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"Rilke Shake" de Angélica Freitas, editado em Portugal

Angélica Freitas é um dos mais significativos nomes da novíssima poesia brasileira. Esteve no Próximo Futuro em 2014, na Festa  da Literatura e do Pensamento da América Latina, na mesa dedicada à poesia. Agora, o seu primeiro livro acaba de ter edição em Portugal, pela Douda Correria, com capa de Luís Manuel Gaspar. O lançamento, no passado dia 12 de Setembro, no Bar A Barraca, contou com leituras de Margarida Vale de Gato e Miguel Cardoso, uma conversa via skype entre a autora e a jornalista Alexandra Lucas Coelho e uma actuação d' O Copo, com Paulo Condessa e Nuno Moura.

rilke shake
Angélica Freitas

salta um rilke shake
com amor & ovomaltine
quando passo a noite insone
e não há nada que ilumine
eu peço um rilke shake
e como um toasted blake
sunny side para cima
quando estou triste
& sozinha enquanto
o amor não cega
bebo um rilke shake
e roço um toasted blake
na epiderme da manteiga

nada bate um rilke shake
no quesito anti-heartache
nada supera a batida
de um rilke com sorvete
por mais que você se deite
se deleite e se divirta
tem noites que a lua é fraca
as estrelas somem no piche
e aí quando não há cigarro
não há cerveja que preste
eu peço um rilke shake
engulo um toasted blake
e danço que nem dervixe

Selva Almada em entrevista

Selva Almada, convidada da Festa da Literatura e do Pensamento da América Latina do Próximo Futuro em 2014, vê agora publicado no Brasil o seu livro El viento que arrasa, pretexto para uma conversa com o jornal Globo. 

A escritora nasceu em 1973 e morou até os 27 anos na província de Entre Rios, uma das mais próximas de Buenos Aires. Seu passado no interior do país tem enorme influência em seus livros. Selva resgata o ritmo da vida longe das grandes cidades e a linguagem provinciana também está muito presente em seu trabalho, principalmente em sua segunda novela, “Ladrilheiros”, que chegou às livrarias argentinas em 2013.

No “vento”, como se refere à sua novela, convivem apenas quatro personagens: o Reverendo Pearson, sua filha Leni, um mecânico chamado Gringo Bauer e seu filho, Tapioca. O encontro entre os quatro dura menos de 24 horas e ocorre no meio do nada. O Reverendo e Leni estão a caminho da inauguração de um templo quando o carro em que viajam enguiça e precisa ser consertado. Ambos terminam na oficina de Bauer, e ali começa uma convivência intensa entre os personagens.

— São pessoas que têm muito a ver entre elas, mesmo que não pareça. Leni e Tapioca são dois adolescentes criados sozinhos, sem mãe e com pouco contato com outros jovens.

O texto completo em Escritora argentina Selva Almada vem ao Brasil lançar novela ‘O vento que arrasa’


“El libro de los divanes”: novo livro de Tamara Kamenszain

Tamara Kamenszain, poeta argentina que esteve na Festa da Literatura e do Pensamento da América Latina do Próximo Futuro em Junho de 2014, lançou recentemente o livro “El libro de los divanes”, uma obra com estrutura de romance e tom de ensaio que cruza a poesia e a psicanálise. Juan Jose Mendonza escreve na Revista "N"

Dónde vive el estado de una lengua? ¿Es posible pensar en una obra –que habla de sí– y que con el transcurso del tiempo se va volviendo un lugar: el lugar donde se compulsa un estado general del lenguaje? Tamara Kamenszain en El libro de los divanes vuelve otra vez sobre De este lado del Mediterráneo (1973), su primer libro. ¿Lo hace para pensar en el origen? “Escribo para remediar mis libros viejos”, aclara. La palabra remedio no debería desdeñarse. ¿La escritura, siendo ella una enfermedad, tiene remedio? Es difícil no leer todos los libros de Tamara Kamenszain como si no fueran uno solo.

“Nací en una generación./ La muerte y la vida estaban/ En un cuaderno a rayas”, escribe Osvaldo Lamborghini. Pero la muerte para ella no pudo estar nunca en un cuaderno. Si estuvo escrita apareció en una lápida. Y aunque se nazca en una generación, la verdad es que se nace o se muere solo. ¿O es al revés, que naciendo en una familia, es desatándose de ella como se va a nacer por fin a una generación? Las obras parabólicas de Arturo Carrera y Tamara Kamenszain nos enseñan que siempre hay una muerte personal muy íntima y secreta que anida en el corazón de una escritura. La muerte de la madre de Arturo –cuando Arturo tiene dos años– o la muerte de Oscar Bernardo Kamenszain (1950-1953) cuando su hermana Tamara tiene seis años, nos recuerdan que se puede nacer o morir en una generación, pero siempre es una muerte personal la que nos da la voz. ¿No estaremos hablando con la voz del otro? El caso de Kamenszain es elocuente: el hermano –ya lo confesaba ella en uno de los poemas de su poesía reunida– le “sopla un idioma para hablar con los muertos”.

O artigo completo em Decir con la voz del que ya no está