (desenvolvidos e em desenvolvimento) e para as relações de cooperação internacional? A Lição pretende debater a (in)aceitabilidade da ideia (ou ilusão) de gestão das transformações societais, os desafios, dilemas e limites para a acção dos agentes de mudanças (teleológicas) - os ’desenvolvedores’.»

VICTOR BORGES nasceu em Assomada, Cabo Verde, em 1965. É Membro do Conselho de Administração do Instituto da UNESCO para a Aprendizagem ao Longo da Vida, em Hamburgo. Mestre em Psicologia pela Universidade de Paris, frequentou o doutoramento em Educação e Desenvolvimento na mesma Universidade. Foi Ministro dos Negócios Estrangeiros, Cooperação e Comunidades, Ministro da Educação e da Valorização dos Recursos Humanos e Ministro da Educação, Cultura e Desporto. De entre os seus domínios de interesse e intervenção, destacam-se as áreas de planeamento e reforma educativa, a cultura e as mudanças sociais e o desenvolvimento, social, local e urbano.

Orchestre Poly-Rythmo na Fundação Gulbenkian

Publicado29 Jun 2010

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Photo: Joël Vacheron

(aqui)

Próxima sessão de cinema ao ar livre

Publicado28 Jun 2010

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LOS VIAJES DEL VIENTO

Ciro Guerra, Colômbia, 2008, cor, 118’

29 de Junho, terça-feira, 22h

Anfiteatro ao ar livre da Fundação Gulbenkian. Preço: 3 euros

Filme legendado em português




 
«A música é uma parte importante da vida dos colombianos, acompanha-os em cada momento, desde que nascem, durante o crescimento, desde o primeiro amor até à morte – a música está sempre presente.» - Ciro Guerra, realizador

«As paisagens magníficas e variadas da Colômbia desempenham um papel central neste filme de Ciro Guerra (…) Através desta dupla fora do comum [Ignacio e Fermín], Guerra cria uma homenagem evocativa dos encantos da sua terra natal e da música dos seus celebrados acordeonistas. (…) Enquanto ponto alto do filme, o duelo de acordeões é tão dramático e inesperado que se torna uma experiência simplesmente imperdível.» - Diana Sanchez, Toronto International Film Festival

Lição de Mamadou Diawara (Mali)

Publicado28 Jun 2010

Etiquetas lições

29 de Junho, terça-feira, 18h30

Auditório 2. Entrada livre

Transmissão em directo online:  http://live.fccn.pt/fcg/

MÉDIA, MÚSICA E NORMAS EM ÁFRICA

Mamadou Diawara

O conhecimento é criado de acordo com normas, que são adaptadas, reajustadas e alteradas em função do meio e dos actores envolvidos. Aqui, a cidade e os seus moradores ou, por outras palavras, o contexto moderno, assumem um papel muito significativo. A música e a performance foram, e são, principalmente, um fenómeno social, político e económico, altamente complexo. Esta comunicação analisa as formas como as pessoas envolvidas no mundo da música, em África, se referem aos diferentes registos de referências, em função das circunstâncias, para produzir e vender o seu produto. Por um lado, estes registos podem ser tão imediatos como os locais para onde costumam emigrar, na Europa e na América, por exemplo; também podem ser a cidade, a aldeia e os media modernos (rádio, televisão, telemóveis, web). Por outro lado, podem parecer tão distantes e abstractos como os antepassados e os velhos meios de comunicação locais. Que ligações há entre a produção contemporânea e a criatividade na África dos nossos dias? Como se transformarão as normas instituídas no passado e como serão elas vendidas no mercado mundial?

MAMADOU DIAWARA é director do Institut für Historische Ethnologie, professor de Antropologia e subdirector do Frobenius Institut na Universidade Johann Wolfgang Goethe, em Frankfurt/Main. É doutorado em Estudos Africanos (História e Antropologia) pela EHESS, em Paris. Desde 1997, é director fundador do “Point Sud”, no The Center for Research on Local Knowledge, em Bamako, no Mali. Entre 1996 e 1997, foi professor de Antropologia e História “Henry Hart Rice”,do Yale Center for International and Area Studies, na Universidade de Yale, e, entre 2002 e 2003, foi professor de História na Universidade da Georgia, Athens, nos Estados Unidos.

