At the end of a 200-mile stretch of mostly unpaved highway, nearly impassable during the long winter months and only marginally better in summer, sits the quiet community of Cochrane.
For generations, this isolation nurtured a bucolic, if insular, existence where little changed. The grasslands around here were sliced up into cattle and sheep ranches. Folktales romanticized the gaucho lifestyle on the wide open Patagonian steppe, sharing maté around the campfire.
But for all its remoteness, this hamlet has found itself at the heart of a heated national debate over the future — and some would say, the soul — of Patagonia itself.
Um dos dados que mais assustaram quando a pesquisa Retratos da Leitura no Brasil foi apresentada em março diz respeito ao uso que a população faz das bibliotecas. Ou melhor, ao não uso. Só 7% dos brasileiros vão com frequência a uma e a maioria, 20%, respondeu que iria se houvesse mais livros novos. O problema, no entanto, não é novo e desde que criou o Salão do Livro para Criança e Jovem, há 14 anos, a Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ) vem tentando dar a sua contribuição para que as escolas renovem os acervos. Assim, já estariam a meio caminho andado da formação de leitores, o objetivo maior da feira.
Por isso, quem ganha incentivo da prefeitura carioca para comprar livros nas edições anuais do evento - a de 2012 começa nesta quarta no Centro de Convenções SulAmérica, no Rio -, são as escolas.
Setenta e oito editoras divididas em 85 estandes. Presença de 200 artistas, entre escritores e ilustradores. A 14ª edição do Salão FNLIJ do Livro para Crianças e Jovens começa nesta quarta (18) e espera um público de 50 mil pessoas. Este ano, o evento homenageia o escritor mineiro Bartolomeu Campos de Queirós, autor de oito livros, entre eles, A árvore (Editora Paulinas), Anacleto (Editora Larousse), Sem Palmeira ou Sabiá (Editora Peirópolis) e História em 3 Atos (Editora Global), que morreu em janeiro. Além de, como em todas as outras edições, ter um país homenageado. O escolhido deste ano é o México
Durante os 12 dias do evento, o público de crianças e jovens terá a chance de participar de bate-papos com os principais escritores e ilustradores do país, de acompanhar a leitura de histórias e assistir a seminários. Como já faz parte da tradição, terão quatro bibliotecas separadas por faixa etária (bebês, crianças, jovens e educadores). Nelas, são realizados encontros com os autores e leituras mediadas pelos monitores, mas também é possível ficar ali lendo, folheando os livros e brincando com as obras. Como todos os anos, as crianças ganham um livro ao visitar a feira.
Entre tanto augurio apocalíptico para el libro en papel, las ferias del libro, sin embargo, pugnan con vitalidad por reinventarse. ¿Cómo? Convertidas en oasis literarios para lectores, escritores, agentes o editores en un mundo que vive entre la paradoja de la hipercomunicación virtual y la amenaza de naufragio de las relaciones humanas de carne y hueso. La Feria del Libro de Bogotá, que ayer inauguró su edición 25ª es una buena muestra de ello. Es una de las más importantes de América Latina, así como un ejemplo de la necesidad e importancia de estos acontecimientos. “La gran aportación de una feria es la vida social, el trato real que requieren... y del que carece Internet y las recomendaciones de los periódicos”, asegura la escritora Rosa Montero, que ha ido en tres ocasiones a la Filbo, como llaman los colombianos al evento. La peculiaridad de esta cita, agrega Montero, “es ese trato íntimo y familiar que la hace especial. Tiene una afluencia increíble, una tradición arraigada”.
Joe Sacco (Malta, 1960) ha sido uno de los grandes revolucionarios del cómic haciendo algo que, en el fondo, es más antiguo que la imprenta: dibujar la realidad. No es el único que ha trasladado el periodismo al tebeo pero sin duda es el que ha alcanzado una mayor difusión con títulos como Goradze, zona protegida (Bosnia), Palestina y Notas al pie de Gaza (Oriente Próximo) o, ahora, Reportajes (Mondadori), del que este blog ofrece un adelanto. El libro que se comercializará el próximo 26 de abril, trata de una serie de historias que Sacco investigó en diferentes lugares del mundo, tres de ellas realmente espectaculares: "Mujeres chechenas", "Inmigrantes africanos" y "Kushinagar", sobre la pobreza en India.
The National Afro-Swedish Association has called for Lena Adelsohn Liljeroth to be sacked after she was pictured cutting the 'genital mutilation' cake.
A top Swedish politician is at the centre of a race row storm after she was pictured cutting up a cake depicting a naked black woman.
