O Próximo Futuro fez uma encomenda ao artista moçambicano que será apresentada na exposição Artistas Comprometidos? Talvez, que inaugura a 20 de Junho.
Em 2010, António Pinto Ribeiro escrevia sobre o trabalho de Mudaulane: OCelestino começou então a desenhar a negro sobre folhas brancas que colava, umas às outras formando grandes painéis que chegavam a ter mais de três metros de lado por dois de altura. Neles Celestino começou a desenhar. Inesperadamente os desenhos não eram esboços das esculturas nem tão pouco imagens a duas dimensões das mesmas. Os desenhos passaram a ser episódios de uma vida urbana, narrativas curtas ficcionadas ou uma espécie de provérbios em forma de desenhos a negro e branco.
Leiam na íntegra no blog das Ocupações Temporárias.
A sessão dedicada à poesia na Festa da Literatura e do Pensamento da América Latina será realizada no dia 21 de Junho, às 18h30. Nas palavras da moderadora, Clara Caldeira:
Na conversa que reunirá três poetas da América Latina, Tamara Kamenszain (Argentian), Angelica Freitas (Brasil) e Rafael Rubio (Chile), queremos partilhar versos mas também ideias. Vamos conversar sobre a particularidade da palavra poética, até que ponto ela expressa identidades, pessoais e culturais, e como se encontra vitalidade num poema para lá do mito da tristeza e da melancolia. Num mundo globalizado, que fala tantas línguas ou apenas uma, vamos querer saber como estes poetas da América Latina vêem as suas palavras a circular, com que outras vozes poéticas se cruzam e o que nos dizem as suas obras da História dos seus países.
Clara Caldeira nasceu em Lisboa, em 1977. Formada em Ciências da Comunicação, é doutoranda de Estudos de Cultura e investigadora júnior do Centro de Estudos de Comunicação e Cultura, na Universidade Católica Portuguesa. Trabalhou como jornalista em vários projetos televisivos, tendo integrado a equipa do programa “Câmara Clara”, da RTP 2, entre 2010 e 2012. Publicou a novela Quem Como Nós (Veja Editora, 1997) e, mais recentemente, textos poéticos na revista Criatura (Núcleo Autónomo Calíope, A.A. Faculdade de Direito de Lisboa) e no livro coletivo Este é o Meu Sangue (Tea for One).
Orazio Irrera será o segundo orador na última sessão do 4º Observatório de África, América Latina e Caraíbas amanhã, 24 de Maio, às 15h. O tema da sua comunicação será "Les moments non-européens de la subjectivation politique chez Michel Foucault".
No seu último curso no Collège de France, Michel Foucault debruçou-se sobre o «militantismo» e «a vida como actividade revolucionária», seguindo o rasto das filiações do cinismo antigo ao longo da história europeia. Através de uma leitura em contraponto dos seus outros cursos no Collège de France e de entrevistas a ele realizadas a propósito das suas próprias experiências políticas, nesta conferência procura-se compreender o quadro geral de proveniência das análises esboçadas por Foucault a respeito da questão da subjectividade militante. Mostraremos que tal quadro é devedor da genealogia da atitude crítica e dos levantamentos populares testemunhados por Foucault no Irão e, anteriormente, na Tunísia.
Orazio Irrera propõe-nos ainda as seguintes leituras:
Foucault Studies, Number 4, February 2007
Un reportage d’idées : en Iran (1978-1979)
La spiritualité politique, Michel Foucault et l’Iran
Davide Scarso é um dos nossos oradores na última sessão do 4º Observatório de África, América Latina e Caraíbas no próximo Sábado, 24 de Maio, às 15h. O tema da sua comunicação será "Perspectivas amazónicas: a sociedade contra o estado e o cosmopolitismo ameríndio".
O percurso que pretendemos traçar nesta comunicação começa por retomar a noção de “sociedade contra o estado” desenvolvida por Pierre Clastres no âmbito das suas investigações sobre o poder político nas sociedades “selvagens” da América do Sul. Longe de ter concluído o seu périplo, a ideia de “sociedade contra o estado” tem conhecido recentemente uma espécie de revival, ao qual não é claramente estranho o contexto das lutas políticas actuais. Em particular, parece extraordinariamente produtiva do ponto de vista conceptual a maneira como a questão tem sido retomada e recolocada pelo antropólogo brasileiro Eduardo Viveiros de Castro, no interior de uma ambiciosa e polémica proposta teórica conhecida como “Perspectivismo amazónico”. A cosmopolítica perspectivista dos ameríndios, com a sua revisão do binômio natureza/cultura, representa o substrato metafísico que não só nos permite voltar a pensar a “sociedade contra o estado” mas também leva a antropologia aos seus limites epistemológicos apelando a um questionamento radical das categorias ontológicas tradicionais.
