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"Fui atropelado por um livro de poesia"

Published3 Jul 2014

Mia Couto

Foto: José Eduardo Agualusa

Como justifica não surgirem vozes novas?

A guerra em Moçambique ajudou a destruir a ligação, que já era tão frágil, que passava pela escola, e as pessoas só tinham contacto com a língua portuguesa através do livro. Houve uma geração que foi sacrificada na relação com a leitura e o livro. Nas cidades talvez não tanto. Agora estão a ressurgir valores, e é curioso que Moçambique retoma a espécie de natureza mais ligada à poesia – como Angola, mais ligada à prosa – e há muitos jovens promissores no domínio da poesia. É que os escritores nascem de outros escritores, as ideias nascem de onde há ideias. Lembro-me da geração do Ungulani Ba Ka Khosa, frequentavam a esplanada do Charrua, Goa, das cervejarias, debates, tertúlias em Maputo, o café Scala, onde se reunia o Rui Knopfli e o Craveirinha, isso agora não existe.

 Leiam na íntegra a entrevista de Mia Couto à Marta Lança para o Rede Angola.