Minister of Culture Lena Adelsohn Liljeroth was pictured enacting female genital mutilation on the racial stereotype cake, prompting calls for her resignation.
The self-confessed ‘anti-racist’ attended a party at Moderna Museet, the museum of modern art in Stockholm on World Art Day on April 15.
Liljeroth was pictured laughing and joking as she cut the macabre cake was designed by Makode Aj Linde.
The sweet treat featured a black woman’s naked torso with the artist’s own head, painted black, at the top.
Once cut open, the cake sponge was red, depicting blood.
It is believed the art installation was intended to highlight the issue of female circumcision, as the minister first cut a slice of cake from the ‘clitoris’.
Star planétaire, patron de presse et hommes d'affaires prospère, Youssou N'Dour est le ministre de la Culture et du Tourisme du Sénégal depuis le 4 avril dernier. Une nomination qui déclenche un débat passionné dans le pays, comme en attestent ces deux opinions contradictoires parues dans la presse dakaroise.
Que les choses soient claires ! Loin de moi toute idée de remise en cause de la capacité de Youssou N’Dour à gérer le ministère de la Culture et du Tourisme. L’homme a fait ses preuves dans le milieu culturel sénégalais. Sa nomination est légitime. Est-elle pour autant déontologique ? La fonction de ministre de la Culture est-elle compatible avec celle de dirigeant de structures qui prospèrent dans le milieu culturel ?
Prix international décerné à une femme photographe.
Pourquoi un prix pour une femme photographe ?
Les femmes de ma famille m’ont été fondatrices : Virginia ma grand mère pianiste, ma grande-tante peintre, et ma mère sculpteur ont nourri ma curiosité pour l’art depuis ma plus tendre enfance. Cette filiation a ouvert mon chemin d’artiste plasticienne
Créer le Prix Virginia, c’est affirmer mon soutien à la reconnaissance des femmes photographes. C’est aussi partager les passions qui m’ont été transmises.
For centuries, Timbuktu has existed in the Western imagination as a byword for the most exotic, far-flung place conceivable.
Situated on the southern edge of the Sahara, it acquired a near-mythical status in distant countries for its fabled inaccessibility, and for the accounts of the dazzling material and intellectual wealth to be found there.
Intrigued visitors continue to be drawn by the treasures that survive from the city's medieval golden age as an important academic, religious and mercantile center -- its great earthen mosques, and hundreds of thousands of scholarly manuscripts held in public and private collections.
The city, today part of present-day Mali and known as the "city of 333 saints" for the Sufi imams, sheiks and scholars buried there, was made a UNESCO World Heritage site in 1988.
Jan Vandemoortele foi um dos “arquitectos” que, em 2001, definiu aqueles que viriam a ser conhecidos como os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio. A menos de três anos do prazo para o seu cumprimento, o actual investigador traça, em entrevista, os progressos alcançados por este compromisso global, ao mesmo tempo que tece duras críticas à forma como o processo tem vindo a ser conduzido pelas elites mundiais. “A agenda pós-2015 deverá seguir uma abordagem muito mais inclusiva”, defende.
“De co-arquitecto a amigo crítico dos ODM”. Foi assim que Jan Vandemoortele se apresentou na entrevista que concedeu ao VER. O antigo director do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e que viria a ser, em conjunto com o conselheiro especial de Kofi Annan, o autor dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio, tem sido uma voz crítica no que respeita, em particular, à concepção errada que ainda se tem sobre o estabelecimento e alcance destes objectivos. Vandemoortele acusa ainda aqueles que clamam por uma estratégia geral para os ODM, argumentando que o que se pretende é “despolitizar o processo de desenvolvimento, reduzindo-o a uma série de intervenções estandardizadas de natureza técnica”. Actualmente investigador independente, escritor e orador convidado em conferências um pouco por todo o mundo, Vandemoortele alerta ainda para o facto de que o processo que levou à criação dos ODM não deverá ser repetido. “A formulação da agenda pós-2015 deverá seguir uma abordagem muito mais inclusiva”, defende.
De Bamako à Lagos, de Johannesburg à Khartoum les initiatives se multiplient et dynamisent la scène photographique africaine. Photographes, collectifs et structures informelles, forts de leur succès récent et enhardis par la conviction que l'artiste africain a son mot à dire, s'appuient moins sur les institutions locales (toujours faibles) ou internationales (toujours lointaines) que sur leur propre volonté de s'exprimer et de faire avancer leur art. C'est l'heure du trans-africanisme, qui par ses efforts de briser les frontières et encourager les échanges culturels, promeut une photographie d'origine contrôlée. Une photographie africaine par les Africains.
