«I have cherished the ideal of a democratic and free society in which all persons live together in harmony and with equal opportunities. It is an ideal which I hope to live for and to achieve. But if needs be, it is an ideal for which I am prepared to die.»
Oiça o discurso completo de Nelson Mandela, no julgamento que o condenaria a prisão perpétua, a 20 de Abril de 1964. Cumpriria 27 anos de cárcere, até ao dia da sua libertação, no dia 11 de Fevereiro de 1990.
Nelson Mandela International Day was launched in recognition of Nelson Mandela’s birthday on 18 July, 2009 via unanimous decision of the UN General Assembly.
It was inspired by a call Nelson Mandela made a year earlier, for the next generation to take on the burden of leadership in addressing the world’s social injustices when he said that “it is in your hands now”.
It is more than a celebration of Madiba’s life and legacy. It is a global movement to honour his life’s work and act to change the world for the better.
O Museu de Arte de São Paulo (MASP) inaugurou no passado dia 11 de Julho a exposição "Do Coração da África - Arte Iorubá".
A partir da mostra inédita de 49 peças de escultura africana, da colecção Rabilotta, a exposição explora a influência destas obras, produzidas até 1960, em artistas como Picasso, segundo o curador, Teixeira Coelho:
A cultura africana está na origem de um dos marcos da arte moderna ocidental, aquele proposto pelo Picasso cubista de 1907 que buscou suas então escandalosas formas humanas nas máscaras e figuras das esculturas tradicionais da Africa negra. Outra vez, o velho formava o novo. As dimensões desse aporte africano para a arte moderna ficam mais claras e próximas para o visitante do MASP com a primeira mostra da recém doada coleção Robilotta. Com ela e com a coleção de arte asiática a ser exibida futuramente, o MASP explora melhor as relações globais e as versões da arte num mundo cada vez menor.
Retratar o Mundial sem uma única imagem de futebol: o projecto "OffSideBrazil" reuniu quatro fotógrafos da Agência Magnum, quatro nomes da nova fotografia brasileira, o colectivo Garapa e Midia Ninja.
Conheça algumas das imagens escolhidas pela revista Zum
"Puto Gallo Conquistador", de Tamara Cubas, acaba de estrear em Montevideo. A próxima paragem é em Lisboa, no Próximo Futuro, em Setembro. Sobre o título enigmático da obra, conta a coreógrafa ao jornal uruguaio El Pais:
Cuando hubo que nombrar esta obra que germinábamos nos pareció interesante más allá de su sintaxis, esta necesidad del colonizado de referirse al `otro`, el colonizador, de manera despectiva e insultante, que no hace más que subrayar la condición de colonizado
Leia mais sobre o espectáculo com coprodução do Próximo Futuro, aqui.
Fique a conhecer melhor uma das mais luminosas coreógrafas da América Latina sobre percurso, obra e relação entre arte e investigação:
A queniana Okwiri Oduor foi a vencedora Caine Prize, considerado um dos mais importantes prémios da literatura africana anglófona, com o conto "My father's head", incluído em Feast Famine and Potluck - African Short Stories(ed. Karen Jennings).
A escritora queniana, a preparar o seu primeiro romance, competia com as finalistas Diane Awerbuck, com o conto "Phosphorescence", Efemia Chela, de nacionalidade ganense e zambiana, com "Chicken, Zimbabwe’s Tendai Huchu for The Intervention", e o queniano Billy Kahora, com "The Gorilla’s Apprentic".
Um escolha que o presidente do Juri, Jackie Kay, justificou desta forma:
My Father’s Head’ is an uplifting story about mourning – Joycean in its reach. She exercises an extraordinary amount of control and yet the story is subtle, tender and moving. It is a story you want to return to the minute you finish it.
O Caine Prize deve o seu nome a Sir Michael Caine, empresário que durante 23 presidiu ao Booker Prize Management Committee e promoveu também o Africa 95, um festival de arte africana na Europa. Atribuído desde o ano 2000, a contos de autores africanos em língua inglesa, distinguiu recentemente Tope Folarin (2013, Nigéria) e Noviolet Bulawyo (2011, Zimbabué).
