Luiz Zerbini, "Mamão Manilha" (2010)
2013 trouxe-nos literatura e poesia de Angola, Quénia, Botswana, África do Sul e Uganda; teatro de Brasil e do Chile; dança de Moçambique; música da Tanzânia e do Gana; cinema de Guiné Bissau; os trabalhos maravilhosos de artistas plásticos e de fotógrafos de Angola, Madagáscar, Congo, Zimbabwe e Portugal; curadores e pensadores de Moçambique e da Nigéria. Foi um ano cheio, inspirador, comovente, surpreendente.
Estamos agora mais que preparados e ansiosos pelo que vem a seguir. Tenham todos um excelente 2014! Na nossa companhia…
Josefa de Óbidos, "Uma natureza morta com doces e barros" (1676), Biblioteca de Santarém
Uma tela de Josefa de Óbidos (1630-1684) cria mais apetite, sofistica mais o gosto e revela mais voluptuosidade do que todos os programas de culinária que as televisões exibem. Por exemplo, Uma natureza morta com doces e barros, de 1676, que está exposta na Biblioteca de Santarém. À boa maneira dos bodegón, esta composição meridional, quente, com grande riqueza plástica e cromática, apresenta uma combinação de doces e utensílios de barro de cozinha. O seu propósito era decorativo, embora houvesse uma simbologia cristã (e portanto programática) nessas obras que decoravam as casas nobres da época. A belíssima descrição de Gustavo de Matos Sequeira — desta e de outra pintura, Natureza morta com flores — diz que são “quadros de alto sentido decorativo, tão ricos de cor, dominadores pela opulência da composição (…), [dando-nos] com feminilidade conventual uma lição do que era a confeitura fria do seu tempo, empapelada de rendas, acondicionada em condessas de verga fina, resguardada em caixas pintadas (…) num jeito de glória teatral às virtudes domésticas da culinária doce”. Esta panóplia de sugestões sensoriais é sugerida pelos folares pascais ali pintados, pelos ovos cozidos, pela tigela de doce de chila, os pães de ló, as queijadas, as hóstias brancas e vermelhas enformando os ovos de Aveiro e outros doces locais, as coberturas gostosas e amanteigadas rodeadas pela delicadeza das pétalas e resguardadas pelo pote de barro que impõe a frescura da água a tanta doçaria.
Mesmo admitindo que a pátina da pintura não se introduz apenas entre a pintura e os nossos mecanismos de recepção, mas também entre o tempo em que aquela foi executada e o nosso tempo — o que pode provocar algum distanciamento nos mecanismos que despertam o nosso paladar, o olfacto, o tacto, o cheiro —, esta pintura de Josefa de Óbidos posiciona-se evidentemente do lado da exaltação da comida, do lado prazeroso da culinária como exercício sábio de encontro entre a Natureza e o Homem. Há vários aspectos etnográficos documentados na natureza morta de Josefa de Óbidos; os alimentos representados fazem parte das colheitas típicas de cada estação. Assim, quando um fruto exótico aparece, essa sua representação honra um grande acontecimento. Não é banal.
Da mesma forma, mas a alguns séculos de distância desse tempo, encontramos o mesmo tipo de finura, de delicadeza, de respeito pela natureza e de apreço dos condimentos num filme como Tampopo, de Jûzô Itami — todo ele dedicado à manufactura e à ingestão das massas japonesas.
Contrária a esta delicadeza está a produção, agora maciça, de programas de entretenimento televisivo anunciados como sendo de “gastronomia” e “culinária”. Na verdade, são quase todos fundamentalmente “cabides publicitários”, ou seja, fontes de receita monetária para essas mesmas televisões. Cada episódio apresenta doses notáveis de publicidade, venha ela de forma óbvia ou encapotada: electrodomésticos, produtos de culinária, supermercados, utensílios de cozinha. Além disso, estes programas promovem também os seus chefs e estes, em regra, promovem-se a si próprios enquanto proprietários de restaurantes — restaurantes esses que, por sua vez, promovem marcas associadas. São mecanismos de lucro fácil.