A conversa informal é o centro de todo o projecto: são 8 painéis temáticos, cada um com um moderador que algumas vezes é também curador, seleccionando ou sugerindo convidados. Todos podem intervir: desde quem está no público a quem está a acompanhar através das redes sociais e do livestream.
O Desafio da Programação e Curadoria
Host: João Vasconcelos (Canal 180)
Convidados: Sérgio Hydalgo (Zé dos Bois) Daniel Ribas (Estaleiro / Curtas de Vila do Conde) Lúcia Marques (Próximo Futuro / Gulbenkian) Manuel Henriques (Trienal de Arquitectura de Lisboa)
Este é o painel central do #pfc2012sim, uma conversa com instituições nacionais e internacionais dedicadas à cultura, e que a interpretam e trabalham de forma diferente. Quais são os desafios de quem programa para o público da actualidade? Da música às artes plásticas e ao cinema, como estão a desenvolver projectos que acompanham a conversação de uma audiência com uma mobilidade muito diferente de há alguns anos atrás?
Maputo será, a partir da noite de sexta-feira, 13 de Abril, a capital africana de literatura. É que a Cidade das Acácias acolhe o I Encontro Africano do Livro de Cartão, cuja cerimónia inaugural acontecerá no Centro Cultural Português – Instituto Camões, tendo o seu fim marcado para o dia 23. Descubra o milagre do papelão na promoção da literatura...
No Primeiro Encontro Africano do Livro de Cartão ? que decorre de hoje a 23 de Abril em curso ? tudo é novo e/ou está inovado. A maior parte dos escritores é jovem. As propostas de aventuras literárias para leitura também são recentes, do mesmo modo que foi inovada a fisionomia dos manuais que se apresenta de forma criativa e atraente.
No entanto, no meio da tanta inovação encontra-se algo mais interessante ainda: um preço simbólico na compra das obras. Afinal, o maior objectivo desta feira livresca é promover o conhecimento, levando os livros aos sectores sociais mais desfavorecidos, muitos dos quais não são abrangidos pelas publicações das editoras convencionais.
Está-se diante de uma nova postura de produção e publicação de obras literárias. Trata-se das editoras de livros de cartão. A iniciativa nasceu na Argentina, no ano 2003 e, desde então, não pára de evoluir.
Exposições de livros de cartão, oficinas infantis, oficinas literárias, oficinas semiprofissionais, vídeo-conferências, lançamento de novos livros, programas paralelos de eventos culturais são algumas das atividades que preenchem o 1º Encontro do Livro de Cartão que acontece, em Maputo, entre os dias 13 e 23 de abril de 2012, integrado nas atividades da IIIª Feira do Livro de Maputo.
A inauguração deste Encontro e da exposição de livros de cartão – uma iniciativa da Editora Kutsemba Cartão, do Projeto Ler é Nice e da Faculdade de Letras e Ciências Sociais da UEM, com o apoio da Embaixada de Espanha e do Instituto Camões – realiza-se no dia 13 de abril, na sede do Instituto Camões/Centro Cultural Português de Maputo.
Talk about a chair that packs heat. The Zuma Throne by Mozambican artist Goncalo Mabunda is political commentary you can sit on. Assembled using guns, rifles and pistols, furniture-sculpture – named after you-know-who – can be interpreted as a scathing critique of the violence in South African societies, or a satirical reference to shady arms deals with million-dollar kickbacks. The chair is a recurrent theme in Mabunda’s art. In elevating the otherwise pedestrian piece of furniture into an imposing and sometimes intimidating throne, Mabunda alludes to the Western world’s interest in collecting the Chief Chair prevalent in traditional ethnic African art.
The brutal Tuareg insurgency in Mali’s northern region sparked a military coup in this West African democracy, and now more than 200,000 Malians have been ousted from their homes, countless wounded have been left to suffer, and even more are dead.
The Malian Government dispatched troops to fight the Tuareg insurgency, but they justifiably felt they were inadequately armed for the vicious battles they were facing. The military’s complaints remained unheeded by President Amadou Toumani Touré—choreographer of the Malian democracy and one of Africa’s senior statesmen. The president’s failure to adequately arm his soldiers led to the military coup, which has now spawned many additional problems.
