Ligando as cidades de Lisboa e Paris através de parcerias entre a Fundação Calouste Gulbenkian, a Casa da América Latina (Lisboa) e o Théâtre de la Ville (Paris), estas iniciativas contam ainda com o apoio da ACEP, Câmara Municipal de Lisboa e Embaixada do Peru.
No dia 16 de Novembro, em Lisboa, precisamente na sequência das grandes Lições PRÓXIMO FUTURO (Aud. 2 da FCG), inaugura às 19h00, no Palácio Galveias, a exposição do fotógrafo peruano Roberto Huarcaya, intitulada "Subtil Violência".
No dia 18 de Novembro, em Paris, desta vez na sequência da apresentação das grandes Lições no Théâtre de la Ville, inaugura no mesmo espaço, às 19h00, a exposição do fotógrafo sul-africano Pieter Hugo, dedicada ao fenómeno "Nollywood".
Pormenor de uma fotografia de Camila Sousa (cortesia da artista)
Ciclo de grandes LIÇÕES Próximo Futuro (parte 3): "Percepção e representação contemporâneas de África e da América Latina"
CONFERÊNCIAS * LISBOA - PARIS
16 Novembro 2011, Quarta / 10h00 - 18h00
Edifício-sede da Fundação Calouste Gulbenkian (Lisboa), Aud. 2
Entrada livre (tradução simultânea disponível)
GUSTAVO H. B. FRANCO (Brasil)
Índices de felicidade corrente e futura no Brasil: aspectos conceituais e determinantes econômicos
Os problemas conceituais nos indicadores subjetivos de felicidade, em torno dos quais surgiu uma imensa literatura acadêmica recente, remontam aos primórdios da disciplina, mas os avanços recentes na interface entre a economia e a psicologia, bem como o desenvolvimento da chamada ’economia experimental‘, abriram novas frentes para a construção e para o uso desses indicadores, seja para a pesquisa, seja para a definição de novos rumos nas políticas públicas. De entre as questões mais importantes desta nova área de pesquisa está a relação entre o nível de renda, ou mais genericamente o progresso econômico, e os índices de felicidade corrente e futura de diferentes países. Existem muitos paradoxos nessa relação, um dos quais amplamente presente em muitas pesquisas que é o resultado empírico segundo o qual é pequena e limitada a influência do progresso material para a definição do nível de felicidade. É nessa linha que surgem questionamentos em torno da ideia de que o crescimento do PIB seja a principal meta das políticas públicas, possivelmente em detrimento de outras dimensões da vida em sociedade. Os números para o Brasil, todavia, sugerem uma leitura cautelosa desses paradoxos; talvez seja prematuro abandonar os indicadores estritamente econômicos de afluência. A despeito de ser um país emergente de renda média, o índice de felicidade corrente, medido sistematicamente pelo Gallup Poll, tem estado no primeiro quartil da distribuição global e, o índice de felicidade futura para o Brasil, tem estado no primeiro lugar do mundo nos últimos 5 anos. Os resultados brasileiros, bem como seus determinantes, permitem um excelente ponto de vista para uma discussão mais ampla sobre o significado, alcance e implicações para políticas públicas dos índices de felicidade, tal como habitualmente calculados. (Abstract)
Gustavo H. B. Franco é membro do Conselho de Administração do Banco Daycoval (Conselheiro Independente) e também do Conselho de Administração da Globex Utilidades S/A. Brasileiro, Bacharel (1979) e Mestre (1982) em Economia pela PUC/Rio de Janeiro e M. A. (1985) e Ph.D (1986) pela Universidade de Harvard. Foi professor, pesquisador e consultor em assuntos de economia, entre 1986 e 1993, especializando-se em inflação, estabilização e economia internacional. Em seguida, no serviço público, entre 1993 e 1999, foi Secretário de Política Económica (adjunto) do Ministério da Fazenda, Director de Assuntos Internacionais e Presidente do Banco Central do Brasil. Teve participação central na formulação, operacionalização e administração do Plano Real, entre outras atividades. Após ano sabático na universidade (1999), fundou a Rio Bravo Investimentos (2000), empresa de investimentos, onde actualmente tem a sua ocupação principal. Tem participado em diversos conselhos de administração, consultivos e de eventos corporativos, como palestrante.
SERGE MICHAILOF (França)
Um planeta descontrolado: De que vale a ajuda ao desenvolvimento?