Tout Puissant Orchestre Poly-Rythmo

Publicado25 Jun 2010

Etiquetas benim

Orchestre Poly-Rythmo de Cotonou

27 de Junho, domingo, às 19h

Anfiteatro ao ar livre da Fundação Gulbenkian

Banda lendária do Benim, que tocou várias vezes com Fela Kuti. Se perguntarem por eles nos bares e nas casas nocturnas de Cotonou, a resposta que ouvirão será sempre: “Poly-Rythmo? Que banda incrível!”

A Orchestre Poly-Rythmo de Cotonou foi formada em 1969, produzindo um som ligado aos ritmos complexos das cerimónias sagradas do voodoo do Benim, que teve muito menos exposição do que a música da santeria cubana, o voodoo haitiano ou o candomblé brasileiro. Pegando nos sucessos musicais que nessa altura se ouvia no Ocidente, a Orchestre Poly-Rythmo criou um repertório tão original como explosivo.

Tornar-se-iam conhecidos no Benim e em toda a África Ocidental, gravando mais de 500 canções. Começaram por comprar instrumentos eléctricos através do seu promotor local, mas quando ele partiu para se juntar à mulher em Paris, as coisas complicaram-se. “As nossas famílias pressionavam-nos para deixarmos de tocar”, conta Mélomé Clément, fundador e líder da Orchestre Poly-Rythmo. “Depois com Pierre Loko (sax), Gustave Bentho (baixo), Maximus Ajanohoun (guitarra) e Eskill Lohento (voz) tornámo-nos a banda residente no clube Canne à Sucre”. O proprietário da loja Poli Disco comprou-lhes instrumentos e queria que se chamassem Poly-Orchestra. Escolheram então o nome “Tout Puissant Orchestre Poly-Rythmo” porque tocavam todos os tipos de ritmo e porque pareciam electrificados.

Lição do arquitecto Pablo Brugnoli, este sábado

Publicado25 Jun 2010

Etiquetas chile lições

26 de Junho. 18:30

Auditório 2. Entrada livre

Transmissão em directo online:  http://live.fccn.pt/fcg/

CIUDAD SUR

Pablo Brugnoli

“Ciudad Sur” é o traçado dos movimentos das ideias e dos corpos que se deslocam pelo cone sul da América. O interesse comum consiste no repensar as nossas cidades, a partir do próprio local, com ferramentas que falem mais sobre os sistemas organizacionais tendentes a uma reconstrução comunitária do que sobre postais exóticos. “Ciudad Sur” é uma revisão de ideias, práticas e projectos de grupos de trabalho, colectivos, arquitectos e artistas, que estão a trabalhar nestes temas desde há 10 anos na Argentina, Brasil, Chile e Uruguai.

PABLO BRUGNOLI ERRÁZURIZ nasceu em 1975, em Santiago. É Arquitecto pela Universidad Católica de Valparaiso (2001), académico em diversas universidades no Chile, director de SPAM_arq, "Plataforma para la exploración y difusión de las nuevas condiciones de la ciudad actual", editor da revista SPAM_mag, publicação do grupo, e da revista Materia Arquitectura, da Escola de Arquitectura da Universidad San Sebastián. Proferiu conferências na Argentina, Chile, Brasil, Uruguai, Espanha e Dinamarca. Recentemente, participou como co-curador da exposição internacional “Post-it City”.

Hechos Consumados, este fim-de-semana

Publicado25 Jun 2010

Etiquetas chile teatro





25 e 26 de Junho (sexta e sábado), 21:30           

Grande Auditório da Fundação Gulbenkian

HECHOS CONSUMADOS (Chile)

Companhia Teatro La Memoria

Encenação: Alfredo Castro

Autor: Juan Radrigán

Com: Amparo Noguera, José Soza, Rodrigo Pérez y Felipe Ponce.

Façamos o seguinte exercício especulativo: se Beckett fosse chileno como teria escrito? Como teria encenado? É um mero exercício sem resposta digna de qualquer crédito científico. E, contudo, ao vermos “Hechos Consumados” e a sua encenação e cenografia, é de Beckett que muito nos lembramos.

apr

José del Pozo na Fundação Gulbenkian

Publicado25 Jun 2010

Etiquetas américa latina lições

Esta sexta-feira, dia 25 de Junho, o historiador chileno José del Pozo vai estar no Auditório 2, às 18h30, para proferir a lição América Latina: Perante uma Redefinição da Região?