A vida vista através das janelas pode assumir uma dimensão simbólica, como no clássico filme de Alfred Hitchcock, Janela Indiscreta - em que se estabelece uma relação voyeurística entre o espectador e a tela do cinema -, ou tremendamente real, caso das pinturas que José Zaragoza mostra na exposição que inaugura hoje a Galeria Canvas-SP. Elas, segundo o artista, "foram inspiradas pelo medo que tomou conta dos nova-iorquinos que moravam em prédios, no verão de 1985", quando circulou a notícia que um furacão, vindo de Long Island, iria arrasar Nova York em três dias. Zaragoza, que filmava um comercial na cidade e tinha um apartamento em Tribeca, ficou igualmente com medo, como qualquer morador, ainda mais quando viu que todos os vidros dos prédios amanheceram cobertos com fita crepe em forma de X para que não estourassem.
O curador da exposição, Emanoel Araújo, diretor do Museu Afro-Brasil, considerou a ideia de criar obras de arte "a partir de um elemento tão pouco inspirador e prosaico" um desafio que Zaragoza aceitou e transformou num jogo de relações entre elementos díspares - a sugestão expressionista de vultos através da janela contra o formalismo geométrico ditado pelas esquadrias. Araújo destaca uma pintura na mostra que, diz ele, se caracteriza pelo realismo estrutural. Trata-se de uma estrutura metálica que imita a moldura de uma janela que se abre. "É uma pintura objeto que sugere movimento e até pede a participação do espectador."
A partir de 10 de abril inaugura novo espaço para as plásticas em São Paulo, a Canvas-SP Galeria, nos Jardins, dirigida por Rodrigo Brant. Nas paredes, marcando a abertura da casa, a mostra "Windows" de Zaragoza.
MEXICO CITY — “We must cultivate our garden,” Voltaire famously wrote at the end of “Candide,” but even he could not have imagined this: a towering arch of 50,000 plants rising over a traffic-clogged avenue in a metropolis once called “Mexsicko City” because of its pollution.
The vertical garden aims to scrub away both the filth and the image. One of three eco-sculptures installed across the city by a nonprofit called VerdMX, the arch is both art and oxygenator. It catches the eye. And it also helps clean the air.
“The main priority for vertical gardens is to transform the city,” said Fernando Ortiz Monasterio, 30, the architect who designed the sculptures. “It’s a way to intervene in the environment.”
Difícil afirmar se a recente tomada de uma trincheira até então intransponível na Arábia Saudita também pode ser creditada à Primavera Árabe. Por decreto do rei Abdullah, e regulamentação do Ministério do Trabalho, todas as lojas de lingerie e cosméticos do país têm até junho para começar a empregar mão de obra exclusivamente feminina.
A novidade, que entrou em vigor neste início de ano, em nada se assemelha à virada de mesa provocada pelos povos da Tunísia, do Egito, Iêmen, Omã, Síria e outros quadrantes do norte da África e do Oriente Médio. Ainda assim, é uma revolução. Da intimidade. Vinte e oito mil candidatas já se apresentaram para vender calcinhas, sutiãs e, por tabela, sonhos sensuais a suas conterrâneas.
Até então, a mão de obra no setor era quase exclusivamente masculina e estrangeira – em grande maioria marmanjos asiáticos, imigrados legalmente. Isso porque, na versão mais fundamentalista da sociedade saudita, a mulher só pode conviver e falar com um grupo seleto de homens: pai, avô, tios, marido, irmãos e filhos. As cintilantes lojas de lingerie existentes em templos de consumo, como o Kingdom Centre, na capital Riad, simplesmente não podiam empregar atendentes mulheres.
La música y las revoluciones han ido siempre de la mano. Es un complemento, una herramienta y muchas veces una banda sonora que recuerda a un tiempo y el cambio social que lo marcó. La música de la cantautora tunecina Emel Mathlouthi se convirtió sin ella quererlo en el hilo musical que inspiró la Revolución de los Jazmines, y ahora vive en Francia donde se está forjando una carrera musical imparable. El 21 de julio actuará en Barcelona.
“Yo no salí a la calle para cantar, solo estaba en las protestas de Túnez para estar con mis compatriotas, exigir la libertad contra el régimen injusto y tirano de Ben Ali. Mi amiga me cogió de la mano y me pidió que cantase Kelmti Horra (Mi mundo es libre), una canción que se conocía en algunos sectores underground de mi ciudad”. Pronto se convirtió en el himno inspirador de la revolución de su país. “Todavía no soy conocida en muchos países árabes, no hago actuaciones en Egipto ni en Libia, donde los artistas como yo no somos reconocidos, pero me gustaría luchar contra eso, dar la cara por la nueva generación de gente que como yo no tenemos el espacio que merecemos. Creo que la gente necesita un nuevo discurso”.
Referenciados pela primeira vez por Hérodot, no século V. a.C., os nómadas do deserto têm uma cultura e uma identidade únicas.
