Morreu Dennis Brutus, poeta sul-africano. Mais aqui
1.
Golden oaks and jacarandas
flowering:
exquisite images
to wrench my heart.
2.
Each day, each hour
is not painful,
exile is not amputation,
there is no bleeding wound
no torn flesh and severed nerves;
the secret is clamping down
holding the lid of awareness tight shut—
sealing in the acrid searing stench
that scalds the eyes,
swallows up the breath
and fixes the brain in a wail—
until some thoughtless questioner
pries the sealed lid loose;
I can exclude awareness of exile
until someone calls me one.
3.
The agony returns;
after a crisis, delirium,
surcease and aftermath;
my heart knows an exhausted calm,
catharsis brings forgetfulness
but
with recovery, resilience
the agony returns.
4.
At night
to put myself to sleep
I play alphabet games
but something reminds me of you
and I cry out
and am wakened.
5.
I have been bedded
in London and Paris
Amsterdam and Rotterdam,
in Munich and Frankfort
Warsaw and Rome—
and still my heart cries out for home!
6.
Exile
is the reproach
of beauty
in a foreign landscape,
vaguely familiar
because it echoes
remembered beauty.
(1975)
E um dos maiores poetas africanos, um herói.
Escrever 15/20 linhas sobre Montevideu. Montevideu é rambla. Sem dúvida que este passeio marítimo de 22km é aquilo que mais me atrai nesta cidade. Correr ou caminhar ao amanhecer pela rambla de Pocitos, semelhante a uma baía de um Rio de Janeiro, ou de uma Luanda, é, seguramente, dos melhores momentos do dia, aproveitando a luz e o cheiro do Rio de La Plata. Para recuperar forças – e porque não é dia de trabalho – um bom pequeno-almoço nas Medialunas Calentitas, impossíveis de se lhes resistir. Entre Pocitos e a Ciudad Vieja, uma saltada à Feira de Tristán Narvaja, caminhar por entre o verde dos legumes e o colorido das frutas, cães, aves e peixes de aquário, tudo isto é possível de se encontrar na feira mais gostosa e sui generis de Montevideu, e livros, muitos livros, velhos, amarelecidos e edições difíceis de encontrar. Hora de almoço – sempre tardio -, uma ida ao El Abrazo, uma livraria, loja de artesanato e de roupa, e uma sala de exposições, para além do divertido e colorido restaurante. É de perder – sem perder tempo – umas boas horas neste lugar tão acolhedor, entre livros, anéis, chás e boas conversas. Final de tarde, e como “Montevideu é rambla”, desfrutar do indescritível pôr-do-sol da praia Gonzalo Ramires. E, para terminar, nada melhor que ir, com amigos, a La Pulpería, em Punta Carretas, e picar uma tira de assado, um olho de bife, acompanhados pela maravilhosamente bem temperada salada de alface, tomate e cebola. ¿Y qué le parece?
Raquel Carinhas
Leitora de português