É hoje, no Auditório 3 da Fundação Calouste Gulbenkian, das 09h30 às 17h30, que se realiza a primeira apresentação do "Observatório de África e da América Latina".
Resultante dos workshops de investigação que o Programa Gulbenkian Próximo Futuro concretizou desde 2009, este seminário será constituido por comunicações de investigadores ligados a universidades, centros de pesquisa e organizações não-governamentais.
Fruto da parceria com o Théâtre de La Ville de Paris, este modelo de seminário será concretizado no dia 17 de Novembro, na capital francesa, com investigadores aí radicados.
PROGRAMA
09H30
LUÍSA VELOSO
Das categorias de pensamento às categorias de conhecimento
Com esta apresentação, propõe-se discutir os processos sociais de reflexão e construção de categorias de pensamento sobre a realidade, construção entendida em sentido lato, abarcado desde as actividades de investigação, de intervenção social (política, intelectual, etc.) até às de expressão artística. Estas convertem-se em categorias de conhecimento, mais ou menos elaboradas, mais ou menos destinadas a um ’uso’ ordinário ou extraordinário, traduzindo-se na construção de quadros de conhecimento estruturados. A realidade é, neste sentido, objecto de um processo de estruturação em função dos quadros de pensamento tendencialmente dominantes. No entanto, são múltiplas as leituras existentes e, ainda que nem sempre dominantes, são dotadas de especificidades próprias. Perspectiva-se equacionar esta dupla existência dos quadros de conhecimento dominantes e dos ’outros’ e algumas das estruturas de relações entre ambos.
Luísa Veloso é socióloga e investigadora no Centro de Investigação e Estudos em Sociologia, do Instituto Universitário de Lisboa, desde Março de 2008. Foi docente na Faculdade de Letras da Universidade do Porto, entre 1990 e 2008. Licenciada e doutorada em Sociologia, tem desenvolvido actividades de investigação em áreas diversas, com particular ênfase na Sociologia do Trabalho, da Ciência e Inovação e da Educação. É co-programadora do Ciclo Documente-se, desde a sua criação (2008), e do Ciclo de Cinema Rupturas, que teve lugar na Cinemateca Portuguesa (2010). É autora de diversos livros e artigos.
MAGDALENA LÓPEZ
A melancolia geradora do fracasso utópico em Cuba
A literatura cubana das últimas duas décadas oferece variados testemunhos sobre o fracasso do sonho socialista. No entanto, o fim da fé na utopia não tem implicado a perda de sentido. O estudo de “La novela de mi vida”, de Leonardo Padura (2002), “Muerte de Nadie”, de Arturo Arango (2004), e “Otras plegarias atendidas”, de Mylene Fernández Pintado (2003), mostrará os imaginários emergentes que se depreendem da ligação entre utopia, fracasso e melancolia, para sugerir subjectividades alternativas ao discurso oficial.
Magdalena López é investigadora de pós-douramento no Centro de Estudos Comparatistas da Universidade de Lisboa. Tem um doutoramento em literatura latino-americana da Universidade de Pittsburgh. Especializa-se em temas sobre cultura e literatura do Caribe hispano-americano. Tem publicado vários artigos, entrevistas e resenhas na imprensa (Latin American Research Review, Revista Iberoamericana, Dissidences, La Habana Elegante y Revista Encuentro de la Cultura Cubana). O seu último livro intitula-se "Nuestra América: Imaginarios sobre Estados Unidos en Cuba y República Dominicana". Actualmente, desenvolve um projecto de investigação comparativo entre as literaturas recentes das ilhas de Porto Rico, Cuba e a República Dominicana.
[10h50 – 11h10 Pausa para café/chá]
ANA SÉCIO
África no Imaginário Português: Corpo e Identidade na Arte Contemporânea Portuguesa
África integra o imaginário português desde há séculos. Cenário que tem início com as Navegações e que adquire mais expressão a partir dos finais do século XIX, com o maior impacto da colonização portuguesa. Há, ainda, que assinalar a ideologia oficial do Estado Novo e o pós-25 de Abril, que conta com as memórias dos ex-colonos e dos seus descendentes, elementos que, em muito, contribuem para a configuração deste imaginário. O Portugal pós-colonial assume-se como um importante ponto de chegada de indivíduos de diferentes nacionalidades, onde o convívio e o debate entre as representações de África se fazem notar. Nesta comunicação, partindo da noção de mito postulada por Roland Barthes, em “Mitologias”, pretendemos reflectir sobre a dimensão mítica de algumas dessas representações na arte contemporânea portuguesa, sobretudo no que concerne ao corpo e à configuração de identidades plurais, porque forçosamente multiculturais.
Ana Sécio é aluna do mestrado de Estudos de Cultura, na Universidade Católica Portuguesa, onde fez a licenciatura em comunicação social e cultural, na variante cultural. Estagiou na RDP África, colaborando em programas como “Escrever na Água”, “Nakurandza Moçambique” e “Djumbai”. Tem trabalhado na área de produção de conteúdos para programas televisivos.
ANTÓNIO PINTO RIBEIRO
Itinerário exaltante
A questão da representação é central na História Cultural do Ocidente - não é por acaso que Aristóteles lhe dedica uma parte substantiva da sua obra - e tornou-se um tema fulcral em toda a produção teórica tanto nos Estudos de Cultura como nos mais subtis estudos do pós-colonialismo. A representação não só reforça a ideia e a marca da ausência, e a sua substituição por outro significante, como é um acto de criação e nesse sentido resulta de uma subjectividade onde a ideologia e o biográfico tomam papéis preponderantes. No caso concreto de obras documentais (ou que se afirmam como tal) de escritores europeus, em que resulta esta criação? Tomaremos como estudo de caso um exemplo emblemático de uma obra inovadora sobre os territórios ex-colonizados que é “Baía dos Tigres”, de Pedro Rosa Mendes, para tentar entender a construção social resultante desta representação particular.
António Pinto Ribeiro nasceu em Lisboa. A sua formação académica foi feita nas áreas da Filosofia, Ciências da Comunicação e Estudos Culturais. É nestas áreas que tem desenvolvido o trabalho de investigação e de produção teórica publicado em revistas da especialidade. É professor-conferencista de várias universidades internacionais e professor-associado da Universidade Católica. A par da sua actividade de investigador e de professor tem tido uma prática de programaçã
o artística e de gestão cultural com a organização de vários programas, festivais e exposições nacionais e internacionais. É o Programador-Geral do Programa Gulbenkian Próximo Futuro.
Moderadora: Fátima Proença (ACEP)
[12h30-14h30 Pausa para almoço]
FÁTIMA PROENÇA
Entre o entretenimento e a assistência: ’comunicação’ e ’ajuda’ como contributos para a fragilização e a dependência
Diversas formas actuais da ’sociedade do espectáculo’, tal como caracterizada por Debord há mais de três décadas, oferecem-nos construções também actualizadas do ’fardo do homem branco’, voltando a aprisionar África numa teia de conceitos, onde ’humanitário, ’fragilidades’, ‘necessidades’ arriscam ser a nova linguagem de velhas relações de poder. Num quadro de procura de construção de múltiplas cidadanias, há legitimidade para papéis como os de espectadores ou de aprendizes de feiticeiro?
Fátima Proença intervém na cooperação não governamental para o desenvolvimento desde a década de 80, em processos de investigação/acção, de inovação na documentação e comunicação sobre África e de advocacia na sociedade portuguesa, em colaboração estreita com organizações da sociedade civil africana. Dirige, desde 1997, a ACEP – Associação para a Cooperação Entre os Povos, ONG e, entre 2002 e 2008, presidiu à Plataforma portuguesa de ONGD.
