Otobong Nkanga's é uma artista nigeriana que apresentou, na Bienal de Berlim, este ano, o trabalho "In Pursuit of Bling" (na imagem). Nascida em 1974 naquele país africano, vive actualmente na Bélgica. Na sua obra, explora a questão da terra e do valor dos recursos naturais; as suas origens, a questão da memória e da história dos lugares integram igualmente a sua produção artística, que inclui desenhos, instalações e fotografia.
Forming a complex of associations, this progression is created by a constellation of small platforms in black metal of different sizes all linked together. This recurring image in the artist’s work allows her to present a very diverse collection of documents, weaving together the relationships based on the mineral and its history (past and contemporary, collective and individual) in visions of varying clarity. The installation features the mineral itself both cut and raw, sculptures, cards, photographs, cosmetics, video footage of performances, poems, text excerpts, and even “X-rays” of mica plates. This impressive assembly of various mediums extends across the natural resource at the heart of an ingeniously interwoven system.
Em 2014, assinalam-se 20 anos do genocídio do Ruanda. O cinema é uma das artes que tem contribuído para reconstruir experiências e identidades. "Findind Hillywood" é um documentário sobre a guerra mas também sobre o poder do cinema, que inclui o testemunho de Ayuub Kasasa Mago, fundador do Rwand Film Festival.
Sebastian Ruiz escreve sobre as transformações do cinema ruandês e de como este tem sido fundamental na questão da memória da tragédia.
Este pequeño país de África central, ubicado entre la frontera de Tanzania, Uganda, la República Democrática del Congo y Burundi, está proyectando un cambio cinematográfico, a pesar de que el imaginario colectivo reforzado por algunas películas extranjeras que han retratado el genocidio de 1994 persiste. Hutus contra tutsis. Machetazos que fracturaban el grito sordo de la esperanza… Prueba de ello son los trabajos rodados en el terreno por manos extranjeras: 100 días,de Nick Hughes (EEUU, 2001); Hotel Ruanda, de Terry George (EEUU, 2004);Siempre en abril, de Raoul Peck (Reino Unido, 2005); Un domingo en Kigali, de Robert Favreau (Canadá, 2006); o La Operación Turquesa, de Alain Tasma (Francia, 2007). Una oportunidad, por otra parte, para muchos profesionales artísticos del país que aprovechaban la llamada de las coproducciones para hacer currículo.
Millôr Fernandes foi o homenageado da Festa Literária Internacional de Paraty de 2014, que termina hoje. Escritor, dramaturgo, humorista, ilustrador, foi também um dos fundadores do jornal satírico O Pasquim que, com graça, se opôs seriamente à ditadura militar. «O Pasquim surgiu como eu gosto que as coisas surjam: espontaneamente», disse Millôr Fernandes sobre o jornal que nasceu em Ipanema, na década de 60.
Toda a história, pela voz dos seus intervenientes, no documentário «O Pasquim: a Revolução pelo Cartum», realizado por Louis Chilson.
Numa conversa com Cecilia G. Huidobro, a mexicana Graciela Iturbide confessa-se discípula de Alvarez Bravo, conta como se tornou fotógrafa e qual a relação com alguns dos temas principais da sua obra.
La cámara es un lujo, es una terapia. Es un pretexto para conocer la vida, la cultura, mi país y a mí misma. Incluso hay cosas que he podido hacer porque siento que la cámara me protege. Detrás de ella me es más fácil ver cosas fuertes como la serie sobre la matanza de cabras.
"Constellation de la douleur" (na imagem) é uma obra de Christien Lapie que recorda os quinze mil senagaleses que participaram na batalha de Chemin de Dames, pela facção francesa, com severas baixas. Um dos poucos memoriais do envolvimento de povos não europeus, então sob jugos coloniais, num dos maiores conflitos do século XX, designado por Mundial, cuja memória é sobretudo eurocêntrica.
Santanu Das, Professor no King's College, em Londres, analisa esta questão, reflectindo sobre os arquivos disponíveis e as formas de reconstruir na memória colectiva este conflito.
