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A arte no Chile depois do golpe de estado

Published20 Dec 2013

Lotty Rosenfeld, “Una milla de cruces sobre el pavimento” (imagem retirada do portal Cultura Colectiva)

Han pasado 40 años desde el golpe de Estado en Chile. Una toma de poder que se sigue recordando a consecuencia de la presente división política y social en el pueblo chileno. Se recuerdan muy bien las palabras del último discurso de Salvador Allende: “mis palabras no tienen amargura, sino decepción”. Una decepción emblemática que llevó a cabo el surgimiento de una vanguardia artística de esta nación latinoamericana. El arte en sí es un medio de comunicación para expresar angustia o júbilo, para contar historias, o mejor dicho, recordar la historia que motive a las próximas generaciones a construir un mejor futuro. Chile se adhirió a su historia, convirtiéndola en iconos culturales que hablan de los abusos durante la dictadura de Pinochet. 

Leiam o artigo na íntegra.

A arte no México e os seus espaços alternativos nos anos 80 e 90

Published19 Dec 2013

Imagem retirada do portal Cultura Colectiva


"El centralismo o elitismo que existe en las galerías de prestigio y los museos del país, hace que surja la necesidad de encontrar dónde exhibir y promocionar obra sin restricciones políticas ni morales, generando con ello oportunidades a las nuevas generaciones de artistas emergentes que no tenían la posibilidad de mostrar su obra en otros lugares."

Leiam o artigo de Helena Lugo na íntegra.


África: transição para a televisão digital

Published18 Dec 2013

Imagem retirada do portal Wiriko

África será, a partir de 2015, a primeira região que poderá alocar banda larga para a transição para a televisão digital, o chamado "dividendo digital", um serviço móvel nas faixas de 700 MHz e 800 MHz. Ou seja... mais capacidade para armazenar mais informação em menos espaço, um enorme potencial para melhorar tanto a quantidade como a qualidade dos conteúdos televisivos e aumentar o número de pessoas com acesso aos mesmos. A questão é se a televisão digital chegará com a mesma intensidade e variedade às zonas rurais.

Leiam o artigo de Sebastian Ruiz.

Zanele Muholi: fotógrafa e activista visual

Published17 Dec 2013

Zanele Muholi ‘Being’, 2007 Triptych (part III) - Imagem retirada do portal C&

Zanele Muholi recebeu recentemente o Prémio Prince Claus. Através do seu trabalho, procura inscrever as identidades das lésbicas sul-africanas na história visual do seu país.

Pamella Dlungwana: You insist on the ‘visual activist’ tag, why?

Zanele Muholi: I can always just be a ‘photographer’ that sounds sexier, as you’ll say, but what is that in relation to my agenda? How does it validate and remind me of my agenda? That instead of being someone who is just taking an image Pam, my friend, I am also highlighting that such women are alive, live and love others and aspire to the same things heterosexual people aspire to while they have the capacity to contribute and actually do contribute to our society as a whole. How does being simply a photographer keep that pertinent? I’m an activist first, being a photographer allows me a greater and more influential audience, I can activate and shift multiple spaces, many of which I would have little access to if I operated differently.

Leiam o artigo do Contemporary &.

Sophie, o meu alter-ego

Published16 Dec 2013

Mary Sibande, "I put a spell on me" (2009) - imagem retirada do portal Another Africa.

A arte de Mary Sibande conta a história do seu alter-ego, ‘Sophie’, uma criada que se refugia nos sonhos, onde renasce emancipada e livre da sua existência ordinária. Explorando a construção de identidade na sociedade sul-africana pós-apartheid, a artista reflecte sobre a contextualização estereotípica do corpo feminino negro. 

Don’t be fooled by her seemingly calm demeanour and closed eyes, nor her large blue dress topped with a crispy white apron. This hybrid Victorian garb is in fact a gateway to uncharted elsewheres. As her working uniform is gradually transmuted into towering attires, ‘Sophie’ is granted access to the glitzy world of Europe’s high-ranking monarchs and social elite; some might say, a far stretch from the ungratified life of a post-apartheid South African maiden.

Leiam o artigo de  Joyce Bidouzo-Coudray no Another Africa.

Mandela - o adeus difícil

Published15 Dec 2013

Hoje, 15 de dezembro de 2013, tem lugar o funeral de Nelson Rolihlahla Mandela. Desde a sua morte a 5 de dezembro, o mundo replicou imagens e textos e editoriais foram escritos em todas as línguas do mundo. Homenagens oficiais e não oficiais ocorreram em múltiplos cantos do mundo. Homens e mulheres importantes e não importantes disseram o seu nome - Mandela, Madiba ou Tata – consoante o nível de carinho e africanidade. As páginas das redes sociais foram inundadas de citações de Mandela. Repetidas e novas. Depois, o mundo, que não aguenta por muito tempo momentos de reflexão, começou a distrair-se e, em vez de Mandela, as notícias passaram a ser sobre o selfie do Obama, a cara da Michelle Obama, o intérprete que não era intérprete… No canto luso, a atenção foi concedida ao passado do Cavaco Silva e o voto na ONU. O beijo de Winie Mandela e Graça Machel foi um must para muitos.  