Awazad
Situada nos vastos desertos do Sara e do Sahel, Awazad ou Azaouad é uma região na qual os tuaregues incluem o Norte do Mali (mas também o Norte do Níger e o Sul da Argélia). O Movimento Nacional para a Libertação do Azawad (MNLA) proclamou ontem um Estado independente após a rápida conquista ao exército maliano das cidades de Tombuctu, Kidal e Gao. Uma área que é supostamente um centro de tráfico de cocaína, Awazad foi cenário de várias rebeliões: em 1962-1964, em 1990-1995 e em 2007-2009. A revolta deste ano derrotou facilmente um exército, com poucas munições e muitos generais corruptos, incapaz de enfrentar milhares de antigos soldados e mercenários tuaregues que regressaram ao Mali bem treinados, financiados e armados, depois de terem servido Muammar Khadafi na Líbia, até à queda e morte do coronel em 2011. Obter o reconhecimento internacional será agora o objectivo da luta do secessionista ainda que "laico e democrático" MNLA. Mas tudo dependerá da sua vontade e capacidade de derrotar os radicais salafistas do Ansar Dine e da Al-Qaeda no Magrebe Islâmico (AQMI), que querem islamizar todo o Mali.
Berbere
O termo "berbere" advirá do latim barbarus (bárbaro), mas os berberes tuaregues - cerca de um milhão - preferem chamar-se Imazighen (homens livres). Originalmente brancos do Mediterrâneo, foram-se misturando com as populações do Sara e do Sahel e, hoje, podem ser louros ou ruivos (nas montanhas Atlas de Marrocos) ou de pele negra (na região subsariana). Não é possível determinar como os tuaregues chegaram ao Norte de África, mas confirma-se que são um grupo berbere com a sua própria língua (Tamashek) e alfabeto (Tifinagh). Quem primeiro registou a existência destes nómadas terá sido Heródoto, no século V a.C., na Líbia. Guerreiros de espada (takoba), lança (allagh) e escudo (aghar), os tuaregues controlaram durante séculos as grandes rotas comerciais que atravessavam o Sara. Só em 1917 é que a Legião Francesa - depois de anos de combates e massacres - conseguiu "pacificar" os tuaregues. Findo o período colonial, nos anos 1960, o território dos nómadas foi artificialmente dividido por vários países independentes: Argélia, Burkina Faso, Líbia, Mali e Níger.
Charles de Foucauld
Descendente de cruzados e oriundo de uma família aristocrata e próspera, Charles Eugène de Foucauld nasceu em Estrasburgo em 1858. Aos 26 anos, depois de "uma vida de luxúria e aventuras amorosas" como geógrafo e oficial de cavalaria do Exército francês, deixou de ser agnóstico e tornou-se padre eremita. Em 1905, foi viver entre os tuaregues, na região argelina de Ahaggar. Recentemente beatificado pelo Vaticano, foi durante muito tempo olhado como "espião disfarçado de monge", mas todos lhe reconhecem, agora, a divulgação, local e internacional, da língua e cultura tuaregues. A 1 de Dezembro de 1916, salteadores atacaram o seu refúgio e um deles matou-o a tiro. O "irmão universal" morreu aos 58 anos, mas tem hoje 15 mil discípulos, entre eles a Fraternidade das Irmãzinhas de Jesus, que chegou em 1939 a Portugal, onde as suas religiosas, que não são missionárias, vivem e trabalham com os mais pobres, em bairros degradados, fábricas ou prisões.
Dassine
Sultana do Deserto, Rainha do Amor ou Mensageira da Paz, é assim que os tuaregues reverenciam a sua grande poeta Dassine Oult Yemma. Dois versos que eles repetem: "A água murmura "Eu amo-te" quando toca os nossos lábios com o mais suave dos beijos"; "Que interessa esses véus sob os quais te escondes - eu afasto-os tal como o sol desvia as nuvens". A poesia ocupa um espaço fundamental na cultura tuaregue, e um tema recorrente é o dos corações destroçados. Na língua Tamasheq, a palavra "calor" (tuksé) deriva de "sofrimento". Veja-se este poema, composto em 1890: En ce jour que j"ai quitté Tella/ elle tenait une réunion galante pour les personnes présentes ; je suis parti/ l"âme brûlée de douleur, le cœur embrasé/ semblable à un tison enflammé/ sur lequel souffle le vent et qui brûle de tous côtés. / Je prie Dieu de me faire voire celle que j"aime/ pour que je ne meure pas ici de la douleur de son absence.