Como se não bastasse, acrescenta-se a este tipo de programa um outro que vem sob a forma de concurso de talento. Aí, celebridades televisivas — cujo único mérito parece ser o de aparecerem na televisão — apresentam aquilo que são verdadeiros rituais de humilhação para os candidatos, em que se incute um espírito de competição feroz e um gosto por pratos chamados “de fusão”. Ora, seja na música, seja na culinária, a fusão é a fabricação de um híbrido e corresponde à expectativa da classe média globalizada. Na fusão, os elementos perdem a sua singularidade, a sua beleza individual, o seu gosto único, e tornam-se tão só produtos para consumo imediato.
Estes programas — e, assim, os seus protagonistas — não respeitam os ciclos das estações com a sua oferta de produtos específicos e próprios da época. Pelo contrário, estimulam o consumo fora da época com tudo o que isso envolve em termos de alteração do gosto, da textura, da qualidade dos alimentos — e para não mencionar a violência ambiental que isso acarreta. Em suma: ali ignora-se ou contraria-se a ideia de haver um momento especial, concreto, sazonal, festivo para a fruição de determinado fruto ou vegetal, de determinada carne mais ou menos exótica. Ali tudo é apenas mais um ingrediente no meio de outros, independentemente da época e da proveniência. Desconsideram-se a origem geográfica, a sasonalidade. Ora, isto não é inocente. Veja-se, por exemplo, como a imposição de pão branco importado para base da alimentação em muitos países africanos os obrigou a abandonar as farinhas locais, e como isso lhes custa caro.
Depois, se se reparar na forma como os auto-proclamados chefs lidam com os alimentos, verificar-se-á uma quase generalizada falta de delicadeza. Os alimentos são manuseados muitas vezes com pressa, quase bruscamente, e isso diz bem do divórcio que existe entre aqueles corpos e aqueles alimentos. No filme Como Água para Chocolate há uma cena em que a filha deixa cair uma lágrima na massa e a mãe pede-lhe que deixe de chorar pois assim deslaça a massa. Esta cena mostra uma ligação animista entre o sofrimento e a comida, entre alimentação e sentimento. Justamente o que não existe no frenesim desses programas televisivos. Destituídos de alma, parecem antes estimular a bulimia, o consumo imparável.
Há espectáculo nestes programas, mas nem por isso são mais apelativos. Porque, como é sabido, um espectáculo pode ser mau e, no caso, não é sequer comparável à grandeza, à teatralidade que a culinária e os alimentos merecem — e que lhes é dada, por exemplo, nas naturezas mortas de Josefa de Óbidos, com as suas flores, os seus peixes, os seus cardos, as suas carnes, os seus pães — e com tempo.
António Pinto Ribeiro
Crónica publicada no suplemento Ípsilon do jornal Público a 20 de Dezembro de 2013.
Lotty Rosenfeld, “Una milla de cruces sobre el pavimento” (imagem retirada do portal Cultura Colectiva)
Han pasado 40 años desde el golpe de Estado en Chile. Una toma de poder que se sigue recordando a consecuencia de la presente división política y social en el pueblo chileno. Se recuerdan muy bien las palabras del último discurso de Salvador Allende: “mis palabras no tienen amargura, sino decepción”. Una decepción emblemática que llevó a cabo el surgimiento de una vanguardia artística de esta nación latinoamericana. El arte en sí es un medio de comunicación para expresar angustia o júbilo, para contar historias, o mejor dicho, recordar la historia que motive a las próximas generaciones a construir un mejor futuro. Chile se adhirió a su historia, convirtiéndola en iconos culturales que hablan de los abusos durante la dictadura de Pinochet.
Leiam o artigo na íntegra.
Imagem retirada do portal Cultura Colectiva
"El centralismo o elitismo que existe en las galerías de prestigio y los museos del país, hace que surja la necesidad de encontrar dónde exhibir y promocionar obra sin restricciones políticas ni morales, generando con ello oportunidades a las nuevas generaciones de artistas emergentes que no tenían la posibilidad de mostrar su obra en otros lugares."
Leiam o artigo de Helena Lugo na íntegra.
Imagem retirada do portal Wiriko
África será, a partir de 2015, a primeira região que poderá alocar banda larga para a transição para a televisão digital, o chamado "dividendo digital", um serviço móvel nas faixas de 700 MHz e 800 MHz. Ou seja... mais capacidade para armazenar mais informação em menos espaço, um enorme potencial para melhorar tanto a quantidade como a qualidade dos conteúdos televisivos e aumentar o número de pessoas com acesso aos mesmos. A questão é se a televisão digital chegará com a mesma intensidade e variedade às zonas rurais.