A opinião pública das nossas sociedades da abundância ainda não entendeu que os países ricos deixaram de controlar as imensas alterações que têm ocorrido no mundo em desenvolvimento. O nosso planeta transformou-se numa aldeia global pelo que os choques demográficos e ambientais em curso, quer nos países mais pobres, quer nas economias emergentes do Sul, passaram a ter um impacto sobre o conforto, o modo de vida e as crenças do Norte. Tensões vão-se agudizando em várias regiões onde a miséria e as frustrações fervilham. Se quisermos evitar que uma espiral descendente alastre do Corno de África para África Central, é fulcral perceber a razão pela qual a ajuda quase sempre redundou em fracasso nos Estados frágeis. A esse respeito, é comprovadamente essencial erguer instituições estatais, sendo certo que esse objectivo não se encontra na mira das intervenções militares externas nem nunca constituiu uma prioridade da assistência humanitária e para o desenvolvimento, mais focada na beneficência a curto prazo do que na sustentabilidade a longo prazo. Num contexto em que o esgotamento dos recursos do planeta assume uma magnitude sem precedentes, as instituições da ajuda ao desenvolvimento podem tornar-se parceiros relevantes no intuito de ajudar, quer os países ricos, quer os países emergentes, na co-gestão dessas questões cruciais, assim como a implementar estratégias de partilha mais astutas. À medida que vamos sendo confrontados com um mundo mais instável, uma nova abordagem da ajuda ao desenvolvimento alicerçada nos interesses comuns do Norte e do Sul revela-se não somente possível como necessária e até imprescindível. (Abstract)
Serge Michailof tem-se debruçado sobre questões de desenvolvimento desde 1968. Actualmente, lecciona sobre desenvolvimento económico e programas de ajuda no Institut National des Sciences Politiques, em Paris. É um consultor regular do Banco Mundial e de outras instituições de solidariedade sobre países em desenvolvimento e reconstrução pós-conflito, focando-se especificamente na construção de instituições e de Governos. É assessor de vários Governos. Estudou em França (MBA na HEC-École des Hautes Études Commerciales, doutorado em Economia e mestre em Antropologia) e nos Estados Unidos (MIT). Publicou e/ou coordenou cinco obras ”Notre Maison Brûle au Sud, Que Peut Faire l’Aide au Développement?” (Fayard, 2010), ”A Quoi Sert d’Aider le Sud? ” (Ed. Economica, 2007), ”La France et L’Afrique” (Karthala, 1993), ”Les Apprentis Sorciers du Développement” (Ed. Economica, 1987) e, em conjunto com Manuel Bridier, ”Guide Pratique d’Analyse de Projects d’Investissements” (Ed. Económica, 1995, 5ª edição), um livro didáctico bem conhecido. Publicou também numerosos artigos sobre questões de desenvolvimento. Faz parte do Conselho de Administração do CIAN (Conseil des Investisseurs Français en Afrique). Foi agraciado com a Legião de Honra e a Ordem de Mérito francesas, assim como com a Ordem Nacional do Leão, do Senegal.
ELIKIA M’BOKOLO (República Democrática do Congo)
Como será África num futuro próximo?
África preocupa alguns, inquieta, com ou sem motivo, pela perspectiva das hordas migratórias arrastadas numa onda desenfreada rumo aos paraísos consumistas do ’Ocidente‘ ou do ’Norte‘, consoante os casos. África também regozija muitos outros, seja pela espectacularidade daqueles invejáveis corpos musculados em qualquer prova desportiva, seja pela audição daqueles ritmos e sons tão longínquos, tão estranhos e, simultaneamente, tão familiares, como se fossem expectáveis. Uma coisa é certa: África interroga, África interpela, África perturba. África, mas que África? A forma como olho para o próximo futuro de África decorre do olhar de um africano que conhece África, por lá viver, por estudá-la e por ali criar, que conhece também o mundo pelas mesmas razões e para quem a imaginação, a vontade e, porque não dizê-lo, o sonho, assentes numa observação escrupulosa, formam a melhor chave para tornar real o possível e para abrir as portas de um futuro inesperado, melhor que o nosso presente. Regeneração, renascimento? Se a efervescência religiosa indica o vigor das expectativas e se a criatividade artística dá conta da multiplicidade dos possíveis, fá-lo-ão no entanto à custa de uma auto-invenção ou reinvenção intelectual e moral para que os africanos assumam, em moldes inovadores, os profundos desafios que os tempos presentes deixam adivinhar.
Elikia M’Bokolo formou-se pela École Normale Supérieure e com agregação universitária e é director de estudos na École des Hautes Études en Sciences Sociales, bem como docente na Universidade de Kinshasa. Para além disso é autor de diversas obras de referência e produtor de “Mémoire d’un Continent”, para a Radio France Internationale, um programa radiofónico semanal dedicado à história de África e às suas diásporas. De entre as suas obras escritas e audiovisuais mais recentes, destacam-se “Afrique noire. Histoire et civilisations” (2005), “Médiations africaines. Omar Bongo et les défis diplomatiques d’un continent” (2009), “Afrique. une histoire sonore”, 1960-2000(com Philippe Sainteny, 2001), “L’Afrique littéraire. Cinquante ans d’écriture” (com Philippe Sainteny, 2008), “Africa : 50 Years of music. 50 ans d’indépendances” (2010) e “Afrique(s). Une autre histoire du XXe siècle” (filme documentário, 4 x 90’, de Elikia M’Bokolo, Philippe Sainteny e Alain Ferrari, 2010).
BENJAMIN ARDITI (México/Paraguai)
O “becoming-other” da política:O pós-liberalismo e a política viral são o nosso próximo futuro
Gostaria de propor dois critérios que tentam compreender a ’transformação‘ da política. Um deles é já trabalharmos num contexto pós-liberal, considerando que dois pilares do liberalismo já foram ultrapassados: a política vai além do quadro da representação eleitoral e transcende as fronteiras territoriais do estado soberano. O segundo marcador é o de que as pessoas que não se conhecem podem agir em concertação sem necessitarem sempre das estruturas de comando habituais dos partidos políticos e dos movimentos sociais. O rizoma, os sistemas abertos de Deleuze com múltiplos pontos de entrada, funciona como uma imagem de pensamento para esta forma de coordenação. Vou utilizá-lo para falar da conectividade viral e da política viral que têm tirado partido dos novos meios de comunicação. Vou discutir estes dois indicadores do becoming-other (*) da política, através de uma breve análise de uma série de insurreições que vão desde “Todos têm de ir embora, não pode ficar um sequer”, na Argentina, ao movimento estudantil no Chile, este ano, às rebeliões actualmente em curso, na zona do Magrebe, e ao movimento M-15, em Espanha. O meu pressentimento é o de que estas insurreições, qualquer que seja o seu desfecho, são aquilo que Fred Jameson designa de «mediadores em desaparecimento», neste caso, mediadores que funcionam como sintomas do nosso becoming-other. Concluirei com uma breve resenha sobre política viral e tentarei avaliar os seus prós e contras.