Feudal
Os tuaregues mantêm um sistema hierárquico feudal de clãs (tawshet), que consiste num pequeno número de famílias nobres e tribos de marabus ("homens santos, com poderes de abençoar, proteger e curar, mesmo depois da morte"); uma maioria de vassalos e três "classes inferiores" de antigos escravos. Os iklan apascentam o gado, cozinham (a alimentação básica dos tuaregues é queijo e manteiga de cabra com tâmaras - a carne é limitada a ocasiões festivas) e fazem outras tarefas domésticas; os inaden são sobretudo artesãos e ferreiros; os harratin, de pele negra, trabalham nos campos onde se cultiva milho, centeio e trigo.
Islão
Muçulmanos mas não árabes, os tuaregues preservam rituais animistas, rezando a divindades do deserto, como pedras, água, fogo e montanhas. Na prática islâmica de lavar as mãos, a água, cada vez mais escassa, é substituída pela areia. No Norte do Mali, onde os tuaregues proclamaram agora um Estado independente, predomina a escola teológica maliquita do sufismo, corrente mística e tolerante da religião "revelada" a Maomé.
Kel Tamasheq
Ainda que divididos em várias tribos e clãs, os tuaregues fazem questão de afirmar a sua identidade única chamando-se a si próprios Kel Tamasheq, ou "Os que falam Tamasheq". Há uma campanha em curso para que sejam designados como tamasheq e não tuaregues - termo cuja origem tem suscitado várias interpretações: uns alegam que provém do árabe Tawariq, com o significado de "abandonados por Deus"; outros ligam-no a Targa, em Fezzan, actual Líbia. Os tuaregues/tamasheq têm o seu próprio alfabeto, Tifinagh, composto por símbolos geométricos, um total de 24, na forma de linhas, pontos, círculos e formas. Este alfabeto escreve-se da esquerda para a direita ou da direita para a esquerda, de cima para baixo ou de baixo para cima - por isso é de difícil leitura. A origem do Tifinagh é indefinida. Alguns sugerem que não há nada de implicitamente amazigh (língua berbere), mas os tuaregues insistem em que é indígena. Para eles, Tifinagh é um termo composto por "Tifi", que significa "descoberta", e pelo adjectivo possessivo "nnagh", com o significado de "nosso". Assim sendo, Tifinagh quererá dizer "a nossa descoberta". Outras teorias referem que o alfabeto provém do Egipto ou do Sul da Arábia; do grego ou do latim; dos cartagineses ou dos fenícios.
Mulheres
As mulheres tuaregues gozam de grande respeito e liberdade, participam nas decisões da família e da tribo, e podem manter relações com homens antes do casamento, rompendo a tradição ortodoxa islâmica. Um dos provérbios deste povo diz: "As mulheres e os homens são, uns e outros, para os olhos e para o coração; não apenas para a cama". São uma sociedade matrilínia (a liderança, a descendência e a herança são definidas pela linha da mãe), mas não matriarcal (o poder é detido pelos homens). São as mães que ensinam às filhas o alfabeto Tifinagh e arte de tocar o violino imza
d - arte exclusiva das mulheres. Diz-se que, nos combates, os homens faziam tudo para demonstrar coragem, com medo que as noivas os privassem dos sons do imzad. O desejo de ouvir este instrumento incutia-lhes valentia e incitava-os a derrotar os inimigos.
Nómadas
Se inicialmente eram nómadas errantes do deserto, muitos tuaregues foram obrigados, para sobreviver, a render-se ao sedentarismo. Em todo o caso, muitos ainda vagueiam errantes em tendas móveis, um apertado círculo de 5 ou 6. Uma tenda é composta de 30 a 40 peles curtidas, tingidas de vermelho e cosidas umas às outras. As peles são suportadas por uma estrutura de estacas de madeira, fixadas ao solo. Cada tribo é governada por um chefe e uma assembleia de homens adultos. As tribos agrupam-se em três confederações, cada uma com um xeque e um conselho de responsáveis de clãs. As confederações, por seu turno, têm um líder máximo (amenokal) e um conselho de nobres. Entre as tribos mais importantes estão as de Kel Rhela, Dag Rhali, Issaqqamaren e Ait Laoin.
Oy ik?
Os tuaregues têm uma forma muito particular de cumprimentar os outros. No dialecto regional Air, por exemplo, começam por perguntar Oy ik? (Como está?), seguindo com Mani egiwan? (Como está a sua família?) e depois por Mani echeghel? (Como vai o seu trabalho?). A resposta mais educada a todas estas interpelações será Alkher ghas (Está tudo de boa saúde).