Mas hoje é o funeral. Eu não gosto de funerais. São um adeus final… De tudo o que li nestes últimos dias, um dos textos em particular tocou-me. Dizia o autor: “Porque é tão difícil dizer adeus a Mandela?”. E o artigo argumentava que é tão difícil porque, com ele, vai a nossa parte boa. Fiquei a pensar nesta frase. É verdade! Sim, os 27 anos de prisão e a sua capacidade de perdão fizeram o nosso Mandela. O seu desapego ao poder fez o nosso Mandela, mas, na verdade, custa-nos deixar partir o homem Mandela mais que o chefe de estado ou o ex-prisioneiro. Custa-nos deixar partir o homem do sorriso natural com as suas camisas coloridas. O homem que não tinha medo de dançar e cantar em público. O homem que rompia a segurança para cumprimentar as pessoas simples. O nosso luto é por termos ficado órfãos de um líder humano. Sim, que ele próprio dizia e insistia que não era santo. Ficámos sem o homem que amou várias mulheres e que voltou a casar aos 80 anos. Sem o homem que mostrava emoção sem medo. Ele foi prisioneiro entre paredes reais, mas muitos de nós somos prisioneiros de paredes invisíveis. Na prisão e fora dela, Mandela mostrou-nos o que é ser um homem livre.

Políticos, quer em democracias quer em não-democracias, são prisioneiros dos seus partidos ou de interesses. Há presidentes que são prisioneiros da sua ambição e que teimam em se manter no poder. Muitos partidos são prisioneiros do seu passado heróico ou menos heróico, ou são prisioneiros da incapacidade de construir ou de partilhar propostas para futuro. E nós, as pessoas, somos prisioneiros de preconceitos, de crises, dos nossos problemas, da competição, do desemprego, do emprego. Somos educados a não mostrar emoções, a não rir à gargalhada, a não chorar. A não beijar na rua. Mandela mostrou-nos que se pode ser livre de tudo isto.

Não queremos dizer adeus porque não queremos ser deixados aos políticos sisudos, sérios, vestidos nos seus fatos cinzentos. Distantes de nós. Não queremos dizer adeus porque precisamos de heróis da vida real. Os dos filmes não nos bastam. Precisamos de heróis em África onde alguns presidentes se arrastam no poder como deuses e varrem quem os desafia. Precisamos, na Europa, de líderes que nos inspirem e não “desinspirem” com a sua auto-importância encapotada em burocracia e poder virtual de mercados incompreensíveis e invisíveis.

Mandela insistia na ideia de que não era santo para nos tentar libertar. Se o santificarmos, ficamos impotentes. Fica um Mandela que nos é inatingível. Ele queria que acreditássemos na “banalidade do bem” usando o conceito de Hannah Arendt para o mal, quando escreveu que o que era assustador no Nazismo é que foi feito por homens comuns. O pior dos males era cometido não por personagens únicas e más, mas por pessoas como nós. Roubo o conceito de Arendt para aplicar a Mandela e a nós. Esse é o maior legado do Mandela: todos podemos ser bons.

Mandela. E agora?

Nos dias pós a sua morte, a imprensa perguntava “E agora? O que vai ser da África do Sul?”. Respondi como estudiosa da política africana a alguns jornalistas e dizia “nada”. Alguns ficaram desapontados. “Nada?!”. Nada! África do Sul não foi feita por um homem. A transição do horrendo sistema do apartheid foi feita por muita gente, muitos famosos mas também pelos milhares e milhares de anónimos. Em 2014 haverá eleições na África do Sul e os desafios económico-sociais e políticos estão lá. Como têm estado. Se a morte do Mandela tem alguma consequência e impacte, esse só pode ser positivo e não catastrófico. A morte do Mandela voltou a lembrar aos sul-africanos que são uma grande nação e que o são porque são um puzzle de identidades, de raças, de religiões.  Os sul-africanos criaram o nome Nação Arco-Íris para si próprios e continuarão a sê-lo. Mas, tal como os céus verdadeiros, terão, como têm tido, nuvens. Nos últimos anos, o céu político sul-africano tem tido algumas nuvens: as mortes das minas da Marikana, a tentativa de restrição de liberdade da imprensa, alguns escândalos, como os casos com a multimilionária e polémica família Gupta, próxima do presidente Zuma (para além das suspeitas de corrupção, é sabido que a família Gupta usou uma base área militar para aterragem de um avião civil para um casamento de um membro da família, violando todas as regras de segurança nacional).

As nuvens na política sul-africana não irão aumentar nem desaparecer com a morte de Mandela.  

Na sua cela na prisão em Robben Island, Mandela tinha escrito numa das paredes a frase final do poema Invictus de William Ernest Henley: “I am the master of my fate, I am the captain of my soul” (sou o dono do meu destino, sou o capitão da minha alma).  Ele foi. Agora caberá a nós lembrarmo-nos que é possível sermos os donos do nosso destino, capitães das nossas almas. Quer individualmente, quer em colectivo. E, como Mandela disse, “tudo parece impossível, até ser feito”.

 

Elisabete Azevedo-Harman fez o seu doutoramento na Universidade de Cape Town na Africa do Sul, onde viveu 6 anos. No presente, é professora de Ciência Política na Universidade Católica de Moçambique e Investigadora da Chatham House em Londres.

