Chioniso Maraire, importante cantora zimbabueana de 37 anos, faleceu esta semana e já não verá o futuro governo do seu país. Ficam-nos as suas canções e a denúncia social que as suas letras retratam.
O Zimbabué vai a votos amanhã. Esta é uma eleição que se deve acompanhar, percebendo o que foram os últimos cinco anos de goevernação partilhada e que papel têm os zimbabueanos e a comunidade internacional a desempenhar.
"If the country was divided before the power-sharing agreement, it is no less divided five years later. Credibility of elections has decreased among voters, while distrust between parties and even within parties has increased. The aim of power sharing in Zimbabwe was to end post-election violence. However, despite short-term gains the inclusive government has revealed the down-side of coerced coalition.
The 2008 violence has generated new uncertainties for 2013. The two parties dominating the contest are as bitter rivals now as they were in 2008 and may have developed an even greater intolerance for each other. "
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Em 2011 ganhou o prémio Caine para a Literatura Africana. Ao contrário do vencedor deste ano, um nigeriano nascido e educado na diáspora, NoViolet Bulawayo nasceu e cresceu no Zimbabué tendo chegado aos Estados Unidos com 18 anos. O que pensa e escreve pode acompanhar-se pelo seu blog.
Enquanto o Zimbabwe implode sob o punho de Mugabe ela é candidata - a única africana- ao Booker Prizer.
"Announcing the list, the judge Robert Macfarlane said: "This is surely the most diverse longlist in Man Booker history: wonderfully various in terms of geography, form, length and subject. (...) These 13 outstanding novels range from the traditional to the experimental, from the first century AD to the present day, from 100 pages to 1 000, and from Shanghai to Hendon."
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O Zimbábue vai a votos no próximo dia 31 de julho. Preside ao país o nome que mesmo os menos atentos à política africana reconhecem: Robert Mugabe. No poder desde 1980, é dos líderes africanos atuais que mais recebem atenção dos media internacionais. Na maioria dos casos, as notícias não são abonatórias. Mas eu nunca gosto de limitar a história aos bons e maus. A história, porque é o relato da realidade, é sempre mais complicada. Hoje não irei escrever nem sobre o presidente Mugabe, nem sobre as eleições. Irei escrever sobre uma mulher: Heidi Holland. Já explico...
Integro, desde há uma semana, uma equipa de analistas que acompanha a situação no Zimbábue. Temos alguns elementos em Harare e, aqui em Londres, há uma pequena task-force. Tentamos acompanhar e, afastados da emoção de quem está no terreno, enquadrar, perceber e muitas vezes voltar a enviar questões para quem lá está.
Infelizmente ainda não tenho comigo os meus livros. Mas, mal integrei a equipa, deu-me vontade de ter ao meu lado um dos livros que mais me marcou sobre Robert Mugabe: o livro de Heidi Holland, "Dinner With Mugabe". Foi-me indicado há uns anos por um amigo moçambicano que me disse “tens de ler o livro”. Já tinha lido algumas biografias de Mugabe e aprendi com todas, mas em todas tinha de dar o desconto da simpatia ou da antipatia do autor pelo Mugabe. No livro da Holland não foi preciso.
O título resulta do facto de a autora ter visto (aliás, ouvido!) Mugabe pela primeira vez num jantar ainda no tempo em que ele era um revolucionário, ex-preso político e, sobretudo, clandestino. A autora era uma ativista por um Zimbábue independente e aceitou acolher em sua casa (ainda no tempo de Smith e portanto correndo ela própria o risco de ser presa, mesmo sendo branca) um jantar secreto entre dois ativistas, um deles famoso, outro um amigo seu. A condição para o jantar se realizar na sua casa era que ela não iria ver o famoso, mas, da cozinha, ouviu-o. Anos mais tarde, reconheceu a voz. Tinha tido em sua casa Robert Mugabe!