Benjamin Arditi é professor de Política na Universidade Nacional do México (UNAM). Fez o seu doutoramento na Universidade de Essex, no Reino Unido, leccionou nas Universidades de Santa Catarina (Brasil), Maryland (EUA) e Essex (Reino Unido) e foi professor convidado nas Universidades de Edimburgo e St. Andrews. No Paraguai, trabalhou como director de investigação numa ONG, desenvolvendo ao mesmo tempo a actividade de jornalista e activista. Após a queda de Stroessner, fundou uma campanha nacional de educação cívica. A sua obra mais recente intitula-se “Politics on the Edges of Liberalism. Difference, Populism, Revolution, Agitation” (Edimburgo, 2007) e co-editou “Taking on the Political”, uma série de livros sobre o pensamento político no continente, publicado pela Edinburgh University Press. O seu trabalho mais recente incide no becoming-other (*) da política, designadamente no pós-liberalismo, política viral e pós-hegemonia.
(*) Becoming-other – Abertura da política à mundialização, fora do eixo convencional da autoridade a nível local.
Les islamistes en tête, suivis de deux partis de gauche : le visage de la future Assemblée constituante tunisienne s'esquissait lundi 24 octobre, au fur et à mesure des résultats annoncés par les partis, au lendemain d'un premier scrutin historique, neuf mois après la révolution tunisienne. Les résultats définitifs et officiels ne devaient pas être annoncés avant mardi par la commission électorale (ISIE) mais les premières tendances et déclarations confirmaient l'avancée d'Ennahda, attendue.
Le parti islamiste a immédiatement lancé un message pour "rassurer" les partenaires économiques de la Tunisie. "Nous espérons très rapidement revenir à la stabilité et à des conditions favorables à l'investissement", a déclaré Abdelhamid Jlassi, directeur du bureau exécutif.
Marjane Satrapi : «Il faut croire en l'élan tunisien»
Marjane Satrapi et Winshluss sont les visiteurs d'un jour à Libération. Les réalisateurs du film «Poulet aux prunes» (qui sort mercredi) étaient invités lundi à réagir à l'actualité. En conférence de rédaction, Marjane Satrapi s'est exprimée sur les révolutions arabes, le vote tunisien, la Libye, sur le risque islamiste. Et sur... la croissance économique. A lire mardi dans Libération.
The UNESCO – Aschberg Bursaries for Artists Programme has the pleasure to announce the 2012 call for applications. The Programme promotes the mobility of young artists through art residencies abroad.
This call is open to creative writers, musicians andvisual artists between 25 and 35 years old.
Pormenor de uma fotografia de Filipe Branquinho (cortesia do artista)
Falta menos de um mês para a primeira apresentação do OBSERVATÓRIO de ÁFRICA e da AMÉRICA LATINA!
É já no próximo dia 15 de Novembro (3f), às 09h30, no Aud. 3 da Fundação Calouste Gulbenkian, e a entrada é livre.
Eis as respectivas sinopses... a não perder!
O Observatório de África e da América Latina resulta dos workshops de investigação que o Programa Gulbenkian Próximo Futuro concretizou desde 2009. Nesta primeira apresentação serão proferidas comunicações de investigadores ligados a universidades, centros de pesquisa e organizações não-governamentais. Fruto da parceria com o Théâtre de La Ville de Paris, este modelo de seminário será concretizado no dia 17 de Novembro, na capital francesa, com investigadores aí radicados.