Black Male Revisited

Published13 Dec 2013

“Black Male Revisited” estreia hoje no Miami Theater Center. O corpo negro masculino tem um lugar central nesta performance / instalação visual de Jaamil Olawale Kosoko, onde o artista de origem nigeriana envolve a sua poesia, música ao vivo, teatro e escultura humana.

An attempt to begin a dialogue about issues of visibility for black male performance and visual artists, using my body, my history, and my work as the focal point to discuss themes of black masculinity from a first-person perspective.However, “Black Male Revisited” isn’t just about visibility. It is also a reminder that I haven’t done enough to include black voices, black artists, black performers, actors and dancers in my coverage of the local art scene. “Black Male Revisited” is a performance piece that reminds me that our ingrained biases are ingrained—conscious or otherwise—and we must be reminded. 

Mais neste artigo.

O continente branco

Published12 Dec 2013

Imagem retirada do portal Cultura Colectiva.

A artista argentina Andrea Juan iniciou o seu projecto "Antártida" em 2004 com o objectivo de dar maior visibilidade aos problemas ambientais. Ao longo dos anos, artistas de todo o mundo juntaram-se a ela através de trabalhos de fotografia, instalação, vídeo e performance.

Mais no artigo da Cultura Colectiva

Jeremías Gamboa, uma revolução literária?

Published11 Dec 2013

Jeremías Gamboa

Foto: Cristias Rosas (retirada do El País)

"¿Quién es este peruano de quien se habla tanto en Europa? ¿Por qué su llegada a Guadalajara, Mexico, es sinónimo de fiesta? ¿Quién es Jeremías Gamboa y quién se cree para, de pronto, venir a cambiar el rumbo de la literatura?"

Leiam o artigo do El País.

Afrofuturismo

Published10 Dec 2013

David Huffman, “MLK” (imagem retirada do portal Hyperallergic)

De que é que estamos a falar quando falamos de 'afrofururismo'? O termo foi introduzido pelo crítico Mark Dery no seu ensaio "Black to the Future" e define-o como 

(...) speculative fiction that treats African American concerns in the context of twentieth-century techno-culture.

Na exposição "The Shadows Took Shape" no Studio Museum em Harlem podemos encontrar mais exemplos desta ficação especulativa. Mais no artigo do Hyperallergic.

Uma calma explosão

Published9 Dec 2013

Mary Sibande, "Her Majesty, Queen Sophie"

Rachel Hamada escreve sobre a calma explosão da arte contemporânea africana no mercado global de arte.

Now there’s a quiet explosion. There’s a growing inclination within Africa amongst the wealthy to collect art made by artists from within their culture, and there’s an increasing realisation in Europe and America that African modern art can offer quality and diversity.

Bonhams is one of the UK’s longstanding auctioneers. They’ve been selling contemporary African art for six years, and say that their Africa Now auction this May was the strongest ever, setting 21 new world records for prices raised for African art. 

Leiam o artigo.

IKT Lab: African Art, what for?

Published6 Dec 2013

Foto: Centre Calouste Gulbenkian

A exposição "Present Tense", no Centre Calouste Gulbenkian em Paris, encerra no próximo dia 14 de Dezembro. Antes disso, no dia 10, a International Association of Curators of Contemporary Art (IKT) organiza um encontro para reflectir sobre a arte africana. Aliás... poderíamos falar só de arte? António Pinto Ribeiro participa neste encontro.

“African Art, What For?” Is this question still valid today? Can’t we just talk about art?

This IKT LAB takes place during the exhibition “Present Tense: Photographs from Southern Africa” (18 September-14 December 2013) curated by António Pinto Ribeiro. An IKT LAB is a group encounter focused on a question of particular interest for the curatorial practice today and is organised by local members of the IKT association.

QUESTIONS

Is the label of African art useful or detrimental?

Who are the cultural players in Africa?

How is art criticism playing a role in defining and refining the pluralities of art and culture in Africa?

What is so particular about mobility in and out of Africa?

What is the role of the curator in creating or questioning the concept of contemporary African art?

Why curate “African art” exhibitions in Europe today?

PROGRAMME

13:00 Exhibition visit : Present Tense: Photographs from the South of Africa

14:00 Presentation by Caroline Hancock, co-founder of the On the Roof collective

14:10 Smooth Ugochukwu-Nzewi _ curating at the Hood Museum of Art, Hanover, NH, USA

14:30 Elise Atangana _ curating Rencontres Picha. Biennale de Lubumbashi 2012 / 2013 with artistic director Elvira Dyangani, Congolese Democratic Republic

14:50 Bonaventure Soy Bejeng Ndikung _ curating at SAVVY Contemporary, Berlin, Germany

15:10 Aicha Diallo _ curating the online platform Contemporary And, Berlin, Germany

15:30 António Pinto Ribeiro _ curating Present Tense: Photographs from the South of Africa, Lisbon, Portugal

15:50 Yves Chatap and Élise Atangana _ curating Cyclicités, Dakar, Senegal

16:10 Aida Muluneh _ curating Addis Foto Fest, Addis Abeda, Ethiopia | Jimmy Ogonga_ artist and curator, Nairobi, Kenya