O livro escrito em 2008 resulta de Heidi voltar ao Zimbábue para tentar entrevistar Mugabe. Sabia, à partida, que não seria fácil… A tarefa demorou dois anos. Começou por contactar o padre católico amigo de longa data de Mugabe e, ao longo dos 24 meses, conversou com as pessoas mais próximas do presidente e, posteriormente, descreveu as conversas com simplicidade e sem preconceitos. Nos seus regressos à Africa do Sul, onde vivia, Heidi discutia com psicólogos o que tinha ouvido e tentava perceber o perfil do homem Mugabe.
Nestas semanas, sem o meu livro com páginas marcadas e palavras sublinhadas, pensei em voltar a comprar o dito. Precisava de o ter entre os vários relatórios, artigos, números e leis sobre o Zimbábue que me rodeiam. Ontem decidi tentar o ebook e, ao googlar o nome do livro, apareceu a notícia da morte de Heidi Holland. Congelei. Foi em Agosto de 2012. Não me tinha apercebido... O livro dela sobre o Mugabe fazia-me falta, mas ela também. Nunca a conheci, mas, no passado, qualquer momento político zimbabuano tinha a sua análise. Estas eleições de 2013 já não a vamos ter.
Amanhã falarei e escreverei sobre as eleições e sobre o Mugabe e Tsvangirai. Hoje quero homenagear Heidi Holland. Estive a ver um vídeo com o título “memorial Heidi Holland”. A última música no vídeo tem o título de Wheeping (chorando). É de uma banda sul-africana anti-apartheid, Bright Blue. Não podia ter sido escolhida melhor música. Eu não sabia o título da canção, só sabia o refrão: "It doesn’t matter now... It’s over anyhow". A música é sobre repressão, tristeza, discriminação e foi sobre tudo isto que Heidi Holland lutou contra toda a sua vida através da escrita. Se não leu Heidi Holland....há uma parte do Zimbábue que não percebeu.
Elisabete Azevedo-Harman
Pode ouvir-se a entrevista de Heidi Holland aqui
Malala Andrialavidrazana - ECHOES (from Indian Ocean)
Em 2009 um golpe de estado trouxe para o centro dos noticiários, africanos e não só, a ilha de Madagáscar revelando a sua fragilidade política, económica e social. O que seria um curto período de transição para eleições, liderado pelo jovem Rajoelina, dura há mais de quatro anos com sucessivas eleições adiadas. 24 de Julho é a nova data para as presidenciais malagaxes.
"Plus de quatre ans, le pays traverse une grave crise politique, économique et sociale... Chronique d'un naufrage qui ne semble pas près de s'arrêter.
Désastre politique : alors que la transition ne devait pas durer plus de quelques mois (promesse de Rajoelina), elle a entamé, le 17 mars, sa cinquième année, et semble ne jamais devoir en finir, à cause d'une classe politique plus divisée que jamais, comme en témoigne le nombre de candidatures à la présidentielle (41) et l'incapacité de ses deux figures principales, Rajoelina et Ravalomanana, à dépasser leur haine réciproque. Ainsi la date de l'élection, le 8 mai, repoussée au 24 juillet, a-t-elle encore été reculée, en raison du blocage consécutif aux candidatures controversées de Rajoelina, de Lalao Ravalomanana, l'épouse du chef de l'État déchu, et de l'ancien président Didier Ratsiraka"
Para ler na íntegra aqui
Uma biografia para conhecer Nelson Mandela. A totalidade do vídeo pode ser vista aqui E muito mais haverá para ver, ler e saber.
A 14ª edição do Prémio Caine para a Literatura Africana foi ganha por Tope Folarin, que nasceu cresceu e trabalha nos Estados Unidos, viveu um ano na Nigéria e seis meses na cidade do Cabo, e se difine como um escritor nigeriano na diáspora
"Miracle" é o conto que deu a Folarin o prémio de 10.000£ e que pela primeira vez é ganha por um autor na diáspora.
"I'm elated. I'm a writer situated in the Nigerian disapora, and the Caine prize means a lot - it feels like I'm connected to a long tradition of African writers. The Caine prize is broadening its definition and scope. I consider myself Nigerian and American, both identities are integral to who I am. To win ... feels like a seal of approval," Folarin said.