Sedução
Os tuaregues têm um ritual a que chamam "código de sedução". No silêncio do deserto, de manhã até ao meio-dia, antes do pôr-do-sol, ou à noite, sob um céu estrelado, juntam-se para tocar o violino imzad e cantar poemas. Depois de recolherem o leite dos rebanhos e antes de irem para a cama, os homens pedem às organizadoras destas reuniões sociais ou encontros românticos (djalsa) se os voltam a convidar. Para saberem, discretamente, a resposta das mulheres que querem conquistar, usam linguagem gestual. Desenhar um círculo na palma da mão de uma jovem e depois apontar para lá com o dedo indicador é uma declaração de amor. Se a jovem pega na mão direita do pretendente e com o seu indicador traça uma linha diagonal para a frente e depois para trás, isto significa: "Deixa o resto das pessoas e vem para junto de mim". Se ela traça a linha diagonal numa só direcção, a mensagem é: "Vai-te embora, e não voltes." Se um homem notar que a rapariga é disputada por um rival, tem de recuar. Se dois pretendentes gostam da mesma mulher, o mais novo deve ceder o lugar ao mais velho - excepto se a rapariga fizer a escolha contrária.
Tin Hinan
Venerada pelos tuaregues como a sua primeira Tamenokalt (rainha), Tin Hinan ainda hoje é designada, por eles, como "Mãe de todos nós". Dizem lendas que, viajando com a sua dama de companhia, Takamat, deixou Tafilalet, nas montanhas Atlas de Marrocos, para se instalar no território desértico de Hoggar ou Ahaggar, no Sul da Argélia. Aqui, não hesitando em recorrer às armas, Tin Hinan uniu vários clãs dispersos e fez deles uma "nação". O seu túmulo terá sido encontrado, em 1920, por arqueólogos, em Abalessa, na Argélia.
Véu
Entre os tuaregues, são os homens, e não as mulheres, que ocultam o rosto. Há três tipos de véu-turbante, com um comprimento que oscila entre os 3 e os 5 metros, deixa à vista apenas os olhos, cobrindo a cabeça, a testa, quase todo o nariz e a boca - "uma zona de poluição e de desrespeito se exposta perante outros". Assim, temos o tagelmoust ou alechcho (azul-índigo), hoje quase exclusivo das classes mais altas; o khent, que pode ser usado em todas as ocasiões e no dia-a-dia; e o agora mais comum echchach (branco, negro ou azul-escuro, de custo e qualidade inferior). Não há dados concretos sobre quando é que os tuaregues começaram a usar o tagelmoust, porque até 1920, segundo várias fontes, era mais visível o tekerheit, véu-turbante de lã branca e riscas de cor, originário da Líbia. Só os homens de classe elevada podem deixar escorregar o véu-turbante, e apenas os que fizeram a peregrinação a Meca o podem remover completamente. De um modo geral, os homens jamais o abandonam desde que o começam a usar aos 18 anos, início da idade adulta, nem mesmo quando dormem. A tinta que caracteriza a maioria dos tagelmoust não é diluída em água, um bem cada vez mais escasso, mas aplicada com pedras em tecido de algodão. A pressão emite partículas ligeiramente metálicas que depois se transferem do véu para o rosto - daí os tuaregues terem ganhado o cognome de "Homens Azuis". Símbolo de masculinidade, protecção contra as tempestades de areia e os "maus espíritos" - mas também, dizem, forma de impedir o inimigo de ler o pensamento -, o véu-turbante nunca é lavado e é usado até que se rasgue. As mulheres, por seu turno, depois de se casarem, apenas tapam o cabelo com um lenço (ekahei). Envergam saias rodadas e blusas bordadas de várias cores, colares e brincos de ouro e prata, e ostensiva maquilhagem que realça sensualidade dos olhos e da boca.
Se diría que lo suyo es puro swing. Se diría que están felices. Son jóvenes. Bailan. Tienen todo el tiempo del mundo. Disfrutan juntos, sin más. Amorosos. Así son muchas de las fotos de Malick Sidibé (Malí, 1936): libres, relajadas, despreocupadas... Una parte de África desconocida y gozosa. Algunas de ellas se pueden ver ahora, hasta el 23 de abril, en la galería Trinta arte contemporánea, de Santiago de Compostela.