16:30 PAUSE

16:50 Lotte Arndt – curating Carrefours culturels de décolonisation, Bétonsalon, Paris, France

17:10 Cécile Bourne _ curating with Appartement 22, Rabat, Morocco

17:30 Nontobeko Ntombela _ curating Spectaculaire (Ateliers Internationaux, FRAC-Pays de la Loire), Johannesburg, South Africa

17:50 Simon Njami | Yves Chatap _ after Africa Remix, Paris, France 18:10 Chantal Pontbriand, Pontbriand W.O.R.K.S. [We-Others and myself_Research_Knowledge_Systems] _ curating In and Out of Africa, Montreal, Canada

18:10 Chantal Pontbriand, Pontbriand W.O.R.K.S. [We-Others and myself_Research_Knowledge_Systems] _ curating In and Out of Africa, Montreal, Canada

18:50 Bisi Silva _ curating at CCA, Lagos, Nigeria

19:10 Sana Tamzini _ curating at the Centre national d'art vivant, Tunis, Tunisia

19:30 New in-situ performance by Myriam Mihindou
 

Mais informações nos websites do Centre Calouste Gulbenkian e do On the Roof.

Em louvor aos escritores

Published5 Dec 2013

Farai Sevenzo

Farai Sevenzo, realizador e jornalista zimbabweano, questiona: "Deveríamos ter mais escritores que políticos?"

More than half a century ago a young Lessing was telling us:

"Africa belongs to the Africans; the sooner they take it back the better.

"But - a country also belongs to those who feel at home in it.

"Perhaps it may be that the love of the country will be strong enough to link people who hate each other now. Perhaps."

And with such clear observations, the author was kicked out of colonial Zimbabwe, or Southern Rhodesia as it was then called, for her "subversive" views and wrote about Lomagundi and the country she lived in and the simmering encounters between white and black from exile and new citizenship.

More writers than politicians?

In the year we also lost Chinua Achebe - on whom commentators stubbornly stapled the ridiculous label of "father of African literature" - we should be heartened to know that should we get tired of the scriptures, Africa's past and present is being well handled by authors from Algeria to Zimbabwe following in the footsteps of the Lessings and Achebes.

Leiam o artigo na íntegra.

Art Cities of the Future

Published4 Dec 2013

Dineo Seshee Bopape, "The eclispe will not be visible to the naked eye" (imagem retirada do website da editora Phaidon)

No livro Art Cities of the Future, doze curadores apresentam-nos doze cidades que emergem neste momento como os novos centros mundiais da arte contemporânea: Beirut, Bogotá, Cluj, Delhi, Istanbul, Johannesburg, Lagos, San Juan, São Paulo, Seoul, Singapore e Vancouver.

Mais aqui.

África entre vozes e silêncios

Published3 Dec 2013

Níger (Foto de Alfredo Cáliz retirada do blog Africa No Es Un País)

Omer Freixa, historiador, escreve sobre as vozes que contam (ou re-contam) hoje a história do continente africano, dos seus habitantes e da sua diáspora. 

La voz. El silencio. Una dupla que moviliza la historia. La gran tensión que a mi modo de ver atraviesa el devenir histórico del continente africano. Por mucho tiempo la mirada eurocéntrica impuso la idea que África no tuvo historia, el silencio. (...)

(...) Si en África dominó el silencio, su meta es recobrar la totalidad de voces y permitir que el continente deje de ser un algo opaco y silencioso. Superar la ignorancia porque, como resume una brillante frase “La cosa más oscura sobre África ha sido siempre nuestra ignorancia de ella”.  

Leiam o artigo.

As "Norton Lectures" de Jorge Luis Borges

Published2 Dec 2013

Jorge Luis Borges e o seu gato

As aulas sobre poesia que Jorge Luis Borges deu no Harvard em 1967-68 podem agora ser ouvidas online. Borges fala de contadores de historias, de clichés, do épico, da comunicação humana, da tradução, do que há de falso nos "happy endings".

A ouvir aqui.

Making the African City, por Luce Beeckmans

Published29 Nov 2013

Capa do livro Making of the African City

A tese de doutoramento de Luce Beeckmans, agora publicada em livro, analisa o desenvolvimento de três cidades africanas - Dakar (Senegal), Dar es Salaam (Tanzania) e Kinshasa (Congo) - no período 1920-1980.

The volume Making the City begins by observing that the African city depicted in urban plans rarely coincided with the real African urban space, often a wide gap existed between the theory of urban design, with its corresponding discourse, and the actual implementation. This discrepancy sheds light on the role played by those from outside the urban planning milieus in the production of urban space. In this thesis, we bring to light how both local governments and city dwellers influenced the production of urban space by, for instance, forcing adjustments to the urban designs, hindering their implementation or appropriating urban spaces.

Elena Poniatowska, Prémio Cervantes

Published28 Nov 2013

Elena Poniatowska

Foto de Alex Cruz retirada da revista Ñ

A escritora Elena Poniatowska ganhou na semana passada o Prémio Cervantes. Aqui numa entrevista para a revista de cultura Ñ.