Pode ler-se o conto aqui e saber mais sobre o prémio e o autor aqui e aqui
“A Biblioteca de Alexandria é uma referência cultural para o Mediterrâneo e isso deve-se sobretudo à visão, ao vigor e ao incansável trabalho de Ismail Serageldin” É desta forma que o júri do Prémio Calouste Gulbenkian apresenta os vencedores da edição de 2013.
No local onde terá existido a antiga Bibliotheca Alexandrina, referência cultural da Antiguidade, foi inaugurado em outubro de 2002 um complexo que constitui a moderna Biblioteca de Alexandria e que hoje recebe anualmente cerca de um milhão e meio de visitantes. Para além de albergar milhões de livros e de estar no centro nevrálgico de muitas importantes redes regionais e internacionais, a Biblioteca de Alexandria compreende ainda um vasto arquivo digital, seis bibliotecas especializadas, quatro museus, um planetário, oito centros de investigação académica, quinze exposições permanentes, quatro galerias de arte para exposições temporárias e um centro de conferências, entre outras valências.
Pode ler-se mais aqui
Mauro Pinto, fotógrafo moçambicano que integra a exposição Present Tense, numa entrevista com Carla Henriques, da RTP, em que fala da sua história, da história da fotografia em Moçambique e de Moçambique. Para ouvir tudo aqui
Vão ficar as mornas e coladeras. E isso é muito. Bana já cá não está.
"...disseram-nos: agora vão ser todos enforcados...mas o mais assustador era o polícia que nos interrogava. Ele colocava a pistola em cima da mesa e dizia 'tem uma bala jogamos à roleta russa. Tu queres isto ou preferes a corda?' e este tipo de coisas acaba por nos afectar. mais tarde ou mais cedo". Bob Hepple, foi um dos líderes do ANC preso na tarde de 11 de Julho de 1963. Mandela já se encontrava detido há um ano, e esta operação era um golpe duro e decapitador do partido. Neste dia, com Heppler, foram detidos Walter Sisulu, Raymond Mhlaba, Govan Mbeki (pai do ex-presidente Thabo Mbeki), Dennis Goldberg, Ahmed Kathrada e Lionel Bernstein. Hoje, passados 50 anos, Bob Heppler recorda esse dia e esses anos de luta. Acaba de publicar a sua biografia " Young Man with a Red Tie" .
Sempre que leio, escuto ou tenho a sorte de conhecer este género de pessoas interrogo-me: " e eu? Faria o mesmo? Teria a mesma coragem? " Felizmente não sei e espero não vir a saber a resposta. Muitas vezes, no meu trabalho, cruzo-me com pessoas que ainda hoje vivem em países sem liberdade. Esta semana conversava com uma pessoa da Eritreia que não pode voltar ao seu país. Durante três anos não teve passaporte, tinha o estatuto de refugiada política, mas na verdade, como me disse " não existia". Passados três anos decidiu pedir a nacionalidade Etíope. "Eu não queria, mas era a única maneira de passar a existir outra vez".
Eu nasci num país não democrático, mas comigo ainda a gatinhar o país libertou-se e eu pude crescer numa democracia. Pode ter muitos problemas, pode ter imbecis e incompetentes em funções de Estado, posso não gostar das políticas adotadas, posso nao gostar de quem ganha eleições. Mas posso. E sobretudo posso dizê-lo.