Como sempre, pode acompanhar estas intervenções online, em directo, aqui. Entretanto relembremos o que aqui ficou escrito, em Agosto do ano passado:

«Já está disponível a segunda edição revista e actualizada da Historia de América Latina y del Caribe do historiador chileno José del Pozo. É uma obra de referência para um conhecimento profundo deste Continente político, geográfico, económico e cultural. Tem como qualidades evidentes a clareza da linguagem, a exposição de factos, o recurso às estatísticas e a convocação de outras obras de autores especialistas nesta questão. Para quem constitui um enigma o tipo de evolução histórica dos países que constituem esta região, o livro historiciza, expõe dados, explicita a partir de factos. Tem ainda o mérito de combinar a história económica com a história política e dividindo esta história por períodos torna claro os progressos ou os retrocessos de políticas e de regimes adoptados. Para explicar as situações de desigualdade social, de regimes totalitários que aconteceram, de violência que caracteriza esta região, José del Pozo é claro: tal se deve a uma violência desde a conquista sobre os indígenas (que hoje permanece tomando outras formas), o militarismo que se seguiu às independências e que se traduziu na apropriação pelos militares de direitos, regalias, poderes e de recursos, todos eles excessivos, a formação de oligarquias despotistas de uma pequena elite de proprietários associados aos militares, guerras éticas permanentes, conflitos entre países vizinhos, a incapacidade de superar a crise mundial de 1929, interferência e agressão dos EUA (excepto no período Roosevelt) e mais tarde o alastramento da Guerra Fria a esta região do globo, a excessiva dependência do comércio externo, incapacidade de criar regimes democráticos permanentes. Mais recentemente a partir de 1990 e depois do período populista generalizado, o autor avalia a evolução generalizada do neo-liberalismo que, segundo ele, em nada resolveu os problemas centrais dos conflitos étnicos, a redução necessária da distância entre ricos e pobres (são impressionantes os dados sobre os multimilionários latinos e os níveis de pobreza) e o acesso à educação. Ressalvando as diferenças que existem na actualidade entre os países, seus regimes e seus líderes o autor termina a obra assumindo que um melhor horizonte para os países mais críticos passa pela defesa de governos mais comprometidos com a justiça social e desenvolvimento nacional, por uma atenção especial às questões éticas e, em especial e uma maior autonomia no contexto internacional. Uma cronologia que se inicia com a Guerra da Sucessão Espanhola (1700-1713) e acaba com o plebiscito em Março de 2009 na Venezuela que permite uma re-eleição constante de Hugo Chávez demonstra a ambição legítima desta obra. Em jeito de comentários por períodos históricos o autor faz uma história da cultura popular e erudita destes países, sendo assim possível recordar e sistematizar os clássicos destes países, as suas influências e as personagens históricas: de José Maria Velasquez a Jennifer López.»

apr

When We Were Black, 23 e 24 de Junho

Publicado23 Jun 2010

Etiquetas áfrica do sul cinemateca próximo futuro

23 de Junho, quarta-feira (1ª parte)

24 de Junho, quinta-feira (2ª parte)

Anfiteatro ao ar livre, 22h

When We Were Black conta em dois episódios uma história sobre a passagem para a idade adulta, mas também sobre a forma como a história e a política podem moldar a identidade individual. O filme procura fazer análise de como as identidades e as histórias pessoais podem coincidir e relacioná-las com acontecimentos políticos mais abrangentes. É um filme complexo, encantador e inteligente, com um apelo universal.

Esta mini-série foi rodada para televisão em quatro semanas, entre Setembro e Outubro de 2006. Premiada em sete categorias, incluindo a de Melhor Realização e de Melhor Série Dramática de Televisão, nos South African Film and TV Awards, em 2008 também esteve em competição na 21ª edição dos Rencontres Internationales de Television de Reims (França).

When We Were Black conta com um convidado especial no elenco, o actor sul-africano Presley Chweneyagae (conhecido por ter entrado no filme Tsotsi, vencedor em 2005 do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro), que no filme recita o poema histórico de Ingoapele Madingoane "Africa my Beginning".