More than 4 million non-white men were recruited into the armies of Europe and the US. In a grotesque reversal of Joseph Conrad's vision, thousands of Asians, Africans and Pacific Islanders were voyaging to the heart of whiteness and far beyond – to Mesopotamia, East Africa, Gallipoli, Persia and Palestine. Two million Africans served as soldiers or labourers; a further 1.3 million came from the British "white" dominions. The first shot in the war was fired in Togoland, and even after 11 November 1918 the war continued in East Africa.
Transatlantic Connections é o projecto que propõe uma investigação das ligações históricas e das potencialidades da interacção entre África e a América Latina, direccionado para as práticas artísticas contemporâneas.
The role played by artists from non-western countries in challenging the spaces of visibility and the lack of connection between cultures that have a great deal in common must not be underestimated. The South has the potential to provide an active levelling in a moment where international markets and institutions are both avid to exploit and positively include other cartographies in their game. In the case of Dak’art, a Biennale conceived as a Pan African event twenty years ago, there is an apparent vacuum in terms of the Latin American presence, given that the concept of diaspora generally involves only the English and French speaking Caribbean and North America. Additionally, with the intensification of interest in African art, transatlantic connections should become more common, as artists in other regions of the world are becoming curious of the phenomenon and willing to explore what is being done in Africa.
Palavras de Gabriela Salgado, curadora argentina residente em Londres, que explica o projecto, em entrevista ao C&
Emeka Ogboh, presente na Dak'Art 2014 é um artista nigeriano que aborda, nos seus trabalhos de video e audio, o cosmopolitismo das grandes cidades. Recentemente, Lagos, uma das cidades maiores do seu país e do continente africano, é o foco do seu interesse.
Its intensity and diversity, so much happening at the same time and on different layers. A lot of people would consider Lagos’ soundscape as being very noisy, and they’d call it noise. But I stopped calling it noise since I started listening to it. When you record sounds out in the streets and bring them to your studio, it gives you room to be relaxed and listen to it – you are not right there in the action. Because when you are out there in the street, you’re probably trying to get somewhere, you are in hurry and not really paying attention to the soundscape… you can hear it but you are not really listening.
Distinguido por este livro com o Prémio José Saramago em 2013, Os Transparentes situa-se na Angola actual do pós-guerra, onde um grupo de dez personagens improvisa o quotidiano, resultando num retrato social rico e imaginativo, com momentos bem humorados. Onjaki, prosador e também poeta, descreveu assim o livro: "Este é um livro sobre uma Angola que existe dentro de uma Luanda que eu procurei escrever e descrever. Fi-lo com o que tinha dentro de mim entre verdade, sentimento, imaginação. E amor. É uma leitura de carinho e de preocupação. É um abraço aos que não se acomodam mas antes se incomodam. É uma celebração da nossa festa interior, trazendo as makas, os mujimbos, algumas dores, alguns amores." Segundo o juri do prémio, a obra distingue-se ainda por "uma radical crioulização da língua portuguesa".
UMA HISTÓRIA DE POLIGAMIA, Paulina Chiziane (Moçambique)
2002. Editorial Caminho
Rami é casada há vinte anos com um alto funcionário de polícia. Quando descobre que o marido tem mais cinco mulheres, dispõe-se a conhecê-las. Um gesto que inaugura uma viagem por mundos desconhecidos, o mote de uma reflexão sobre diversidade de tradições, conflitos permanentes e construções híbridas que atravessam a cultura moçambicana. Um universo que nos chega pela voz das mulheres: ''Todas as mulheres são gêmeas, solitárias, sem auroras nem primaveras. Buscamos o tesouro em minas já exploradas, esgotadas e acabamos por ser fantasmas nas ruínas de nossos sonhos'', escreve a autora. A obra foi distinguida com o Prémio José Craveirinha, da Associação de Escritores de Moçambique.
MEMÓRIAS DE UM PORCO ESPINHO, Alain Mabanckou (Congo)
2007. Europress
A partir da lenda popular segundo a qual cada ser humano tem um duplo animal, Alain Mabanckou tece uma paródia onde um porco-espinho é encarregue pelo seu alter-ego humano, Kibandi, de executar várias mortes com a ajuda dos seus espinhos, o que causa agitação e terror na aldeia, inspirando a reflexão do animal sobre a natureza das suas missões. Revisitando o conto tradicional africano e os códigos narrativos da fábula, Mabanckou constrói uma história repleta de humor e sentido crítico. Nas palavras do autor: «C’est une fable philosophique car le roman pose la question de ce qu’il y a derrière l’existence de l’être humain, sur le sens de la vie de l’homme. Il montre également le rapport entre l’homme et l’animal.» O romance venceu o Prémio Renaudot, destinado a obras de literatura francófonas, em 2006.