Davide Scarso propõe-nos ainda a leitura da sua crítica ao livro de Roberto Esposito Living Thought: The Origins and Actuality of Italian Philosophy.
A escitora Jennifer Makumbi (Uganda) é a vencedora do Commonwealth Short Story Prize com “Let’s Tell this Story Properly.” O seu primeiro romance, "The Kintu Saga", ganhou o Kwani Manuscript Project em 2013. Leiam a entrevista que deu naquela altura à Kwani.
POPCAP é um prémio de fotografia contemporânea africana, atribuído a trabalhos realizados num país africano ou que lidam com a diáspora de um país africano. O prazo para a apresentação de candidatura é o dia 1 de Julho.
Mais informações.
Paolo Gasparini, "Acá este cielo que vemos", São Paulo, Brasil, 1972
Abriu no passado dia 16 no International Center of Photography em Nova Iorque a exposição "Urbes Mutantes: Latin American Photography 1944–2013", que apresenta movimentos fotográficos em Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Cuba, México, Perú e Venezuela.
Urbes Mutantes (Mutant Cities) takes the dynamic and occasionally chaotic Latin American city as its focus. Spanning seven decades, but focused particularly on works produced from the 1950s to the 1980s, the exhibition offers a revision of how the continent’s cities have been imagined. The exhibition draws primarily on street photography and depictions of public space during periods of political and social upheaval. It is organized into sections that explore the street as a platform for protest, the formation of urban identities, popular street culture, and the public face of poverty.
Mais informações.
Athi-Patra Ruga (Photo: Danielle Clough)
O artista sul-africano Athi-Patra Ruga recebeu uma encomenda do Próximo Futuro para a exposição Artistas Comprometidos? Talvez, que inaugura no dia 20 de Junho. A galeria Whatiftheworld, que o representa, descreve da seguinte forma:
Exploring the border-zones between fashion, performance and contemporary art, Athi-Patra Ruga makes work that exposes and subverts the body in relation to structure, ideology and politics. Bursting with eclectic multicultural references, carnal sensuality and a dislocated undercurrent of humor, his performances, videos, costumes and photographic images create a world where cultural identity is no longer determined by geographical origins, ancestry or biological disposition, but is increasingly becoming a hybrid construct. A Utopian counter-proposal to the sad dogma of the division between mind and body, sensuality and intelligence, pop culture, craft and fine art, his works expresses the eroticism of knowledge and reconciles the dream with experience."
Obra do artista colombiano Fredy Alzate, a quem o Próximo Futuro fez uma encomenda para a exposição "Artistas Comprometidos? Talvez".
A exposição Artistas Comprometidos? Talvez abre no dia 20 de Junho. Nas palavras do curador, António Pinto Ribeiro:
Trata-se de trabalhos recentes – alguns deles produzidos expressamente para esta exposição e “este lugar”. Esta exposição não se reclama de ser multicultural, híbrida, sincrética ou pós-colonial porque, na verdade, qualquer exposição de arte contemporânea contém, de uma forma mais ou menos assumida, a tentativa de resolução destes problemas teóricos. Além do mais, a exposição não poderá ser reduzida a um gueto decorrente de um único termo. É uma exposição em que, durante o processo de construção da mesma, se debateu, com os artistas – estes e outros – e com os seus principais interlocutores, os modos como num mundo globalizado o artista pode comprometer-se. Como e com o quê? Como as obras produzidas, sem reivindicarem qualquer localismo, podem ser gritos locais ecoando no universo, ou como um compromisso com a beleza ou com a linguagem pode contaminar vários horizontes políticos e sociais. Por fim, os artistas são conscientes de que tudo o que produzem tem consequências no imediato ou/e no futuro. E daí o epíteto que é um subtítulo retirado a Brecht:
"Ah, os que quisemos
preparar terreno para a bondade
não pudemos ser bons."
