Francisco Bethencourt
Francisco Bethencourt faz uma história do racismo no mundo ocidental. É uma obra surpreendente, publicada em inglês, e que traz à historiografia portuguesa uma ambição temática a que não estamos habituados.
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Um grupo de 15 jovens pesquisadores de diferentes países e áreas do conhecimento participará de um projeto colaborativo a partir de novembro de 2014: o desenvolvimento de estudos sobre o tempo na Academia Intercontinental, uma iniciativa da rede Ubias — University-Based Institutes for Advanced Study (Institutos de Estudos Avançados Baseados em Universidades, na tradução em português), associação internacional de cooperação científica que congrega 34 instituições de 19 países da Europa, América, Ásia, África, Oriente Médio e Oceania.
O tempo foi escolhido como tema do projeto por ser usualmente conceitualizado de maneira distinta em cada área do saber, seja ela das humanidades ou das ciências naturais. Para uma visão abrangente dos impactos dessas noções na ciência e na cultura em termos gerais é preciso que haja um diálogo acadêmico entre pessoas que trabalhem e mesmo vivenciem os diferentes conceitos sobre o tempo.
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Ndokumbirawo Ishe 2014 Oil-based printing ink and oil stick on paper 150 x 98cm ©Portia Zvavahera. Courtesy of Stevenson, Cape Town and Johannesburg.
A exposição "Wayfinding" de Portia Zvavahera abre no próximo dia 3 de Julho na Stevenson Gallery em Joanesburgo.
The artist draws upon her deeply held sense of spirituality and accompanying rituals of belief to embody the predominantly female figures within these works, relocating them from the realm of the personal to the transpersonal. Moving beyond literal autobiography and self-portraiture, the figures depicted become archetypal expressions of feminine experiences of faith, relationship and motherhood.
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Nástio Mosquito DEIXA-ME ENTRAR ARTWORK , BEBI BEBEREI BEBENDO_frame_08 (2012) © Nástio Mosquito
Nástio Mosquito (Angola) e Kudzanai Chiurai (Zimbabwe) estão entre os 17 nomeados para o Future Generation Art Prize da Victor Pinchuk Foundation. O comité de selecção foi presidido por Raphael Chikukwa, Curador da National Gallery of Zimbabwe. lLeiam a notícia.
© Mohamed Arejdal. Qui Tiandra L’Afrique Tiandra Le Ciel. In-situ installation. Morocco, 2012. Photo by Younèes Baba-Ali.
O portal Another Africa irá reflectir nos próximos três meses sobre o interesse a nível mundial em relação à arte africana e o que isto significa para a próxima geração de artistas africanos.
As we reach the midway point of 2014, one of the highlights of this year has undoubtedly been the resurgence of the African art market. Many will argue that it has always been present but one cannot ignore the expansion of the market on an international scale with everyone from the Telegraph toArttactic, the BBC to CNN having covered the considerable rise in stock of the African market over the past year. This coverage combined with the Tate’s new dedicated Africa wing, Cape Town’s role as World Design Capital, the 11 iteration of Dak’ Art, Africa’s premier biennial and the announcement of the new Museum of Contemporary Art Africa in Cape Town are perhaps the clearest indications of the continued growth and significance of the critical nature of art being produced on the continent and by the artists working in the diaspora.
Leiam o primeiro artigo da série, Next Chapter: Inquiries into emerging art practices, por Houghton Kinsman.
Totem latinoamericano, criado por Subvert (Tiago Rebelo de Andrade e Diogo Ramalho). Foto: Márcia Lessa
A América Latina (não) é uma abstracção, de José Marmeleira, e Quem era Carmen Miranda?, de Vítor Belanciano, são dois artigos que nos falam do que tivemos a oportunidade de ver nos primeiros três dias de programação do Próximo Futuro.
Ainda não acabou. Logo à noite, às 22h, temos a estreia mundial do filme Yvone Kane, de Margarida Cardoso.