UM CAPRICHO DA NATUREZA, Nadine Gordimer (África do Sul)
2003. Publicações Dom Quixote
Esta é a história de Hillella, uma rapariga sul-africana branca que se junta à luta anti-apartheid. Desde cedo uma personalidade rebelde, filha de uma mãe que já desafiara as convenções sociais, Hillella é expulsa do colégio e da família e acaba por sair do país. Personagem complexa, sensual e ousada, desafiadora da moral vigente e com raro sentido de liberdade, é uma figura constestatária, com um percurso que a colocará nas fileiras de um combate a um regime injusto e racista, num tempo de convulsões mundiais. Da escritora galardoada com o Nobel da Literatura em 1991, recentemente falecida, que foi, ela própria, um dos principais rostos do combate ao apartheid na África do Sul.
LUUANDA, José Luandino Vieira (Angola)
2004. Editorial Caminho
Luuanda reune três contos de Luandino Vieira, escritos nos anos 60, cuja publicação e impacto incomodaram o estado salazarista. Considerado um livro de ruptura, as três histórias retratam Angola sob o jugo colonial português, as desigualdades entre brancos e negros e a vida caótica do quotidiano nos musseques, bem como as tradições culturais angolanas, esmagadas pelo colonizador. Numa linguagem inovadora que cruza o português com os dialectos locais, o livro é ainda hoje considerado um marco fundador da moderna literatura angolana. "A questão da fome, a questão da repressão, a questão de surgirem personagens de camadas e classes sociais que, até aí, eram segregadas da literatura, parece-me (hoje, a esta distância, tanto quanto me vejo, até como personagem do meu próprio destino), parecem-me correctas... Quando escrevi o Luuanda a minha preocupação era ser o mais fiel possível àquela realidade.", declarou o autor, em 1994.
AMERICANAH, Chimamanda Ngozi Adiche (Nigéria)
2013. Publicações Dom Quixote
Ifemelu e Obinze apaixonam-se, nos tempos sombrios da ditadura militar nigeriana, que impulsiona uma vaga de emigração, apenas ao alcance daqueles com meios para fugir. Ifemelu vai estudar para os Estados Unidos, separando-se do seu amor, que mais tarde tenta juntar-se a ela. Mas a América do pós-11 de Setembro fecha-lhe as portas e Obinze torna-se um emigrante ilegal em Londres. Reeencontrar-se-ão anos mais tarde, na recém formada democracia nigeriana, depois de terem feitos percursos muito diferentes. Ao regressar, Ifemelu encontra um país que não conhece e uma história de amor ferida pelo afastamento. Considerada uma das maiores vozes da literatura africana contemporânea, e distinguida com este livro pelo prémio National Book Critics Circle, Chimamanda Adichie aborda neste livro os seus temas recorrentes, como identidade, raça, nacionalidade e diferença.
QUANDO TUDO SE DESMORONA, Chinua Achebe (Nigéria)
2008. Mercado das Letras
Okonkwo é um guerreiro afamado em nove aldeias dos Ibo, na Nigéria, entre o final do século XIX e o início do século XX. Vive no clã de Umuofi, com as suas três mulheres e os seus filhos, empenhado em conquistar o título mais nobre do seu povo. Um episódio trágico mudará o seu destino, no mesmo momento em que os primeiros missionários britânicos se aproximam da comunidade, produzindo profundas mudanças com as quais terá de se confrontar. Retrato extraordinário da cultura guerreira tribal e da violência colonial, nem sempre explícita, este romance, publicado em 1958, estudado em escolas africanas e traduzido para mais de cinquenta idiomas, é considerado fundador da moderna literatura africana, tendo alcançado reconhecimento mundial. Chinua Achebe, falecido em 2013, de quem Mandela disse que "na sua companhia, os muros da prisão caiam", venceu o Man Booker International Prize em 2007.