Elisabete Azevedo-Harman
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No próximo sábado, dia 13, às 13h00, há visita guiada à exposição Present Tense feita pelo curador. Veja o calendário e pode marcar a visita no programa Descobrir
"Pode-se afirmar que esta exposição está, em muitas das suas fotografias, bastante próxima da irrupção da catástrofe, quando surgem os confrontos violentos entre a polícia e as populações, entre os trabalhadores mineiros e os imigrantes, nas fronteiras com escaramuças; «e, neste estado próximo da catástrofe, qual é o papel da fotografia?», assim pergunta Arielle Azoulay. A resposta é que, a fotografia é um (set) lugar particular das relações dos indivíduos com as pessoas que os governam constringindo-lhes o poder e, ao mesmo tempo, uma forma de relações entre indivíduos iguais. E qual o lugar privilegiado desta tensão? O espaço público. É no espaço público que se manifesta a usurpação do poder pelos regimes, é no espaço público que se ocupa, quando se quer reclamar e reivindicar os direitos de cidadania e de liberdade, é no espaço público que se fotografa e denuncia a violência e as catástrofes históricas. "
António Pinto Ribeiro
Futuro Imediatamente a Seguir
Uma imagem do filme Elelwani, em que a prometida inicia, a coberto de um manto que a envolve integralmente, o percurso que a leva a tomar o seu destino ao lado do rei Venda (com quem deve casar-se para retribuir o investimento que os chefes tribais tinham aceite fazer na sua educação no estrangeiro) remete-nos para a família europeia. Aquele cortejo hierarquicamente estratificado no percurso até ao palácio, pés nus sobre a erva a percorrer uma diagonal cujo sentido fica algures justificado pelos protocolos reais e pelas vozes que reproduzem músicas de significado indecifrável, fazia lembrar os grandes planos mergulhados sobre a tradição quase exageradamente encenada a que o realizador japonês Akira Kurosawa nos habituou no final da sua carreira. Era quando os seus filmes se sucediam uns aos outros com uma espécie de pressa indiferente aos circuitos de distribuição internacionais, com o fito implícito de deixar ao universo o legado de um mundo em extinção.
Nada que fosse indiferente, noutra latitude, ao propósito do polaco Tadeusz Kantor, quando trazia a Lisboa, e não por acaso aos Encontros Acarte da Fundação Gulbenkian (1989), o Teatro Tricot de Cracóvia, uma família desgarrada que tinha sido desfeita pela II Guerra Mundial e com cuja estreia em Lisboa, Kantor se despediu de uma carreira longa (Je ne reviandrais jamais), morrendo poucos meses depois. Parece que nada tem a ver com este retomar da tradição Venda do norte da África do Sul, província do Limpopo, retratada pelo realizador Ntshaveni wa Luruli na Cinemateca do Próximo Futuro, mas tem. Elelwani é um filme que encerra uma espécie de catálogo das categorias inaceitáveis para o mundo ocidental, que aceitou recentemente renunciar aos dilemas da sua cultura – porque se permite ignorá-los e não os reconhecer enquanto tal - e se posiciona numa variada mas persistente sobranceria que dispensa a espessura do mundo. O realizador Ntshaveni wa Luruli, em Elelwani, faz o contrário: mostra que, mesmo na atualidade, a altivez que os universos culturais reservam sentir uns perante os outros guarda ainda a capacidade de perpetuar a intolerância individual perante o outro, mesmo quando o procuram o outro. Permite, portanto, a reserva. Porém, no filme isto tem o propósito programático de indicar, através do personagem principal, que seguir o caminho que se tem de seguir, por mais absurdo que possa parecer, é ainda uma possibilidade valente, a única que permite encontrar o caminho da libertação do fardo das imposições da cultura. Uma boa aposta, ainda que difícil de seguir.
A verdade é que estamos a falar da África do Sul de um universal Nelson Mandela presentemente entre a vida e a morte. A África do Sul do Presidente Jacob Zuma a tentar capitalizar este final de ciclo de ouro na sua preparação para um segundo mandato presidencial à frente do ANC (eleições em 2014). A África do Sul de um intocável Black Economic Empowerment, que está a provar ser mais eficaz a espalhar a incerteza pelos diferentes grupos étnicos que compõem a saudosa Nação Arco-Íris que Mandela quis legar, do que a efetivamente criar e distribuir riqueza entre os negros. O desemprego cresceu dos anos 90 para cá, o crescimento económico abrandou, ironicamente, porque a África do Sul é a mais bem sucedida economia do continente com melhores e mais variadas parcerias económicas. Esta é a realidade retratada à lupa das especificidades dos filmes The African Cypher, Otelo Burning, Gangster Film, Rewind e Material, os registos que foram brilhantemente reunidos pelka comissária Joan Legalamitlwa para o Próximo Futuro 2013. Na minha opinião, constituiram o coração multicultural e multilingue deste programa que se anunciou versar sobre o Sul de África. Sul de África com notas estendidas a Moçambique, prresença de Angola, do Botwsana, do Zimbabwe e do Uganda, uma extensão ao Chile e a compreensão geograficamente incoerente da Áfica ocidental através dos indiscutíveis Encontros de Fotografia de Bamako (9ª edição, Mali).