O Rwanda Film Festival comemora em 2014 a sua décima edição. Tendo como país convidado a China, o festival elege como tema principal a Reflexão, assumida como balanço, do festival, e dos desenvolvimentos politico-sociais, no país e no mundo:
Focusing on 'Reflection' the Rwanda Film Festival has put together a selection of films that look at historical and contemporary issues from around the world with focus on Africa and a unique retrospective on Rwanda. The films in the program represent a variety of cinematic styles and cultural contexts, but all are relevant for Rwandans today.
Sem escapar ao facto de se assinalar este ano o vigésimo aniversário do genocídio que traumatizou o país, apresentaram mais de cem filmes sobre o tema, entre ficção e documentário, longas e curta metragens. O Festival debruçou-se ainda sobre a diversidade cultural no mundo e o papel da juventude nas transformaçoes sociais. Veja os filmes destacados pela programação aqui.
O Festival encerra amanhã, com a exibição, simbolicamente no Dia Mandela, do filme que celebra a vida de Madiba, já exibido em Portugal.
Nadine Gordimer morreu aos 90 anos, no passado dia 13 de Julho. Figura maior da literatura mundial, Nobel da Literatura em 1991, foi uma das vozes mais activas contra o apartheid.
Filha de um lituano e de uma inglesa de origem judaica, frequentou uma escola católica. Publicou o seu primeiro conto aos 15 anos, no suplemento juvenil de um jornal. Aos 30, em 1953, estreou-se no romance, com The Lying Days, uma história com traços autobiográficos, sobre uma rapariga branca que ganha consciência das discriminações raciais de que vive cercada. Em 1960, o ano do massacre de Sharperville, Gordimer juntou-se ao ANC, depois da detenção da sua amiga Bettie du Toit. Torna-se, na mesma época, próxima de Nelson Mandela, de quem partilhou as suas memórias na New Yorker.
Nadine Gordimer teve várias obras censuradas na África do Sul, sendo, até 1991, a única vencedora de um Nobel da Literatura não reconhecida pelo governo do seu país e também a primeira mulher em 25 anos a receber este galardão.
O reconhecimento internacional chegara anos antes, em 1974 com a atribuição do Booker Prize ao livro The Conservationist (publicado em Portugal com o título O Conservador, pela Asa), um romance que aborda o contraste entre a cultura tradicional Zulu e a industrialização branca.
Sete contos seus foram adaptados para o cinema em curtas-metragens no início dos anos 80. A literatura de Gordimer tornou-se uma forma de alertar o mundo sobre a ignomínia do apartheid, uma causa que abraçou como escritora e como cidadã: em 1986, esteve entre um grupo de poucas centenas de brancos a prestar homenagem pública junto da sepultura de 40 manifestantes assassinados pelas forças de segurança, em Alexandra, uma township perto de Joanesburgo.
Depois da instauração da democracia na África do Sul, a escritora continuou a abordar as tensões da herança do apartheid, em obras como Get a Life (2005) e No Time Like the Present (2012). Assumiu diversas posições críticas do ANC nos últimos anos, tendo sido uma das figuras proeminentes da luta contra a Sida no seu país.
Ferozmente contra qualquer tipo de discriminação, Gordimer era uma prova viva dos seus princípios: em 1998, recusou integrar a lista de finalistas do Prémio Orange, competição inglesa que distingue exclusivamente mulheres.
Uma curta-metragem sobre Nadine Gordimer, realizada por Adrien Steirn para a exposição "21 Icons", mostra a escritora em discurso directo, na intimidade da sua casa, onde revela que quis ser bailarina e que lamenta não ter aprendido as nove línguas do seu país. Foi em inglês que gravou, para o The Guardian, um conto de José Saramago.
Nelson Mandela é o destinatário de uma carta do realizador Khalo Matabane, em forma de documentário, The Myth and Me (2013).
Uma reflexão pessoal que questiona a actuação do ANC nos anos que se seguiram à instauração da democracia e que inclui entrevistas a personalidades como Dalai Lama, Colin Powell, Wole Soynka ou Henry Kissinger. A narração organiza-se segundo os três valores defendidos pelo mítico líder sul-africano - liberdade, paz e perdão - problematizando precisamente o perigo do mito individual.
