[Lilla Benzid / Cortesia da artista]
É já no mês de Maio que arranca oficialmente a nova temporada de actividades teórico-práticas do Próximo Futuro, marcando assim a entrada no seu terceiro ano de existência.
Iniciado em Janeiro de 2009 como um exercício de investigação e criação sobre a realidade pós-colonial no triângulo Europa-África-América Latina e Caraíbas, este Programa tem proposto diversas abordagens culturais e artísticas através da realização de workshops de investigação e conferências, espectáculos de teatro e dança, concertos, ciclos de cinema e exposições, procurando reflectir sobre as novas “vizinhanças” no espaço e no tempo. E como elas fazem sentido num presente cheio de contestações sociais e mudanças políticas (ou a sua tentativa) nesta geografia triangular e nas suas ramificações!…
A 12 de Maio realiza-se precisamente o 5.º workshop de investigação, aberto ao público interessado e dedicado ao “ESTADO DAS ARTES EM ÁFRICA E NA AMÉRICA DO SUL”.
À semelhança dos anteriores, é organizado em parceria com centros de estudos universitários e conta com as comunicações de:
o Magdalena López (Centro de Estudos Comparatistas/UL, dedicada aos “Imaginarios post-utópicos en la actual narrativa cubana”;
o Margarida Louro e Francisco Oliveira (Centro de Investigação de Arquitectura, Urbanismo e Design/FAUTL), com “Casas para um planeta pequeno. Arte, Arquitectura e Território: a condição urbana contemporânea dos Musseques em Luanda”;
o Mirian Tavares (Centro de Investigação de Artes e Comunicação/ESTC-UA), em torno do “Cinema Africano: um possível, e necessário, olhar”;
o Sara Martins (Dept.º de Sociologia/Goldsmiths College), sobre “A Arte da Fronteira: Notas sobre a problemática da circulação artística em território africano”.
O painel de convidados internacionais, que também contribuirá para esta percepção das possibilidades e limites da convivialidade entre estas “vizinhaças”, trará também ao Auditório 3 da Gulbenkian:
- Cergio Prudencio (Investigador boliviano, docente, compositor e director da Orquestra Experimental de Instrumentos Nativos; dedicado ao estudo das raízes andinas ancestrais, pré-hispânicas, no seu trabalho com instrumentos musicais tradicionais do Planalto dos Andes);
- Kenneth Montague (Dentista, colecionador de arte e curador canadiano de ascendência jamaicana; fundador da Wedge Curatorial Projects: uma ONG promotora da arte contemporânea que investiga a “identidade negra”);
- Bárbara Alves (Portuguesa, professora e designer de comunicação; focará as primeiras experiências em comunidades com forte presença africana na periferia de Lisboa, exemplificando com ações como as desenvolvidas com o Grupo de Teatro do Oprimido de Maputo em Hulene ou no âmbito do projecto ZONA, dando uma perspectiva sobre a cultura material moçambicana);
- Federica Angelucci (Italiana a viver na Cidade do Cabo/África do Sul, onde dirige a galeria Michael Stevenson e é curadora de fotografia; procurará traçar um panorama global da fotografia contemporânea africana, a partir das principais mostras da última década).
Portanto: muito para ouvir, pensar, reequacionar, e a entrada é livre!
LM