A democracia no Brasil é robusta em seus aspectos vitais. Além disso, do ponto de vista substantivo, o país nunca teve tanta prosperidade social. O que explica, então, as manifestações e a insatisfação que se verificam desde de junho de 2013? As pesquisas de opinião indicam a má qualidade dos serviços públicos e a corrupção como as principais fontes do descontentamento. De fato, os serviços públicos são ruins no Brasil. Mas sempre o foram. Então, o problema decorre, em boa medida, da pesada tributação que hoje caracteriza o país. Aqui propõe-se uma explicação política para a alta carga fiscal brasileira (37% do PIB).
O país tem, hoje, o sistema partidário mais fragmentado do mundo. A alta fragmentação significa inclusão política, constituindo também um mecanismo de controle do nosso poderoso Executivo presidencial. Quanto mais heterogêneo ou dividido for um país, mais fragmentado deve ser o sistema partidário, de modo que a representação política espelhe a diversidade social. O Brasil tem uma sociedade heterogênea. Todavia, o atual sistema partidário brasileiro é muito mais fragmentado do que demanda a heterogeneidade social do país. Esta é a razão profunda pela qual o Congresso brasileira precisa aprovar uma reforma política.
Além disso, há uma relação entre a fragmentação e alta tributação. Esta tem a ver com aquela em virtude da dinâmica inerente aos governos de coalizão que também distinguem o regime democrático brasileiro. Estes, por terem pouca coesão, tendem a recorrer mais ao aumento de tributos do que ao corte de gastos, uma vez que padecem de um sério problema de ação coletiva quando se trata de reduzir os gastos públicos. Como sugere um trabalho de Roubini e Sachs (1989), os partidos que integram uma coalizão preferem alguma redução no orçamento a continuar com grandes déficits, mas cada um procura defender a parte do erário que lhe toca. Na ausência de forte coordenação entre os membros da coalizão, coisa muito frequente no Brasil, a solução de não podar o orçamento será a mais provável, o que implica fazer o ajuste pela elevação de tributos. Essa é a lógica política subjacente ao aumento da carga fiscal no Brasil desde o começo da década de 1990. Ou seja, a economia política de amplos governos de coalizão, agora pressionados pela voz rouca das ruas, leva a uma crescente tributação, mas não à melhoria dos serviços públicos. Daí a insatisfação social.
Octávio Amorim Neto
Junho 2014
Eduardo T. Basualdo, Teoria, 2013
Começa hoje a programação do Próximo Futuro. Para se organizarem melhor e não perderem nada, consultem a programação por dia, para os próximos três dias, mas também para as primeiras duas semanas de Setembro.
Bilhetes
It was the usual reaction – first you cry, then you jump, then you cry again, then dance, and then you don't really know how to react. This is a dream. For Uganda, once described as a literary desert, it shows how the country's literary landscape is changing and I am proud to be a part of it.
Jennifer Nansubuga Makumbi ganhou na passada segunda-feira o Commonwealth Short Story Prize.
Leiam o artigo do Guardian.
Barthélémy Toguo, "Natural Song", 2014
Barthélémy Toguo, o artista camaronês que tivemos a oportunidade de conhecer em 2010, estará presente na Art Basel com a peça "Natural Song".
A Art Basel abre as suas portas amanhã e prolonga-se até dia 22 de Junho.
www.artbasel.com
A curta-metragem “Cruzar en muro”, do artista audiovisual chileno Enrique Ramírez, acaba de ganhar o prémio catalão LOOP. Esta curta-metragem faz parte da série “Declaración”, um projecto criado e produzido pelo Museo de la Memoria y los Derechos Humanos, baseado na Declaração Universal dos Direitos Humanos.
What is African literature, who decides what it is, who reads it, who reviews it, who is African?".
Questões colocadas por Helon Habila, membro do júri do Caine Prize for African Writing em 2014. O vencedor será anunciado no dia 14 de Julho.
Leiam o texto.
Exposição no Centro de Arte Raw de Dakar sobre a homossexualidade.