(...) Matabane explica cómo la mitificación del ex presidente sudafricano inhibe el conocimiento sobre ciertos aspectos que han tenido graves consecuencias sobre el pasado y el presente de Sudáfrica. Asimismo, reflexiona sobre cómo el mito individual ha disipado en cierta forma la lucha colectiva que generalmente se identifica con la entereza y el mérito de una sola persona.
O jovem fotógrafo senegalês Ibrahim Thiam, que esteve presente na bienal Dak’Art 2014, fala sobre o seu trabalho em arquivos, a relação entre fotografia e memória e a história africana da fotografia, aqui.
The regulations on photography under the various colonial powers certainly did limit the expressive choices available to African photographers. As to what the past says about the present, I try to draw on my research into certain aspects of the history of photography in order to highlight the historical basis of today’s society, using concrete examples to demonstrate the relationships that make society and artistic expression interdependent.
O que foi o Modernismo hispano-americano? Como se manifestou na poesia? Quem foram as suas vozes?
O prefácio do livro "Onze Poetas Hispano-americanos" indica algumas respostas.
No caso do Modernismo hispânico, deve ser sublinhada a forte ligação à sociedade e a vontade de a transformar através da arte, ultrapassando a apatia, o materialismo, o consumismo, a imitação e o adorno pela literatura, pintura, escultura, arquitectura e artes decorativas. Pretende-se revolucionar espiritualmente os americanos - oura designação com que o público português não está familiarizado, englobando toda a população do continente, do Estreito de Bering ao Cabo de Hornos. Nas palavras de José Miguel Oviedo, o Modernismo "o processo mais rico, complexo e decisivo" das letras hispano-americanas à volta do qual giram duas épocas: a novecentista e a contemporânea. Sem hesitações, Oviedo considera que o Modernismo "é uma das pedras angulares em que se apoio o edifício da nossa literatura. Já Octavio Paz defende que este movimento constitui o romantismo da América Hispânica, na medida em que reagiu contra o positivismo, o empirismo e o vazio espiritual então criado, contrapondo a sensibilidade e o coração.
Isabel Araújo Branco, FCSH, UNL
E poemas, muitos poemas, com edição bilingue, acompanhados de breve biografia dos poetas.
A sombra dolorosa
de Julio Herrera y Reissig (Uruguai, 1875-1910)
Gemiam os rebanhos. Os caminhos enchiam-se de lúgubres cortejos; uma angústia de holocaustos velhos afogava os silêncios campesinos.
Sob o mistério dos véus finos, evocavas os símbolos hesitantes, hierática, perdendo-te à distância, com os teus húmidos olhos apagados.
Enquanto unidos por um mal irmão falavam-te em suprema confidência os mudos apertos da tua mão,
manchou a sonhadora transparência da tarde infinita o comboio distante, uivando de dor em direcção à ausência.
O escritor chileno Alejandro Zambra esteve na Festa da Literatura e do Pensamento da América Latina, em Junho, e publicou recentemente em Portugal Maneiras de Voltar para Casa (Divina Comédia, tradução de Pedro Tamen)
Este romance segue-se a Bonsai (2006) e La Vida Privada de Las Arboles, entre contos, poemas e ensaios.
Eleito pela revista britânica Granta como um dos 22 melhores jovens escritores hispano-americanos, Zambra, nascido em 1975, em plena ditadura chilena, reflecte sobre uma geração que cresceu num país triste, ensombrado pelo medo, sem que as causas fossem claras para as crianças da época, que não conheciam outra realidade.
Começa amanhã o festival Africa Writes que reúne, até domingo, em Londres, 50 autores, poetas, editores e críticos, uma iniciativa da Royal African Society.
Africa Writes is the Royal African Society’s annual literature festival. Every year we showcase established and emerging talent from the African continent and its diaspora in what is now the UK’s biggest celebration of contemporary African writing taking place over an exciting summer weekend. The festival features book launches, readings, author appearances, panel discussions, youth and children’s workshops, and other activities.
This is art that refuses to be contained by its own perimeter, art that ruptures the boundary between the object and the space around it and introduces dynamic forms to give the illusion of motion and volatility. You will see work that changes as you move around it, and “drawings without paper” that use negative space and shadow to create unique, fleeting compositions.
Mas a geometria (e a geografia) da América do Sul nem sempre foram entendidas da mesma maneira em Inglaterra. Saiba mais, no The Guardian.