FREDERICO DUARTE
Factor Favela
O Brasil é hoje mais do que uma nação tropical de praia, samba e futebol: é uma superpotência do século 21. Está, por isso, na hora de o mundo, ou pelo menos o mundo do design, prestar a devida atenção ao design brasileiro. Mas também está na hora de os designers brasileiros tratarem o seu povo, um de seus principais valores, com o respeito que ele merece. De que forma é que a prática, a cobertura jornalística, a curadoria e a crítica académica do design brasileiro estão a misturar origem com identidade, oportunidade social com oportunismo de design, ’gambiarra‘ com inovação frugal, realidade com estereótipo?
Frederico Duarte estudou design de comunicação em Lisboa e trabalhou como designer na Malásia e em Itália. Em 2010 concluiu o mestrado em crítica de design na School of Visual Arts em Nova Iorque. Enquanto crítico e curador de design tem, desde 2006, escrito artigos e ensaios, contribuído para livros e catálogos, dado palestras e workshops, comissariado exposições e organizado eventos sobre design, arquitectura e criatividade. Actualmente lecciona na ESAD, Caldas da Rainha, e na Faculdade de Belas Artes, da Universidade de Lisboa.
[15h50 – 16h10 Pausa para café/chá]
ALEXANDRE ABREU
Migrações e Desenvolvimento
A questão dos nexos causais entre as migrações e o desenvolvimento dos territórios de origem, nomeadamente no âmbito de espaços sociais transnacionais criados e sustentados por migrantes, tem sido objecto de atenção acrescida nos últimos anos. Neste contexto, o caso da comunidade de origem guineense residente em Portugal constitui um exemplo particularmente interessante, em virtude do carácter e intensidade das práticas transnacionais que tem desenvolvido de forma particularmente consistente. Serão apresentados alguns elementos exemplificativos destas práticas e dos seus efeitos ao nível das famílias e comunidades de origem na Guiné-Bissau, os quais servirão posteriormente como base para uma breve reflexão mais ampla, em torno da fluidez do significante ’desenvolvimento‘, no contexto deste debate.
Alexandre Abreu colabora com o Centro de Estudos sobre África e do Desenvolvimento (CEsA) do Instituto Superior de Economia e Gestão da Universidade Técnica de Lisboa (ISEG/UTL), no contexto de dois projectos que se enquadram nas actividades do Observatório ACP (África, Caraíbas e Pacífico) para as Migrações - uma iniciativa dinamizada pela Organização Internacional para as Migrações, de cujo Conselho Consultivo o ISEG/UTL é um dos membros institucionais. Um destes projectos, que se encontra actualmente em curso, procura identificar o potencial de desenvolvimento da diáspora guineense residente em Portugal e em França, para o desenvolvimento do seu país de origem. Recentemente, concluiu o seu projecto de doutoramento, desenvolvido na School of Oriental and African Studies, da Universidade de Londres, o qual incidiu sobre a economia política das migrações e desenvolvimento na Guiné-Bissau.
SOFIANE HADJADJ
Edições Barzakh
No dia-a-dia, o meu trabalho consiste em dar conta do mundo, do real, editando em Argel ensaios e romances. Num contexto político, económico e social conturbado – desde a célebre ’Primavera árabe‘ aos diversos conflitos que grassam por África – onde escasseiam as liberdades. E não deixo nunca de me interrogar acerca do sentido da minha profissão. Sou constantemente compelido a justificar os meus actos: qual a utilidade de publicar livros? E que livros? Escrever e editar constituem para mim duas formas de resistência perante as desordens do mundo: resistir às proibições, resistir às instrumentalizações, resistir ao desespero.
Mas, em meu entender, a questão essencial é saber que ideias almejamos promover, que histórias pretendemos contar aqui na Argélia, ou seja no Norte de África, que pertence ao mundo árabe. Se é não só aquilo que ‘pretendemos’ mas ainda aquilo que ‘podemos’.
O pensamento ou a ficção não são neutrais. As ideias, as histórias, são testemunhos daquilo que somos, daquilo que vivemos, do nosso imaginário, isto é da nossa capacidade para nos libertarmos de cangas ideológicas e de nos projectarmos para horizontes abertos.
Actualmente, dadas as recentes reviravoltas, procuro pensar naquelas que poderiam ser as ‘novas’ ideias, as ‘novas’ narrativas que, de outra maneira, contariam África, o mundo árabe, distanciando-se tanto quanto possível dos clichés sobre o terrorismo, a pobreza ou as mulheres; estando nós no cruzamento de tantas influências (Mediterrâneo, Saara, Europa, Islão…), como será possível inventar novos sonhos.
Sofiane Hadjadj (Éditions BARZAKH) nasceu em 1970, em Argel. Frequentou o ensino secundário e corânico em Tunes e concluiu o liceu em Argel, em 1989. De 1990 a 1997, estudou arquitectura em Paris. Em 1998, regressou a Argélia e, em Abril de 2000, criou, com Selma Hellal, as Edições Barzakh. Trata-se de uma casa editorial dedicada à criatividade e que conseguiu revelar muitas vozes da literatura argelina contemporânea (tanto de língua árabe como francesa). A partir de 2004, esta editora passou a incluir, nas suas publicações, ensaios e livros de arte, assim como desenvolveu parcerias com outras editoras francesas e árabes, nomeadamente Actes Sud (França) e Dar Al-Jadeed (Líbano).
Actualmente, o catálogo das Edições Barzakh é composto por mais de 130 títulos. Em Dezembro de 2010, foram galardoados com o Grande Prémio da Fundação Príncipe Claus dos Países Baixos para
a cultura.
Sofiane Hadjadj colaborou em diversas publicações internacionais, quer no mundo árabe quer na Europa. Também foi cronista cultural no El Watan, jornal diário em língua francesa, e na Chaîne 3, da emissora radiofónica nacional. Enquanto escritor, publicou novelas e duas narrativas de que se destaca “Un si parfait jardin” (Le Bec en l’Air, 2008).
Moderador: António Pinto Ribeiro (PGPF)
Todos os eventos têm entrada livre, sendo que as conferências dos dias 15 e 16 de Novembro têm tradução simultânea assegurada, bem como transmissão on-line, em versão compatível com IPHONE | IPAD | Android: http://www.livestream.com/fcglive ou http://live.fccn.pt/fcg/ .
Cortesia STEVENSON, Cidade do Cabo e Yossi Milo, Nova Iorque.
Amanhã começa a nova temporada de actividades do Programa Gulbenkian Próximo Futuro, desta vez em parceria com o Programa Gulbenkian de Ajuda ao Desenvolvimento, para debater a questão da "Percepção e representação contemporâneas de África e da América Latina" através de conferências por parte de diversas personalidades, em Lisboa (Fundação Calouste Gulbenkian) e em Paris (Théâtre de la Ville), nos próximos dias 15, 16, 17 e 18 de Novembro de 2011.
Todos os eventos têm entrada livre, sendo que as conferências dos dias 15 e 16 de Novembro têm tradução simultânea assegurada, bem como transmissão on-line, em versão compatível com IPHONE | IPAD | Android: http://www.livestream.com/fcglive ou http://live.fccn.pt/fcg/ .