Una foto de una mujer con un juguete sexual y un cartel que dice “Mi primera experiencia como lesbiana”; una galería llamada Centro de arte Raw que albergaba la exposición Imagerie précaire, visibilité gay en Afrique, con la interpretación de los fotógrafos Kader Attia, Jim Chuchu, Andrew Esiebo, Amanda Kerdahi y la sudafricana Zanele Muholi sobre este tema; una instalación de la artista senegalesa Mame Diarra Niang, que ha cavado una tumba en un jardín tomando como base la exhumación del cadáver de un homosexual en 2009 al que sus padres tuvieron que enterrar finalmente en su propia casa a causa de la presión popular. Estas manifestaciones artísticas, incluidas dentro del programa de la Bienal de Arte Contemporáneo que se celebra en Dakar hasta el próximo 8 de junio, han generado una oleada de críticas que han acabado por provocar que el Gobierno decida intervenir.
Leiam o artigo na íntegra.
Após 60 anos de arquivamento analógico, num ambiente pouco adequado, a Radio Mogadishu está a proceder à digitalização do seu arquivo, de forma a fazer chegar esta herança histórica a novos públicos.
Publicação na rua por Afrikadaa no Dakar OFF. Foto: Basia Lewandowska Cumming (2014)
"The biennial implies a radical re-inscription of the artist-subject as a model of global citizenship and (upward) mobility", escreve Simon Sheikh no seu ensaio "The Artist as model Subject, and the Biennial Model as Apparatus of Subjectivity".
Basia Lewandowska Cummings lembrou-se destas palavras ao visitar Dakar OFF, as exposições que surgiram na capital senegalesa à margem de Dak´Art, a bienal "oficial". Leiam o seu artigo.
O projecto unplace, no qual o Próximo Futuro colabora, pretende discutir o conceito de "museografia intangível" no campo das exposições de arte contemporânea especificamente produzidas para contextos virtuais e em rede.
Neste momento, estão abertos dois "calls", um para comunicações - para a conferência internacional que terá lugar na Fundação Calouste Gulbenkian nos dias 31 de Outubro e 1 de Novembro - e outro para projectos artísticos.
Todas as informações no website do projecto.
A sessão dedicada a O Estado das Artes na Festa da Literatura e do Pensamento da América Latina terá lugar no dia 20 de Junho às 19h. O moderador, Luiz Camillo Osório, fala-nos um pouco mais sobre o que podemos esperar desta sessão:
O Estado das Artes na América Latina hoje é um assunto que se desdobra em vários outros, a saber: existe uma identidade latino-americana? Qual a vantagem de se pensar uma identidade homogênea para uma região que compreende processos de colonização e de descolonização diferenciados? Qual o papel da região na redefinição dos modos de participação democrática, dada uma crise do modelo de representação hegemônico? Como a arte se desenvolve frente aos desafios da redemocratização recente do continente? Como manter uma potência experimental na arte sem abrir mão do compromisso de inclusão social? Que tipo de institucionalidade deve ser inventada para mediar uma relação dinâmica entre a arte contemporânea e as subjetividades minoritárias e historicamente subalternas que resistem na região? Qual a responsabilidade do artista e das instituições culturais na criação de novos modelos pedagógicos que apontem para uma emancipação cidadã das diferentes, e muitas vezes conflituosas, formas de vida em disputa?
Enfim, são muitas questões e inúmeros problemas a serem enfrentados e debatidos nesta mesa-redonda.
Luiz Camillo Osorio
Luiz Camillo Osorio nasceu no Rio de Janeiro, em 1963. É Doutorado em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), onde é professor do departamento de Filosofia, e curador do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. É autor dos livros Flavio de Carvalho (Cosac&Naify, SP, 2000), Abraham Palatnik (Cosac&Naify, SP, 2004), Razões da Crítica (Zahar, RJ, 2005) e Angelo Venosa (Cosac&Naify, SP, 2008). Fez inúmeras curadorias independentes, tendo sido membro do conselho de curadoria do Museu de Arte Moderna de São Paulo, entre 2007 e 2009. Foi ainda crítico de arte no jornal O Globo, entre 1997-2007, e diretor de teoria e pesquisa do Museu de Arte Contemporânea (MAC) de Niterói, entre 1997 e 2001.