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A “diversidade que se agrega num todo”, com Hisae Ikenaga em Lisboa

Primeira oportunidade para ver em Portugal o trabalho eclético que a jovem artista mexicana, de ascendência nipónica, Hisae Ikenaga (1977) tem proposto através do recurso a materiais e objectos de fabrico industrial disponíveis em cadeias multinacionais, procurando reconfigurar num contexto artístico as suas possibilidades de utilização.

Ikenaga transforma peças de mobiliário do IKEA em esculturas, desmultiplica recortes dos contornos de equipamentos domésticos tornando-os delicados cenários de papel e cria novos “fósseis” com bolas de golfe e corais, num jogo de dicotomias assumidamente lúdico e simbólico. Radicaliza a própria lógica “do it yourself” (“faça você mesmo”), que permite a ampla circulação e comercialização de objectos de consumo, para desviá-los do seu destino formal e funcional mais evidente. Com uma biografia que cruza a América Latina, Europa e Ásia, Hisae Ikenaga traz para a sua obra um modo descomplexado de celebrar a criatividade num mundo cada vez mais dividido entre a homogeneização do que tem alcance global e a sobrevivência do que ainda chamamos de identidades locais. “Concreciones”, ou “diversidade que se agrega num todo”: para ver ao vivo até 26 de Fevereiro na Galeria 3+1, em Lisboa.

LM