(...) después de la matanza del 2 de octubre de 1968, tras una protesta de estudiantes y obreros y ante el bloqueo informativo, Poniatowska –la “chaparrita” (petisita)– se fue a meter en la cárcel donde terminaron muchos de los sobrevivientes y juntó testimonios. No grabó, no la dejaban. Y se privó de hacer un discurso monumental: con esos testimonios, diversos, contradictorios, con las consignas que se cantaban en la plaza, con algún poemita de otro, armó como un collage el libro que sería el retrato de esa matanza. Después escribió mucho, muchísimo. Artículos, libros. Aunque venía de una familia de la nobleza europea –había nacido en París con título de princesa y llegó a México a los 10 años– lo suyo fue la calle mexicana. Nunca dejó de meterse en política: fue una de las voces cantantes en el acampe que, en 2006, denunció fraude en las elecciones que perdió Andrés Manuel López Obrador. 

Leiam a entrevista.

Uma criança à janela disparando uma pistola de plástico, por António Pinto Ribeiro

Published27 Nov 2013

Vista aérea da cidade de Joanesburgo

Foto: Sharilea Gaspar

Começa assim o último livro da escritora sul-africana Nadine Gordimer, No Time Like the Present: “Houve uma Era do Gelo, uma Era do Bronze, uma Era do Ferro. Parecia que uma Era tinha terminado. Certamente, nada menos do que uma Nova Era, em que a lei não é promulgada em pigmento e qualquer pessoa pode viver, viajar e trabalhar em qualquer sítio num país como se fosse dela. Algo com o título convencional de  "Constituição" abriu estas portas de par em par. Só um vocabulário grandioso pode dar esse sentido aos milhões que não tinham reconhecido os direitos que estão sob a palavra Liberdade. As consequências são imensas nos aspetos das relações humanas que costumavam ser restringidas por decreto.”

Seria difícil encontrar uma forma mais breve e simultaneamente mais clara para definir o estado actual da África do Sul, 23 anos depois da libertação de Nelson Mandela, 19 anos depois do fim do apartheid e da eleição do primeiro negro como Presidente desta república fundada por ingleses, colonizada por holandeses, com 50 milhões de habitantes, 11 línguas oficiais, com uma elite intelectual sofisticada, uma tecnologia de vanguarda na Medicina (lembremo-nos do primeiro transplante de coração feito pelo cirurgião Dr. Christiaan Barnard em 1967), na Biologia, na Astronomia, sujeita durante 46 anos a um regime segregacionista e renascida desse período inumano da sua história com um líder que se tornou uma referência mundial como líder político e, sobretudo, como a referência mais humanista ao fundar uma nova ética baseada na possibilidade efectiva do perdão, constituindo todo o processo de reconciliação e de justiça através do lema “Perdoar, mas não esquecer” .

Contudo, a par desta Era de que fala Nadine Gordimer, uma outra se desenha no presente; na verdade, os mais pessimistas consideram que ela já se iniciou embora para os mais optimistas ela esteja apenas a anunciar-se, sendo ainda possível contê-la. Trata-se da Era do Apocalipse.

Não é novidade que um país é uma constelação de cidades: metrópoles, cidades pequenas ou de média dimensão, todas elas ligadas entre si por sinapses que são os transportes, meios para deslocar pessoas e produtos de outro modo distanciados nos seus modos de vida, na sua riqueza, na sua vocação que pode ser mais globalizante ou mais provinciana. É assim também na África do Sul.

Joanesburgo, a capital financeira e cultural da África subsariana, é a cidade do frenético espírito empreendedor, dos investimentos nacionais e transnacionais, dos homens e mulheres sem medo de investir e de arriscar, dos artistas sem medo de experimentar, etc. Todos eles, porém, com medo de não fechar o portão, com medo de não fechar a janela, com medo de parar no semáforo vermelho. Joanesburgo é uma capital do medo. E uma das poucas capitais no mundo que não tem nem rio nem lago, que não está cercada por nenhum oceano.

Sobre essa secura foi construída a cidade que detinha no seu subsolo o brilho dos diamantes e dos metais raros. Para isso, a essa secura juntou-se a energia da população que o fim do apartheid permitiu misturar: negros, indianos, brancos, paquistaneses, mulatos. Com o fim do apartheid não chegou o fim da pobreza ou a diminuição do enriquecimento obsceno de muitos; afinal, a cidade nasceu dos minerais preciosos, nasceu dividida entre os explorados e os exploradores e hoje divide-se entre os muitos ricos, os ricos, os pobres e os muito pobres.

Claro que existem duas cidades em Joanesburgo. Das seis da manhã às cinco da tarde, quatro milhões de habitantes agitam-se num formigueiro constante. Das cinco da tarde ao amanhecer, pouco mais de três milhões de habitantes estão silenciosos, acantonados nas suas casas. Nas ruas vivem os deserdados que se lutam por comida, por um cartão para dormir, por uma presa para assaltar. Os que trabalham chegam a passar 14 horas fora de casa, entre o percurso para o emprego e o regresso do emprego. Assim, filas de gente ocupam a cidade, filas gigantescas de trabalhadores à espera dos transportes, pedindo boleia ou caminhando apressados pelas ruas, já que a rede de transportes públicos não é funcional, apesar de algumas melhorias feitas aquando do Mundial de Futebol.