15 Terça / 09h30 - 17h30
“Observatório de África e da América Latina”
SEMINÁRIO
Edifício-sede da Fundação Calouste Gulbenkian (Lisboa), Aud. 3
Entrada livre
Primeira apresentação do “Observatório de África e da América Latina”, resultante dos workshops de investigação que o Programa Gulbenkian Próximo Futuro concretizou desde 2009, no qual serão proferidas comunicações de investigadores ligados a universidades, centros de pesquisa e organizações não-governamentais.
Fruto da parceria com o Théâtre de La Ville de Paris, este modelo de seminário será concretizado no dia 17 de Novembro, na capital francesa, com investigadores aí radicados.
Oradores/investigadores:
[09h30]
Luísa Veloso (CIES, IUL)
Magdalena López (CEC, FLUL)
Ana Sécio (FCH/UCP)
António Pinto Ribeiro (PGPF, UCP)
Moderadora: Fátima Proença (ACEP)
[14h30]
Fátima Proença (ACEP)
Frederico Duarte (FBAUL)
Alexandre Abreu (CEsA, ISEG/UTL)
Sofiane Hadjadj (Éditions Barzakh, Argélia)
Moderador: António Pinto Ribeiro (PGPF)
16 Quarta / 10h00 - 18h00
“Percepção e representação contemporâneas de África e da América Latina”
LIÇÕES PRÓXIMO FUTURO
Edifício-sede da Fundação Calouste Gulbenkian (Lisboa), Aud. 2
Entrada livre
Ciclo de conferências do Programa Gulbenkian Próximo Futuro, co-produzido com o Programa Gulbenkian de Ajuda ao Desenvolvimento e o Théâtre de La Ville de Paris, onde as Lições serão proferidas no dia 18 de Novembro.
O Jornal PRÓXIMO FUTURO N.º 8 já está impresso e em circulação! A capa é da artista americana de origem sul-africana Ayana V. Jackson (n. 1977), que participou nos Encontros Fotográficos de Bamako que estiveram expostos na Gulbenkian (em Lisboa) até Agosto passado, no âmbito do Programa PRÓXIMO FUTURO.
PROGRAMA GULBENKIAN PRÓXIMO FUTURO – NOVEMBRO 2011
Em parceria com o PROGRAMA GULBENKIAN DE AJUDA AO DESENVOLVIMENTO, co-produzido com o THÉÂTRE DE LA VILLE (Paris) e a Casa da América Latina (Lisboa), com o apoio da CML e da Embaixada do Peru.
CONFERÊNCIAS LISBOA - PARIS
15 Terça / 09h30 - 17h30
“Observatório de África e da América Latina”
SEMINÁRIO
Edifício-sede da Fundação Calouste Gulbenkian (Lisboa), Aud. 3
Primeira apresentação do “Observatório de África e da América Latina”, resultante dos workshops de investigação que o Programa Gulbenkian Próximo Futuro concretizou desde 2009, no qual serão proferidas comunicações de investigadores ligados a universidades, centros de pesquisa e organizações não-governamentais.
Fruto da parceria com o Théâtre de La Ville de Paris, este modelo de seminário será concretizado no dia 17 de Novembro, na capital francesa, com investigadores aí radicados.
16 Quarta / 10h00 - 18h00
“Percepção e representação contemporâneas de África e da América Latina”
LIÇÕES PRÓXIMO FUTURO
Edifício-sede da Fundação Calouste Gulbenkian (Lisboa), Aud. 2
Entrada livre
Conferencistas: Gustavo Franco (Brasil), Benjamin Arditi (México/Paraguai), Serge Michailof (França), Elikia M’Bokolo (República Democrática do Congo/França)
Ciclo de conferências do Programa Gulbenkian Próximo Futuro, co-produzido com o Programa Gulbenkian de Ajuda ao Desenvolvimento e o Théâtre de La Ville de Paris, onde as Lições serão proferidas no dia 18 de Novembro.
Série «Oil rich Niger delta», 2004, de Georges Osodi
REPORTAGE | 8 novembre 2011
Les belles prises de Bamako
Par BRIGITTE OLLIER Envoyée spéciale à Bamako Photo . Malgré une thématique floue, la 9e biennale du Mali révèle plusieurs talents.
Lézards, papillons et flonflons, le rituel d’ouverture des Rencontres de Bamako tient ses promesses, laissant toujours pantois, surtout quand l’orchestre national du Mali entame Auprès de ma blonde (Qu’il fait bon, fait bon, fait bon), en l’honneur de Frédéric Mitterrand, ministre de la Culture et de la Communication. Lequel se fait photographier par Cissé Mariam Kaïdama Sidibé, Première ministre du Mali, alors qu’à quelques pas d’elle, au deuxième rang des invités d’honneur, est assis Malick Sidibé, dans son légendaire boubou bleu, trésor national vivant entouré par ses fans.
«Diaphane». Entre jongleries diplomatiques et bienséances insolites, sous un soleil féroce, s’enracine la biennale africaine de la photographie, qui fête sa neuvième édition préparée, comme en 2009, par Laura Serani et Michket Krifa. «Un happening culturel», selon son délégué général, Samuel Sidibé, soulignant sa représentativité, vingt-sept pays, soit la moitié du continent. Le budget est de poids : plus d’un million d’euros, dont la majeure partie en provenance de l’Institut français et de l’Union européenne. Reste à régler, parmi d’autres questions, l’indépendance d’un festival encore peu implanté dans la capitale du Mali, plus préoccupée ces jours-ci par Tabaski, la fête du mouton, que par le thème de la biennale, qui sonne d’ailleurs ironiquement, tel un coucou suisse, «Pour un monde durable».
L’exposition phare au musée national, cœur du festival, réunit une cinquantaine d’artistes. Accrochage trop dense, aucune confrontation possible. Certains sélectionnés sont connus - Pieter Hugo qui a reçu le prix Seydou Keïta pour sa série sur le bidonville d’Agbogbloshie (Ghana) -, d’autres ont déjà présenté leur travail ici (Elise Fitte-Duval, Martinique, et ses nus qui défrisèrent quelques moralisateurs, en 1994). Quelle est l’idée ? Montrer comment, à travers leur diversité, s’accordent - ou se désaccordent - les preneurs d’images face à ce thème si vaste, «ce monde durable», alliance de politique, de business et d’esthétique. D’emblée, on note la suprématie de l’Afrique du Sud, comme d’habitude. Pieter Hugo, donc, mais aussi Daniel Naudé, et ses chiens-statues. Thandile Zwelibanzi, et ses vendeurs de rue à Johannesburg, poignants. Sabelo Mlangeni, en noir et blanc, dans le hors-champ de la Coupe du monde de football. Et la délicatesse «diaphane»,selon un connaisseur, de Lien Botha, mêlant, comme sur un éventail, les à-côtés d’un Eden mythique.
Hors l’Afrique du Sud et ses écoles de photo réputées, Ymane Fakhir (Maroc) et Bruno Hadjih (Algérie-France) frappent par leur naturel. La première, rassemblant son trousseau, torchons, perles, verres à thé, dévoile «la persistance d’un modèle, conditionnant cet enfant que j’étais à devenir une femme». Le second, avec ses tirages sensibles, aborde le vide tel l’équilibriste sur son fil : «Le désert, c’est d’abord une idée avant d’être un lieu géographique»,précise-t-il, racontant son Sahara avec des airs d’Ali Baba.