Ingoapele Madingoane é o nome cimeiro de uma geração de poetas que trabalhava no Soweto no final dos anos 70, autor da obra seminal da literatura de “consciência negra” sul-africana, Africa my Beginning, publicada pela Ravan Press em Joanesburgo, em 1979. O livro foi banido pelas autoridades do apartheid dois meses depois de ser publicado. O poema, que se seguiu a um outro épico “Black Trial” (Julgamento Negro), foi largamente recitado por Ingoapele no Soweto, antes e depois da sua publicação e subsequente proibição. Acabou por tornar-se tão popular junto dos mais jovens que muitos miúdos e estudantes no Soweto sabiam o poema inteiro de memória. Ingoapele Madingoane morreu em 1996.

Lição de Ruth Simbao, 24 de Junho

Publicado23 Jun 2010

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24 de Junho, quinta-feira.

18:30, Auditório 2. Entrada livre

Transmissão em directo online:  http://live.fccn.pt/fcg/

O AFROPOLITANO ’LOCAL’: NOVAS GEOGRAFIAS NA ARTE AFRICANA CONTEMPORÂNEA, por Ruth Simbao (África do Sul)

A arte contemporânea de África e da diáspora africana é, muitas vezes, orientada pelos mundos da arte europeia e norte-americana, que destacam a sua inclinação unidireccional para ’Norte’. Esta apresentação reenquadra as políticas geo-espaciais do mundo da arte contemporânea, definindo o ’Sul‘ como nexo de cosmopolitanismos ’locais‘ e movimentos e diásporas intra-continentais. Explorando a especificidade do sítio, procura novas formas de discutir o ’local‘, num momento contemporâneo de globalização e desterritorialização. A apresentação foca-se na arte contemporânea da Zâmbia e da África do Sul, desmontando a esperada ’autenticidade‘ e resultante xenofobia de um contexto pós-nacional de ’construção da nação no exílio’.

RUTH SIMBAO é professora associada de História de Arte Africana e Cultura Visual na Universidade de Rhodes, África do Sul. É doutorada pela Universidade de Harvard e foi galardoada com o Rhodes University Vice Chancellor’s Distinguished Research Award (2009). Publicou em várias revistas académicas, entre as quais African Arts, Art South Africa, Third Text, Parachute, Fuse, Mix e NKA: Journal of Contemporary African Art.

Um filme, duas histórias

Publicado22 Jun 2010

Etiquetas cinemateca próximo futuro peru





A realizadora peruana Claudia Llosa aborda de forma crítica nesta obra uma época negra da história do seu país. Constituída em 2001, a “Comissão da Verdade e da Reconciliação” (CVR) já registou cerca de 70 mil assassinatos, bem como inúmeras violações, raptos e outros abusos de direitos humanos no período entre 1980 e 2000. Como metáfora da sociedade actual peruana, o filme descreve com mestria a dor de um país, ao lidar com os seus traumas e os seus mortos. A realizadora consegue narrar duas histórias num só filme, mas com um final significativo: acredita na redenção.

La Teta Asustada (Peru, 2009), de Claudia Llosa

Esta terça-feira, 22 de Junho, às 22h

Anfiteatro ao ar livre da Fundação Gulbenkian

Carlos Monsiváis (1938-2010)

Publicado21 Jun 2010

Etiquetas literatura méxico

Morreu “o último escritor público” do México
21.06.2010 - 17:26 Por Sérgio C. Andrade

Em meados da década de 1990, José Saramago encontrou-se com o seu companheiro mexicano das letras Carlos Monsiváis na defesa da causa zapatista em Chiapas. No último fim-de-semana, o destino voltou a juntar os dois vultos da literatura: faleceram ambos, Saramago, na sexta-feira, Monsiváis, no sábado, igualmente vitimados por doenças que se tinham manifestado anteriormente. 

Carlos Monsiváis sucumbiu aos 72 anos, não tendo conseguido recuperar de um fibrose pulmonar que tinha obrigado ao seu internamento, no dia 1 de Abril, no Instituto Nacional de Ciências Médicas e Nutrição Salvador Zubirán, na Cidade do México.(...)