O HOMEM LENTO, J.M. Coetzee (África do Sul)
2008. Publicações Dom Quixote
Aos 60 anos, o fotógrafo Paul Rayment perde a perna num acidente de bicicleta e a sua vida é totalmente transformada. Entre o desespero e a resignação, a enfermeira croata que o assiste Marijana e a enigmática escritora Elizabeth Costelo trarão novas problemáticas ao seu quotiano virado do avesso, em que revê convicções e se coloca perguntas fundamentais sobre a existência e o processo de envelhecimento. Uma obra assinada por um dos mais celebrados nomes da literatura sul-africana, Prémio Nobel da Literatura em 2003 e duas vezes vencedor do Booker Prize.
Entre 1973 e 1994, foi Ghariokwu Lemi quem desenhou muitas das capas de Fela Kuti, considerado fundador do Afro Beat e um activista político. Tinha apenas 18 anos quando conheceu o músico através de um amigo comum, jornalista, e logo depois assinaria a capa do seu primeiro disco. Alcunhado por Fela Kuti "the artist", um trabalho seu faz parte da colecção do MOMA de Nova Iorque.
Conheça a história em OkAfrica e oiça o artista sobre as capas, aqui
Foram anunciados os 5 vencedores da POPCAP’14 , o prémio de Fotografia Africana Contemporânea da Piclet.org. São eles Joana Choumali (Costa do Marfim), Ilan Godfrey (África do Sul), Léonard Pongo (Bélgica),Anoek Steketee and Eefje Blankevoort (Holanda), and Patrick Willocq (França).
Sobre o trabalho de Joana Choumali's (fotografia em cima), escreve a revista Another Africa:
Abidjan based photographer Joana Choumali’s series Hââbré, The Last Generation explores scarification – markings created through superficial incisions made to the body. Hââbré means both writing and scarification in Kô, a Burkinabe language. Once common, this traditional practice is fading due to changing values and pressures. Few and far between, people bearing these markings as Choumali describes are typically only members of an older generation. Her portraits of individuals in Abidjan, question the links between the past and the present. As documents of the physical traces of shared values, and traditions of self-imaging within cultural groups, they reflect on how these are subject to change. Once the norm, and having high social value as she describes, individuals bearing these vestiges of the past, are now somewhat “excluded”. Joana Choumali was born in 1974 in Abidjan, Ivory Coast. She lives in Abidjan Cococy, Ivory Coast.
Sia Toldo, cantora da República da Guiné que venceu em 2011 o prémio Découvertes da Radio France Internacional, lançou recentemente o seu terceiro álbum, African Woman.
A revista Wiriki chamou-lhe "a nova diva do Afrobeat":
Sí. La verdad es que me decidí por el Afrobeat porque como música revolucionaria que es, acompaña a mis palabras tal y como yo quiero que lleguen a mi público. A Tony Allen lo conocí gracias a mi sello discográfico, Lusafrica, y después de escuchar algo de su música convencí a mi productor para que lo llamara. ¿Quien mejor? Fue uno de los artífices del Afrobeat junto a Fela Kuti. Y me ha encantado trabajar con él, porque lo ha hecho todo fácil. Es un espíritu positivo de nuestra sociedad africana.
A Flip - Festa Literária Internacional de Paraty começa já amanhã. Um festival que reúne dezenas de autores e que este ano homenageia Millôr Fernandes, humorista, ilustrador, escritor e dramaturgo brasileiro. Neste edição, assinalam-se também os 50 anos do golpe militar que instituiu a ditadura em 1964 e comemoram-se os 450 anos do nascimento de Shakespeare.
O jornal Público publicou várias reportagens sobre o evento, que inclui um artigo sobre a colaboração de uma década de Millôr Fernandes com o Diário Popular, nos tempos da ditadura militar, uma entrevista ao curador da edição de 2014, e destaca alguns convidados, como o arquitecto Paulo Mendes da Rocha e o escritor norte-americano Michael Pollan.
The Legendary Tigerman, Throes + The Shine, Noiserv, Best Youth, Long Way To Alaska e Buraka Som Sistema, entre muitos outros, fazem parte deste retrato da música pop portuguesa contemporânea, traçado pela revista LesInRocks.