Brutalité. Autre duo attachant, Roberto Stephenson (Haïti), face au séisme du 12 janvier 2010, où il isole les tentes des rescapés, métamorphosées en voiles de bateaux ; et François-Xavier Gbré (Côte d’Ivoire-France), à l’aise dans les lieux oubliés, comme s’il y était chez lui. Joyeuse, la vidéo scrapbook du Camerounais Em’Kal Eyongakpa donne un air de fête à cette union panafricaine. Sur son vélo, un homme pédale, indifférent à l’eau qui monte derrière lui. Au mémorial Modibo Keïta, on est rattrapé par la brutalité de la réalité, avec George Osodi (Nigeria) et son work in progress,Old Rich Niger Delta. Osodi documente l’envers du décor du pétrole, son impact sur les habitants du delta, richesse pour quelques-uns, fléau pour tous les autres. Aucune différence visuelle entre une torchère de gaz Schell ou une torchère Agip, même flamme, même profit, même dégât. Osodi est un héritier de Gordon Parks, un militant inspiré, et la puissance de son témoignage ne fait aucun doute. Dernier temps fort des Rencontres, l’exposition de Nii Obodai (Ghana), à l’INA. Obodai crée des images entre jazz, pour l’improvisation, et poésie, pour l’abstraction. Il est heureux d’être à Bamako : «C’est une expérience qui permet de grandir. Mais nous avons besoin d’un lieu d’archives et d’un réseau qui lie les photographes entre deux biennales. Les autorités africaines doivent prendre cette décision.»
Destaque para o paper recentemente publicado pelas investigadoras Sofia Guedes Vaz e Olívia Bina, resultante de uma comunicação inicialmente apresentada no workshop que o Próximo Futuro organizou sobre "A Felicidade" (Novembro 2010).
The debates questioning the meaning of growth point to a need for a more holistic understanding of human beings and of the economic actor, fundamental to economic theory and practice. This contribution turns to virtue ethics in order to reframe the self in more reflexive, relational and environmental terms. We explore the significance of understanding humans' sense of responsibility that is quintessentially relational, and of their capacity and need to relate to nature as well as community and society. We begin by reviewing the main arguments in the thriving debate in ecological economics, around what the characteristics of the human being can contribute to implement an ecologically sustainable development. Our aim is then to draw a link between this debate and that of virtue ethics, that leads to a different understanding of the human being, of what can contribute to individual wellbeing (and a good life): responsibility, we argue, is not only a value but a virtue, that enables individuals to find meaning in acting responsibly towards the environment, emphasising the multiple benefits that arise from framing good lives in active terms. We conclude reflecting on the challenges to, and implications of our proposition for government institutions, particularly education. (Abstract)
"Pour un monde durable" é a proposta de reflexão que os Encontros de Bamako fazem na edição de 2011. 45 fotógrafos e 10 videastas estão a concurso e demonstram a urgência do tema. A mostra começa dia 1 de Novembro e pode-se saber tudo aqui "En 2010, un grand nombre de pays africains ont fête le cinquantenaire de leur indépendence. Pour beaucoup cet événement a été le moment de dresser un bilan des acquis nationaux et de porter un regard critique sur les structures politiques et sociales et sur la répartition des richesses."
(Post trazido do blogspot "Ocupações Temporárias", ora espreitem aqui)
Cortesia STEVENSON, Cidade do Cabo e Yossi Milo, Nova Iorque
O jovem fotógrafo sul-africano Pieter Hugo (n. 1976, Joanesburgo) foi o grande vencedor do mais importante prémio de fotografia africana - o "Prix Seydou Keïta" - atribuído pelos "Rencontres de Bamako", na edição actualmente em exibição (no Mali, até 1 de Janeiro 2012).
Pieter Hugo foi um dos talentos destacados pela exposição "Um Atlas de Acontecimentos", ainda em 2007 (no âmbito do Fórum Cultural "O Estado do Mundo") e assinou a primeira capa do Jornal "Próximo Futuro", em Abril de 2009.
No próximo dia 18 de Novembro, às 19h, inaugurará no Théâtre de la Ville a sua mais recente exposição individual, enquadrada nas actividades do Programa Gulbenkian Próximo Futuro em Paris. Fruto de uma parceria com o Théâtre de la Ville e em co-produção com o Programa Gulbenkian de Ajuda ao Desenvolvimento, esta mostra fotográfica é dedicada ao fenómeno "Nollywood" e tem a curadoria de Federica Angelucci e de António Pinto Ribeiro.
Decorre até ao próximo dia 6 de Novembro, em Moçambique (Maputo), a 4.ª edição do KINANI. Trata-se de "um festival bianual de carácter internacional concebido com o intuito de promover a Dança Contemporânea e profissionalizar jovens bailarinos e coreógrafos através de vários programas de formação e apresentação de espectáculos. (...) O Festival acontece em diferentes salas de espectáculo da cidade de Maputo, espalhando-se ainda pelas ruas da cidade e alargando-se aos Bairros Periféricos e às Províncias."
Para saber mais sobre o KINANI'2011, basta clicar aqui.
A Associação Portuguesa de Estudos Franceses (APEF), em colaboração com a Associação de Professores de Francês da Universidade Espanhola (APFUE) e a Sociedade de Hispanistas Franceses (SHF), promove um congresso internacional dedicado ao tema "O Estrangeiro" que terá lugar na Universidade do Algarve (FCHS), no Campus de Gambelas de 10 a 12 de Novembro de 2011.
Já inaugurou a mais recente edição dos "Rencontres de Bamako" (Encontros de Bamako)! Na sua 9.ª edição o tema geral desta bienal de fotografia é "Por um mundo duradouro" ("Pour un monde durable") e o Programador-Geral do Próximo Futuro, António Pinto Ribeiro, foi convidado a integrar o júri internacional.
Aqui encontram o programa completo desta edição (1 de Novembro de 2011 - 1 de Janeiro de 2012), e aqui a história dos "Encontros" que vêm sendo organizados desde 1994, constituindo a mais importante bienal de fotografia africana.
Ligando as cidades de Lisboa e Paris através de parcerias entre a Fundação Calouste Gulbenkian, a Casa da América Latina (Lisboa) e o Théâtre de la Ville (Paris), estas iniciativas contam ainda com o apoio da ACEP, Câmara Municipal de Lisboa e Embaixada do Peru.
No dia 16 de Novembro, em Lisboa, precisamente na sequência das grandes Lições PRÓXIMO FUTURO (Aud. 2 da FCG), inaugura às 19h00, no Palácio Galveias, a exposição do fotógrafo peruano Roberto Huarcaya, intitulada "Subtil Violência".
No dia 18 de Novembro, em Paris, desta vez na sequência da apresentação das grandes Lições no Théâtre de la Ville, inaugura no mesmo espaço, às 19h00, a exposição do fotógrafo sul-africano Pieter Hugo, dedicada ao fenómeno "Nollywood".
