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Última sessão do Observatório

Pu­bli­cado12 Mai 2014

A pró­xima e úl­tima sessão do 4º Ob­ser­va­tório de África, Amé­rica La­tina e Ca­raíbas re­a­liza-se no dia 24 de Maio às 15h00. O tema será A So­ci­e­dade contra o Es­tado e o Cui­dado de Si: Eman­ci­pação, Pers­pe­ti­vismo Ame­ríndio e Pós-co­lo­ni­a­lismo. 

A crí­tica do Es­tado é um ele­mento cons­ti­tuinte de vá­rias tra­di­ções po­lí­tico-ide­o­ló­gicas. Nas úl­timas dé­cadas, esta crí­tica tem sido, em grande me­dida, pro­ta­go­ni­zada por cor­rentes li­be­rais, com des­taque para os cha­mados novos li­be­ra­lismos, que ga­nharam força a partir dos anos 70 e que têm de­nun­ciado o que en­tendem ser os efeitos ne­ga­tivos da acção do Es­tado na li­ber­dade in­di­vi­dual e no fun­ci­o­na­mento da eco­nomia. Nos mesmos anos 70, porém, au­tores, como Mi­chel Fou­cault, su­bli­nharam que a crí­tica ne­o­li­beral do Es­tado não apenas im­pli­cava o do­mínio es­trito da eco­nomia mas, desde logo, as formas das re­la­ções de poder, nos mais vastos do­mí­nios da vida. Num sen­tido di­verso, no início da­quela mesma dé­cada e igual­mente olhando para o Es­tado à luz de uma ana­lí­tica do poder, au­tores, como o an­tro­pó­logo Pi­erre Clas­tres ou, mais re­cen­te­mente, Edu­ardo Vi­veiros de Castro, re­co­lo­caram em novos termos o de­bate sobre a questão in­dí­gena, em par­ti­cular no caso dos povos ame­rín­dios. É na in­ter­secção entre esta an­tro­po­logia de ins­pi­ração anar­quista e os con­tri­butos de Fou­cault para a his­tória do li­be­ra­lismo, e do que de­signou como ’cui­dado de si‘, que este de­bate en­cerra o nosso ciclo.

Os ora­dores serão Orazio Ir­rera (Fi­lo­sofia, Uni­ver­sité Paris 7-Denis Di­derot)Da­vide Scarso (Fi­lo­sofia, Centro In­te­ru­ni­ver­si­tário de His­tória das Ci­ên­cias e da Tec­no­logia). Serão mo­de­rados por Bruno Peixe Dias (Fi­lo­sofia, Centro de Fi­lo­sofia da Uni­ver­si­dade de Lisboa).