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Work in progress

Publicado21 Mai 2010

Etiquetas barrão kilian glasner

Entretanto, no estacionamento subterrâneo da Fundação Gulbenkian já estão a ser preparadas duas instalações que inauguram a 18 de Junho:

Foto de Jorge Martins Lopes

As "canas" de Kilian Glasner (Recife, 1977) começam a crescer na parede poente da garagem... O artista brasileiro iniciou hoje a pintura do seu mural de grande dimensões intitulado O Brilhante Futuro da Cana-de-Açúcar.

«Desenho com 5 metros de altura por 42 metros de largura (aproximadamente), a pastel, onde se equaciona de um modo particularmente subtil a actual cadeia de produção da cana-de-açúcar e a escala da sua economia, nomeadamente no que diz respeito à produção de etanol. Mas, de uma forma ainda mais subliminar, podemos ver nesta obra uma referência ao passado, onde se cruzam as histórias do Brasil, de Portugal e de África. Por outro lado, a tradição de intervenção social da história das artes latino-americanas, feita através do muralismo, é um aspecto fulcral desta opção artística.» (in Jornal Próximo Futuro nº4)

Também na garagem, numa oficina preparada para o efeito, o artista Barrão trabalha na sua instalação Natureza Morta, que estará exposta a partir de 18 de Junho, no Jardim Gulbenkian, junto ao lago, do lado nascente.

«Há muito que Barrão (Rio de Janeiro, 1959) desfuncionaliza os utensílios e os torna portadores de um gozo especial, criando objectos que transportam uma capacidade de sonho, de delírio, de fantasia. As peças de louça, que recentemente tem produzido, resultantes da colagem das mais diversas formas e utensílios de porcelana ou de barro, são construídas com humor, com elegância e com delicadeza. Há uma vontade lúdica nestas obras, a par de um desejo de que tudo possa ser combinado e recombinado, tal qual faz o grupo carioca Chelpa Ferro, do qual o artista é membro. A fantasia é mais que um tema, uma possibilidade da arte no universo de Barrão. A peça escultórica criada expressamente para o jardim, a partir de loiças portuguesas, expõe essa graça das suas obras coloridas, sendo ao mesmo tempo um jogo muito subtil entre fabricação e natureza, entre ordem e caos, entre ordem e acidente.» (in Jornal Próximo Futuro nº4)

Fotos de Márcia Lessa