Pormenor de uma fotografia de Camila Sousa (cortesia da artista)
Ciclo de grandes LIÇÕES Próximo Futuro (parte 3): "Percepção e representação contemporâneas de África e da América Latina"
CONFERÊNCIAS * LISBOA - PARIS
16 Novembro 2011, Quarta / 10h00 - 18h00
Edifício-sede da Fundação Calouste Gulbenkian (Lisboa), Aud. 2
Entrada livre (tradução simultânea disponível)
GUSTAVO H. B. FRANCO (Brasil)
Índices de felicidade corrente e futura no Brasil: aspectos conceituais e determinantes econômicos
Os problemas conceituais nos indicadores subjetivos de felicidade, em torno dos quais surgiu uma imensa literatura acadêmica recente, remontam aos primórdios da disciplina, mas os avanços recentes na interface entre a economia e a psicologia, bem como o desenvolvimento da chamada ’economia experimental‘, abriram novas frentes para a construção e para o uso desses indicadores, seja para a pesquisa, seja para a definição de novos rumos nas políticas públicas. De entre as questões mais importantes desta nova área de pesquisa está a relação entre o nível de renda, ou mais genericamente o progresso econômico, e os índices de felicidade corrente e futura de diferentes países. Existem muitos paradoxos nessa relação, um dos quais amplamente presente em muitas pesquisas que é o resultado empírico segundo o qual é pequena e limitada a influência do progresso material para a definição do nível de felicidade. É nessa linha que surgem questionamentos em torno da ideia de que o crescimento do PIB seja a principal meta das políticas públicas, possivelmente em detrimento de outras dimensões da vida em sociedade. Os números para o Brasil, todavia, sugerem uma leitura cautelosa desses paradoxos; talvez seja prematuro abandonar os indicadores estritamente econômicos de afluência. A despeito de ser um país emergente de renda média, o índice de felicidade corrente, medido sistematicamente pelo Gallup Poll, tem estado no primeiro quartil da distribuição global e, o índice de felicidade futura para o Brasil, tem estado no primeiro lugar do mundo nos últimos 5 anos. Os resultados brasileiros, bem como seus determinantes, permitem um excelente ponto de vista para uma discussão mais ampla sobre o significado, alcance e implicações para políticas públicas dos índices de felicidade, tal como habitualmente calculados. (Abstract)
Gustavo H. B. Franco é membro do Conselho de Administração do Banco Daycoval (Conselheiro Independente) e também do Conselho de Administração da Globex Utilidades S/A. Brasileiro, Bacharel (1979) e Mestre (1982) em Economia pela PUC/Rio de Janeiro e M. A. (1985) e Ph.D (1986) pela Universidade de Harvard. Foi professor, pesquisador e consultor em assuntos de economia, entre 1986 e 1993, especializando-se em inflação, estabilização e economia internacional. Em seguida, no serviço público, entre 1993 e 1999, foi Secretário de Política Económica (adjunto) do Ministério da Fazenda, Director de Assuntos Internacionais e Presidente do Banco Central do Brasil. Teve participação central na formulação, operacionalização e administração do Plano Real, entre outras atividades. Após ano sabático na universidade (1999), fundou a Rio Bravo Investimentos (2000), empresa de investimentos, onde actualmente tem a sua ocupação principal. Tem participado em diversos conselhos de administração, consultivos e de eventos corporativos, como palestrante.
SERGE MICHAILOF (França)
Um planeta descontrolado: De que vale a ajuda ao desenvolvimento?
A opinião pública das nossas sociedades da abundância ainda não entendeu que os países ricos deixaram de controlar as imensas alterações que têm ocorrido no mundo em desenvolvimento. O nosso planeta transformou-se numa aldeia global pelo que os choques demográficos e ambientais em curso, quer nos países mais pobres, quer nas economias emergentes do Sul, passaram a ter um impacto sobre o conforto, o modo de vida e as crenças do Norte. Tensões vão-se agudizando em várias regiões onde a miséria e as frustrações fervilham. Se quisermos evitar que uma espiral descendente alastre do Corno de África para África Central, é fulcral perceber a razão pela qual a ajuda quase sempre redundou em fracasso nos Estados frágeis. A esse respeito, é comprovadamente essencial erguer instituições estatais, sendo certo que esse objectivo não se encontra na mira das intervenções militares externas nem nunca constituiu uma prioridade da assistência humanitária e para o desenvolvimento, mais focada na beneficência a curto prazo do que na sustentabilidade a longo prazo. Num contexto em que o esgotamento dos recursos do planeta assume uma magnitude sem precedentes, as instituições da ajuda ao desenvolvimento podem tornar-se parceiros relevantes no intuito de ajudar, quer os países ricos, quer os países emergentes, na co-gestão dessas questões cruciais, assim como a implementar estratégias de partilha mais astutas. À medida que vamos sendo confrontados com um mundo mais instável, uma nova abordagem da ajuda ao desenvolvimento alicerçada nos interesses comuns do Norte e do Sul revela-se não somente possível como necessária e até imprescindível. (Abstract)
Serge Michailof tem-se debruçado sobre questões de desenvolvimento desde 1968. Actualmente, lecciona sobre desenvolvimento económico e programas de ajuda no Institut National des Sciences Politiques, em Paris. É um consultor regular do Banco Mundial e de outras instituições de solidariedade sobre países em desenvolvimento e reconstrução pós-conflito, focando-se especificamente na construção de instituições e de Governos. É assessor de vários Governos. Estudou em França (MBA na HEC-École des Hautes Études Commerciales, doutorado em Economia e mestre em Antropologia) e nos Estados Unidos (MIT). Publicou e/ou coordenou cinco obras ”Notre Maison Brûle au Sud, Que Peut Faire l’Aide au Développement?” (Fayard, 2010), ”A Quoi Sert d’Aider le Sud? ” (Ed. Economica, 2007), ”La France et L’Afrique” (Karthala, 1993), ”Les Apprentis Sorciers du Développement” (Ed. Economica, 1987) e, em conjunto com Manuel Bridier, ”Guide Pratique d’Analyse de Projects d’Investissements” (Ed. Económica, 1995, 5ª edição), um livro didáctico bem conhecido. Publicou também numerosos artigos sobre questões de desenvolvimento. Faz parte do Conselho de Administração do CIAN (Conseil des Investisseurs Français en Afrique). Foi agraciado com a Legião de Honra e a Ordem de Mérito francesas, assim como com a Ordem Nacional do Leão, do Senegal.
ELIKIA M’BOKOLO (República Democrática do Congo)
Como será África num futuro próximo?
África preocupa alguns, inquieta, com ou sem motivo, pela perspectiva das hordas migratórias arrastadas numa onda desenfreada rumo aos paraísos consumistas do ’Ocidente‘ ou do ’Norte‘, consoante os casos. África também regozija muitos outros, seja pela espectacularidade daqueles invejáveis corpos musculados em qualquer prova desportiva, seja pela audição daqueles ritmos e sons tão longínquos, tão estranhos e, simultaneamente, tão familiares, como se fossem expectáveis. Uma coisa é certa: África interroga, África interpela, África perturba. África, mas que África? A forma como olho para o próximo futuro de África decorre do olhar de um africano que conhece África, por lá viver, por estudá-la e por ali criar, que conhece também o mundo pelas mesmas razões e para quem a imaginação, a vontade e, porque não dizê-lo, o sonho, assentes numa observação escrupulosa, formam a melhor chave para tornar real o possível e para abrir as portas de um futuro inesperado, melhor que o nosso presente. Regeneração, renascimento? Se a efervescência religiosa indica o vigor das expectativas e se a criatividade artística dá conta da multiplicidade dos possíveis, fá-lo-ão no entanto à custa de uma auto-invenção ou reinvenção intelectual e moral para que os africanos assumam, em moldes inovadores, os profundos desafios que os tempos presentes deixam adivinhar.