Olhando para uma programação cultural como a do Próximo Futuro 2013 – estruturada entre as linguagens do cinema, das artes visuais e das artes performativas -, pergunto-me (como imagino que o programador se tenha questionado) quem estará realmente a olhar para o mapa de África para pensar nos 15 membros da SADEC (Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral) e o que eles poderão trazer-nos de novo na sua riquíssima e irresistível diversidade?
Enquanto público europeu, habituados à variedade, estamos programados para um quantum de diferença e toleramos uma determinada dose de estranheza, mesmo quando adoramos evocar a vantagem que nos concedeu a nossa experiência dos séculos passados. Não quer dizer que África seja uma mancha indiferenciada em que tudo seja 100% diferente da Europa ou 100% igual a si próprio. Mas a verdade é que, mesmo quando não resistimos à dança, continuamos a ter dificuldade em admitir por que é que a África profunda da banda tanzaniana Jagwa Music (Dar es Salam) é bastante menos friendly do que a banda ganesa Konkoma, que integra músicos britânicos e grande dose de inspiração jazzística...
Falamos de quê quando falamos do Sul de África? Falamos de culturas desconhecidas e longínquas da imaginação ocidental ou substancialmente distorcidas pelas experências individuais dos europeus que viveram em África. Reconnheça-se que o Próximo Futuro fez um notável esforço de aproximação, em particular por meio da Festa da Literatura e do Pensamento que incluiu quatro conversas sobre o Estado das Artes, Literatura, Pensamento e Política, e Poesia. Qual é o efeito destas conversas relativamente circunscritas (como o é, no limite, toda a programação)? Desejavelmente, demonstrar que toda a atualidade pensa e que a globalização tem uma vantagem inegável: quando tentamos fugir à atualidade ou negar a realidade, nota-se! Os outros veem e não fica bem a ninguém continuar a sustentar teimosamente a prevalência de um tipo de pensamento sobre outro.
Pessoalmente, acho que o maior legado desta edição 2013 do Próximo Futuro foi deixar-nos (ao público) perante a perplexidade do que não conseguimos apreender desta vez, um anúncio generoso de que, talvez, consigamos ultrapassar a distância da próxima vez. Este deveria ter sido a proposta de todas as programações das últimas décadas, mesmo quando imaginámos generosamente que tinhamos, lisboetas, alguma coisa a ver com o pós-guerra da Polónia, o pós-apartheid da África do Sul ou o pós-colonialismo dos outros países europeus. Será que todos os espetáculos, debates, filmes e exposições foram definitivamente esclarecedores? Desejamos que não. Uma programação consciente não propõe respostas, apresenta pistas, para tentar manter os espetadores mais atentos nesta inquietação que promove a descoberta. As respostas definitivas são mais capazes de provocar sono...
Cristina Peres
Lisboa, Julho 2013
Published10 Jul 2013
Tags Adonis
Adónis, de seu nome Ali Ahmad Said Esber, nascido no norte da Síria, a 1 de Janeiro de 1930, poeta, pensador e ensaísta, considerado o máximo expoente da poesia árabe contemporânea.
"A poesia não pode mudar a sociedade mas só pode alterar a noção de relações entre as coisas. A cultura não pode ser melhorada sem uma mudança nas instituições. A poesia é como o amor, que constantemente renova os sentimentos do povo, revigora e abre horizontes para a beleza da vida. E isso não acontece apenas no nível individual, pois um poema torna-se essencial quando a ciência ou a filosofia não oferece respostas para o mistério da vida."