Durante o dia Joanesburgo tem mais um milhão de habitantes que durante a noite. Pese embora os 24, 5% de desempregados na África do Sul, segundo as estatísticas oficiais. Mas a percepção é de que este número seja o dobro. E muitos destes quatro milhões de pessoas, não tendo trabalho, ocupam o espaço público porque têm de estar em movimento; é assim na mentalidade calvinista que enforma parte da cultura do colonizador: a ideia de que o trabalho dignifica e honra o homem e é por ele que o homem tem razão de ser. Não fazer nada revela não só uma atitude não-produtiva como também rebelde, pelo que deve desenvolver em quem não trabalha um sentimento de culpa e de incapacidade. Não ter trabalho, neste contexto, é da responsabilidade individual, mesmo para os desempregados.

Daí que a cidade, ao domingo, dia em que o lazer é permitido, seja a cidade livre. Os restaurantes e as lojas estão fechados, os transportes são ainda mais raros, o tráfico é mínimo, as ruas principais estão desertas. Mas os parques estão cheios de pessoas. Nada disto evita que o crime continue.

Um recente anúncio num jornal sul-africano apresentava uma jovem fechando a porta de casa com cinco fechaduras; a legenda dizia: “Se isto não for suficiente, faça o seu seguro de vida”. Este anúncio da real possibilidade do crime é uma paradoxal normalidade, como o são as grades nas portas dos prédios e, dentro dos prédios, nas portas dos apartamentos e, dentro dos apartamentos, nas janelas. Como é normal os quartos terem alarmes. Ou que seja preciso atravessar três portões e o mesmo número de seguranças para ir jantar a um restaurante no centro de Joanesburgo. A diferença entre estacionar o carro a 5 ou a 10 metros de casa pode ser a diferença entre não ser ou ser assaltado. E assim também os condomínios crescem nos subúrbios como fortificações, na mesma proporção em que cresce a indústria de segurança privada.

Todo o exército e a Polícia sul-africana não totalizam o número de guardas privados registados pelas 9000 empresas de segurança existentes. É esse o maior exército no país, com mais de 400 000 “guardas” que usam diferentes fardas e respondem a patrões privados, não ao Estado. Este o espelho pervertido da criminalidade, mas também da ausência de um investimento estatal na Polícia, apesar de toda a retórica contra o crime.

A democracia e o ANC (Congresso Nacional Africano -- na verdade uma coligação de partidos e sindicatos), tendo sido o Partido que melhor encarnou a justiça social, a igualdade e a fraternidade, não foi capaz de acabar com a criminalidade, de criar emprego e de distribuir mais equitativamente a riqueza nacional.  O ANC é, por isso mesmo, a grande decepção do que teria sido uma boa política de esquerda em África.

Representando, em 1994, os 80% da população que não cumprira, no tempo do apartheid, um requisito simples – ter a cor de pele certa --, o ANC foi eleito e a sua agenda contemplava não a rebelião mas a construção e a governação. Era também o Partido da justiça social, da igualdade e da fraternidade. Não tendo herdado esses valores directamente de uma Revolução francesa, não tendo um ideário de paz universal Kantiano ou um iluminismo, tinha todavia recebido destes movimentos europeus o seu lado mais indiferente ao colonialismo -- e teve manifestos de liberdade e de justiça como os de Franz Fanon, ideários como os de  Willian E. B. Du Boi, Amílcar Cabral,  Cheikh A. Diop, Julius Nyerere, entre outros.

O ANC conhecia o sentimento de um ser humano ficar sem a sua língua, sem um lugar, sem identidade, caso não fosse branco. Porém, e como em outras situações e depois de passado o sonho revolucionário dos anos de Mandela, o ANC apropriou-se do Estado e optou por se confundir com ele, conforme afirmam os seus críticos, de Desmond Tutu a Mamphela Ramphele (ex-activista do ANC que fundou um novo Partido político -- o Agang, que significa “Construir” na língua Sesotho e que concorre às eleições de 2014 com o objectivo de fazer frente ao ANC que, segundo a sua líder, está a destruir a maior economia do continente africano). Mas o Partido carrega de tal forma os seus trunfos de um passado de luta que ainda continua a ter um lugar exclusivo na sociedade sul-africana, em especial junto da comunidade negra e dos antigos activistas. Apesar dos escândalos de corrupção de que têm sido acusados alguns dos seus líderes, é difícil que toda uma comunidade de gente que construiu a sua cultura a partir do eixo do ANC dele se afaste. Porque, se há muito que o ANC deixou de ser o farol da mudança, na verdade ele é como um velho e outrora glorioso clube de futebol de que os militantes-adeptos não se querem despedir, nem contemplam a hipótese de mudar de clube.

Mas, além da acima referida Mamphela Ramphele, outras opções vão surgindo. Julius Malema, por exemplo, ex-Secretário-geral da Juventude do ANC, expulso do Partido há dois anos acusado de corrupção e de lavagem de dinheiro, anuncia agora a criação de um partido político, The Economic Freedom Fighters (EFF), cujo programa é nacionalizar a Economia sul-africana. De contornos obviamente populistas, segue o estilo de Robert Mugabe e a publicidade, as camisolas e os barretes vermelhos que usava Hugo Chávez.