Elikia M’Bokolo formou-se pela École Normale Supérieure e com agregação universitária e é director de estudos na École des Hautes Études en Sciences Sociales, bem como docente na Universidade de Kinshasa. Para além disso é autor de diversas obras de referência e produtor de “Mémoire d’un Continent”, para a Radio France Internationale, um programa radiofónico semanal dedicado à história de África e às suas diásporas. De entre as suas obras escritas e audiovisuais mais recentes, destacam-se “Afrique noire. Histoire et civilisations” (2005), “Médiations africaines. Omar Bongo et les défis diplomatiques d’un continent” (2009), “Afrique. une histoire sonore”, 1960-2000(com Philippe Sainteny, 2001), “L’Afrique littéraire. Cinquante ans d’écriture” (com Philippe Sainteny, 2008), “Africa : 50 Years of music. 50 ans d’indépendances” (2010) e “Afrique(s). Une autre histoire du XXe siècle” (filme documentário, 4 x 90’, de Elikia M’Bokolo, Philippe Sainteny e Alain Ferrari, 2010).
BENJAMIN ARDITI (México/Paraguai)
O “becoming-other” da política:O pós-liberalismo e a política viral são o nosso próximo futuro
Gostaria de propor dois critérios que tentam compreender a ’transformação‘ da política. Um deles é já trabalharmos num contexto pós-liberal, considerando que dois pilares do liberalismo já foram ultrapassados: a política vai além do quadro da representação eleitoral e transcende as fronteiras territoriais do estado soberano. O segundo marcador é o de que as pessoas que não se conhecem podem agir em concertação sem necessitarem sempre das estruturas de comando habituais dos partidos políticos e dos movimentos sociais. O rizoma, os sistemas abertos de Deleuze com múltiplos pontos de entrada, funciona como uma imagem de pensamento para esta forma de coordenação. Vou utilizá-lo para falar da conectividade viral e da política viral que têm tirado partido dos novos meios de comunicação. Vou discutir estes dois indicadores do becoming-other (*) da política, através de uma breve análise de uma série de insurreições que vão desde “Todos têm de ir embora, não pode ficar um sequer”, na Argentina, ao movimento estudantil no Chile, este ano, às rebeliões actualmente em curso, na zona do Magrebe, e ao movimento M-15, em Espanha. O meu pressentimento é o de que estas insurreições, qualquer que seja o seu desfecho, são aquilo que Fred Jameson designa de «mediadores em desaparecimento», neste caso, mediadores que funcionam como sintomas do nosso becoming-other. Concluirei com uma breve resenha sobre política viral e tentarei avaliar os seus prós e contras.
Benjamin Arditi é professor de Política na Universidade Nacional do México (UNAM). Fez o seu doutoramento na Universidade de Essex, no Reino Unido, leccionou nas Universidades de Santa Catarina (Brasil), Maryland (EUA) e Essex (Reino Unido) e foi professor convidado nas Universidades de Edimburgo e St. Andrews. No Paraguai, trabalhou como director de investigação numa ONG, desenvolvendo ao mesmo tempo a actividade de jornalista e activista. Após a queda de Stroessner, fundou uma campanha nacional de educação cívica. A sua obra mais recente intitula-se “Politics on the Edges of Liberalism. Difference, Populism, Revolution, Agitation” (Edimburgo, 2007) e co-editou “Taking on the Political”, uma série de livros sobre o pensamento político no continente, publicado pela Edinburgh University Press. O seu trabalho mais recente incide no becoming-other (*) da política, designadamente no pós-liberalismo, política viral e pós-hegemonia.
(*) Becoming-other – Abertura da política à mundialização, fora do eixo convencional da autoridade a nível local.
Les islamistes en tête, suivis de deux partis de gauche : le visage de la future Assemblée constituante tunisienne s'esquissait lundi 24 octobre, au fur et à mesure des résultats annoncés par les partis, au lendemain d'un premier scrutin historique, neuf mois après la révolution tunisienne. Les résultats définitifs et officiels ne devaient pas être annoncés avant mardi par la commission électorale (ISIE) mais les premières tendances et déclarations confirmaient l'avancée d'Ennahda, attendue.
Le parti islamiste a immédiatement lancé un message pour "rassurer" les partenaires économiques de la Tunisie. "Nous espérons très rapidement revenir à la stabilité et à des conditions favorables à l'investissement", a déclaré Abdelhamid Jlassi, directeur du bureau exécutif.
Marjane Satrapi : «Il faut croire en l'élan tunisien»
Marjane Satrapi et Winshluss sont les visiteurs d'un jour à Libération. Les réalisateurs du film «Poulet aux prunes» (qui sort mercredi) étaient invités lundi à réagir à l'actualité. En conférence de rédaction, Marjane Satrapi s'est exprimée sur les révolutions arabes, le vote tunisien, la Libye, sur le risque islamiste. Et sur... la croissance économique. A lire mardi dans Libération.
The UNESCO – Aschberg Bursaries for Artists Programme has the pleasure to announce the 2012 call for applications. The Programme promotes the mobility of young artists through art residencies abroad.
This call is open to creative writers, musicians andvisual artists between 25 and 35 years old.
Pormenor de uma fotografia de Filipe Branquinho (cortesia do artista)
Falta menos de um mês para a primeira apresentação do OBSERVATÓRIO de ÁFRICA e da AMÉRICA LATINA!
É já no próximo dia 15 de Novembro (3f), às 09h30, no Aud. 3 da Fundação Calouste Gulbenkian, e a entrada é livre.
Eis as respectivas sinopses... a não perder!
O Observatório de África e da América Latina resulta dos workshops de investigação que o Programa Gulbenkian Próximo Futuro concretizou desde 2009. Nesta primeira apresentação serão proferidas comunicações de investigadores ligados a universidades, centros de pesquisa e organizações não-governamentais. Fruto da parceria com o Théâtre de La Ville de Paris, este modelo de seminário será concretizado no dia 17 de Novembro, na capital francesa, com investigadores aí radicados.