(Ach, wir Die wir den Boden bereiten wollten für Freundlichkeit Konnten selber nicht freundlich sein.)
A próxima e última sessão do 4º Observatório de África, América Latina e Caraíbas realiza-se no dia 24 de Maio às 15h00. O tema será A Sociedade contra o Estado e o Cuidado de Si: Emancipação, Perspetivismo Ameríndio e Pós-colonialismo.
A crítica do Estado é um elemento constituinte de várias tradições político-ideológicas. Nas últimas décadas, esta crítica tem sido, em grande medida, protagonizada por correntes liberais, com destaque para os chamados novos liberalismos, que ganharam força a partir dos anos 70 e que têm denunciado o que entendem ser os efeitos negativos da acção do Estado na liberdade individual e no funcionamento da economia. Nos mesmos anos 70, porém, autores, como Michel Foucault, sublinharam que a crítica neoliberal do Estado não apenas implicava o domínio estrito da economia mas, desde logo, as formas das relações de poder, nos mais vastos domínios da vida. Num sentido diverso, no início daquela mesma década e igualmente olhando para o Estado à luz de uma analítica do poder, autores, como o antropólogo Pierre Clastres ou, mais recentemente, Eduardo Viveiros de Castro, recolocaram em novos termos o debate sobre a questão indígena, em particular no caso dos povos ameríndios. É na intersecção entre esta antropologia de inspiração anarquista e os contributos de Foucault para a história do liberalismo, e do que designou como ’cuidado de si‘, que este debate encerra o nosso ciclo.
Os oradores serão Orazio Irrera (Filosofia, Université Paris 7-Denis Diderot) e Davide Scarso (Filosofia, Centro Interuniversitário de História das Ciências e da Tecnologia). Serão moderados por Bruno Peixe Dias (Filosofia, Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa).
Athi Patra Ruga, The Night of the Long Knives III, 2013 (Cortesia Athi Patra Ruga e Whatiftheworld Gallery)
A programação de verão do Próximo Futuro tem este ano dois momentos, um em Junho e outro no início de Setembro.
O que vamos poder conhecer nos primeiros três dias de programação?
20 JUNHO, Sexta
Às 17h30 inauguramos as obras expostas no jardim e que fazem parte da exposição maior que está instalada na galeria 0 da Sede da Fundação Calouste Gulbenkian e também o Totem Sul-Americano. Esta construção é uma criação do atelier Subvert (Tiago Rebelo de Andrade, Diogo Ramalho e Manuel Tojal), uma proposta que “nasce de uma vontade de fantasiar todo um continente – a América do Sul – num objecto arquitectónico.”
Às 19h, a primeira sessão da Festa da Literatura e do Pensamento da América Latina terá lugar neste mesmo Totem e será dedicada ao Estados das Artes.
Depois do jantar, às 22h, inauguramos a exposição Artistas Comprometidos? Talvez, que permanecerá aberta até 7 de Setembro e que nos apresenta 20 artistas vindos de África do Sul, Brasil, França/Argélia, Moçambique, México, Argentina, Áustria, Colômbia, Guatemala e Portugal.
O dia acaba às 24h com o sempre muito esperado Baile na Garagem da Fundação Calouste Gulbenkian. O nosso já conhecido Lyndon Barry convida La Flama Blanca que nos últimos dois anos tem contagiado a cidade de Lisboa com sons latino-americanos.
21 JUNHO, Sábado
Para além da exposição Artistas Comprometidos? Talvez, inaugurada no dia anterior, temos dois encontros marcados no Totem no jardim:
Às 11h30 realiza-se a segunda sessão da Festa da Literatura e do Pensamento da América Latina, dedicada a Política e Pensamento. Mais uma sessão decorre às 18h30, esta dedicada à Poesia.
Voltamos a encontrar às 21h30 no anfiteatro ao ar livre, para recordar a cantora mais internacional alguma vez nascida em Portugal. O Real Combo Lisbonense apresenta-nos Carmen Miranda e o dia acaba com samba, marchinhas e outros ritmos tropicais.
22 JUNHO, Domingo
Às 10h00 abre a exposição Artistas Comprometidos? Talvez e continua aberta até às 18h. Hoje, Domingo, a entrada é livre.
Às 15h encontramo-nos para a última sessão da Festa da Literatura e do Pensamento da América Latina e para falarmos de Literatura.