A l’opposé dans le spectre de la mélancolie, on retrouve Buraka Som Sistema. Ce groupe issu de la banlieue nord de Lisbonne restera dans l’histoire pour ceci : avoir importé le kuduro, niche électronique née en Angola au milieu des années 90, et en avoir fait un objet de pop-culture de ce côté-ci de la Méditerranée. Ou comment exorciser, au XXIe siècle, un passé colonial douloureux en faisant danser jusqu’à la fièvre.
O file Concerning Violence, do realizador sueco Göran Hugo Olsson, é baseado no ensaio homónimo de Frantz Fanon, nome de referência do pensamento anti-colonial. Bhakti Shringarpure, editor-chefe da Revista Warscapes e Professor de Inglês na Universidade de Connecticut, publica a critica no jornal The Guardian.
In this documentary, Olsson builds layer upon layer of images showing abject poverty, racism, over-worked people, crude guerrilla warfare countering slick European planes, places where natural resources like oil and diamonds are being unearthed with appalling living conditions for workers, and hospitals overflowing with wounded women, children and men.
In so doing, he taps into the primary violence of the coloniser, rather than of the colonised, falling definitively into the camp of thinkers who believe that Fanon was not propagating violence but merely understanding it’s effects and uses.
Yale não é só uma universidade, também é uma galeria, que até 14 de Setembro expõe arte sul-africana dos anos 60 até à actualidade, um período de profunda transformação naquele país.
Organizada pelos estudantes de Artes, esta mostra inclui nomes como Gavin Jantjes, Santu Mofokeng, Zanele Muholi, Robin Rhode, Sue Williamson e William Kentridge, de que lhe deixamos aqui o trabalho "Automatic Writing":
Criar roupa a partir de 'sacos chineses': este é o projecto que ocupa desde 2011 o designer de moda sul-africano Dennis Chuene, entrevistado pela revista Another Africa.
Quite frankly my preoccupation/obsession with the China bag, came with a need to take ownership of a discarded cheap bag that I grew up seeing. I wanted to personify it, to give it a metaphoric voice to say, ‘I am part of you. You use me when you’re out on your luck and discard me when you make a buck
O encontro com a desiger americana Jenny Lai inspirou também o projecto fotográfico sobre interculturalidade e moda, de Chris Saunders, Not X Chris Saunders.
"Do Valongo à Favela: Imaginário e Periferia", no Museu de Arte do Rio (MAR), aborda a produção artística em torno da evolução histórica das zonas portuárias do Rio de Janeiro, desde o tráfego de escravos e diamantes até aos dias de hoje. A curadoria é de Rafael Cardoso e Clarissa Diniz.
Hoje, as ideias de “periferia” e “periférico” são de importância vital para a arte contemporânea, colocada aqui em diálogo crítico com vestígios de um passado que vai sendo revisto e reinventado.
Veja o vídeo da montagem da exposição, com vários depoimentos de artistas e curadores:
Os seus nomes constam em "A brief survey of the short story", série do blog de literatura do jornal inglês The Guardian, não fossem duas figuras maiores da literatura sul-americana e, em particular, do conto: Julio Cortázar e Jorge Luís Borges.
La cárcel es profunda y de piedra; su forma, la de un hemisferio casi perfecto, si bien el piso (que también es de piedra) es algo menor que un círculo máximo, hecho que agrava de algún modo los sentimientos de opresión y de vastedad. Un muro medianero la corta; éste, aunque altísimo, no toca la parte superior de la bóveda; de un lado estoy yo, Tzinacán, mago de la pirámide de Qaholom, que Pedro de Alvarado incendió; del otro hay un jaguar, que mide con secretos pasos iguales el tiempo y el espacio del cautiverio. A ras del suelo, una larga ventana con barrotes corta el muro central. En la hora sin sombra se abre una trampa en lo alto,, y un carcelero que han ido borrando los años maniobra una roldana de hierro, y nos baja en la punta de un cordel, cántaros con agua y trozos de carne. La luz entra en la bóveda; en ese instante puedo ver al jaguar.
La Escritura del Dios, Jorge Luis Borges
Nos gustaba la casa porque aparte de espaciosa y antigua (hoy que las casas antiguas sucumben a la más ventajosa liquidación de sus materiales) guardaba los recuerdos de nuestros bisabuelos, el abuelo paterno, nuestros padres y toda la infancia.