Leiam o artigo de Sebastian Ruiz.
Zanele Muholi ‘Being’, 2007 Triptych (part III) - Imagem retirada do portal C&
Zanele Muholi recebeu recentemente o Prémio Prince Claus. Através do seu trabalho, procura inscrever as identidades das lésbicas sul-africanas na história visual do seu país.
Pamella Dlungwana: You insist on the ‘visual activist’ tag, why?
Zanele Muholi: I can always just be a ‘photographer’ that sounds sexier, as you’ll say, but what is that in relation to my agenda? How does it validate and remind me of my agenda? That instead of being someone who is just taking an image Pam, my friend, I am also highlighting that such women are alive, live and love others and aspire to the same things heterosexual people aspire to while they have the capacity to contribute and actually do contribute to our society as a whole. How does being simply a photographer keep that pertinent? I’m an activist first, being a photographer allows me a greater and more influential audience, I can activate and shift multiple spaces, many of which I would have little access to if I operated differently.
Leiam o artigo do Contemporary &.
Mary Sibande, "I put a spell on me" (2009) - imagem retirada do portal Another Africa.
A arte de Mary Sibande conta a história do seu alter-ego, ‘Sophie’, uma criada que se refugia nos sonhos, onde renasce emancipada e livre da sua existência ordinária. Explorando a construção de identidade na sociedade sul-africana pós-apartheid, a artista reflecte sobre a contextualização estereotípica do corpo feminino negro.
Don’t be fooled by her seemingly calm demeanour and closed eyes, nor her large blue dress topped with a crispy white apron. This hybrid Victorian garb is in fact a gateway to uncharted elsewheres. As her working uniform is gradually transmuted into towering attires, ‘Sophie’ is granted access to the glitzy world of Europe’s high-ranking monarchs and social elite; some might say, a far stretch from the ungratified life of a post-apartheid South African maiden.
Leiam o artigo de Joyce Bidouzo-Coudray no Another Africa.
Hoje, 15 de dezembro de 2013, tem lugar o funeral de Nelson Rolihlahla Mandela. Desde a sua morte a 5 de dezembro, o mundo replicou imagens e textos e editoriais foram escritos em todas as línguas do mundo. Homenagens oficiais e não oficiais ocorreram em múltiplos cantos do mundo. Homens e mulheres importantes e não importantes disseram o seu nome - Mandela, Madiba ou Tata – consoante o nível de carinho e africanidade. As páginas das redes sociais foram inundadas de citações de Mandela. Repetidas e novas. Depois, o mundo, que não aguenta por muito tempo momentos de reflexão, começou a distrair-se e, em vez de Mandela, as notícias passaram a ser sobre o selfie do Obama, a cara da Michelle Obama, o intérprete que não era intérprete… No canto luso, a atenção foi concedida ao passado do Cavaco Silva e o voto na ONU. O beijo de Winie Mandela e Graça Machel foi um must para muitos.
Mas hoje é o funeral. Eu não gosto de funerais. São um adeus final… De tudo o que li nestes últimos dias, um dos textos em particular tocou-me. Dizia o autor: “Porque é tão difícil dizer adeus a Mandela?”. E o artigo argumentava que é tão difícil porque, com ele, vai a nossa parte boa. Fiquei a pensar nesta frase. É verdade! Sim, os 27 anos de prisão e a sua capacidade de perdão fizeram o nosso Mandela. O seu desapego ao poder fez o nosso Mandela, mas, na verdade, custa-nos deixar partir o homem Mandela mais que o chefe de estado ou o ex-prisioneiro. Custa-nos deixar partir o homem do sorriso natural com as suas camisas coloridas. O homem que não tinha medo de dançar e cantar em público. O homem que rompia a segurança para cumprimentar as pessoas simples. O nosso luto é por termos ficado órfãos de um líder humano. Sim, que ele próprio dizia e insistia que não era santo. Ficámos sem o homem que amou várias mulheres e que voltou a casar aos 80 anos. Sem o homem que mostrava emoção sem medo. Ele foi prisioneiro entre paredes reais, mas muitos de nós somos prisioneiros de paredes invisíveis. Na prisão e fora dela, Mandela mostrou-nos o que é ser um homem livre.