Às 22h00, temos uma estreia mundial no anfiteatro ao ar livre: Yvone Kane de Margarida Cardoso, é uma co-produção do Próximo Futuro e da Filmes do Tejo II e fala do reencontro de uma filha com a sua mãe num país africano depois de muitos anos de afastamento.
A partir de 24 de Junho, a exposição Artistas Comprometidos? Talvez continuará aberta de Terça a Domingo até 7 de Setembro. A segunda parte da programação inicia-se no dia 2 de Setembro. Haverá mais pormenores muito em breve.
Call for interns in Berlin
Project management and communication
Hosting institution: Euro-Arab Network for Contemporary Dance and Performance)
Location of the internship: Berlin, Germany
Available positions: 1 to 3 per year
Length: 3 to 6 months or more (according to the requirements from the student’s home institution or other funder)
Internship period: any dates starting from June 2014 onwards
We are looking for interns (project management and/or communication interns) .
Interns gain invaluable experience from working for an international network in the field of contemporary dance and performance that operates both in Europe, the Arab World and the Mediterranean since 1998.
The main task of the intern will be to assist the management and communication of the various upcoming network projects that will take place in the Arab world and Europe, in the months and years to come.
Specific tasks will include:
- Assisting the organisation, management and administration of international events such as network meetings, dance festivals and platforms in the Arab world, Europe, the Mediterranean ( contacting local and international partners /network members/ funders; invitations; assisting the proposal writing and budgeting of funding applications, communication and coordination with local producers and partner institutions; etc);
- Communication ( update of the website - currently under construction , research of information and opportunities for artists in the field of contemporary dance and performance art from Europe and the Arab World; newsletters; etc)
Internships take place on a full-time daily basis (from Monday to Friday) in Berlin / Germany . The intern also might be requested (upon the availability of funds for each project) to assist our general coordinator in various missions abroad (in European and the Arab countries) for specific periods.
The basic language requirements are English and another European language (preferably German or French) or Arabic is a plus. Excellent written and oral communication in English or any one of these languages is a must.
Knowledge on studying and living abroad is an asset. You have to be enthusiastic and hard-working. Social skills and the ability to work independently are important. Knowledge on basic office programs, photography, video editing and social media is an asset.
The position is suitable for students of economics, business, languages or communication.
The internships are generally unpaid. The compensation is mainly based on funding from student's own home institution or other donor. Please tell us your desired starting date and length of the internship and about possible funding possibilities for your internship.
Send your application (motivation letter) and CV by email to [email protected]
Dak´Art 2014 abre hoje as suas portas ao público. Os curadores desta edição de um dos mais importantes eventos de arte contemporânea no continente africano são Elise Atangana, Abdelkader Damani and Smooth Ugochukwu Nzewi. Toda a informação no website da bienal.
Entrevista do escritor cubano à revista argentina Ñ por ocasião da apresentação do seu novo livro, "Herejes".
But there is another side to this engaged portrait, and you see it in Cole’s attitude towards the city’s known problems; corruption, failure of leadership, power cuts, the underpaid hardworking professionals, the unnecessary violence, the country’s lack of interest in its own history, an unravelling humanity. Cole’s critiques, even as they are masked by gentleness, still sting. Consider, “What, I wonder, are the social consequences of life in a country that has no use for history?” and “The problem used to only be the leadership. But now, when you step out into the city, your oppressor is likely to be your fellow citizen, his ethics eroded by years of suffering and life at the cusp of desperation.”
But the power of these critiques, it is important to note, is in the fact that they come from a deep reservoir of love.
Leiam a crítica de NoViolet Bulawayo na íntegra no Financial Times.
Vejam a reportagem da SIC sobre a nossa exposição "This Must be the Place | Este é o Lugar". A exposição continua até dia 1 de Junho, Terça a Domingo das 10h às 18h.
Está disponível online o segundo número da Contemporânea, revista de arte contemporânea, um projecto de Celina Brás e da Making Art Happen.
A Feira do Livro de Bogotá tem Perú como país convidado. Apesar dos escritores peruanos terem cada vez maior projecção dentro e fora do seu país, apenas 35% da população lê um livro por ano. A capital, Lima, tem 8,6 milhões de habitantes, mas apenas 12 grandes livrarias. Mais no artigo do El País.