Y ahora que está de actualidad por noticias político-militares, que son siempre las peores para un país, no queda más remedio que pensar en lo mucho que Malí representa para la fotografía africana y más allá. Como ya contamos en otra entrada, la Bienal de Bamako es referencia imprescindible para describir lo que se cuece en el continente (y en la diáspora); un punto de encuentro internacional de profesionales y amantes de la imagen, y uno de los eventos que muestran lo abierto al mundo que suele ser Malí, tan distinto a esas fronteras cerradas de hoy mismo, tras el reciente golpe de Estado y los disturbios del Norte.
Quizá por eso viene bien recordar a Sidibé (1936), un hombre que retrató con maestría el África social de esos años de aire nuevo y esperanza, los cincuenta y sesenta, y que ha sido, entre otros, premio de la Bienal de Venecia en 2007 (era la primera vez que un africano recibía tal distinción); premio PhotoEspaña Baume et Mercier en 2009 y World Press Photo en 2010. Desde que fue descubierto en uno de los primeros Rencontres Africaines de la Photographie en Bamako allá por 1994, Sidibé es de un modo u otro protagonista de todo evento fotográfico en y sobre África. En la última edición de los Rencontres lo fue al hilo de su obra clasificada y archivada en el Museo Nacional de Malí, que produjo hace tiempo un corto sobre él (realizado por Susan Vögel, ver comentario) junto a dos de sus paisanos: Abdourahmane Sakaly y Soungalo Malé.
Cut up de textes classiques et contemporains, la dernière création de Krzysztof Warlikowski réunit l’Afrique et Shakespeare pour dénoncer une humanité où les femmes font toujours figure de victimes expiatoires.
Salon d’apparat ouvert à tous les vents dans le palais abandonné d’un despote déchu, parquet de bal où une révolution peut se jouer à pile ou face lors d’une soirée de gala, le plateau sur lequel s’inscrit le théâtre du metteur en scène polonais Krzysztof Warlikowski rend compte des soubresauts de l’histoire en écho des bouleversements du monde contemporain. D’un lounge bar aux allures de club anglais à une chambre d’hôpital, d’un étal de boucher à une salle de billard et un gymnase, cet espace caméléon donne le change en toutes circonstances sans jamais se revendiquer du réalisme.
A l’orée du Sahara et à quelques encablures du fleuve Niger, Tombouctou, au Mali, a longtemps été une cité fermée aux Européens. Carrefour commercial à l’époque des caravanes, elle fut aussi le siège d’une intense vie intellectuelle. Au cours de cet âge d’or, des milliers de livres ont été écrits à la main puis abandonnés à la poussière du désert. On commence à les exhumer. De la nuit de l’oubli émerge ainsi une passionnante histoire de l’Afrique jusqu’à présent ignorée.
A Tombouctou, la progressive découverte de vieux manuscrits, dont certains remontent au XIIIe siècle, est en passe de devenir un enjeu historique pour toute l’Afrique. Plus de 15 000 documents ont déjà été exhumés et répertoriés sous l’égide de l’Organisation des Nations unies pour l’éducation, la science et la culture (Unesco) ; 80 000 autres dorment encore quelque part dans des malles ou au fond des greniers de la ville mythique (1). Ces précieux écrits qui firent la gloire de la vallée du fleuve Niger entre le XIIIe et le XIXe siècle (2), sont menacés de décomposition et de pillage par des trafiquants.
The photographer Stan Douglas’s new project “Disco Angola,” a work in progress, is on display at the David Zwirner Gallery in New York until April 28, 2012. The New Yorker announced the show in Goings on About Town with the image above. What’s amazing is that Douglas has not been to Angola, though from what I read in this interview with Monica Szewczyk he has done a good bit of studying up.
Here are some of the photos from the show which puts, as Douglas describes it to Szewczyk, postcolonial Angola and postindustrial New York in visual touch, makes capoeira and kung fu “visual rhymes.” I think he is on to something.
Muita gente havia deixado a sala, durante a exibição de Planeta Caracol, no CineSesc, mas sábado à noite, na sala da Rua Augusta, o júri do É Tudo Verdade fez justiça ao belo documentário do chileno Yi Segung-jun e lhe conferiu o prêmio de melhor da competição internacional. Planeta Caracol é sobre um cego e surdo e a mulher que o guia em sua escuridão (mas ele também a completa, numa reciprocidade comovente). O júri internacional considerou o curta Vovós, de Afarin Eshbal, o melhor da categoria. As vovós são as abuelas da Plaza de Mayo e a iraniano/britânica Afarin, que nem fala espanhol, disse numa mensagem ao Festival de Documentários que o que lhe interessou foi o exemplo dessas guerreiras que nunca deixaram de lutar pela verdade na investigação de crimes cometidos pela ditadura militar argentina - um tema de atualidade muito forte no Brasil.