Políticos, quer em democracias quer em não-democracias, são prisioneiros dos seus partidos ou de interesses. Há presidentes que são prisioneiros da sua ambição e que teimam em se manter no poder. Muitos partidos são prisioneiros do seu passado heróico ou menos heróico, ou são prisioneiros da incapacidade de construir ou de partilhar propostas para futuro. E nós, as pessoas, somos prisioneiros de preconceitos, de crises, dos nossos problemas, da competição, do desemprego, do emprego. Somos educados a não mostrar emoções, a não rir à gargalhada, a não chorar. A não beijar na rua. Mandela mostrou-nos que se pode ser livre de tudo isto.
Não queremos dizer adeus porque não queremos ser deixados aos políticos sisudos, sérios, vestidos nos seus fatos cinzentos. Distantes de nós. Não queremos dizer adeus porque precisamos de heróis da vida real. Os dos filmes não nos bastam. Precisamos de heróis em África onde alguns presidentes se arrastam no poder como deuses e varrem quem os desafia. Precisamos, na Europa, de líderes que nos inspirem e não “desinspirem” com a sua auto-importância encapotada em burocracia e poder virtual de mercados incompreensíveis e invisíveis.
Mandela insistia na ideia de que não era santo para nos tentar libertar. Se o santificarmos, ficamos impotentes. Fica um Mandela que nos é inatingível. Ele queria que acreditássemos na “banalidade do bem” usando o conceito de Hannah Arendt para o mal, quando escreveu que o que era assustador no Nazismo é que foi feito por homens comuns. O pior dos males era cometido não por personagens únicas e más, mas por pessoas como nós. Roubo o conceito de Arendt para aplicar a Mandela e a nós. Esse é o maior legado do Mandela: todos podemos ser bons.
Mandela. E agora?
Nos dias pós a sua morte, a imprensa perguntava “E agora? O que vai ser da África do Sul?”. Respondi como estudiosa da política africana a alguns jornalistas e dizia “nada”. Alguns ficaram desapontados. “Nada?!”. Nada! África do Sul não foi feita por um homem. A transição do horrendo sistema do apartheid foi feita por muita gente, muitos famosos mas também pelos milhares e milhares de anónimos. Em 2014 haverá eleições na África do Sul e os desafios económico-sociais e políticos estão lá. Como têm estado. Se a morte do Mandela tem alguma consequência e impacte, esse só pode ser positivo e não catastrófico. A morte do Mandela voltou a lembrar aos sul-africanos que são uma grande nação e que o são porque são um puzzle de identidades, de raças, de religiões. Os sul-africanos criaram o nome Nação Arco-Íris para si próprios e continuarão a sê-lo. Mas, tal como os céus verdadeiros, terão, como têm tido, nuvens. Nos últimos anos, o céu político sul-africano tem tido algumas nuvens: as mortes das minas da Marikana, a tentativa de restrição de liberdade da imprensa, alguns escândalos, como os casos com a multimilionária e polémica família Gupta, próxima do presidente Zuma (para além das suspeitas de corrupção, é sabido que a família Gupta usou uma base área militar para aterragem de um avião civil para um casamento de um membro da família, violando todas as regras de segurança nacional).
As nuvens na política sul-africana não irão aumentar nem desaparecer com a morte de Mandela.
Na sua cela na prisão em Robben Island, Mandela tinha escrito numa das paredes a frase final do poema Invictus de William Ernest Henley: “I am the master of my fate, I am the captain of my soul” (sou o dono do meu destino, sou o capitão da minha alma). Ele foi. Agora caberá a nós lembrarmo-nos que é possível sermos os donos do nosso destino, capitães das nossas almas. Quer individualmente, quer em colectivo. E, como Mandela disse, “tudo parece impossível, até ser feito”.
Elisabete Azevedo-Harman fez o seu doutoramento na Universidade de Cape Town na Africa do Sul, onde viveu 6 anos. No presente, é professora de Ciência Política na Universidade Católica de Moçambique e Investigadora da Chatham House em Londres.