E é neste apocalipse que surge um teatro de marionetas – a Handspring Puppet Company -- que se apropriou dos mitos europeus, de Fausto a Ulisses, tornando-se uma companhia de referência para a cena artística mundial, e que obriga a cumprir todos os protocolos de segurança a quem quiser ir ver a sua última criação num armazém da baixa. E existem escritores como Ivan Vladislavic, existe um novo cinema “colourde”, existe música e dança, sempre muita.

Tudo isto é consequência da energia vital destas pessoas e de uma política comum de autores anónimos em que tudo combina com tudo: o amarelo com o verde, o verde com o azul, o quadrado com o triangular, o redondo com o esquinado, a poesia com o cinema, a tradição xozé com a escultura contemporânea, o gordo com o magro, as lojas de tecidos indianos com os penteados exuberantes das mulheres negras em dias de festa (e os dias de festa são tantos…).

 Vindo de Joanesburgo de carro, quase a chegar à cidade de bom gosto que é Cape Town, passa-se ao lado de Khayelitsha, uma township onde vivem 300.000 pessoas, na sua maioria negros. Ali fala-se zulu, xhoza, afrikaner, inglês, suali, etc. Aquelas são as pessoas mais pobres de Cape Town e as que não têm lugar no desenho da Cidade do Cabo. Aquelas pessoas são o seu fantasma permanente, que nenhum político gostaria de ter à porta da sua cidade. Ali, as casas são blocos de argamassa com telhados de zinco e para cada vinte casas há uma retrete pública. Khayelitsha está separada da auto-estrada por muros altos que são verdadeiramente uma fronteira.

A África do Sul está, aliás, cheia de fronteiras. No passado, as fronteiras erguiam-se no apartheid. No presente, há fronteiras visíveis e invisíveis, separando por vezes apenas uma rua de outra. Paralela a uma rua escura, coberta por gente sem-abrigo deitada sobre cartões, outra rua exibe bancos, néons e lojas de comida “muito saudável”. A rua segura pode cruzar-se com a rua onde ser assaltado é o mais provável.

Se se discute a questão racial? É um problema académico, e isto porque há ainda uma divisão invisível entre os brancos e os não-brancos da classe média; convivem civilizadamente, mas é muito rígida, forçada a sua coabitação.

Pode dizer-se que o apocalipse de Cape Town é um apocalipse feliz. A segunda maior cidade da África do Sul revela sofisticação nas suas fachadas, casas vitorianas, cenários para filmes western em Woodstock, casas coloridas no bairro muçulmano Waterkant ou de decoração afro na Longstreet. Tem o privilégio de – como o Rio de Janeiro ou Hong Kong -- ter sido construída em plena beleza natural: de frente para o oceano azul, de costas para essa escultura natural que é a Table Mountain. Aqui apetece viver para sempre. Tudo parece fácil: as pessoas vestem-se informalmente, os contactos são fáceis, o tráfego é intenso porém organizado, o mar está perto, está perto a montanha, há o apelo a caminhadas e a uma vida saudável. Depois, é certo que no meio do trânsito uma criança à janela do carro dispara balas invisíveis de uma pistola de plástico sobre os transeuntes.

Também aqui as armas estão sempre presentes na vida da cidade: as armas, os cadeados, os vidros cortantes sobre os muros, as trancas nas portas dos estúdios dos artistas -- e é vê-los, a eles, artistas, a criar algumas das obras mais incontornáveis da cena artística contemporânea. É ver os cineastas a fazer um novo cinema sul-africano ancorado nas contradições do país, na memória ancestral. É ver a história recente da pop sul-africana, ou da moda colorida tão bem documentada nas fotos de Lolo Veleka.

Para chegar a Cape Town vindo de Joanesburgo são três dias de viagem de carro atravessando savana, pernoitando em bed and breakfasts dirigidos por famílias afrikaners, rolando por estradas que parecem infindaveis, subindo montanhas e desfiladeiros, passando pelas várias cataratas, pelo Blyde River Canyon, por God's Window , o desfiladeiro que termina nas nuvens. A estrada, como é em forma de serpentina, serpenteia por entre floresta e depois estepe rasteira e seca até alcançar o Blyde River Canyon, um dos maiores do mundo. Faz-se, em seguida, a descida para a planície, vendo os campos cultivados, as hortas de floricultura, as vinhas Stellenbosch. Tudo parece sereno.

Paul Theroux, que fez essa viagem mítica do Cairo a Cape Town, escrevia que em África a paz existe na natureza e o perigo só vem nas cidades. De facto, basta chegar a um lugarejo para que todos os sinais de alarme apareçam. É aqui que a bestialidade pode acontecer e vinda de qualquer raça.

Como na obra Desgraça de JM Coetze, em que pai e filha são assaltados, o pai é sovado e a filha violentada numa pequena casa no meio do campo e a filha fará queixa à Polícia do roubo e do assalto mas não da violação de que resultou uma gravidez e o nascimento de uma criança. Como o militante que não quer deixar o ANC para não ficar órfão, também aquela filha quer dar à luz porque lhe é insuportável a orfandade do violador. E é porventura essa recusa da orfandade o que tem adiado a Era do Apocalipse na África do Sul.