CONFERÊNCIAS * LISBOA - PARIS
15 Novembro 2011, Terça / 09h30 - 17h30
Edifício-sede da Fundação Calouste Gulbenkian (Lisboa), Aud. 3
Migrações e Desenvolvimento, por Alexandre Abreu (CEsA, ISEG/UTL)
A questão dos nexos causais entre as migrações e o desenvolvimento dos territórios de origem, nomeadamente no âmbito de espaços sociais transnacionais criados e sustentados por migrantes, tem sido objecto de atenção acrescida nos últimos anos. Neste contexto, o caso da comunidade de origem guineense residente em Portugal constitui um exemplo particularmente interessante, em virtude do carácter e intensidade das práticas transnacionais que tem desenvolvido de forma particularmente consistente. Serão apresentados alguns elementos exemplificativos destas práticas e dos seus efeitos ao nível das famílias e comunidades de origem na Guiné-Bissau, os quais servirão posteriormente como base para uma breve reflexão mais ampla, em torno da fluidez do significante ’desenvolvimento‘, no contexto deste debate. (Abstract)
África no Imaginário Português: Corpo e Identidade na Arte Contemporânea Portuguesa, por Ana Sécio (FCH/UCP)
África integra o imaginário português desde há séculos. Cenário que tem início com as Navegações e que adquire mais expressão a partir dos finais do século XIX, com o maior impacto da colonização portuguesa. Há, ainda, que assinalar a ideologia oficial do Estado Novo e o pós-25 de Abril, que conta com as memórias dos ex-colonos e dos seus descendentes, elementos que, em muito, contribuem para a configuração deste imaginário. O Portugal pós-colonial assume-se como um importante ponto de chegada de indivíduos de diferentes nacionalidades, onde o convívio e o debate entre as representações de África se fazem notar. Nesta comunicação, partindo da noção de mito postulada por Roland Barthes, em “Mitologias”, pretendemos reflectir sobre a dimensão mítica de algumas dessas representações na arte contemporânea portuguesa, sobretudo no que concerne ao corpo e à configuração de identidades plurais, porque forçosamente multiculturais. (Abstract)
Itinerário exaltante, por António Pinto Ribeiro (PGPF, UCP)
A questão da representação é central na História Cultural do Ocidente - não é por acaso que Aristóteles lhe dedica uma parte substantiva da sua obra - e tornou-se um tema fulcral em toda a produção teórica tanto nos Estudos de Cultura como nos mais subtis estudos do pós-colonialismo. A representação não só reforça a ideia e a marca da ausência, e a sua substituição por outro significante, como é um acto de criação e nesse sentido resulta de uma subjectividade onde a ideologia e o biográfico tomam papéis preponderantes. No caso concreto de obras documentais (ou que se afirmam como tal) de escritores europeus, em que resulta esta criação? Tomaremos como estudo de caso um exemplo emblemático de uma obra inovadora sobre os territórios ex-colonizados que é “Baía dos Tigres”, de Pedro Rosa Mendes, para tentar entender a construção social resultante desta representação particular. (Abstract)
Entre o entretenimento e a assistência: ’comunicação’ e ’ajuda’ como contributos para a fragilização e a dependência, por Fátima Proença (ACEP)
Diversas formas actuais da ’sociedade do espectáculo’, tal como caracterizada por Debord há mais de três décadas, oferecem-nos construções também actualizadas do ’fardo do homem branco’, voltando a aprisionar África numa teia de conceitos, onde ’humanitário, ’fragilidades’, ‘necessidades’ arriscam ser a nova linguagem de velhas relações de poder. Num quadro de procura de construção de múltiplas cidadanias, há legitimidade para papéis como os de espectadores ou de aprendizes de feiticeiro? (Abstract)
Factor Favela, por Frederico Duarte (FBAUL)
O Brasil é hoje mais do que uma nação tropical de praia, samba e futebol: é uma superpotência do século 21. Está, por isso, na hora de o mundo, ou pelo menos o mundo do design, prestar a devida atenção ao design brasileiro. Mas também está na hora de os designers brasileiros tratarem o seu povo, um de seus principais valores, com o respeito que ele merece. De que forma é que a prática, a cobertura jornalística, a curadoria e a crítica académica do design brasileiro estão a misturar origem com identidade, oportunidade social com oportunismo de design, ’gambiarra‘ com inovação frugal, realidade com estereótipo? (Abstract)
Das categorias de pensamento às categorias de conhecimento, por Luísa Veloso (CIES, IUL)
Com esta apresentação, propõe-se discutir os processos sociais de reflexão e construção de categorias de pensamento sobre a realidade, construção entendida em sentido lato, abarcado desde as actividades de investigação, de intervenção social (política, intelectual, etc.) até às de expressão artística. Estas convertem-se em categorias de conhecimento, mais ou menos elaboradas, mais ou menos destinadas a um ’uso’ ordinário ou extraordinário, traduzindo-se na construção de quadros de conhecimento estruturados. A realidade é, neste sentido, objecto de um processo de estruturação em funç
Curso Livre e Seminário Intensivo de Pós-Graduação em Filosofia
FLUL – 10 a 20 de Janeiro de 2012
10h – 13h
Catarina Belo é licenciada em Filosofia pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (1997). Licenciou-se ainda em Estudos Árabes e Islâmicos pela Universidade de Londres (School of Oriental and African Studies), em 2000. Concluiu o doutoramento em Estudos Orientais – Filosofia Islâmica – pela Universidade de Oxford em 2004, com uma tese sobre o acaso e o determinismo em Avicena e Averróis. Após um ano de investigação sobre filosofia islâmica em manuscritos hebraicos na Universidade de Colónia (Martin-Buber-Institut für Judaistik), passou para a Universidade Americana no Cairo, onde lecciona filosofia medieval desde Fevereiro de 2006. Tese de doutoramento (Chance and Determinism in Ibn S?n? and Ibn Rushd, Oxford, 2004): analisa a questão do acaso e do determinismo em Avicena (980-1037) e Averróis (1126-1198) através do estudo das obras destes autores sobre a física e a metafísica aristotélicas. Em particular, trata da questão do ‘acaso’ e da matéria numa perspectiva física, bem como a questão da providência divina. A tese, revista, encontra-se publicada com o título Chance and Determinism in Avicenna and Averroes (Leiden, Brill, 2007). É professora da Universidade Americana do Cairo.
