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'Ficções da diáspora', via Paraty (IV)

Publicado20 Jul 2011

Etiquetas brasil caryl phillips flip kamila shamsie literatura paraty

Na foto: Caryl Phillips

'Ficções da diáspora', com Kamila Shamsie (Paquistanesa - vive em Londres) e Caryl Phillips (Caribenho - vive nos EUA)

O livro "Sombras Marcadas" partiu de uma leitura que ela fez a respeito do bombardeio em Nagasaki. Chamou muito sua atenção o fato de que no momento do bombardeio as pessoas que estavam de kimono preto e branco (que absorve/repele calor), ficarem com as estampas impressas na pele. E seu livro parte da vontade de imaginar a história de uma mulher que passou pelo bombardeio. A narrativa se inicia no Japão, passa pela Índia, Paquistão, acabando na guerra ao terror.

Não me instigou. Ao contrário do Caryl. O livro "A travessia do rio" tem a intenção de contar a história do atlântico a partir de histórias pessoais. Nós no Rio, em NY, África e Europa temos essa história no nosso passado como uma grande narrativa, factual e também abstrata. Ao contá-la do ponto de vista das pessoas, das várias pessoas envolvidas, cria uma situação mais íntima com a qual nos relacionamos mais.
O personagem de quem ele mais fala, é um negro que vende seus filhos como escravos, porque perde sua plantação.
Falaram também sobre o trabalho do artista. É preciso ser um pouco louco, para achar que suas obsessões privadas possam interessar as pessoas. A arte seria também uma necessidade de entender o mundo (verdade). It's a leap of faith. 

Ele (que gostei muito) falou ainda que o trabalho do artista não é curar uma sociedade, mas levantar um espelho, com dignidade, para que a arte nos mostre quem somos. 

Texto de Madame de Stael, correspondente em Paraty