Notícia no Público online

Zeitgeist ranking

Publicado21 Jun 2010

Etiquetas cidades

As 20 cidades 'do momento' (2010).

O Silêncio de José Tolentino Mendonça e o cinema de Claudia Llosa

Publicado21 Jun 2010

Etiquetas cinemateca próximo futuro lições

Programa para dia 22 de Junho, terça-feira:

18h30, Auditório 2

O SILÊNCIO, por José Tolentino de Mendonça

Depois de “Wittgenstein” e de “Padres do Deserto”, depois dos “4 minutos e trinta e três segundos”, de John Cage, e de “Séculos de Prática Conventual”, depois de Susan Sontag e de Dionísio Areopagita, que sabemos sobre o silêncio?

JOSÉ  TOLENTINO MENDONÇAnasceu em 1965. Fez o doutoramento em Teologia, na Universidade Católica Portuguesa (Lisboa), com uma tese que aplica uma metodologia de análise literária ao texto bíblico. É, actualmente, professor de Estudos Bíblicos, na Faculdade de Teologia, da mesma Universidade, e desenvolve a sua pesquisa na área do Novo Testamento. Dirige a Revista Didaskalia e o Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura. É poeta e tradutor.  

22h, Anfiteatro ao ar livre

LA TETA ASUSTADA, de Claudia Llosa

Peru, 2009, cor, 95’

Filme da realizadora peruana Claudia Llosa (Lima, 1976) cuja história parte do facto da jovem Fausta (Magaly Solier) acreditar na lenda de ser portadora de uma doença rara, chamada "teta asustada", transmitida pelo medo e sofrimento através do leite materno, porque a sua mãe foi estuprada por terroristas num momento muito difícil no Peru, na década de 1980. A partir desta história, a realizadora desenvolve uma narrativa que assenta nos mecanismos ambíguos de distância e de proximidade, que condicionam todo o comportamento da protagonista. Guardar distância para conservar a autonomia, a frágil segurança, os seus recursos como pessoa e como trabalhadora; procurar a proximidade face à comunidade a que pertence, aos ritos populares de identificação, à beleza estonteante da natureza. Um filme de encantatórias imagens e de uma interpretação excelente de Magaly Solier. “La Teta Asustada” ganhou o Urso de Berlim de 2009 e foi seleccionado como candidato ao Óscar de 2010, para Melhor Filme Estrangeiro.

Lição de Alexandra Barahona de Brito

Publicado20 Jun 2010

Etiquetas américa latina lições

AMÉRICA LATINA: LONGUE DURÉE E CONJUNTURA

21 de Junho, segunda-feira, 18h30, Auditório 2 

Quando analisamos a América Latina, podemos interpretar o que se passa por lá, através de várias ópticas: ou nos concentramos nos seus aspectos cíclicos ou reparamos nas continuidades subjacentes fundamentais ou, então, adoptamos uma perspectiva mais jornalística. O prognóstico que traçarmos, sobre as perspectivas do futuro da região, será realçado pela maneira de examinarmos a sua evolução. Neste sentido, referirei aqui grandes melhorias, identificarei alguns dos principais ciclos e, por fim, farei uma previsão, tentando interpretar o que se passa na actualidade e o que é possível esperar nos próximos anos. Reconhecer a diversidade interna da América Latina, independentemente das características partilhadas, é uma forma de evitar as armadilhas de uma simples história e, em vez disso, apresentar aquilo a que Chinua Achebe chama de ‘oscilação de histórias’.

   

ALEXANDRA BARAHONA DE BRITOé professora no departamento de Sociologia do ISCTE-IUL e investigadora independente e consultora editorial. Foi investigadora principal associada no Instituto de Estudos Estratégicos e Internacionais (IEEI), em Lisboa. É mestre e doutorada pela universidade de Oxford e tem publicado artigos e livros sobre justiça de transição, direitos humanos, democratização e relações Europa-América Latina, entre as quais se contam “Human Rights and Democratization in Latin America: Uruguay and Chile”(Oxford University Press 1997), e “The Politics of Memory: Transitional Justice in Democratizing Societies”(Oxford University Press 2001).