A ausência física de Nelson Mandela, o crescimento económico dos países do Sul, as democracias recentes e a marcas mais antigas, foram elementos importantes na conversa sobre o Pensamento Político do sul da África que se realizou na programação do Próximo Futuro.
A RTP disponibiliza no seu site o podcast deste encontro que teve a moderação da jornalista Cristina Peres e os contributos de Elisabete Azevedo-Harman (Portugal) Elísio Macamo (Moçambique) , Harry Garuba (Nigéria) e João Paulo Borges Coelho (Moçambique). Para ouvir aqui
Pode ainda ler-se mais sobre este tema aqui
©Tatiana Macedo
A programação do Próximo Futuro não se esgotou. Terminada a Festa do Pensamento e da Literatura, a dança, os concertos, o cinema e o teatro, temos ainda as Exposições e o Jardim.
Present Tense e a 9ª Edição dos Encontros Fotográficos de Bamako podem ser vistas até 1 de Setembro, de Terça a Domingo, entre as 10 e as 17h45.
Vão animar o final de tarde de domingo, no último dia da programação de Verão do Próximo Futuro. Baseado em Londres, este grupo reúne um leque extraordinário de músicos ganeses de diferentes gerações e colaborações com outros artistas de diferentes origens.
KonKoma para ver, ouvir e dançar a partir das 19h00 de amanhã
A Festa da Literatura e do Pensamento no sul da África iniciou-se com uma mesa recheada de convidados para falar do Estado da Arte. A RTP tem disponível o podcast desta conversa que contou com a presença de Patricia Hayes, Joan Legalamitlwa, Tiago Correia-Paulo e Camila de Sousa, com a moderção de Lígia Afonso.
A conversa pode ser escutada aqui
A beleza, a obsessão, a homofobia, o ciúme, a família, a juventude, juntos no filme de Oliver Hermanus que encerra hoje, às 22h00 a Cinemateca do Próximo Futuro.
" “Skoonheid” (Beauty) which recently made history by being the first Afrikaans film to be shown at the Cannes Film Festival. The fifth local director to show at Cannes, Hermanus’ movie was screened in the “Un Certain Regard” section of Cannes’ official selections, which runs alongside the Palme d'Or. The youngest director in the section, Hermanus’ peers included Gus van Sandt of “Good Will Hunting” and “Milk” fame."
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Os Konkoma vão estar no anfiteatro ao ar livre no próximo domingo com uma apresentação plena de afro-funk, jazz, soul e ritmos tradicionais africanos. Nãos conhece? Arrisque! Os que conhecem não vão faltar.
Elelwani é o nome da personagem principal do filme desta noite na cinemateca do Próximo Futuro. A contemporaneidade e a tradição medem forças no filme de Ntshaveni wa Luruli, premiado realizador sul africano. Para ver hoje, às 22h00, no anfiteatro ao ar livre.
A Festa da Literatura e do Pensamento do sul da África pode ser ouvida no podcast que a RTP tem no seu site. Para quem não teve oportunidade para estar connosco aqui fica a ligação da conversa sobre literatura com Teolinda Gersão, Ivan Vladislavic, Ondjaki e Binyavanga Wainaina. Para escutar aqui
Um documentário premiado para ver esta noite. Compreender a dança de rua como uma etapa na formação de uma nova geração. Os desejos, os obstáculos, as esperanças e as vitórias. A solidariedade e a rivalidade entre crews, os ritos de iniciação contemporâneos, a construção da identidade.Tudo isto está em "The African Cypher".
The African Cypher is the birthplace of ritual celebration, council, story telling and dance.
“I dance as if I have a gun to my head.” – Mada Sthembiso, (Shakers&Movers)
Street dance in South Africa is a complex, convoluted underworld; that, like most sub-cultures, exists as a sum of its participants.
In Mapetla, Soweto if you steal phones and hand bags you will not live long. The community will kill you. If you do a heist, they will tell the police you are not there. Prince tells me this as we walk back to Mada’s place from the shisa nyama. (an informal outdoor fire where you can buy some meat to cook and drink a beer.)
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