South African 'Struggle Art' on display alongside works for auction by leading SA artists
LONDON.- IFA LETHU Foundation, the non-profit organisation set up to repatriate South African apartheid era `Struggle Art’, has joined with Bonhams to showcase some of the most poignant art produced by anti-apartheid activist artists. From October 22-27 some 15 selected works from the Ifa Lethu Foundation ‘Coming Home’ exhibition in London will move to Bonhams to coincide with the auction house’s South African Art sale on October 25th and 26th. ‘Coming Home’ will be a non- selling exhibition. Bonhams is the world’s leading auctioneer of South African Art and hold the world record for South African art, set with a picture by Irma Stern, ’Arab Priest’ which sold in March this year for £3m. The Bonhams sale on October 25 and 26 will once again offer a stunning array of the very best South African art including a number of masterworks, each expected to make figures in excess of £1m. The Ifa Lethu Foundation is a South African based not-for-profit organization which was formed in November 2005 to deal with challenges in the cultural heritage sector. These challenges included the location, protection and repatriation of South African cultural heritage that was created during the struggle era and found its way out of the country during those turbulent years. Ifa Lethu uses this cultural heritage to empower communities, alleviate poverty through creative development projects and heal their nation.
El Museo de la Fotografía de Lima – FOLi - es un museo independiente sin fines de lucro, dedicado a la colección, preservación y promoción de la fotografía contemporánea en Perú y Sudamérica. El objetivo del museo es coleccionar sistemáticamente fotografías con valor cultural y artístico de fotógrafos Peruanos, Latinoamericanos y otros; relevantes para la historia de la fotografía nacional y latinoamericana.
Através do website do museu FOLi é possível conhecer a instituição e ficar a par dos principais eventos relacionados com a fotografia contemporânea da América Latina, basta navegar por aqui.
O Jornal PRÓXIMO FUTURO N.º 8 já está no prelo! A capa é da artista americana de origem sul-africana Ayana V. Jackson (n. 1977), que participou nos Encontros Fotográficos de Bamako que estiveram expostos na Gulbenkian (em Lisboa) até Agosto passado, no âmbito do Programa PRÓXIMO FUTURO.
PROGRAMA GULBENKIAN PRÓXIMO FUTURO – NOVEMBRO 2011
Em parceria com o PROGRAMA GULBENKIAN DE AJUDA AO DESENVOLVIMENTO, co-produzido com o THÉÂTRE DE LA VILLE (Paris) e a Casa da América Latina (Lisboa), com o apoio da CML e da Embaixada do Peru.
CONFERÊNCIAS LISBOA - PARIS
15 Terça / 09h30 - 17h30
“Observatório de África e da América Latina”
SEMINÁRIO
Edifício-sede da Fundação Calouste Gulbenkian (Lisboa), Aud. 3
Primeira apresentação do “Observatório de África e da América Latina”, resultante dos workshops de investigação que o Programa Gulbenkian Próximo Futuro concretizou desde 2009, no qual serão proferidas comunicações de investigadores ligados a universidades, centros de pesquisa e organizações não-governamentais.
Fruto da parceria com o Théâtre de La Ville de Paris, este modelo de seminário será concretizado no dia 17 de Novembro, na capital francesa com investigadores aí radicados.
16 Quarta / 10h00 - 18h00
“Percepção e representação contemporâneas de África e da América Latina”
LIÇÕES PRÓXIMO FUTURO
Edifício-sede da Fundação Calouste Gulbenkian (Lisboa), Aud. 2
Entrada livre
Conferencistas: Gustavo Franco (Brasil), Benjamin Arditi (México/Paraguai), Serge Michailof (França), Elikia M’Bokolo (República Democrática do Congo/França)
Ciclo de conferências do Programa Gulbenkian Próximo Futuro, co-produzido com o Programa Gulbenkian de Ajuda ao Desenvolvimento e o Théâtre de La Ville de Paris, onde as Lições serão proferidas no dia 18 de Novembro.
Professeur d'histoire à l'université de Californie à Los Angeles (UCLA), Sanjay Subrahmanyam a aussi enseigné à New Delhi, à l'Ecole des hautes études en sciences sociales à Paris, puis à Oxford. Il est l'un des principaux promoteurs de l'histoire globale, ou histoires connectées, comme contre-proposition aux aires culturelles, les area studies. Son livre sur Vasco de Gama, qui élargit la recherche au-delà des sources portugaises, doit être publié en France en 2012.
Assiste-t-on à une mondialisation de l'histoire comme à une mondialisation économique au détriment de l'eurocentrisme ?
Il y a encore un problème d'articulation : en Inde, ce que l'on étudie dans les universités, c'est l'histoire indienne. Si vous cherchez un spécialiste de l'histoire du Japon en Inde, vous n'en trouverez pas. Même chose pour la Chine, des spécialistes de l'histoire indienne, il y en a peut-être deux. Entre la Chine et le Japon, c'est différent, parce qu'il y a une tradition japonaise de sinologie. Mais peu d'historiens chinois travaillent sur le Japon. Alors qu'est-ce que la mondialisation ? Souvent, cela revient au rapport avec l'Occident : la Chine et l'Occident, l'Inde et l'Occident... Il est difficile d'établir des passerelles entre l'Inde et la Chine. On est toujours dans un rapport centre-périphérie. Y a-t-il en Inde des historiens spécialistes de l'Amérique latine ? Pas plus qu'en Chine... Donc, pour aborder ce sujet, on va traduire des chercheurs américains ou européens.
La domination intellectuelle occidentale sur l'Orient n'est donc pas entamée ?
Non, loin de là. Ça ne peut pas se faire du jour au lendemain.
C'est une bonne ou une mauvaise nouvelle ?