Casa Tomada, Julio Cortázar
Estes e mais 98 contos dos dois autores, disponíveis aqui
Siddy Diallo é um jovem artista senegalês, distinguido com um prémio da International Organization of La Francophonie (OIF), que marcou presença no Dak'art 2014. Em entrevista ao Contemporary And afirmou:
I think there’s no such thing as life without politics. In my opinion, being political is what enables you to take a position on every level of the landscape of life.
"Borges y compañía" apresenta no Centro Cultural La Recoleta, em Buenos Aires, um conjunto de retratos do caricaturista e pintor Hermenegildo Sábat. Rostos anónimos, desfigurados, extremados pela comicidade. Entre eles, o do seu amigo Jorge Luis Borges, com quem privou durante anos.
El artista acentúa y vuelve visibles ciertos rasgos, la denuncia, la crítica y la reflexión, especialmente en el área conceptual que crea en sus pinturas-caricaturas. La propia caricatura –sobre todo aquélla desarrollada en el trabajo periodístico, en el que Sábat se desempeña magistralmente desde hace décadas en Clarín y antes en otros medios– es un tipo de representación que permite denunciar y satirizar el poder (algo que el dibujante y pintor ha hecho tantas veces y tan originalmente). Lo sabemos, Sábat es en el terreno de la caricatura política local protagonista fundamental.
Lourens Loux é um dos mais relevantes designers de moda da Namibia, que marcou presença este mês na Berlin Fashion Week, onde apresentou as suas criações vintage, que partem das roupas do seu pai.
Son piezas exclusivas, sofisticadas y atemporales, trajes a medida elegantes, trajes de herencia africana. Mis creaciones representan el continente africano en general. Los colores brillantes son las culturas de África, variadas y diversas que son una representación de todas las poblaciones del continente. El proceso de unir brillantes colores, tejidos y patrones en cada una de mis piezas significa la existencia y el crecimiento de la unidad del continente. Mis creaciones son África y sus diferentes épocas.
Sandra Monterroso, artista da Guatemala, nascida em 1974, reside actualmente em Viena. Formada na área de Ilustração e Desenho, é também fundadora da associação DAC e produz trabalho artístico desde os anos 90. Sobre a peça que trouxe ao Próximo Futuro, afirma:
De ahí que el desteñir sea una manera violenta de sustraer el color, en este caso el término femenino de la palabra, también denota todo el saqueo natural y cultural. Desde el punto de vista espiritual y de resistencia, los colores blanco y color amarillo forman parte de los cuatro puntos cardinales de la cosmovisión maya determinan en el norte-blanco la muerte del ser humano y en el sur-amarillo el nacimiento respectivamente. El sur-amarillo, también indica cuestiones geopolíticas en los hilos de la historia.
Foto: Tom Jobim, Pixinguinha, João da Baiana e Chico Buarque
No concerto "Eterno Pixinginha", a que poderá assistir em Setembro, no Próximo Futuro, abordam-se peças inéditas (Ignez, One step, Poética etc), reduções de arranjos originalmente escritos para o Pessoal da Velha Guarda (Assim é que é, Minha gente, Marreco quer água etc) e releituras de clássicos (Lamentos, Rosa, Carinhoso), percorrendo os principais géneros legados pelo mestre: choro, maxixe, valsa e polca.
Um nome maior da música brasileira que se cruzou com Tom Jobim e Vinicius de Moraes, entre outros. Em "Ensaio", da TV Cultura, eles contam memórias, num programa onde que inclui imagens do próprio Pixinguinha.
"Spirit Levels" reúne Remy Jungerman (Suriname), Adele Todd (Trinidade e Tobago) e Tony Cruz (Porto Rico), no Centre For Contemporary Arts de Glasgo artistas com trabalhos em torno da linha e da forma que pretendem reflectir aspectos das suas culturas locais.
In this exhibition, the artists challenge the capacity of contemporary art to absorb elements of spiritual life at a time when parts of the art world itself are dominated by secular materialism. Equally, the exhibition raises questions around the importance of race, colonialism and the transmission of ideas from local positions to international arenas.