ALMADA NEGREIROS
Publicado7 Abr 2013
José de Almada Negreiros, "poeta d'Orpheu, futurista e tudo" nasceu há 120 anos em S. Tomé e Príncipe.
"O desenho das crianças é como o das pessoas que não sabem desenhar – ambos dizem, mas não sabem o que dizem. Não sabem desembaraçar as linhas de uma coisa das linhas das outras coisas que vêem ao mesmo tempo dentro da mesma palavra. A prova é que não são capazes de imitar o que da primeira vez lhes escorregou do corpo pela mão para o papel.
Eu-próprio, apenas agora começo a saber recordar o que foram os meus desenhos de há dez e vinte anos, quando fiz uns traços em pedaços de papeis que guardaram.
Escuto estes desenhos como a um homem do campo que diz, sem querer, coisas
mais importantes do que o que está a contar, e que põe tudo à mostra sem dar por isso. Através destes desenhos sigo grafologicamente o meu instinto à espera da minha vontade, - a minha querida ignorância a aquecer ao sol e a transformar-se na minha vez cá na terra."
"Quando eu nasci, as frases que hão-de salvar a humanidade já estavam todas escritas, só faltava uma coisa - salvar a humanidade."
A invenção do dia claro (1921)