Il y a des éléments positifs. Quand on a une grande tradition et des ressources, cela vaut quelque chose. Il serait stupide de dire que, parce que les Français ont colonisé l'Indochine, ce qu'on produit sur l'Indochine en France ne vaut rien. Mais en même temps, sans tomber dans une forme d'indigénisme qui voudrait que seuls les Chinois peuvent écrire sur la Chine, c'est inquiétant.
Prenez deux cas extrêmes : sur l'histoire turque et ottomane, les Turcs sont très, très forts. Il y a de grands chercheurs, des revues en turc, donc ils n'ont pas besoin de passer par l'Occident. En revanche, sur l'histoire de l'Indonésie, ce sont les Australiens qui ont fait ce travail, les Français, les Américains, un peu les Britanniques et les Néerlandais. Et même les Japonais ! Mais les vrais spécialistes, en Indonésie, de l'histoire indonésienne se comptent sur les doigts d'une main.
It is a country where every other youngster wants to be a rap or hip-hop star. And for those who make it in Nigeria these days, the rewards can be greater – and certainly more international – than ever.
Take singer-songwriter D'banj. Kanye West just did, signing him up for his GOOD (Getting Out Our Dreams) music label. Then there is Wizkid, recently named best African act at the Mobo awards in Glasgow.
All this has come in a year in which Trace Urban, a French-owned international music TV network, has begun broadcasting in Nigeria.
D'banj is living the new Nigerian Dream – superstardom beyond what anyone could have imagined in the late 1990s when Kennis Music, a local record label, took the first steps towards a revival of mainstream Nigerian music culture.
As D'banj steps on stage in a stadium in Lagos in a sparkling black shirt and blue trousers, the large space transforms into one huge mass of excitement, with kicking, screaming, shoving and frenzied mobile phone recording. He stops then throws both hands in the air in a salute.
“Qué hermosa cassette de Etiopía... Tiene un efecto en mi cuerpo semejante al de la morfina. Es tan balsámico que voy a echarme una siestita ahora mismo. No tengo más que decir, simplemente escuchad esto y sentiros bien hoy. Hablamos luego. Love, Brian”. Quien firma estas líneas se llama Brian Shimkovitz y es uno de esos seres que han sido capaces de realizar esa dificilísima tarea de encontrar uno de esos nichos que no existían en la red, llenarlo y conseguir que se convierta en cierto modo en crucial.
El señor Shimkovitz reside en Nueva York, pero su aportación al mundo de la cultura y de la música en general procede en su totalidad de África. Cuenta que mientras investigaba en la escena musical local de Ghana con una beca Fulbright, descubrió el mercado regional de cassettes que se desarrollaba en las calles de varios países de África. Fue entonces cuando surgió el germen de una búsqueda eterna y extraña de unas de las músicas más desconocidas y tal vez despreciadas por el mainstream de occidente. De esta forma en 2006 puso en marcha un blog al que llamó Awesome Tapes From Africa (Increíbles cassettes de África) en el que no solo habla y comparte información sobre su música favorita, también ofrece los archivos para bajar.
Still do documentário "Regresso a Nacala" (2001), de Brigitte Martinez
Debate CEsA - Os movimentos da sociedade civil e a construção da democracia em África: o caso de Moçambique
No próximo dia 13 de Outubro, pelas 18 horas, o CEsA irá organizar o debate “Os movimentos da sociedade civil e a construção da democracia em África. O caso de Moçambique”. A discussão será animada por João Baptista Mussa, ex-vereador do Conselho Municipal de Nacala (1998-2003), Fátima Proença (da ACEP) e Joana Pereira Leite (do CESA/ISEG). No início da sessão será projectado o filme “Regresso a Nacala”.
Paris Photo will celebrate its 15th anniversary at the Grand Palais — a major step ahead for the renowned international event. 117 galleries from some 23 countries will present the best of 19th century, modern and contemporary photography in the heart of the French capital. To complete this panorama of worldwide photography, a selection of 18 publishers will have a dedicated space in the fair. Paris Photo will celebrate African photography from Bamako to Cape Town, unveiling the creative wealth of historic and contemporary African artists. These exciting developments put forward the new energy that Paris Photo is displaying by reinventing itself. Four programmes will articulate Paris Photo’s new identity: Institutions’ recent photography acquisitions, Private Collection from Artur Walther, Paris Photo conferences Platfotm, focus on the Photography Book and launching of the Paris Photo - Photo Book Prize.
Para saber mais, inclusive sobre os Encontros Fotográficos de Bamako em Paris, depois da sua recente passagem por Lisboa no Programa PRÓXIMO FUTURO, basta navegar até aqui.
The Africa Portal is an online knowledge resource for policy-related issues on Africa. An undertaking by the Centre for International Governance Innovation (CIGI), Makerere University (MAK), and the South African Institute of International Affairs (SAIIA), the Africa Portal offers open access to a suite of features including an online library collection; a resource for opinion and analysis; an experts directory; an international events calendar; and a mobile technology component—all aimed to equip users with research and information on Africa’s current policy issues.
A key feature to the Africa Portal is the online library collection holding over 3,000 books, journals, and digital documents related to African policy issues. The entire online repository is open access and available for free full-text download. A portion of the digital documents housed in the library have been digitized for the first time as an undertaking of the Africa Portal project. Facilitating new digitization projects is a core feature of the Africa Portal, which aims to improve access and visibility for African research.
