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"Cacheu", "Conakry" e "Cuba" (trilogia) + "SEM FLASH: Homenagem a Ricardo Rangel (1924–2009)"

Ensaios cinematográficos, 2012: 10’20”; língua original: inglês, crioulo + 10’20”; língua original: inglês + 10’24”; língua original: português, crioulo, inglês

Documentário, 2012 / 56’; língua original: português, inglês

25 Jun 2013 - 22:00

Anfiteatro ao Ar Livre

Entrada 3 €

"Cacheu", "Conakry", "Cuba" (trilogia), de Filipa César (Portugal)

“Cacheu” é uma palestra, realizada por Joana Barrios, que reúne elementos da investigação de Filipa César sobre o cinema guineense e quatro estátuas coloniais (hoje armazenadas nas fortalezas Cacheu, construídas pelos portugueses, em 1588, e um dos primeiros bastiões do estabelecimento do comércio de escravos na Guiné-Bissau). A palestra viaja através de diferentes momentos, onde estas estátuas expressam conflitos simbólicos: num pedestal durante o colonialismo português, destronado e partido em pedaços no chão após a Independência, como se vê no filme “Sans Soleil”, de Chris Marker, como um pano de fundo em “Mortu Nega”, de Flora Gomes, e, finalmente, como detritos na fortaleza Cacheu. 

Conakry
© "Conakry", Garad Kilomba

“Conakry” é um filme de 16 mm, de um único take, encenado no Haus der Kulturen der Welt, em Berlim, e com base em imagens de arquivo filmadas por Flora Gomes, Sana Na N'Hada, Josefina Crato e José Columba Bolama. Filipa César convidou a escritora portuguesa, Grada Kilomba, e a rádio ativista americana, Diana McCarty, a refletirem sobre as imagens e a sua história. O filme sobrepõe relatos média ficcionados do arquivo cinematográfico, que vem sendo digitalizado e tornado público, leituras subjetivas de imagens, ao mesmo tempo que se questiona o significado das imagens num mundo pós-libertação africana. O foco é sobre o reel do filme documentário de um determinado evento, “A Semana da Informação”, organizado em Conakry, no Palais du Peuple, em 1972, durante a luta de libertação, onde Amílcar Cabral foi o curador de uma exposição sobre o estado da guerra contra o domínio português. McCarty narra, como um apresentador de rádio, explicando os eventos ao mesmo tempo em que a câmara se move através do edifício para encontrar Kilomba, que relata a relevância histórica e a experiência pessoal dessas imagens, enquanto estas são projetadas sobre o seu corpo e na parede atrás. “Conakry” descreve e expõe como o acesso a imagens, quase esquecidas, do imaginário militante, podem ser um instrumento para a recuperação da memória. [estreia]

Em “Cuba”, um take único revela uma palestra de cerca de 10 minutos apresentada pelo cineasta guineense e régulo, Suleimane Biai, pela artista luso-espanhola, Joana Barrios, e pelo ator guineense e diretor do Instituto de Cinema de Bissau (INCA), Carlos Vaz. O filme propõe um caminho a partir da experiência de Amílcar Cabral, como agrónomo, pesquisando o solo da aldeia portuguesa de Cuba, através do seu envolvimento como líder do movimento de libertação da Guiné e impulsionador do nascimento do cinema militante guineense, influenciado e apoiado por Cuba.

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SEM FLASH. Homenagem a Ricardo Rangel (1924–2009), de Bruno Z‘Graggen (Moçambique)

O retrato cinematográfico, sob a forma de documentário, realizado pelo curador de exposições Bruno Z‘Graggen, com direção de fotografia do produtor de vídeo Angelo Sansone (ambos de Zurique), assume-se como um condigno ensaio sobre a obra do grande fotógrafo moçambicano Ricardo Rangel.

ricardo rangel © "SEM FLASH. Homenagem a Ricardo Rangel", Bruno Z‘Graggen