O Festival Grec, que acontece em Barcelona desde 1976, dedicado às artes performativas, recebe hoje o espectáculo Lonely Together, uma criação dos bailarinos Gregory Maqoma (sul-africano) e Roberto Olivan (catalão).
En Lonely Together, ambos apuestan por seguir su propia intuición, esa voz interior que ha estado presente durante generaciones y que, en muchas culturas, ha conducido los aspectos más trascendentales de la humanidad a través de ceremonias y rituales de trance. Escuchar esta voz implica dar vía libre a las emociones, los pensamientos y los juicios internos que todos llevamos en nuestro interior.
Entretanto, fique a saber a história da célebre canção "Carinhoso", contada por Orlando Silva, conhecido por "o cantor das multidões", que conviveu de perto com o grande mestre do Choro.
As cidades cabo-verdianas de Praia e Mindelo recebem o primeiro Fórum Itenerante de Cinema Negro, de 17 a 31 de Julho. Duas semanas de oficinas, debates e filmes.
O fórum, que nasceu no Rio de Janeiro em novembro de 2013, será dinamizado pela brasileira Janaína Oliveira e conta com a presença do cineasta cabo-verdiano César Schofield Cardoso, ambos fundadores do projeto FICINE, e ainda com a colaboração do Cineclube do Mindelo, através da Celeste Fortes, e da própria Samira Pereira, responsável da produtora O2. "O FICINE é um espaço de formação e reflexão sobre a produção mundial de cinema, fotografia e audiovisual que tem os/as negros/as como realizadores/as e as culturas e experiências negras como tema principal", explicou Samira Pereira, salientando que o conceito abrange cinematografias distintas que se estendem dos países africanos às suas diásporas.
Present Tense - Fotografias do Sul de África vai até ao Porto. Para ver a partir de 10 de Julho até 31 Agosto, na galeria Almeida Garrett.
A exposição esteve na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, entre Junho e Setembro de 2013.
Uma exposição com fotógrafos do sul da África. Olhando o passado, as fotografias não derivam de uma “constelação de etnias ou de tribos”, para referir a tese de Elikia M’Bokolo, e este é um pressuposto essencial na curadoria desta exposição “Present Tense”. Estamos bastante longe das fotografias feitas aos negros que “eram oficialmente e frequentemente descritos na mesma linguagem visual da fauna e da flora”, citando Santu Mofokeng in “The Black Album Photo”. Interessa-nos mostrar e confrontar o trabalho de fotógrafos que residem ou viajam por um conjunto de cidades maioritariamente situadas na larga região do sul de África sem que nada possa indicar qualquer identidade visual ou cultural da região. Independentemente dos géneros – retrato, paisagem documento, fotojornalismo – são as fotografias sobre o “Present Tense” que queremos mostrar e, este conceito de “Present Tense”, engloba também a tensão entre as linguagens, a opção pela cor ou pelo preto e branco e o detalhe divergindo do panorâmico. Com fotografias dos fotógrafos Délio Jasse, Dillon Marsh, Filipe Branquinho, Guy Tillim, Jo Ractliffe, Kiluanji Kia Henda, Mack Magagane, Malala Andrialavidrazana, Mauro Pinto, Paul Samuels, Pieter Hugo, Sabelo Mlangeni, Sammy Baloji e Tsvangirayi Mukwazhi.
Monte Alban, Oaxaca. Photo courtesy Ronda Brulotte
SLACA Spring Conference in Oaxaca, Mexico (March 26-28, 2015)
Deadline for submission of abstracts: September 30, 2014.
We would like to extend an invitation to discuss important topics on Anthropology as well as on the subjects with whom we carry out our research: from kinship to new ways of sociality and sociability; from alternative construction projects and reconstruction of societies; on the importance of the oral registers to the new technologies of inscription and archives; from the indigenous and farm movements to political and cultural movements that involve a variety of actors with long, multi-directed agendas; from local histories to new proposals for discursive articulations, generated with recent information technology and communication; from the diverse forms of power: from the subtle nuances, to the most violent; from the different ways of understanding gender to the different forms of sexuality; from the local identitarian strategies to the national ones; from the new forms of colonialism and the different anthropological alternatives and strategies to explain that multiplicity of themes.