CONFERÊNCIAS * LISBOA - PARIS
15 Novembro 2011, Terça / 09h30 - 17h30
Edifício-sede da Fundação Calouste Gulbenkian (Lisboa), Aud. 3
Migrações e Desenvolvimento, por Alexandre Abreu (CEsA, ISEG/UTL)
A questão dos nexos causais entre as migrações e o desenvolvimento dos territórios de origem, nomeadamente no âmbito de espaços sociais transnacionais criados e sustentados por migrantes, tem sido objecto de atenção acrescida nos últimos anos. Neste contexto, o caso da comunidade de origem guineense residente em Portugal constitui um exemplo particularmente interessante, em virtude do carácter e intensidade das práticas transnacionais que tem desenvolvido de forma particularmente consistente. Serão apresentados alguns elementos exemplificativos destas práticas e dos seus efeitos ao nível das famílias e comunidades de origem na Guiné-Bissau, os quais servirão posteriormente como base para uma breve reflexão mais ampla, em torno da fluidez do significante ’desenvolvimento‘, no contexto deste debate. (Abstract)
África no Imaginário Português: Corpo e Identidade na Arte Contemporânea Portuguesa, por Ana Sécio (FCH/UCP)
África integra o imaginário português desde há séculos. Cenário que tem início com as Navegações e que adquire mais expressão a partir dos finais do século XIX, com o maior impacto da colonização portuguesa. Há, ainda, que assinalar a ideologia oficial do Estado Novo e o pós-25 de Abril, que conta com as memórias dos ex-colonos e dos seus descendentes, elementos que, em muito, contribuem para a configuração deste imaginário. O Portugal pós-colonial assume-se como um importante ponto de chegada de indivíduos de diferentes nacionalidades, onde o convívio e o debate entre as representações de África se fazem notar. Nesta comunicação, partindo da noção de mito postulada por Roland Barthes, em “Mitologias”, pretendemos reflectir sobre a dimensão mítica de algumas dessas representações na arte contemporânea portuguesa, sobretudo no que concerne ao corpo e à configuração de identidades plurais, porque forçosamente multiculturais. (Abstract)
Itinerário exaltante, por António Pinto Ribeiro (PGPF, UCP)
A questão da representação é central na História Cultural do Ocidente - não é por acaso que Aristóteles lhe dedica uma parte substantiva da sua obra - e tornou-se um tema fulcral em toda a produção teórica tanto nos Estudos de Cultura como nos mais subtis estudos do pós-colonialismo. A representação não só reforça a ideia e a marca da ausência, e a sua substituição por outro significante, como é um acto de criação e nesse sentido resulta de uma subjectividade onde a ideologia e o biográfico tomam papéis preponderantes. No caso concreto de obras documentais (ou que se afirmam como tal) de escritores europeus, em que resulta esta criação? Tomaremos como estudo de caso um exemplo emblemático de uma obra inovadora sobre os territórios ex-colonizados que é “Baía dos Tigres”, de Pedro Rosa Mendes, para tentar entender a construção social resultante desta representação particular. (Abstract)
Entre o entretenimento e a assistência: ’comunicação’ e ’ajuda’ como contributos para a fragilização e a dependência, por Fátima Proença (ACEP)
Diversas formas actuais da ’sociedade do espectáculo’, tal como caracterizada por Debord há mais de três décadas, oferecem-nos construções também actualizadas do ’fardo do homem branco’, voltando a aprisionar África numa teia de conceitos, onde ’humanitário, ’fragilidades’, ‘necessidades’ arriscam ser a nova linguagem de velhas relações de poder. Num quadro de procura de construção de múltiplas cidadanias, há legitimidade para papéis como os de espectadores ou de aprendizes de feiticeiro? (Abstract)
Factor Favela, por Frederico Duarte (FBAUL)
O Brasil é hoje mais do que uma nação tropical de praia, samba e futebol: é uma superpotência do século 21. Está, por isso, na hora de o mundo, ou pelo menos o mundo do design, prestar a devida atenção ao design brasileiro. Mas também está na hora de os designers brasileiros tratarem o seu povo, um de seus principais valores, com o respeito que ele merece. De que forma é que a prática, a cobertura jornalística, a curadoria e a crítica académica do design brasileiro estão a misturar origem com identidade, oportunidade social com oportunismo de design, ’gambiarra‘ com inovação frugal, realidade com estereótipo? (Abstract)
Das categorias de pensamento às categorias de conhecimento, por Luísa Veloso (CIES, IUL)
Com esta apresentação, propõe-se discutir os processos sociais de reflexão e construção de categorias de pensamento sobre a realidade, construção entendida em sentido lato, abarcado desde as actividades de investigação, de intervenção social (política, intelectual, etc.) até às de expressão artística. Estas convertem-se em categorias de conhecimento, mais ou menos elaboradas, mais ou menos destinadas a um ’uso’ ordinário ou extraordinário, traduzindo-se na construção de quadros de conhecimento estruturados. A realidade é, neste sentido, objecto de um processo de estruturação em funç
Curso Livre e Seminário Intensivo de Pós-Graduação em Filosofia
FLUL – 10 a 20 de Janeiro de 2012
10h – 13h
Catarina Belo é licenciada em Filosofia pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (1997). Licenciou-se ainda em Estudos Árabes e Islâmicos pela Universidade de Londres (School of Oriental and African Studies), em 2000. Concluiu o doutoramento em Estudos Orientais – Filosofia Islâmica – pela Universidade de Oxford em 2004, com uma tese sobre o acaso e o determinismo em Avicena e Averróis. Após um ano de investigação sobre filosofia islâmica em manuscritos hebraicos na Universidade de Colónia (Martin-Buber-Institut für Judaistik), passou para a Universidade Americana no Cairo, onde lecciona filosofia medieval desde Fevereiro de 2006. Tese de doutoramento (Chance and Determinism in Ibn S?n? and Ibn Rushd, Oxford, 2004): analisa a questão do acaso e do determinismo em Avicena (980-1037) e Averróis (1126-1198) através do estudo das obras destes autores sobre a física e a metafísica aristotélicas. Em particular, trata da questão do ‘acaso’ e da matéria numa perspectiva física, bem como a questão da providência divina. A tese, revista, encontra-se publicada com o título Chance and Determinism in Avicenna and Averroes (Leiden, Brill, 2007). É professora da Universidade Americana do Cairo.
South African 'Struggle Art' on display alongside works for auction by leading SA artists
LONDON.- IFA LETHU Foundation, the non-profit organisation set up to repatriate South African apartheid era `Struggle Art’, has joined with Bonhams to showcase some of the most poignant art produced by anti-apartheid activist artists. From October 22-27 some 15 selected works from the Ifa Lethu Foundation ‘Coming Home’ exhibition in London will move to Bonhams to coincide with the auction house’s South African Art sale on October 25th and 26th. ‘Coming Home’ will be a non- selling exhibition. Bonhams is the world’s leading auctioneer of South African Art and hold the world record for South African art, set with a picture by Irma Stern, ’Arab Priest’ which sold in March this year for £3m. The Bonhams sale on October 25 and 26 will once again offer a stunning array of the very best South African art including a number of masterworks, each expected to make figures in excess of £1m. The Ifa Lethu Foundation is a South African based not-for-profit organization which was formed in November 2005 to deal with challenges in the cultural heritage sector. These challenges included the location, protection and repatriation of South African cultural heritage that was created during the struggle era and found its way out of the country during those turbulent years. Ifa Lethu uses this cultural heritage to empower communities, alleviate poverty through creative development projects and heal their nation.
El Museo de la Fotografía de Lima – FOLi - es un museo independiente sin fines de lucro, dedicado a la colección, preservación y promoción de la fotografía contemporánea en Perú y Sudamérica. El objetivo del museo es coleccionar sistemáticamente fotografías con valor cultural y artístico de fotógrafos Peruanos, Latinoamericanos y otros; relevantes para la historia de la fotografía nacional y latinoamericana.
Através do website do museu FOLi é possível conhecer a instituição e ficar a par dos principais eventos relacionados com a fotografia contemporânea da América Latina, basta navegar por aqui.
O Jornal PRÓXIMO FUTURO N.º 8 já está no prelo! A capa é da artista americana de origem sul-africana Ayana V. Jackson (n. 1977), que participou nos Encontros Fotográficos de Bamako que estiveram expostos na Gulbenkian (em Lisboa) até Agosto passado, no âmbito do Programa PRÓXIMO FUTURO.
PROGRAMA GULBENKIAN PRÓXIMO FUTURO – NOVEMBRO 2011
Em parceria com o PROGRAMA GULBENKIAN DE AJUDA AO DESENVOLVIMENTO, co-produzido com o THÉÂTRE DE LA VILLE (Paris) e a Casa da América Latina (Lisboa), com o apoio da CML e da Embaixada do Peru.
CONFERÊNCIAS LISBOA - PARIS
15 Terça / 09h30 - 17h30
“Observatório de África e da América Latina”
SEMINÁRIO
Edifício-sede da Fundação Calouste Gulbenkian (Lisboa), Aud. 3
Primeira apresentação do “Observatório de África e da América Latina”, resultante dos workshops de investigação que o Programa Gulbenkian Próximo Futuro concretizou desde 2009, no qual serão proferidas comunicações de investigadores ligados a universidades, centros de pesquisa e organizações não-governamentais.