Notas sobre a lição de Néstor García Canclini

Publicado20 Jun 2010

Etiquetas lições






"Canclini falou de iminência, das impressões artísticas, do artesanato, do desenho, traçando a passagem da tradição para a novidade, não o carácter antigo e sedimentado mas o valor assumido e distinto. Falou também da antropologia, uma espécie de recuperação - que partilha saberes das outras disciplinas - em que se escutam os actores sociais, os comportamentos da vida quotidiana, não as grandes teorias mas a aceitação que os autores se exprimem de muitas maneiras, a multiculturalidade." (no blogue Indústrias Culturais, onde também se faz o relato da intervenção de Néstor García Canclini no Centro de Estudos de Comunicação e Cultura, UCP, no dia seguinte)

É Março e é Natal em Ouagadougou

Publicado20 Jun 2010

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Alexandra Lucas Coelho e António Pinto Ribeiro na apresentação de É Março e é Natal em Ouagadougou, livro de viagens de António Pinto Ribeiro, acabado de editar pela Cotovia. (Foto de Rogério Santos)

"Este viajante é um leitor. Não sei se é possível viajar verdadeiramente sem livros, mas António Pinto Ribeiro viaja com livros e nos livros. Há literalmente fragmentos aqui que não estão situados num lugar, são viagens só através de livros. Mas o que acontece em quase todos os fragmentos é haver um lugar, ou um percurso, e esse lugar ter um livro, ou mais que um, por vezes completamente inesperado.(...)

O viajante é veloz, mas também sabe parar… Pára em canyons e desfiladeiros na África do Sul, e na fila de trânsito da Cidade do México, essa cidade impossível, cidade-prisão de 28 milhões. Mas pára também naquela pequena praça, ao fim da tarde na Cidade do México, onde uma mexicana de cabelo negro e trança atada com uma fita vermelha vende ramos de alcachofras e sorri.(...)

São imagens como esta que nos põem em movimento, um movimento livre, porque são também criadas por nós, não estão numa fotografia nem num ecrã. As imagens dos livros são criações conjuntas, de quem escreve e de quem lê.(...)

Para saberem porque é que é Natal em Março em Ouagadougou têm de chegar lá, à página 33. Só é Natal em Março em Ouagadougou nessa página."

Alexandra Lucas Coelho, in O leitor viajante, texto de apresentação lido na livraria Pó dos Livros, 16 de Junho de 2010.

"O livro descreve cidades da China, da África, da Europa e, claro, o Brasil, país luminoso para o autor. Lê-se: Brasil imenso, Brasília, Rio de sol, na terra dos gaúchos, Inhotim. Para Pinto Ribeiro, o Brasil é o futuro e os brasileiros nascem já criativos (aprenderam connosco durante alguns anos, disse, divertindo-nos). Sobre Portugal, afinal, está descrente. E também da Europa. O mundo hoje faz-se na China, na África, na América latina.

Texto mais sombrio, nas palavras da apresentadora - cidade do México. Cidade ingovernável, disse o autor. Cidade que mais o encantou - Bogotá -, como que desfazendo preconceitos." (Rogério Santos, no blogue Indústrias Culturais)

"Utilizo o teatro como canal privado de participação"

Publicado19 Jun 2010

Etiquetas chile neva teatro

NEVA, confirma Guillermo Calderón [o encenador], é um texto muito chileno, muito da prodigiosa idade dos porquês que o Chile ainda não deixou para trás, sobre o fracasso das melhores utopias políticas (um texto passado em 1905 que sabe exactamente o que vai acontecer depois de 1917), mas também é um texto muito universal sobre o sentido de fazer (e de ver) teatro enquanto lá fora, na vida verdadeira, se mata e se morre: "Começámos a ensaiar esta peça em 2006, no ano mais difícil da Guerra do Iraque, e tivemos de lidar com esse problema: para quem e para quê fazer teatro quando há tanta violência na rua? O que é que se pode fazer quando lá fora há uma matança política?" Ele [Guillermo Calderón] tem uma maneira de lidar com o problema: "O teatro é a minha maneira de fazer política, uma maneira de ter voz e de ser ouvido. Utilizo o teatro como canal privado de participação." - Entrevista de Guillermo Calderón ao Ípsilon, 18/06/10, p.43
NEVA, da Compañia Teatro en el Blanco, é apresentada este sábado e domingo, às 21h30, no Grande Auditório da Fundação Gulbenkian. Preço: 10 euros.