A energia da inquietação: assim se refere José Marmaleira à exposição "Artistas Comprometidos? Talvez", patente nos jardins e na Galeria das Exposições Temporárias da Fundação Calouste Gulbenkian, até 7 de Setembro, com curadoria de António Pinto Ribeiro.
“Há aqui dois tipos de comprometimento”, diz o curador. “Um comprometimento com o legado artístico, com a arte, que considero profundo. E uma atitude que no meio das maiores vicissitudes, das maiores catástrofes, encontra espaço para a expressão de uma certa alegria, de uma ideia de festividade. Não se trata de uma regra, mas é substancial. É uma energia que os artistas canalizam para a expressão artística, para a criação das suas obras”.
No dia 21 de Junho, o Real Combo Lisbonense apresentou "Carmen Miranda", no Auditório ao Ar Livre da Fundação Calouste Gulbenkian. Uma noite de celebração da portuguesa mais brasileira do mundo.
Num espectáculo criado de raíz, Ana Brandão, Joana Campelo, Margarida Campelo e um coletivo de músicos composto por Bruno Pernadas, David Santos, Ian Mucznik, João Paulo Feliciano, João Pinheiro, Mário Feliciano, Rui Alves, Sérgio Costa e Tomás Pimentel fizeram reviver a estrela que criou e interpretou mais de 300 canções, 60 anos depois da sua morte. E foi assim...
Entrevista com Bonaventure Ndikung e Marius Babias, directores artísticos de SAVVY Contemporary e n.b.k. respectivamente, a propósito do sue projecto multidisciplinar "Giving Contours to Shadows".
C&: You involved many different cultural players. Rising stars as well as distinguished figures like Simon Njami…
BN: But you might notice that almost all the artists were born after 1970.We wanted to work with artists of a specific generation, with people who didn’t necessarily experience colonialism themselves, but who lived through that immediate turn to the postcolonial era. There’s a fantastic article by Esiaba Irobi entitled “The Problem with Postcolonial Theory,” where he writes that the problem with postcolonial theory is that you only ever see yourself through the eyes of the Other. You never just see yourself. You try to legitimize yourself by means of the Other. But in my opinion, we’ve come so far that we no longer need that. Colonial and postcolonial histories are very important, but they are only an aspect of the history of the non-West. My generation needs new narratives, new entry points into precolonial history, colonial history, and our present time. We need to reread and reinterpret the writings of Cheikh Anta Diop and Martin Bernal. We need to situate the political and cultural positions of intellectual pioneers such as Léopold Sedar Senghor, Jomo Kenyatta, Aimé Césaire, orMongo Beti in the context of our own time. We need to internalize the theories and philosophies of Glissant, Trouillot, and Walcott, and learn from curators like Njami andEnwezor.
A guerra em Moçambique ajudou a destruir a ligação, que já era tão frágil, que passava pela escola, e as pessoas só tinham contacto com a língua portuguesa através do livro. Houve uma geração que foi sacrificada na relação com a leitura e o livro. Nas cidades talvez não tanto. Agora estão a ressurgir valores, e é curioso que Moçambique retoma a espécie de natureza mais ligada à poesia – como Angola, mais ligada à prosa – e há muitos jovens promissores no domínio da poesia. É que os escritores nascem de outros escritores, as ideias nascem de onde há ideias. Lembro-me da geração do Ungulani Ba Ka Khosa, frequentavam a esplanada do Charrua, Goa, das cervejarias, debates, tertúlias em Maputo, o café Scala, onde se reunia o Rui Knopfli e o Craveirinha, isso agora não existe.
Após uma das mais cruéis experiência de colonização, há exatamente 54 anos, a República Democrática do Congo se tornava idnependente da Bélgica. Em 2014, a celebração marca um avanço político, mas também a necessidade de não apagar da memória as atrocidades cometidas contra a população local, que ainda precisa se libertar dos seus algozes.
O fotógrafo Omar Viktor Diop fotografado por Jackie Nickerson num dos seus cenários.
Dak’Art was a whirlwind of people, art, dusty feet and taxis across the city,” says Touria El Glaoui, founder of London’s new contemporary African art fair 1:54. “The main exhibition brought the best-known names together while in the corners of Gorée island, you could stumble upon open houses, independent art centres, even pieces of art in a hairdresser’s window. Its model is vital as a platform for pan African art meeting global parameters.