Logótipo Próximo Futuro

este sábado, 8 Setembro: Grandes LIÇÕES no Aud.3!

Publicado5 Set 2012

Aud. 3 da Fundação Calouste Gulbenkian

Entrada livre / Tradução simultânea [FR-PT e ES-PT]

Moderador: António Pinto Ribeiro (Programador do PGPF)

15h00 - Depois da “Primavera Tunisina”: o futuro da liberdade na alvorada do conflito entre laicos e islamitas, por Abdelwahab Meddeb

«Não é seguro que a queda de uma ditadura conduza automaticamente ao advento da democracia. Existe, de facto, a ameaça de passar de uma ditadura para outra; de uma ditadura mafiosa e corrupta para uma que imponha o totalitarismo islâmico, na tentativa de imprimir as suas regras aos hábitos e costumes. É esta a situação atual dos países árabes que conheceram o sobressalto de 2011 (nomeadamente, o Egito e a Tunísia): estaremos perante a passagem da primavera para o outono…».

16h30 - Cultura e arte popular: para além da memória, por Ticio Escobar

Partindo da sugestão deste título, a minha conferência abordará o tema das hipóteses de sobrevivência da arte popular de origem indígena no contexto da globalização. O encontro intercultural, realizado no contexto colonial, gerou casos devastadores de genocídio e de etnocídio, nas culturas tradicionais. Este procedimento gerou também métodos simbólicos e imaginários de reajuste transcultural e de criação de novos atos artísticos. Em geral, estas culturas são encaradas no ponto de vista do seu passado e no ponto de vista da sobrevivência da tradição e da memória, mas a promoção da cultura ‘tradicional’ exige a consolidação dos seus processos contemporâneos e a procura de uma perspetiva de futuro.

A questão é saber se a arte proveniente destas culturas terá a capacidade de sobreviver e crescer em condições opostas àquelas que lhes deram origem. É um assunto complicado porque não só envolve o conceito geral de ‘cultura’ mas especificamente o de ‘arte’. Esta questão coloca-se também num contexto de uma tradição que discute o tema artístico de diferentes sistemas de uma maneira fundamentalmente ocidental e num momento em que o papel da arte universal emerge de forma suspeita. Grande parte do debate contemporâneo acerca da cultura prevê a reconsideração de formatos que, na sua versão essencialista, perderam a sua validade. Confrontados com a contingência do acaso de histórias diferentes, podem revelar-se novas pistas sobre o destino das culturas populares. A conferência abordará estas questões, considerando o caso específico das culturas tradicionais da América Latina e, especificamente, do Paraguai.


17h30 - lançamento do livro "A nossa casa arde a sul: para que serve a ajuda ao desenvolvimento?" de Serge Michailof (apresentação por M.ª Hermínia Cabral, diretora do PGAD)


A ajuda ao desenvolvimento está na berlinda. Há já muito tempo, são numerosas as vozes que se levantam: de que serve ajudar África? Todos os anos se despejam, nesse continente, milhares de milhões de dólares, sem que se verifiquem outros efeitos benéficos além do enriquecimento dos governantes locais… Em tempos de egoísmo e de escassez de dinheiros públicos, estas vozes não podem deixar de encontrar ecos favoráveis. A Nossa Casa Arde a Sul é uma viagem meticulosa, país a país, atenta às complexidades e às contradições. Uma viagem que não se deixa obnubilar pelos dramas, mas procede ao inventário dos sucessos, dos dinamismos, das forças vivas associadas às mudanças de geração. Uma viagem que não condena antes de começar por explicar. E que, depois de explicar, propõe sempre. Ninguém denuncia mais severamente as corrupções dos dois Congos, as delapidações de Madagáscar ou dos Camarões, o escândalo do Gabão, países onde o solo e os presidentes são tão ricos e a população, tão pobre, desprovida de tudo e sem dispor sequer de hospitais adequados. Mas será isso razão para abandonarmos a ajuda ao desenvolvimento? Serge Michailof e Alexis Bonnel explicam-nos as razões pelas quais a ajuda internacional é não só desejável, como essencial, e que o desmoronamento dos países do Sul não deixará incólumes as sociedades ditas ocidentais.

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