The Africa Portal is part of the Africa Initiative project.
Decorre até ao próximo dia 16 de Outubro o prazo de inscrição para participar no Workshop “Recicla a cidade, abordagem à sustentabilidade e a arquitectura”, organizado pela EUNIC South Africa, e cuja 4º Edição vai ter lugar em Johannesburg entre os dias 21 e 26 de Novembro do corrente ano.
O programa de 2011 será baseado num novo caso de estudo sobre um edifício de Hillbrow (Joanesburgo), em que, participantes de diferentes nacionalidades estudarão juntos as possibilidades de transformação e melhora de dito edifício no marco de um programa internacional de intercâmbio.
O centro da cidade de Johannesburg e em Hillbrow, possui história e uma complexa configuração. Está composta de um moderno património de grande edifícios de características de interesse arquitectónico. No passado estes edifícios eram residências de uma camada próspera da população, hoje estes edifícios são o abrigo de uma camada da população em dificuldades, sendo a maior parte imigrantes.
O objectivo é de propor transformações para estes prédios, para que se convertam em casas decentes e ao alcance do maior número possível de pessoas. É o reciclar urbano, transformando as situações existentes e usando as mesmas como ponto de partida para qualquer projecto. Trabalhar num edifico ocupado é complicado, mas ao mesmo tempo é uma oportunidade, um desafio arquitectónico.
Baseado no princípio da precisão, uma investigação será efectuada das situações existentes, isto tornará possível a avaliação das acções a serem tomadas.
O trabalho resultante do workshop será exposto em Durban na conferência das Nações Unidas sobre mudanças climáticas (COP 17).
Entre os convidados internacionais destacam nomes como:
- Iain Low / arquitecto / South Africa
- Carin Smuts / arquitecto / South Africa
- Frans Sebothoma / building management / South Africa
- Frédéric Druot / arquitecto / France
- Françis Kere / arquitecto / Germany / Burkina Fasso
- Alex Ely / arquitecto / England
- Christophe Hutin / arquitecto / France
Mais informações no website da EUNIC e um atalho para o relatório do curador da última edição aqui.
É a última obra de V.S. Naipaul, o Nobel da literatura nascido nas ilhas de Trinidad, e é um livro de viagens a seis países africanos. Começa pelo Uganda, onde o autor esteve uma primeira vez em 1966, e depois descreve em narrativas autónomas a Nigéria, o Gana, a Costa do Marfim, o Gabão e acaba em Joanesburgo.
As descrições dos países não têm continuidade de uns para outros, salvo situações muito pontuais, e isso introduz desde logo a ideia da diversidade dos países e a negação da África como um continente homogéneo. O livro que o acaso fez com que fosse lido numa recentíssima tradução brasileira tem muitas qualidades que decorrem naturalmente do talento do escritor mas sobretudo por este assumir um ponto de vista crítico sem nenhuma complacência ou relativismo cultural face aos países e situações que encontra e descreve. Os outros aspectos particularmente fascinantes decorrem do facto do autor, que conhece profundamente a história pré-colonial destes países, nos relatar com pormenores a genealogia de muitos destes reinos, costumes, tradições, línguas e, sem nunca assumir uma descrição neutral, nos dar uma visão a partir deste olhar “interior” sobre estas realidades.
De um modo ou de outro perpassa em todas as narrativas uma reflexão e um questionar subtil das consequências das independências nestes países e mesmo o fim do apartheid na África do Sul inquestionavelmente exaltado lhe merece várias perguntas sobre o legado negativo que o mesmo provocou na sociedade sul-africana de hoje: “Nas palavras do extraordinário escritor sul-africano Rian Malan (nascido em 1954) – buscando sempre sem retórica ou falsidade e, de modo quase religioso, uma explicação para o sofrimento racial do seu país –, os brancos construíram uma base lunar para a sua civilização; quando ela desmoronou, não havia nada ali para os negros ou brancos” (pág. 246). E mais adiante há um tabu que o interpela: “Mas um pouco como Fatima (nome de uma personagem) em busca de sua identidade, eu me senti encurralado na África do Sul, e vi que aqui raça era tudo e um pouco mais; que a raça mergulha tão fundo quanto a religião em outros lugares” (pág. 253).
Finalmente, seja no Uganda, na Nigéria ou na África do Sul, há páginas dedicadas aos ‘horrores’ que são as descrições de práticas de feitiçaria, bazares inteiros de pedaços de corpos de animais vendidos como amuletos de protecções ou ritos de sacrifício, que muitos africanos reclamam como práticas identitárias e que Naipaul não tolera e denuncia não admitindo a este propósito qualquer relativismo cultural.
Voila la chanson de la Tunisie libre « inti essout» (« you are the voice »), made by le projet UNDP « appui au processus électoral en Tunisie » . Les paroles de la chanson en arabe et en français sont en pièces jointes .
Cette chanson a été écrite par des jeunes chanteurs et paroliers tunisiens pour que les Tunisiens soient sensibilisés sur l’importance de leurs voix. La voix de chacun compte le 23 octobre, élections de l’Assemblée Constituante. Rendez vous avec l’histoire a ne pas manquer.
Bonne écoute, bon ikhtiar ya Tounes (choix) et salamat,
RAMALLAH (Territoires palestiniens) — Le comédien, auteur et metteur en scène de théâtre franco-palestinien François Abou Salem est décédé à l'âge de 60 ans à Ramallah (Cisjordanie), a-t-on appris samedi soir auprès des forces de sécurité palestiniennes.
