Umnka Lothe
África do Sul
(vista da instalação por Filipe Branquinho)
21 Jun 2013 – 29 Set 2013
Jardim Gulbenkian
Entrada livre
Após uma visita aos Jardins da Fundação Calouste Gulbenkian, Nicholas Hlobo elaborou uma proposta uma obra a ser colocada junto ao lago. “As obras têm referências eclesiásticas retiradas da Bíblia: Eva e o castigo da maternidade (a mãe a dar à luz); a mulher de Lot, a transformar-se numa estátua de sal, e o Jardim do Éden. (…) A água desempenha um papel importante na transmissão da mensagem da criação, uma vez que é uma fonte de vida”.
Umnka Lothe acabou por ser, afinal, uma peça única criada especialmente para o Jardim. Da ideia inicial ao resultado final há todo um processo de maturação que, quando é conhecido, nos pode auxiliar na compreensão do objeto e do seu enquadramento na paisagem. « (…) decidi fundi-los, de forma a sugerir ou uma noção de acasalamento ou uma tentativa de fusão de um com o outro. A borracha devia ficar em pé, livre, separada da figura de metal, sugerindo a ideia de Adão e Eva no Jardim do Éden. Ao olhar para o conjunto, ao longo do processo de criação do corpo da obra, pareceu-me que faltava alguma coisa. Depois, ocorreu-me que deveriam estar ligados, para que transmitissem intimidade, ou uma luta entre dois corpos, ao invés de duas formas lado a lado, à espera de um assobio. Conduzi-as a um estádio em que tinham tido de agir e investir uma sobre a outra, para incutir algum movimento à história, em vez de as manter congeladas numa postura estática. O título Umnka Lothe significa “a mulher de Lot».
NICHOLAS HLOBO (África do Sul, 1975)
Nascido em Cape Town, em 1975, e a viver em Joanesburgo, concluiu a licenciatura em Tecnologia de Arquitetura na, Wits Technikon (2002). Com exposições individuais no Museu Nacional de Arte, Arquitetura e Design de Oslo (2011), na Level 2 Gallery no Tate Modern (Londres, 2008) e no Instituto de Arte Contemporânea de Boston, como parte de “Momentum Series” (2008), entre outras instituições. Participou igualmente em várias exposições coletivas, nomeadamente a 18ª Bienal de Sydney, com “All Our Relations” (2012), a Trienal do Palais de Tokyo, em Paris, com “Intense Proximity”, (2012), a 54ª Exposição Internacional de Arte da Bienal de Veneza, com “Illuminations” (2011), no Palazzo Grassi, em Veneza (2011), com “The World Belongs to You”, a Bienal de Liverpool, com “Touched”, (2010), a 3ª Trienal de Guangzhou, na China (2008) e, no Studio Museum em Harlem (2008), com “Flow”. Nicholas Hlobo foi um dos acolhidos no programa Rolex Visual Arts Protégé, em 2010/2011, tendo tido Anish Kapoor como mentor.