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The Institute for World Literature na Fundação Calouste Gulbenkian: Literatura-Mundo

Em parceria com o Centro de Estudos Comparatistas da Universidade de Lisboa e com o The Institute for World Literature da Universidade de Harvard

Com tradução simultânea e livestream

25 Jun 2015 - 15:00

Auditório 3 (com circuito vídeo na Sala 3)

Entrada livre

A quinta edição da Escola de Verão do IWL, com sede na Universidade de Harvard, decorrerá de 22 de junho a 16 de julho na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, juntando pela primeira vez em Portugal um conjunto de especialistas de renome internacional no âmbito dos estudos comparatistas e de literatura-mundo. A Fundação Calouste Gulbenkian acolherá as atividades previstas no programa do evento para o dia 25 de junho, em que terão lugar uma conferência plenária e um painel de discussão.

A conferência proferida pelo escritor cabo-verdiano Filinto Elísio procurará refletir sobre a visibilidade das literaturas africanas de expressão lusófona no quadro da Literatura-Mundo, interrogando o lugar das literaturas nacionais, nomeadamente em contexto africano, no mundo globalizado dos nossos dias. Seguir-se-á um painel composto por David Damrosch (Harvard U.), Debjani Ganguly (Australian National U.), Jale Parla (Istanbul Bilgi U.) e Jonathan Arac (Pittsburgh U.), onde se debaterá o panorama atual dos estudos de Literatura-Mundo. Ambas as sessões serão em inglês, com tradução simultânea para português.

The Institute for World Literature (2013) © Alexandra Stote

Filinto Elísio, “World Literature and métissage”

África ocupa um espaço bem definido no quadro da Literatura-Mundo. Durante as épocas coloniais, as várias regiões africanas desenvolveram literaturas nacionais, umas de matriz anglófona e francófona, outras de matriz lusófona e das demais europeias, fora as de matriz árabe. Daremos destaque à dimensão do Pan-africanismo, à emergência literária nos países africanos francófonos e à Negritude nos países africanos francófonos. Entrementes, centrar-nos-emos nas literaturas africanas de expressão lusófona – com destaque para as literaturas angolanas, cabo-verdianas e moçambicanas – nos seus vários períodos, indo do século XIX ao século XXI, perfazendo muitas gerações estético-literárias. Cabo Verde é tomado como caso paradigmático de uma literatura que, por ser mestiça e multicultural, nos seus vários matizes, integra a definição da literatura-mundo, tanto na sua especificidade como na sua universalidade.

 

Painel “The Global Novel and the Novel in a Global World”

A missão do IWL é pensar o estudo e o ensino da literatura na era da globalização. Esta sessão procurará assim discutir contributos recentes no âmbito da Literatura-Mundo e da literatura comparada, refletindo sobre a redefinição de fronteiras disciplinares e a necessária reatualização de modelos teóricos e epistemológicos relativos tanto à filologia clássica e moderna como à teoria e crítica literárias. O fenómeno da circulação de obras literárias em tradução, modos de leitura possíveis em diferentes contextos de circulação, e suas implicações sistémicas de natureza económica, política e religiosa, estarão no centro do debate, para o qual serão ainda convocadas as relações da disciplina com os estudos de tradução, os estudos culturais ou os estudos pós-coloniais.