Uma versão mais curta deste texto foi publicada no suplemento Ípsilon do jornal Público no dia 22 de Novembro.

Album: Cinematheque Tangier

Published26 Nov 2013

Foyer da Cinemateca de Tanger.

Foyer da Cinemateca de Tanger (imagem retirada do website do Walker Art Center)

A exposição "Album: Cinematheque Tangier", um projecto da artista marroquina Yto Barrada, abriu na semana passada no Walker Art Center em Minneapolis. 

As a 'crossroads of civilizations,' Tangier has long captured the imagination of the West, and been romanticized and immortalized in film and literature. Having grown up around those myths, artist Yto Barrada has been interested in the material history and visual culture of her hometown, particularly its rich cinematic past. 

Leiam o artigo do C&.

David Adjaye, Architecture Innovator 2013

Published25 Nov 2013

David Adjaye em Washington

Fotografia de Sze Tsung Leong, retirada do Wall Street Journal.

Nascido em Dar es Salaam, Tanzania, filho de um diplomata ganaense, David Adjaye viveu em vários países. O magazine do Wall Street Journal atribui-lhe recentemente a distinção Architecture Innovator 2013. É o arquitecto por trás do novo museu da Smithsonian Institution em Washington, o National Museum of African American History and Culture, que irá abrir em 2015.

My father articulated a set of ideals to me, always very softly. Just certain points about being strong about your identity, about who you are and not being intimidated by other cultures. And to understand that there's a world that exists beyond national boundaries.

Leiam o artigo na íntegra.

My name is Olorunfemijuwonlo Amogunla, what is your name?

Published22 Nov 2013

O artista Femi Amogunla

Os nomes yoruba estão cheios de significados - desde Oloruntobi (Deus é grande) a Adewale (a coroa voltou a casa). Estes nomes reflectem os desejos dos pais ou de outros parentes para a criança, mas considera-se que determinam também o destino dela.

O artista de 'spoken word' Femi Amogunla reflecte sobre os desafios que esta tradição enfrenta numa sociedade que está a mudar rapidamente e, concretamente, sobre as alterações intruduzidas na grafia destes nomes nas redes sociais. O seu poema ‘My Name, My Identity’ é uma espécie de antídoto às alterações na tradição da atribuição de nomes.

Vejam o vídeo e oiçam um poema "My Name, My Identity". Consultem ainda o site do artista e leiam um artigo sobre ele e o seu trabalho no portal Africa in Words.

Gerardo Mosquera: "Las ciudades son hoy el gran laboratorio de la cultura"

Published21 Nov 2013

Gerardo Mosquera, curador cubano

Imagem retirada do portal Cultura Colectiva

Gerardo Mosquera é uma das vozes mais reconhecidas da crítica de arte contemporânea na América Latina. Escritor, curador, historiador de arte, foi um dos fundadores da Bienal de Havana. 

Numa recente entrevista ao jornal peruano La República, questionado sobre o museu que uma pessoa tem absolutamente que ver, nem que seja por uma vez na vida, respondeu:

Más bien yo diría que lo que no debería dejar de hacer es de perderse la calle. A mí me parece más interesante la calle que el museo. Las ciudades son hoy el gran laboratorio de la cultura.

Leia a entrevista na íntegra.

A note to a stranger

Published20 Nov 2013

Poema de Genna Gardini afixado numa paragem de autocarro

Poema de Gemma Gardini numa paragem de autocarro na Cidade do Cabo.

A note to a stranger é uma exposição na Cidade do Cabo comissariada por Kabelo Malatsie. A note to a stranger procura introduzir a arte no dia-a-dia das pessoas, colocando obras em vários pontos da cidade.

A note is left for a stranger to read, discard, or take home as a peculiar encounter in an otherwise ordinary day. The subtle disturbance of everyday life through video work playing in a bar, a performance that starts and ends without a press release, an installation that moves through Cape Town’s leisure spaces and text-based artworks installed at bus stops is a way of introducing moments that have the ability to cause tiny ripples in the experience of everyday life. 

Vejam no site do projecto o catálogo e outras informações sobre os artistas envolvidos, as obras, as acções.

"Summertime and the living is easy on Gorée Island"

Published19 Nov 2013

Imagem da praia da ilha de Gorée, Senegal.

Fabrice Monteiro, "A Gorean summer" (imagem retirada do portal Another Africa)

Há dois anos, o fotógrafo Fabrice Monteiro, que reside em Dakar, iniciou um projecto que pretendia explorar o conceito de "joie de vivre" nas sociedades africanas, e em especial na sociedade senegalesa. 

He found inspiration for the photo essay A Gorean Summer on the beaches of Gorée Island. That this story begins on a small tract of land with a dark and sordid history, as a gateway for slave trade, should not be lost to our collective memory. Yet without trivializing the past it is possible to move forward, and in Monteiro’s images this takes shape in the gentle embrace of lovers, summer days where youth gather around impromptu dance offs and quiet moments lulled by lapping waves.

Leiam o artigo do portal Another Africa.