Logótipo Próximo Futuro

A Bolívia num elevador: CINEMATECA Próximo Futuro, hoje!

Hoje, às 22h, passa na Cinemateca PRÓXIMO FUTURO o filme boliviano, feito em Santa Cruz, "El Ascensor", realizado e produzido por Tomás Bascopé e Jorge Sierra. "El Ascensor" passa-se sobretudo entre as paredes de um elevador.

Entrevistado enquanto produtor executivo, Sierra chega mesmo a fazer uma analogia entre a sobrevivência nesse espaço exíguo e no mundo de hoje: "Somos pessoas diferentes, encerradas num mesmo espaço que não se pode dividir. E se não chegarmos a um diálogo, terminaremos com um desastre". E explica: "A história [desenvolvida com Tomás Bascopé] submerge a Bolívia no elevador. Cada personagem identifica a grande parte da população. 'O Elevador' é o que a Bolívia é agora, um espaço de convivência. Nada sai dali e se não chegam a um acordo pode acontecer um desastre".

Sinopse de "El Ascensor" (2009)

Na véspera de Carnaval, à saída de um supermercado, um jovem empresário é raptado por dois assaltantes e conduzido ao prédio onde fica a sua empresa, para que aí possam assaltar o seu cofre. Ao subirem de elevador, este bloqueia. Não há ninguém que os possa socorrer porque todos os funcionários já abandonaram o edifício. Os assaltantes e a vítima vão ficar presos no elevador durante os três dias que dura o Carnaval, tentando aprender a viver juntos numa situação ora explosiva, ora dramática

Amanhã (dia 1 de Julho), às 19h00, estreia em Portugal a mais recente peça da Companhia Playa (Chile), composta por duas partes e com encenação e dramaturgia de Guillermo Calderón (autor da inesquecível "Neva", que no ano passado esteve no Próximo Futuro): "VILLA + DISCURSO". E já pode adquirir os seus bilhetes via on-line, antes que esgotem!

O tema da primeira parte – “Villa” – é aparentemente simples: que fazer àquela casa que tem esse passado tão histórico e é uma memória a preservar da luta clandestina e da tortura? Três actrizes discutem frente a uma mesa sobre a qual está uma maqueta da Villa Grimaldi. A partir deste dispositivo realista, aparentemente simples, até banal num campo mediático, Calderón constrói uma das mais fortes, sólidas, profundas dramaturgias sobre a criação humana das artes, a validade da arte contemporânea, o debate democrático, os conflitos ideológicos, o papel da museografia. E em nenhuma situação há qualquer sinal da introdução ideológica possível do autor.

 

E chega a segunda parte – “Discurso” –, que decorre na mesma sala e com as mesmas actrizes. É uma  ficção da despedida da Presidente Michelle Bachelet quando deixou o Palácio presidencial. Começa «Hoje não vos vou falar com palavras dóceis e esperadas…». E segue-se um manifesto do exercício do poder do ponto de vista de alguém que se assume como mulher, pediatra, optimista e socialista. E é fascinante como Calderón pega numa matéria tão arriscada, numa personagem que é considerada como a melhor presidente da história do Chile e interroga o que é o poder.

HOJE, 30 de Junho (quinta-feira) 

22h00 Anfiteatro ao Ar Livre CINEMA / Cada Bilhete: 3 Eur 

El Ascensor, de Tomás Bascopé e Jorge Sierra (Bolívia, 2009)

AMANHÃ, 1 de Julho (sexta-feira)

19h00 Sala Polivalente do CAM TEATRO / Cada bilhete: 15 Eur

Villa+Discurso, de Guillermo Calderón (Chile, 2011)

22h00 Anfiteatro ao Ar Livre CINEMA Cada Bilhete: 3 Eur

Africa United, de Debs Gardner-Paterson (Reino Unido/Ruanda/África do Sul, 2010)