“Black Male Revisited” estreia hoje no Miami Theater Center. O corpo negro masculino tem um lugar central nesta performance / instalação visual de Jaamil Olawale Kosoko, onde o artista de origem nigeriana envolve a sua poesia, música ao vivo, teatro e escultura humana.
An attempt to begin a dialogue about issues of visibility for black male performance and visual artists, using my body, my history, and my work as the focal point to discuss themes of black masculinity from a first-person perspective.However, “Black Male Revisited” isn’t just about visibility. It is also a reminder that I haven’t done enough to include black voices, black artists, black performers, actors and dancers in my coverage of the local art scene. “Black Male Revisited” is a performance piece that reminds me that our ingrained biases are ingrained—conscious or otherwise—and we must be reminded.
Mais neste artigo.
Imagem retirada do portal Cultura Colectiva.
A artista argentina Andrea Juan iniciou o seu projecto "Antártida" em 2004 com o objectivo de dar maior visibilidade aos problemas ambientais. Ao longo dos anos, artistas de todo o mundo juntaram-se a ela através de trabalhos de fotografia, instalação, vídeo e performance.
Mais no artigo da Cultura Colectiva.
Foto: Cristias Rosas (retirada do El País)
"¿Quién es este peruano de quien se habla tanto en Europa? ¿Por qué su llegada a Guadalajara, Mexico, es sinónimo de fiesta? ¿Quién es Jeremías Gamboa y quién se cree para, de pronto, venir a cambiar el rumbo de la literatura?"
Leiam o artigo do El País.
David Huffman, “MLK” (imagem retirada do portal Hyperallergic)
De que é que estamos a falar quando falamos de 'afrofururismo'? O termo foi introduzido pelo crítico Mark Dery no seu ensaio "Black to the Future" e define-o como
(...) speculative fiction that treats African American concerns in the context of twentieth-century techno-culture.
Na exposição "The Shadows Took Shape" no Studio Museum em Harlem podemos encontrar mais exemplos desta ficação especulativa. Mais no artigo do Hyperallergic.
Mary Sibande, "Her Majesty, Queen Sophie"
Rachel Hamada escreve sobre a calma explosão da arte contemporânea africana no mercado global de arte.
Now there’s a quiet explosion. There’s a growing inclination within Africa amongst the wealthy to collect art made by artists from within their culture, and there’s an increasing realisation in Europe and America that African modern art can offer quality and diversity.
Bonhams is one of the UK’s longstanding auctioneers. They’ve been selling contemporary African art for six years, and say that their Africa Now auction this May was the strongest ever, setting 21 new world records for prices raised for African art.
Leiam o artigo.
Foto: Centre Calouste Gulbenkian
A exposição "Present Tense", no Centre Calouste Gulbenkian em Paris, encerra no próximo dia 14 de Dezembro. Antes disso, no dia 10, a International Association of Curators of Contemporary Art (IKT) organiza um encontro para reflectir sobre a arte africana. Aliás... poderíamos falar só de arte? António Pinto Ribeiro participa neste encontro.
“African Art, What For?” Is this question still valid today? Can’t we just talk about art?
This IKT LAB takes place during the exhibition “Present Tense: Photographs from Southern Africa” (18 September-14 December 2013) curated by António Pinto Ribeiro. An IKT LAB is a group encounter focused on a question of particular interest for the curatorial practice today and is organised by local members of the IKT association.
QUESTIONS
Is the label of African art useful or detrimental?
Who are the cultural players in Africa?
How is art criticism playing a role in defining and refining the pluralities of art and culture in Africa?
What is so particular about mobility in and out of Africa?
What is the role of the curator in creating or questioning the concept of contemporary African art?
Why curate “African art” exhibitions in Europe today?