(...)
Né en 1951, François Gaspar Abou Salem a grandi à Jérusalem-Est, à Beyrouth et en France. Il se revendiquait et était considéré comme palestinien. Il avait commencé sa carrière avec le Théâtre du Soleil d'Ariane Mnouchkine. Parlant parfaitement arabe, il fut l'un des fondateurs de la compagnie Al-Hakawati, à l'origine de la création du Théâtre national palestinien (TNP), à Jérusalem-Est. Il était surtout connu comme directeur artistique de théâtre. Il a ainsi adapté des pièces de Dario Fo et Bertold Brecht pour le public palestinien. Ce Franco-palestinien a mis en scène de nombreuses créations internationales, notamment un "Enlèvement au Sérail" remarqué en 1997 à l'Opéra de Salzbourg. Il était aussi cinéaste.
"C'est une perte terrible aussi bien pour ses proches que pour le théâtre en Palestine et en général", a confié à l'AFP l'une de ses amies, l'avocate israélienne Léa Tzemel. François Abou Salem avait reçu le Prix Palestine en 1998 des mains de Yasser Arafat, le chef historique du mouvement national palestinien.
Sa dernière pièce, "Mon frère le chahid («martyr»)" met en scène la tragédie d'un homme dont le frère choisit de devenir un kamikaze malgré toutes ses tentatives de le dissuader. (...)
Call for papers até 31 de Outubro de 2011 para um número especial da revista Afriques. Débats, méthodes et terrains d’histoire(Centre d'Études des Mondes Africains - Paris I) : "Manger et boire en Afrique avant le XXème siècle / Eating and drinking in Africa before the 20th century".
Monique Chastanet (CNRS/CEMAf/Université Paris 1), Gérard Chouin (IFRA-Ibadan/CEMAf/ArScAn), Dora de Lima (CRHM/Université Paris 1), Thomas Guindeuil (CEMAf/Université Paris 1)
CFP Published online since April 2010 (http://afriques.revues.org), Afriques. Débats, méthodes et terrains d’histoire is the only journal devoted to the history of Africa before the 20th century. For its fifth thematic issue, scheduled for late 2012, Afriques is calling for papers on: “Eating and drinking in Africa before the 20th century: Cuisines, exchanges, social constructions”. Ten years will, in 2012, have passed since the publication of Cuisine et société en Afrique: histoire, saveurs, savoir-faire (M. Chastanet, F.X. Fauvelle-Aymar and D. Juhé-Beaulaton, eds.), still one of the very few books devoted to this topic. It described the history of foods, dishes, drinks and commensality in Africa. The fifth issue of Afriques would like to update this description while focusing on the period before the 20th century, as is the journal’s wont. Para continuar a ler, basta consultar a H-Net Discussion Networks.
Está a decorrer nestes dias em Maputo a segunda edição das Ocupações Temporárias que tem por "chave" a precariedade. Inaugurou, ou melhor: o conjunto das cinco intervenções passou a ocupar vários lugares da cidade no dia 11 de Setembro, data do 10º aniversário sobre os atentados às Torres do World Trade Center de Nova Iorque.
A produtora das Ocupações, Elisa Santos, definiu-as como intervenções que assinalam o ”dia que marca o fim do mito da inviolável segurança, o fim da tranquilidade colectiva”.
Numa cidade e num país em mutações rápidas e com uma opinião pública muito pouco sustentada e pouco interventiva, que lugar ocupam os artistas neste processo de constituição de uma cidade aberta ao mundo? E que artistas são estes?
Os artistas que intervêm correspondem à mais recente geração de criadores já muito distantes da geração de Malangatana e Shikane, como de Naguib e mesmo do Muvart (este último, o movimento surgido no princípio da década deste século). Estes novos artistas são os artistas "conectados" pelas redes sociais, visitantes de sites, links, em estado constante de recepção via sms ou facebook e são artistas com preocupações sociais tomadas de um modo muito próprio. Nenhuma vertente sociológica é neles predominante mas rebelam-se contra os casos de corrupção pública, de desigualdade social, de falta de espaço no espaço público. Cada vez que intervêm escolhem o meio mais adequado e à parte disto são músicos, fotógrafos, desenhadores, pintores.
O resultado das instalações – cuja descrição exaustiva pode ser vista em http://ocupacoestemporarias.blogspot.com/ – é uma constelação de rebeldia artística. Bem distante em termos de produção, de impacto mediático e de notoriedade, é como se de algum modo assistíssemos a um remake no Maputo da exposição "Quando as atitudes tomam formas", de 1969, com curadoria de Harald Szeemann.
No conjunto as Ocupações são de uma fragilidade de produção enorme dada a escassez dos meios, mas esta fragilidade dá-lhes uma inovação no processo de criação artística na actualidade moçambicana muito importante e a diversidade das propostas é uma das grandes mais-valias do processo, tanto mais que a qualidade plástica e interventiva das mesmas é determinante. Sejam as fotos e o vídeo assombrosos de Camila de Sousa, os retratos da exaltação da dignidade dos retratados de Filipe Branquinho, o Facebook em materiais pobres com intervenções públicas da autoria de Azagaia, o muro a graffiti de mitologias urbanas de ShotB Hontm, os desenhos das situações utópicas de Jorge Fernandes.