Fruto da parceria com o Théâtre de La Ville de Paris, este modelo de seminário será concretizado no dia 17 de Novembro, na capital francesa com investigadores aí radicados.
16 Quarta / 10h00 - 18h00
“Percepção e representação contemporâneas de África e da América Latina”
LIÇÕES PRÓXIMO FUTURO
Edifício-sede da Fundação Calouste Gulbenkian (Lisboa), Aud. 2
Entrada livre
Conferencistas: Gustavo Franco (Brasil), Benjamin Arditi (México/Paraguai), Serge Michailof (França), Elikia M’Bokolo (República Democrática do Congo/França)
Ciclo de conferências do Programa Gulbenkian Próximo Futuro, co-produzido com o Programa Gulbenkian de Ajuda ao Desenvolvimento e o Théâtre de La Ville de Paris, onde as Lições serão proferidas no dia 18 de Novembro.
Professeur d'histoire à l'université de Californie à Los Angeles (UCLA), Sanjay Subrahmanyam a aussi enseigné à New Delhi, à l'Ecole des hautes études en sciences sociales à Paris, puis à Oxford. Il est l'un des principaux promoteurs de l'histoire globale, ou histoires connectées, comme contre-proposition aux aires culturelles, les area studies. Son livre sur Vasco de Gama, qui élargit la recherche au-delà des sources portugaises, doit être publié en France en 2012.
Assiste-t-on à une mondialisation de l'histoire comme à une mondialisation économique au détriment de l'eurocentrisme ?
Il y a encore un problème d'articulation : en Inde, ce que l'on étudie dans les universités, c'est l'histoire indienne. Si vous cherchez un spécialiste de l'histoire du Japon en Inde, vous n'en trouverez pas. Même chose pour la Chine, des spécialistes de l'histoire indienne, il y en a peut-être deux. Entre la Chine et le Japon, c'est différent, parce qu'il y a une tradition japonaise de sinologie. Mais peu d'historiens chinois travaillent sur le Japon. Alors qu'est-ce que la mondialisation ? Souvent, cela revient au rapport avec l'Occident : la Chine et l'Occident, l'Inde et l'Occident... Il est difficile d'établir des passerelles entre l'Inde et la Chine. On est toujours dans un rapport centre-périphérie. Y a-t-il en Inde des historiens spécialistes de l'Amérique latine ? Pas plus qu'en Chine... Donc, pour aborder ce sujet, on va traduire des chercheurs américains ou européens.
La domination intellectuelle occidentale sur l'Orient n'est donc pas entamée ?
Non, loin de là. Ça ne peut pas se faire du jour au lendemain.
C'est une bonne ou une mauvaise nouvelle ?
Il y a des éléments positifs. Quand on a une grande tradition et des ressources, cela vaut quelque chose. Il serait stupide de dire que, parce que les Français ont colonisé l'Indochine, ce qu'on produit sur l'Indochine en France ne vaut rien. Mais en même temps, sans tomber dans une forme d'indigénisme qui voudrait que seuls les Chinois peuvent écrire sur la Chine, c'est inquiétant.
Prenez deux cas extrêmes : sur l'histoire turque et ottomane, les Turcs sont très, très forts. Il y a de grands chercheurs, des revues en turc, donc ils n'ont pas besoin de passer par l'Occident. En revanche, sur l'histoire de l'Indonésie, ce sont les Australiens qui ont fait ce travail, les Français, les Américains, un peu les Britanniques et les Néerlandais. Et même les Japonais ! Mais les vrais spécialistes, en Indonésie, de l'histoire indonésienne se comptent sur les doigts d'une main.
It is a country where every other youngster wants to be a rap or hip-hop star. And for those who make it in Nigeria these days, the rewards can be greater – and certainly more international – than ever.
Take singer-songwriter D'banj. Kanye West just did, signing him up for his GOOD (Getting Out Our Dreams) music label. Then there is Wizkid, recently named best African act at the Mobo awards in Glasgow.
All this has come in a year in which Trace Urban, a French-owned international music TV network, has begun broadcasting in Nigeria.
D'banj is living the new Nigerian Dream – superstardom beyond what anyone could have imagined in the late 1990s when Kennis Music, a local record label, took the first steps towards a revival of mainstream Nigerian music culture.
As D'banj steps on stage in a stadium in Lagos in a sparkling black shirt and blue trousers, the large space transforms into one huge mass of excitement, with kicking, screaming, shoving and frenzied mobile phone recording. He stops then throws both hands in the air in a salute.
“Qué hermosa cassette de Etiopía... Tiene un efecto en mi cuerpo semejante al de la morfina. Es tan balsámico que voy a echarme una siestita ahora mismo. No tengo más que decir, simplemente escuchad esto y sentiros bien hoy. Hablamos luego. Love, Brian”. Quien firma estas líneas se llama Brian Shimkovitz y es uno de esos seres que han sido capaces de realizar esa dificilísima tarea de encontrar uno de esos nichos que no existían en la red, llenarlo y conseguir que se convierta en cierto modo en crucial.
El señor Shimkovitz reside en Nueva York, pero su aportación al mundo de la cultura y de la música en general procede en su totalidad de África. Cuenta que mientras investigaba en la escena musical local de Ghana con una beca Fulbright, descubrió el mercado regional de cassettes que se desarrollaba en las calles de varios países de África. Fue entonces cuando surgió el germen de una búsqueda eterna y extraña de unas de las músicas más desconocidas y tal vez despreciadas por el mainstream de occidente. De esta forma en 2006 puso en marcha un blog al que llamó Awesome Tapes From Africa (Increíbles cassettes de África) en el que no solo habla y comparte información sobre su música favorita, también ofrece los archivos para bajar.
Still do documentário "Regresso a Nacala" (2001), de Brigitte Martinez
Debate CEsA - Os movimentos da sociedade civil e a construção da democracia em África: o caso de Moçambique
No próximo dia 13 de Outubro, pelas 18 horas, o CEsA irá organizar o debate “Os movimentos da sociedade civil e a construção da democracia em África. O caso de Moçambique”. A discussão será animada por João Baptista Mussa, ex-vereador do Conselho Municipal de Nacala (1998-2003), Fátima Proença (da ACEP) e Joana Pereira Leite (do CESA/ISEG). No início da sessão será projectado o filme “Regresso a Nacala”.
Paris Photo will celebrate its 15th anniversary at the Grand Palais — a major step ahead for the renowned international event. 117 galleries from some 23 countries will present the best of 19th century, modern and contemporary photography in the heart of the French capital. To complete this panorama of worldwide photography, a selection of 18 publishers will have a dedicated space in the fair. Paris Photo will celebrate African photography from Bamako to Cape Town, unveiling the creative wealth of historic and contemporary African artists. These exciting developments put forward the new energy that Paris Photo is displaying by reinventing itself. Four programmes will articulate Paris Photo’s new identity: Institutions’ recent photography acquisitions, Private Collection from Artur Walther, Paris Photo conferences Platfotm, focus on the Photography Book and launching of the Paris Photo - Photo Book Prize.
Para saber mais, inclusive sobre os Encontros Fotográficos de Bamako em Paris, depois da sua recente passagem por Lisboa no Programa PRÓXIMO FUTURO, basta navegar até aqui.