PROGRAMME
13:00 Exhibition visit : Present Tense: Photographs from the South of Africa
14:00 Presentation by Caroline Hancock, co-founder of the On the Roof collective
14:10 Smooth Ugochukwu-Nzewi _ curating at the Hood Museum of Art, Hanover, NH, USA
14:30 Elise Atangana _ curating Rencontres Picha. Biennale de Lubumbashi 2012 / 2013 with artistic director Elvira Dyangani, Congolese Democratic Republic
14:50 Bonaventure Soy Bejeng Ndikung _ curating at SAVVY Contemporary, Berlin, Germany
15:10 Aicha Diallo _ curating the online platform Contemporary And, Berlin, Germany
15:30 António Pinto Ribeiro _ curating Present Tense: Photographs from the South of Africa, Lisbon, Portugal
15:50 Yves Chatap and Élise Atangana _ curating Cyclicités, Dakar, Senegal
16:10 Aida Muluneh _ curating Addis Foto Fest, Addis Abeda, Ethiopia | Jimmy Ogonga_ artist and curator, Nairobi, Kenya
16:30 PAUSE
16:50 Lotte Arndt – curating Carrefours culturels de décolonisation, Bétonsalon, Paris, France
17:10 Cécile Bourne _ curating with Appartement 22, Rabat, Morocco
17:30 Nontobeko Ntombela _ curating Spectaculaire (Ateliers Internationaux, FRAC-Pays de la Loire), Johannesburg, South Africa
17:50 Simon Njami | Yves Chatap _ after Africa Remix, Paris, France 18:10 Chantal Pontbriand, Pontbriand W.O.R.K.S. [We-Others and myself_Research_Knowledge_Systems] _ curating In and Out of Africa, Montreal, Canada
18:10 Chantal Pontbriand, Pontbriand W.O.R.K.S. [We-Others and myself_Research_Knowledge_Systems] _ curating In and Out of Africa, Montreal, Canada
18:50 Bisi Silva _ curating at CCA, Lagos, Nigeria
19:10 Sana Tamzini _ curating at the Centre national d'art vivant, Tunis, Tunisia
19:30 New in-situ performance by Myriam Mihindou
Mais informações nos websites do Centre Calouste Gulbenkian e do On the Roof.
Farai Sevenzo, realizador e jornalista zimbabweano, questiona: "Deveríamos ter mais escritores que políticos?"
More than half a century ago a young Lessing was telling us:
"Africa belongs to the Africans; the sooner they take it back the better.
"But - a country also belongs to those who feel at home in it.
"Perhaps it may be that the love of the country will be strong enough to link people who hate each other now. Perhaps."
And with such clear observations, the author was kicked out of colonial Zimbabwe, or Southern Rhodesia as it was then called, for her "subversive" views and wrote about Lomagundi and the country she lived in and the simmering encounters between white and black from exile and new citizenship.
More writers than politicians?
In the year we also lost Chinua Achebe - on whom commentators stubbornly stapled the ridiculous label of "father of African literature" - we should be heartened to know that should we get tired of the scriptures, Africa's past and present is being well handled by authors from Algeria to Zimbabwe following in the footsteps of the Lessings and Achebes.
Leiam o artigo na íntegra.
Dineo Seshee Bopape, "The eclispe will not be visible to the naked eye" (imagem retirada do website da editora Phaidon)
No livro Art Cities of the Future, doze curadores apresentam-nos doze cidades que emergem neste momento como os novos centros mundiais da arte contemporânea: Beirut, Bogotá, Cluj, Delhi, Istanbul, Johannesburg, Lagos, San Juan, São Paulo, Seoul, Singapore e Vancouver.
Mais aqui.
Níger (Foto de Alfredo Cáliz retirada do blog Africa No Es Un País)
Omer Freixa, historiador, escreve sobre as vozes que contam (ou re-contam) hoje a história do continente africano, dos seus habitantes e da sua diáspora.
La voz. El silencio. Una dupla que moviliza la historia. La gran tensión que a mi modo de ver atraviesa el devenir histórico del continente africano. Por mucho tiempo la mirada eurocéntrica impuso la idea que África no tuvo historia, el silencio. (...)
(...) Si en África dominó el silencio, su meta es recobrar la totalidad de voces y permitir que el continente deje de ser un algo opaco y silencioso. Superar la ignorancia porque, como resume una brillante frase “La cosa más oscura sobre África ha sido siempre nuestra ignorancia de ella”.
Leiam o artigo.
As aulas sobre poesia que Jorge Luis Borges deu no Harvard em 1967-68 podem agora ser ouvidas online. Borges fala de contadores de historias, de clichés, do épico, da comunicação humana, da tradução, do que há de falso nos "happy endings".
A ouvir aqui.